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A língua portuguesa, por muitos, é considerada uma das línguas mais difíceis de ser aprendida. A língua portuguesa originou-se do latim vulgar falado no noroeste da Península Ibérica. Na Idade Média, ela se transformou numa única língua, junto com o galego. Hoje, ela é conhecida nos meios científicos como galaico-português. No reinado de D. Dinís a língua portuguesa, então designada como língua comum, tornou-se oficial a língua oficial em todos os documentos régios, em detrimento do latim. A língua portuguesa, tal como o francês, tem uma herança céltica, visivelmente pronunciada usando vogais nasais.
O Português está classificado na seguinte hierarquia de famílias:
Indo-europeia Itálica Românica Ítalo-ocidental Românica ocidental Galo-ibérica Ibero-românica Ibero-ocidental Galaico-portuguesa Português
Atualmente, ela é falada em todos os continentes, sendo oficial em Portugal, Brasil, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Timor-Leste e em Macau - hoje uma região autônoma chinesa. Existem comunidades falantes de português em todo o Mundo - em territórios que pertenceram a Portugal, como, por exemplo, Goa, Damão, Diu (Índia) e Malaca (Malásia) - e comunidades emigrantes do Brasil, Portugal, Cabo Verde, Angola e Moçambique que se estabeleceram em outros países. A língua portuguesa tem duas variantes: o português europeu e o português brasileiro. No futuro espera-se que o português falado em Angola e em Timor-Leste sejam promovidos a novas variantes do português. Atualmente, o Brasil, pela sua influência econômica, desenvolve um esforço notável na promoção da língua portuguesa.
"Fala, para que eu te escute", diz Sócrates.
Assim enaltecemos claramente o porquê do estudo gramatical, a intrínseca relação do homem e a comunicação. O conhecimento da própria língua não se inclui na categoria de saberes inúteis, o saber independente de utilidade prática. Lembremos que a língua não é morta, parada no tempo; a sociedade está em constante produção desta identidade cultural: a língua portuguesa.
Aqui estão constatados os 205 módulos do wikilivro "Português" por ordem alfabética. Uma lista semelhante pode ser vista na categoria de páginas do wikilivro.
- Capa
- Cedilha
- Classificação das consoantes
- Classificação das figuras linguísticas
- Classificação das orações subordinadas
- Classificação das palavras
- Classificação das palavras quanto ao acento tônico
- Classificação das palavras quanto ao número de sílabas
- Classificação das vogais
- Classificação dos adjetivos
- Classificação dos fonemas
- Classificação dos substantivos
- Colocação irregular de termos
- Colocação pronominal
- Colocação pronominal nas locuções varbais
- Comparação metafórica
- Complemento nominal
- Complemento verbal
- Composição das palavras
- Concordância de termos
- Concordância nominal
- Concordância verbal
- Conjugação de verbos irregulares (terminação AR)
- Conjugação de verbos irregulares (terminação ER)
- Conjugação de verbos irregulares (terminação IR)
- Conjugação de verbos irregulares (terminação OR)
- Conjugação reflexiva
- Conjunções
- Contrações
- Correlação verbal
- Objeto direto
- Objeto indireto
- Onomástica
- Oração
- Oração coordenada assindética
- Oração coordenada sindética
- Oração correlacionada
- Oração subordinada adjetiva
- Oração subordinada adverbial
- Oração subordinada substantiva
- Orações coordenadas
- Orações principais
- Orações reduzidas
- Orações subordinadas
- Ortoépia
- Ortografia
- Paranomasia simples
- Particípio, gerúndio, tempos compostos e perifrásticos
- Período
- Período composto
- Pleonasmo
- Plural
- Predicado
- Predicativo
- Preposições
- Próclise
- Pronomes
- Pronomes demonstrativos
- Pronomes de tratamento
- Pronomes indefinidos
- Pronomes interrogativos
- Pronomes pessoais
- Pronomes possessivos
- Pronomes relativos
- Pronúncia
- Prosódia
- Ao leitor
- Este wikilivro foi feito por vários editores ao longo de vários anos, e você pode nos ajudar a fazer deste trabalho, livre e gratuito, cada vez melhor. Em caso de dúvidas, contacte-nos. Para melhor entendimento do conteúdo deste wikilivro, você pode, se quiser, primeiramente, ler o wikilivro Introdução à língua portuguesa.
- Sobre a edição
- Os escritores deste livro são a maioria brasileiros (das regiões sul e sudeste), e, por isso, é inevitável que o português predominante seja do Brasil, ora visto, com maior frequência, que o de outros países de fala portuguesa, o que inclui a léxica implícita nas próprias explicações.
- Para maiores detalhes, veja na wikipédia os artigos sobre o português brasileiro, europeu e angolano. Tenha uma boa leitura!
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Neste livro abordaremos dois assuntos: a gramática e a literatura. Mas, o que é gramática e o que é literatura?
Gramática
[editar | editar código-fonte]É o ramo da língua que estuda as palavras. É dividida em:
- Fonética - estuda os sons das palavras;
- Morfologia - estuda a formação e classificação das palavras;
- Sintaxe - estuda as funções de cada palavra em uma frase;
- Estilística - estuda a diferença das palavras na frase em determinato estilo literário;
- Semântica - estuda o significado das palavras.
Literatura
[editar | editar código-fonte]É o ramo da língua que estuda o contexto. É dividida em:
- Análise do discurso - estuda as diferentes partes de um texto;
- Literária - estuda os estilos literários.
Os fonemas (do grego phōnē) são as menores unidades sonoras de nossa fala. São sons elementares que, combinados e articulados (falados), geram sílabas, vocábulos e frases. Quando citamos a palavra Brasil, por exemplo, estamos a emitir duas sílabas (Bra-sil) e seis fonemas. Note que numa sílaba pode haver um ou mais fonemas.
Existem aproximadamente 33 fonemas no sistema fonológico do Português brasileiro.
Os fonemas podem ser representados de forma escrita, fazendo-se uso de sinais gráficos (signos), os quais chamamos letras. O conjunto das letras usadas para se escrever chama-se alfabeto (etimologia vinda das letras gregas alfa + beta), ou abecedário — havendo ainda a designação abecê, mais informal.
Alfabeto Fonético
[editar | editar código-fonte]O Alfabeto Fonético Internacional (AFI) é um alfabeto composto por diversos símbolos (alofones), cada um representando um fonema(som) diferente, usado para todas as línguas e dialetos. Apesar da norma culta portuguesa admitir apenas 33 fonemas, podemos encontrar outros fonemas dependendo da região. Os sistemas de transição escrita à fonética pela pronúncia mais conhecidos são AFI e X-SAMPA, estes possuem algumas diferenças de símbolos. Veja como a palavra português é falada em algumas regiões, utilizando o AFI:
- Rio de Janeiro: /poxtuˈɡejʃ/
- São Paulo (cidade): /poɾtuˈɡes/
- São Paulo (interior): /poɹtuˈɡejs/
- Portugal: /pʊɾtʊˈɡeʃ/
Par mínimo
[editar | editar código-fonte]O par mínimo ocorre quando em uma palavra podemos trocar um fonema por outro, formando uma palavra de semântica(significado) diferente, sendo, algumas vezes, estas palavras parónimas/parônimas - no caso de o significado não mudar, provavelmente será uma diferenciação de sotaques, estas possuirão relação de tonicidade (veja Tonema e Cronema). O par mínimo pode ser formado por tonemas e cronemas. Exemplo:
+ ala = | bala | |
---|---|---|
cala | ||
fala | ||
gala | ||
mala | ||
pala | ||
rala | ||
sala | ||
tala | ||
vala |
Classificação
[editar | editar código-fonte]Voz
[editar | editar código-fonte]- Ver módulo: Fonação
Tom e duração
[editar | editar código-fonte]- Ver módulo: Tonema e Cronema
Encontros
[editar | editar código-fonte]- Ver módulos: Encontros vocálicos e Encontros consonantais
Representação
[editar | editar código-fonte]Quanto à classificação dos fonemas, consideram-se três classes:
- Vogal
- Semi-vogal
- Consoante
Vogal
[editar | editar código-fonte]- Ver módulo: Classificação das vogais
São os sons laríngeos (fonemas sonoros), que chegam livremente ao exterior sem fazer ruído.
Semi-vogal
[editar | editar código-fonte]São os fonemas vocálicos átonos que sempre se unem a uma vogal para formar uma sílaba, com ou sem consoante. As semi-vogais podem ser chamadas de semi-consoantes e de consoantes aproximadas, por terem características de vogais quanto ao som, mas características de consoantes quanto a posição dos órgãos da faringe e da língua.
Consoantes
[editar | editar código-fonte]- Ver módulo: Classificação das consoantes
São os ruídos gerados da resistência que o trato vocal opõe à corrente de ar.
As vogais (do latim vocalis) são sons que quando produzidos, não há impedimento na passagem do ar. São classificadas de acordo com:
Zona de articulação
[editar | editar código-fonte]A parte da boca em que o ponto máximo da língua de determinada vogal é pronunciada determina sua zona de articulação.
- Anteriores: i (ex: lixa), ê (ex: senhor), é (ex: ela), á (ex: haste).
- Centrais: â (ex: antes).
- Posteriores: u (ex: puxar), ô (ex: olhar), ó (ex: olhos).
Além destas zonas de articulação, existem as zonas de articulação de transição (Quase anterior e Quase posterior).
Abertura bucal
[editar | editar código-fonte]As vogais podem ser classificadas de acordo com a abertura da boca:
- Fechadas: i, u
- Semi-fechadas: ê, ô
- Semi-abertas: é, ó
- Abertas: á
Podem existir vogais em aberturas na faixa de transição (Quase fechada, Média e Quase aberta), é o caso de â, que é geralmente quase aberta no Brasil, e entre média e semi-aberta em Portugal.
Arredondamento
[editar | editar código-fonte]O arredondamento labial altera pouco o som nas vogais fechadas. Na língua portuguesa quase não são vistos, mas em línguas como o francês podemos observar facilmente:
- Vogais arredondadas: geralmente as vogais posteriores
- Vogais não-arredondadas: geralmente as vogais anteriores
Oralidade e nasalidade
[editar | editar código-fonte]As vogais podem ser orais, pronunciadas na cavidade bucal, apenas, ou nasais, pronunciadas também nas cavidades nasais.
- Orais: a, e, i, o, u
- Nasais: ã (an/am), ẽ (en/em), ĩ (in/im), õ (on/om), ũ (un/um).
Na língua portuguesa, /a ~ ɐ/ costuma ter apenas /ɐ̃ ~ ɜ̃ ~ ə̃/ como equivalente nasal, embora raras vezes, como na pronúncia padrão de a antena, pode-se haver uma vogal aberta nasalizada.
Intensidade
[editar | editar código-fonte]As vogais, dentro de uma palavra maior, podem ser tônicas, pronunciadas de maneira mais forte, átonas, pronunciadas de maneira fraca, e subtônicas (também chamadas tônicas secundárias), tônicas mais fracas que a tônica principal.
- Tônicas: Tupi, luz.
- Tônicas secundárias ou subtônicas: cafezinho, somente.
- Átonas: ela, órfã.
Comprimento
[editar | editar código-fonte]As vogais podem ser longas ou curtas, dependendo do tempo que elas são pronunciadas em relação à maioria das vogais. Curiosamente, o português não marca de forma alguma o comprimento vocálico em suas palavras (pois a maioria absoluta das vogais são curtas), mas é comum que sejam percebidas vogais longas em algumas palavras, mas apenas em alguns dialetos.
- Curtas: comi, ando.
- Longas: sorris, funis, à (em alguns dialetos, apenas)
Timbre
[editar | editar código-fonte]- Aberto: a, é, o
- Fechado: ê, ô, i, u e as nasais.
- Reduzido: vogais átonas orais ou nasais.
Tensão
[editar | editar código-fonte]A diferença da tensão é definida como ATR (Advanced tongue root). As vogais podem ser classificadas em:
- Relaxadas: os músculos estão relaxados.
- Tensas: os músculos estão firmes, há a expansão da faringe (movendo a base da língua para frente), diminuição e abaixamento da laringe, fazendo o ar centralizar.
Não existe tal diferença na língua portuguesa, pois todas as vogais na voz melódica são relaxadas.
Tabela de vogais
[editar | editar código-fonte]Anterior | Central | Posterior | |||
Fechada | |||||
Semifechada | |||||
Semiaberta | |||||
Aberta |
Aqui está a tabela das vogais conforme o alfabeto fonético internacional:
Anterior | Quase Anterior | Central | Quase Posterior | Posterior | |
Fechada | |||||
Quase fechada | |||||
Semifechada | |||||
Média | |||||
Semiaberta | |||||
Quase aberta | |||||
Aberta |
Cada símbolo, representa um som. Observe algumas palavras em português em que alguns deles são utilizados (nos de Portugal foram usadas representações fonéticas de Lisboa e nos do Brasil, a maioria da cidade de São Paulo):
Observações: As outras vogais são restritamente utilizadas em certas regiões e/ou em poucas palavras da língua portuguesa. Algumas nem são ditas nesta. As consoantes (do latim consonante que é igual a soante + com) são sons da fala produzidos através do impedimento da passagem de ar. Em comparação com as vogais, há grande diferença quanto a continuidade da frequência do sinal sonoro. Egressão[editar | editar código-fonte]
Articulação[editar | editar código-fonte]As consoantes cujo modo de articulação possuem, são classificadas em:
Ponto de articulação[editar | editar código-fonte]
Além de as consoantes serem classificadas por articulação, também são pelo ponto de articulação:
Consoantes bilabiais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pelos lábios — b, m, p
Consoantes bidentais-
Consoantes linguolabiais -
Consoantes palatais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela língua quando esta em contato com o palato duro (próximo aos lábios) — d (às vezes e sempre antes de i), g (fraco, com som de j), j, t (às vezes e sempre antes de i); dígrafos ch, lh, nh
Consoantes faríngeas -
Consoantes glotais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela vibração da glote (abaixo da abertura da laringe à faringe, oposta à epiglote) Não-egressão[editar | editar código-fonte]
Junção consonantal[editar | editar código-fonte]
Vibração[editar | editar código-fonte]As consoantes podem ser classificadas pela vibração da laringe:
Tensão[editar | editar código-fonte]A tensão é classificada de acordo com o tônus muscular na emissão consonantal, semelhante à tensão das vogais.
Pode haver consoantes entre estas tensões, sendo que a aspiração é proporcionalmente inversa à voz. Em português apenas existem as consoantes lenis. Observações:
Tabela das consoantes[editar | editar código-fonte]Os alofones que se encontram à esquerda dos quadros são consoantes surdas, à direita são consoantes sonoras:
A fonação consiste no estudo das vozes. Na formação das consoantes e das vogais, cada uma das quais possui uma zona de articulação, alguns órgãos podem-se alterar para possibilitar a produção do som. Registro vocal[editar | editar código-fonte]O registro da voz é produzido de acordo com a posição das válvulas e músculos e da vibração das pregas vocais. Pode ser dividido em:
Fonação glotal[editar | editar código-fonte]
Na fonação surda, o ar passa pelas pregas vocais sem que estas consigam vibrar e produzir um som, de vogal ou consoante. Já no murmúrio a glote fica levemente fechada, fazendo o ar ficar um pouco mais tempo na laringe, fazendo com que as pregas vocais possam vibrar um pouco. Na voz baixa o ar fica um pouco mais tempo que o murmúrio, logo haverá mais vibrações nas pregas vocálicas. Na voz melódica (que é a voz comum), a glote fecha-se e abre-se por um tempo, conforme a imagem ao lado. Já na voz firme, a glote fica muito tempo fechada, fazendo haver demasiadas vibrações. Quando a glote fica muito tempo totalmente fechada, as vibrações feitas no ar se dissipam e fazendo o som não sair. Tamanho das pregas vocais[editar | editar código-fonte]O tamanho das pregas vocais influencia nas vibrações. Quanto maior as pregas, mais vibrações serão produzidas. Acontece que na puberdade este tamanho é bastante alterado, logo, não estaremos acostumados a deixar a glote menos tempo fechada (já que são produzidas mais vibrações), então a voz acaba de ser melódica e passa a ser firme. Fonação Supraglotal[editar | editar código-fonte]As articulações dos órgãos supra-glotais (dos órgãos localizados na laringe) são:
A laringoscopia, que trata de tais articulações, ainda está sendo estudada, mas sabe-se que quando algumas destas são combinadas, podem surgir os seguintes resultados na voz, na formação geralmente das vogais:
Tonema e cronema são tipos de fonemas. Tonema[editar | editar código-fonte]
Tonema é um fonema cuja entonação, isto é, seu tom, pode ser alterado sem alterar a semântica ou sintaxe frasal. O tom é alterado de acordo com regiões geográficas: um dos fatores que constroem um sotaque. Decorrente de vogais próximas a ele, este fenômeno é chamado metafonia (que consiste num tonema):
Cronema[editar | editar código-fonte]Cronema é o fonema que tem uma duração maior que os outros fonemas. Em várias línguas, a exemplo da italiana, ele é formado pela duplicação de suas letras: o fonema permanece imutável, diferente do tempo de sua pronúncia. Como o nome já sugere, encontros vocálicos são o ajuntamento de duas ou mais vogais numa palavra. Ou, mais especificamente, o encontro de uma vogal com uma semi-vogal (e vice-versa). Existem três tipos: Ditongo[editar | editar código-fonte]
Tritongo[editar | editar código-fonte]
Hiato[editar | editar código-fonte]
Obtemos ditongos com a combinação de uma vogal + uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba.
Divisões[editar | editar código-fonte]
Os tritongos são encontros de uma vogal entre duas semivogais, formando uma sílaba. Divisão[editar | editar código-fonte]
Observações: Nos tritongos nasais uam e üem, não se escreve a segunda semivogal. Isto porque se subentende uãu e uãe Hiatos encontram-se em duas sílabas diferentes, havendo nelas o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos diferentes.
Observações: Em uma palavra como saia pode-se ver um hiato (sai-a) ou dois ditongos (sai-ia) (o que é o mais correto) Sinérese e diérese[editar | editar código-fonte]
Assim como existem encontros vocálicos existem os encontros consonantais. Inseparáveis[editar | editar código-fonte]São os que encontram-se numa mesma sílaba, geralmente formados por consoante + r, l ou h:
Separáveis[editar | editar código-fonte]São os que encontram-se em sílabas diferentes. Ocorrem sempre no interior das palavras.
O dígrafo é o encontro de duas letras em uma mesma palavra representando um único fonema, as letras podem estar na mesma sílaba como em sílabas diferentes. Observações: Não confundir dígrafos com encontros consonantais. O som dos dígrafos podem representar consoantes ou vogais nasais: Representam consoantes[editar | editar código-fonte]Os dígrafos que representam consoantes são, e exemplos:
Observações: Naquelas palavras em que as duas letras do dígrafo pronunciam-se (exemplo: aguentar, escada, exclamar), os grupos xc, qu, sc e gu não são dígrafos - pois dígrafos representam um som. Representam vogais nasais[editar | editar código-fonte]Os dígrafos que representam vogais são:
Observações: No fim de palavras am e em não são dígrafos, porque representam um ditongo nasal, isto é, dois fonemas (exemplo: falam /fálãu/.) A pronúncia das palavras da língua portuguesa acompanham o sinal gráfico (acento), que indicam a sílaba tônica da palavra. Seguem as regras de acentuação já descritas anteriormente. Enfraquecimento das sílabas átonas[editar | editar código-fonte]Em certos lugares onde se fala o português ocorre o enfraquecimento da vogal nas sílabas átonas (fracas), esta passando a ter um movimento dos órgãos da fala mais rápidos que teriam. A substituição de vogais nas sílabas átonas mais comuns são:
E algumas palavras em que ocorrem a declinação (as letras em que ocorre o enfraquecimento estão sublinhadas): De /e/ por /i/ ou /ɯ/:
De /o/ por /u/:
De /l/ por [w] (/u/):
Obs.: Note que, nestes casos, a mudança de /l/ para /w/ ocorre nas sílabas tônicas, embora também possa ocorrer em sílabas átonas. Observe:
Assim, é possível perceber que a mudança ocorre quando l ocupa a posição final da sílaba. Compare o l inicial da sílaba la, em "laranjal", com o l final da sílaba jal. Monotongação[editar | editar código-fonte]Monotongação é a anulação da semivogal de um ditongo em sílaba tônica. Este caso, muitas vezes, é tido como falta de educação, já que se está reduzindo a palavra. Entretanto, é um processo comum no português brasileiro. Como no caso anterior, não é válido para todos os falantes da língua portuguesa. Observe (em negrito as letras anuladas):
O x e seus sons[editar | editar código-fonte]A letra x no português pode indicar diversos fonemas, são eles: /s/:
/s ~ ʃ ~ z ~ ʒ/:
/z/:
/ʃ/:
/ks/:
Também há casos em que o x não exprime som algum pois está em um dígrafo como na palavra exceção. Escrita[editar | editar código-fonte]
A pronúncia é uma das maiores influências nas mudanças que ocorrem na escrita. Com o passar do tempo, a pronúncia muda as palavras. Muitas línguas foram se formando assim, e muitas deixaram de existir por estas mudanças. A pronúncia pode confundir a maneira correta de se escrever as palavras. Dificilmente se escreve como se fala, pois cronologicamente a linguagem caminhou (ainda caminha) da fala, para escrita, não o inverso. A linguagem natural está sempre em evolução, logo é uma verdade tanto na modalidade falada quanto escrita. A sílaba é uma das mais importantes partes da língua portuguesa. É um fonema (ou grupo de fonemas) emitidos em um único impulso expiratório.
Observações: É essencial a presença de uma vogal na sílaba para que ela possa sê-lo.
Classificação quanto o número de sílabas[editar | editar código-fonte]
Divisão Silábica[editar | editar código-fonte]
Acento Tônico[editar | editar código-fonte]
Radical[editar | editar código-fonte]
Acento de Insistência[editar | editar código-fonte]
Análise[editar | editar código-fonte]
Existe uma classificação das palavras quanto ao número de sílabas, eis: País Monossílabas[editar | editar código-fonte]Monossílabas são palavras que têm somente uma sílaba.
Dissílabas[editar | editar código-fonte]Dissílabas são palavras que têm duas sílabas.
Trissílabas[editar | editar código-fonte]Trissílabas são palavras que possuem três sílabas.
Polissílabas[editar | editar código-fonte]Polissílabas são palavras que têm quatro ou mais sílabas.
Divisão silábica é a separação das sílabas (silabação) de uma palavra. Na escrita as sílabas são separadas por hífen (-) e em alguns casos com pontos (.).
Regra geral
Regras[editar | editar código-fonte]
Observações: O fonema /cs/ representado pela letra x junta-se à vogal seguinte — isto é, quando houver (exemplo: tó-xi-co). Formação[editar | editar código-fonte]Sabido que uma sílaba é formada pela pausa fonética em uma palavra, concluímos que sempre temos uma nova sílaba:
Translineação[editar | editar código-fonte]Translineação é a partição das palavras no fim da linha. Para repartir uma palavra de modo a deixar parte dela em uma linha e o restante da mesma em outra, é necessária que sejam seguidas as normas de divisão silábica e as seguintes:
Observações: Não se translineiam, obviamente, monossílabos. Saiba mais: os ditongos e hiatos[editar | editar código-fonte]Até agora você viu como é simples fazer a divisão silábica de uma palavra, basta observar a pronúncia. Mas e quando a pronúncia é diferente entre regiões? Este é um caso em que existem dois tipos de divisão silábica, uma para o português do Brasil e outra para o português europeu. Acontece que os ditongos crescentes existentes no português do Brasil não passam de hiatos no português europeu. Essas palavras são chamadas em geral de proparoxítonas aparentes. Veja algum desses casos:
Em vocábulos com duas ou mais sílabas, é natural que uma se destaque por ser proferida com mais intensidade que as demais: trata-se da sílaba tônica. Nela está o acento tônico (ou acento de intensidade, ou ainda acento prosódico). Abaixo estão destacadas as sílabas tônicas dos vocábulos.
Observações:
Acento sub-tônico[editar | editar código-fonte]Em alguns vocábulos derivados — normalmente polissílabos —, há, além do acento tônico, um acento sub-tônico. Abaixo, as sílabas sub-tônicas estão sublinhadas e as tônicas destacadas:
Sílabas átonas[editar | editar código-fonte]Sílabas que não sejam nem tônicas tampouco sub-tônicas, são átonas (= fracas); podem ser ainda pretônicas ou postônicas. Veja os exemplos a seguir: Montanha:
Facilmente:
Heroizinho:
Vocábulos átonos e tônicos dissílabos[editar | editar código-fonte]Existem alguns vocábulos átonos dissílabos (duas sílabas) — embora a maioria sejam monossílabos —, são eles as contrações pelo e pela, o artigo uma, as conjunções como e porque e as preposições para e pera (arcaico). Se temos dois vocábulos homógrafos — um átono e outro tônico —, o tônico será acentuado (na escrita), formando o acento diferencial. Exemplo:
Observações: Esta regra não é válida ao acordo ortográfico de 1990. Ela só vale à preposição por e o verbo pôr. Acento tônico em monossílabos[editar | editar código-fonte]Em vocábulos monossílabos (uma sílaba) pode não haver sílaba tônica (veja Classificação quanto o acento tônico). Classificação[editar | editar código-fonte]
Vocábulos são classificados sobre seu acento tônico. Há inicialmente duas sub-divisões, mais de uma sílaba e monossílabos: Mais de uma sílaba[editar | editar código-fonte]Vocábulos com mais de uma sílaba são classificados de acordo com a posição da sílaba tônica:
Observações: No caso de palavras compostas considera-se a posição da sílaba tônica do último elemento. Monossílabos[editar | editar código-fonte]Vocábulos monossílabos (com apenas uma sílaba) são classificados conforme a intensidade com que se proferem, podendo ser tônicos ou átonos: Tônicos[editar | editar código-fonte]São vocábulos que têm autonomia fonética sendo citados de forma forte, alta, na frase em que aparecem.
Átonos[editar | editar código-fonte]Ao contrário dos tônicos, são os que não tem autonomia fonética — são proferidos fracamente. Observe os grifados.
São pronomes oblíquos, artigos, conjunções, preposições.
Rizotônicas[editar | editar código-fonte]Rizotônicos (do grego riza, raiz) são os vocábulos cujo acento tônico incide no radical.
Como identificá-los[editar | editar código-fonte]Todas as formas verbais exceto as descritas nas formas arrizotônicas, no presente do indicativo, presente do subjuntivo e as correspondentes no imperativo.
Arrizotônicas[editar | editar código-fonte]Aqueles, pelo contrário, que têm o acento tônico depois do radical se dizem Arrizotônicos.
Como identificá-los[editar | editar código-fonte]Geralmente são 1ª e 2ª pessoa do plural.
Um acento de insistência é a emissão da silaba tônica ou da primeira sílaba de uma palavra com uma duração e intensidade anormal, de forma a enfatizar ideias e/ou expressar sentimentos.
A análise fonética é a análise de um fonema no que diz respeito à suas classificações em número de sílabas e acento tônico, à sua decomposição em sílabas (divisão silábica) e à classificação dos fonemas que o constrói. Exemplo[editar | editar código-fonte]
O ramo que ocupa-se da boa pronunciação das palavras é a ortoépia (etimologia vinda do grego orthós, correto + hépos, fala). Itens[editar | editar código-fonte]A ortoépia contém os seguintes itens: A perfeita emissão das vogais e grupos vocálicos, citando-os de forma nítida, evitando a omissão e/ou alteração de fonemas, respeitando os timbres de vogais tônicas e as normas da fala culta em geral. Exemplos:
A articulação correta de fonemas consonantais. Exemplos:
A adequada e correta ligação das palavras na frase. Exemplos:
Prosódia[editar | editar código-fonte]
A prosódia (do grego prosōidía - acento que se põe sobre as vogais) é uma parte da ortoépia (que é por sua vez parte da Fonética) dedicada à correta acentuação tônica das palavras. Existem vocábulos aos montes que são mal-proferidos devido a um errado deslocamento do acento prosódico, conhecidos por silabadas. Palavras como, por exemplo, gratuito — que é paroxítona —, são alvos frequentes de silabadas e flexões, e o exemplo então é frequentemente lido gratuíto, transformando a sílaba tônica breve em duas sílabas (norma culta: gra-tui-to; norma erradamente lida: gra-tu-í-to). A ortografia (do grego orthosgráphō) é uma parte da nossa gramática destinada à correta escrita das palavras, nomeadamente, o conjunto de símbolos (letras e sinais diacríticos), a forma como devem ser usados, a pontuação, o uso de maiúsculas, etcetera. Escrita[editar | editar código-fonte]
Alfabeto[editar | editar código-fonte]
Letras maiúsculas[editar | editar código-fonte]
K, W e Y[editar | editar código-fonte]
Ortografia significa a escrita correta das palavras. Na língua portuguesa, muitos sons podem ser representados por mais de uma letra - assim, por exemplo, as terminações -agem e -ajem são pronunciadas igualmente; assim como -aza e -asa ou xu- e chu-. Para saber escrever corretamente em língua portuguesa, portanto, faz-se necessário saber diferenciar os usos dessas letras: C, Ç, S, SS, Z e X[editar | editar código-fonte]Na língua portuguesa existem diversas regras quanto o uso dessas letras. Elas representam os seguintes fonemas: S e Z, nos casos que iremos mostrar, veremos que o X apresenta som de S e Z, enquanto o C só apresenta som de S. Existem diversas regras que determinam qual das letras acima devemos usar: /s/[editar | editar código-fonte]As letras que representam o som /s/ são c, ç, s, x e o dígrafo ss. Algumas regras para o fonema /s/: Para o uso de ç
Para o uso de c
Para o uso de s
Para o uso de ss
/z/[editar | editar código-fonte]As letras que representam o som /z/ são s, z e x. Algumas regras para o fonema /z/: Para o uso de s
Exceções: deslize e gaze
Para o uso de z
J e G (antes de -e ou -i)[editar | editar código-fonte]Quando precedidas das vogais "e" e "i", as letras "j" e "g" têm o mesmo som. Algumas regras etimológicas (referentes à origem das palavras) podem ajudar a saber quando usar "je" e "ji" ou "ge" e "gi": Usa-se J (antes de E ou I):
Usa-se G (antes de E ou I):
Exceções: Pajem, Lajem (ou laje) e Lambujem M e N[editar | editar código-fonte]É bem simples definir quando devemos usar M ou N.
X e CH[editar | editar código-fonte]Usa-se X:
Exceção: Recauchutar (e derivados) e Caucho
Exceção: Mecha (e derivados) e palavras cujo radical inicia com ch, como encher, encharcar, enchumaçar e derivados
Usa-se CH:
A língua portuguesa utiliza o alfabeto latino, uma adaptação romana do alfabeto etrusco; este, por sua vez, deriva do alfabeto grego, que tem suas origens no abjad fenício[1]. O alfabeto latino é atualmente composto por 26 letras: Esses signos são utilizados em conjunto, sozinhos ou acompanhados por sinais gráficos (acentos, cedilha, etc). Podem vir em minúsculo, maiúsculo, manuscritas ou em fôrma (imprensa). Originalmente o alfabeto latino era composto apenas por 20 letras, porém, com a expansão territorial e cultural de roma palavras estrangeiras foram importadas ao latim e, também, o alfabeto latino tornou-se o meio de escrita oficial para diversas línguas e povos, por conta disso, novas letras foram cunhadas para representar os sons estrangeiros: as letras "K", "Y" e "Z" foram adicionadas para palavras de origem grega, enquanto que o "W" para palavras de origem germânica; além disso, no passado as vogais "I" e "U" possuíam o mesmo símbolo que as consoantes "J" e "V", respectivamente, vindo a haver diferenciação apenas a partir do período do Renascimento[1]. O português, língua que surge diretamente a partir do latim vulgar, utiliza todas as 26 letras do atual alfabeto latino, porém, as letras "K", "W" e "Y" são utilizadas exclusivamente para palavras estrangeiras[2]. Notas[editar | editar código-fonte]
Observações: Algumas destas regras aplicam-se ao Português brasileiro mas não são válidas em Portugal. Usam-se as maiúsculas:
Alteração de significado[editar | editar código-fonte]Existem algumas palavras que alteram seu significado quando escritas com letra maiúscula, é o caso de estado (igual à forma, jeito. Exemplo: O estado de saúde dele é grave; A temperatura de ebulição é o ponto da passagem do estado líquido para o gasoso) e Estado (no sentido de "parte da sociedade responsável pela sua administração". Exemplo: É dever do Estado brasileiro oferecer educação pública para os brasileiros.). De acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras K, W e Y passam a pertencer ao alfabeto da língua portuguesa, portanto trata-se de uma oficialização. Antes, estas letras eram consideradas estrangeiras. Elas são usadas em:
Observações: Já há diversas palavras estrangeiras aportuguesadas (isto é, sofreram mudanças para adequarem-se ao nosso idioma), como copirraite (copyright), leiaute (lay-out), Iorque (York), roque (rock), etc, então, deve-se utilizar as palavras aportuguesadas - sem k, w e y- e não as estrangeiras.
O acento tônico é aquele posto foneticamente sob a sílaba mais forte da palavra. Por exemplo, a palavra prato tem acento, o acento tônico, entretanto não tem acento gráfico. O acento gráfico serve para mostrar visualmente onde está localizado o acento tônico, desse modo, ajuda-nos no pronunciamento correto da palavra. Desta forma, a maioria das palavras têm acento, ao menos o acento tônico. Algumas exceções são os monossílabos átonos a, e, o, etc. Acentos no português[editar | editar código-fonte]Há algumas ocasiões para pôr um acento nas palavras da língua portuguesa:
Na tabela abaixo você pode conferir os acentos presentes na língua portuguesa, bem como as letras que podem ser acentuadas por tais:
Nota: Até 2008, antes da reforma ortográfica, existia o sinal trema(¨) na letra U (Ü) quando o U aparecia em gue, gui, que e qui e era pronunciado como ditongo crescente.
Sinais auxiliares da escrita[editar | editar código-fonte]São aqueles sinais que, não sendo acentos, de alguma forma tentam aproximar a escrita da pronúncia. O til (do latim titulus, significando título, acima da escrita), representado por ~, em português, pode-se escrever em cima do a ou do o e o seu objetivo é nasalar/ nasalizar a pronúncia da letra. Lembre que o til não é um acento gráfico e sim fonético. Uso do til[editar | editar código-fonte]O til é empregado em três situações:
A função do acento na língua portuguesa é permitir que haja conhecimento da tonicidade das palavras, sejam desconhecidas, homógrafas, homônimas ou habituais. Tonicidade[editar | editar código-fonte]Monossílabos tónicos/tônicos[editar | editar código-fonte]Acentua-se os monossílabos tônicos (de silabação forte) terminados em a, e, o e seus respctivos plurais (as, es, os). Exemplo: pá, lá, cá, pé, chá. Oxítonas[editar | editar código-fonte]
Exemplos: sabiá, chalé, maiô, parabéns, armazém, além. Com colocação pronominal por pronomes oblíquos enclíticos em verbos, não se conta este como sílaba, pois são palavras diferentes. Paroxítonas[editar | editar código-fonte]A regra clássica diz que são acentuadas as paroxítonas terminadas em um, ã, l, n, r, x, ps, om e ditongo (em Portugal, somente ditongos crescentes) e seus respectivos plurais (ns, ãs, ãos, is, eis, us e ditongo + s). Quando i, is, u, us são sílabas tônicas e precedidas de vogal e nunca antecedidas de nh, recebem acento. Exemplos: falésia, tórax, bíceps, saúde. Proparoxítonas[editar | editar código-fonte]Todas as palavras que sejam proparoxítonas devem ser acentuadas, ou seja, devem levar acento na antepenúltima sílaba. Exemplos: cálculo, prática, vítima, análise, dígito. Acento diferencial[editar | editar código-fonte]O acento diferencial não segue as regras acima e somente são usados para distinguir uma palavra homônima ou homógrafa da outra. Anterior ao acordo ortográfico de 1990, existiam uma quantidade pequena de palavras com este acento, atualmente elas são muito poucas:
Outros casos de acento diferencial:
Quanto à pronúncia regional[editar | editar código-fonte]Podem levar acento agudo ou acento circunflexo (dependendo da região), as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tónicas (tônicas) e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais m ou n, conforme o seu timbre é, respectivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: académico/acadêmico, anatómico/ anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, fenómeno/fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, pénis/pênis, ténue/tênue, vólei/vôlei, etc. Em português, o acento grave é utilizado para representar a crase. A crase (do grego krâsis, "mistura", "mescla") é o encontro de duas vogais (duas emissões fonéticas) de modo a comporem emissão de apenas um único fonema. Só é colocada na letra a, quando a preposição «a» se contrai com algum determinante (artigo definido feminino ou pronome demonstrativo) começado pela mesma letra. Sendo um fenômeno fonético, pode ser que não haja correspondência entre o som resultante da crase e sua representação na escrita, mas no português, grego e sânscrito, a crase geralmente pode ser depreendida, no primeiro, através de sinal diacrítico, no terceiro, através de substituição dos caracteres representativos dos sons formadores da crase pelo(s) caracter(es) representativo(s) do som resultante e, no grego, tanto um artifício como o outro, fazendo nestes idiomas a crase como um mecanismo de sandhi (para fins de eufonia na elocução). Usos[editar | editar código-fonte]O acento grave é utilizado nas palavras:
Observações: a e as nem sempre serão contraídos, pois estes podem ser:
Assim sendo, não mais se usa o acento grave em outros casos em que eram utilizados outrora, como, por exemplo, para marcar a sílaba subtônica (cafèzinho, sòzinho). Usa-se nos casos de: Regência verbal[editar | editar código-fonte]
A regência verbal, em sintaxe, é o estudo da colocação de complementos verbais - sendo necessário análise semântica.
Quando o verbo for transitivo e o seu complemento indireto (OI) feminino, a preposição contrair-se-á com o artigo definido (a ou as). Usa-se o acento grave sobre a letra a só se a preposição for a. Já que em estes casos basta apenas a preposição, o artigo pode estar oculto, pode se excluir o acento, mas, às normas cultas da língua devemos colocá-lo. Exemplo: Levei água às pessoas duma antiga comunidade.
Como várias preposições podem introduzir o OI (veja em uso de preposições), podemos substituir a por alguma preposição que indique a mesma circunstância, com exemplo para, até, em (ou seja, à por para a, até a, na) - está é uma maneira bem fácil de saber quando usar o acento grave. Veja outro exemplo: Então eu contei tudo à minha esposa.
O artigo só pode ser usado antes de substantivos ou seus adjuntos adnominais. Pelo fato de ser facultativo o uso de artigos antes de substantivos próprios, a crase também é facultativa nestes casos - salvo quando o artigo é obrigatório (depende da região em que o português é falado). O mesmo ocorre com os pronomes demonstrativos iniciados por a (àquilo, àquele, àqueles, àquela e àquelas) - contraídos ou não com pronomes indefinidos (àqueloutro, àqueloutros, àqueloutra e àqueloutras) - mas apenas quando fizerem parte do objeto indireto iniciado por preposição a e estiverem imediatamente após a contração. Adjunto adnominal e o verbo[editar | editar código-fonte]
Há exceções, é quando há as palavras terra, Terra ou casa. Quando houver a palavra Terra (planeta) o artigo não poderá estar oculto, obrigatoriamente o uso do acento grave - quando necessário:
Quando houver a palavra terra (solo) não usa-se acento grave (exceto se houver adjuntos adnominais - esta regra só se aplica às palavras terra e casa.)
O mesmo que ocorre em terra, ocorre em casa.
Vocábulo já determinado[editar | editar código-fonte]Não se usa o acento grave se o artigo não é usado, são poucos os casos, os mais comuns são os que o substantivo está determinado por um pronome. Exemplo: Diga a esta pessoa o quanto sinto falta
Pelas regras que vimos até agora, colocaríamos o acento, posto que há objeto indireto feminino (diga a quem? - a esta pessoa), mas, por se tratar de um substantivo (pessoa) já determinado (esta), não há uso do artigo, não ocorrendo a crase, pois seria impossível o sujeito ser A esta pessoa. Locuções de caráter subordinativo[editar | editar código-fonte]
Nas classes das palavras, duas possuem papel subordinativo: as preposições e as conjunções. A dúvida quanto o uso do acento grave nestas locuções é frequente, mas há uma maneira bem fácil de saber o uso: pergunta-se à locução o que ela suborna. Exemplo: Quanto à minha separação, prefiro não comentar
Quanto a é uma locução prepositiva, que suborna prefiro não comentar a a minha separação. Pergunta-se a esta locução: "quanto" a quê? - tratando-se de vocábulo feminino, tem-se o acento grave, já que nesta frase a locução refere-se a minha separação. Veja outro exemplo: Gritávamos tanto de modo à rouquidão vir
A locução pode estar em elipse: Gritávamos tanto (de modo) à rouquidão vir
Adjunto adverbial[editar | editar código-fonte]
Pode haver crase em locuções adverbiais (já que preposições também servem para introduzir estes). Ocorre quando o substantivo da locução for feminino. Exemplo: À noite é tranquila. - o sujeito ela está oculto
Mas lembre-se! O mesmo substantivo da locução adverbial pode representar um substantivo qualquer noutros casos, ou seja, não será sempre que haverá acento grave, apenas quando representar advérbio. É o caso: A noite é tranquila. - aqui a noite torna-se o sujeito
Observações: prazo é substantivo do gênero masculino, mas a prazo possui valor adverbial modal - aqui ocorre a elipse do artigo, para diferenciá-lo da locução ao prazo que possui valor temporal. Já a vista é usado quando possui valor de substantivo, é obrigatório o uso de acento grave na locução adverbial - à vista; que possui valor modal. Exemplo:
Preposição até[editar | editar código-fonte]Estudadas as preposições, é sabido que à regência basta apenas uma preposição para fazê-la, inclusive todos os demais usos de preposições. Há apenas uma exceção que não segue as regras sintáticas, é facultátivo o uso de acento grave antes da preposição até, indroduzindo certo advérbio (feminino):
À (s) e Ao (s)[editar | editar código-fonte]Pelo fato de à ser a+a, ao ser a+o (e formas no plural); quando pudermos substituir o complemento feminino por masculino e for necessário o uso de ao (ou aos), então no complemento feminino será usado à (ou às). Exemplo, como teremos certeza se tem ou não acento grave em: Então contei tudo à minha esposa.
É simples, substituiremos o OI feminino a minha esposa por um masculino, de termos semelhantes morfossintaticamente (nunca diferentes). Vamos pegar o exemplo, ao meu pai. Sintaticamente, eles são bastante parecidos. Coloquemos na frase. Ficará assim: Então contei tudo ao meu pai.
Foi necessário o uso de a+o no OI masculino, então no feminino será necessário o uso de a+a (à). Mas isso só vale para o primeiro caso, Regência verbal. Não é correto se basear apenas nesta regra, pois muitas vezes você não encontrará termos semelhantes morfossintaticamente. O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que passou a vigorar em 2009 aboliu o uso do trema, porém, continua existindo em nomes estrangeiros e palavras deles derivadas, tal como em Müller e mülleriano. De acordo com a regra anterior, o trema só se empregava no u. Isso acontecia quando tal letra:
Exemplo: tranqüilo. Nota: No Brasil o trema foi extinto pela reforma ortográfica (Decreto 6583/2008), mas o u continua sendo pronunciado em palavras como consequência, frequente, tranquilo, pinguim, bilingue, linguiça, aguentar, ambiguidade, sequência, cinquenta e pinguim. Em Portugal e no Brasil, o trema se aplica excepcionalmente aos derivados de nomes estrangeiros, como mülleriano. O hífen é um sinal diacrítico comumente usado em língua portuguesa. Não confundir com meia risca ou travessão. Esse sinal geralmente é usado para ligar palavras compostas, ligar pronomes a verbos, e até mesmo para separar uma palavra em sílabas (principalmente na translineação). Emprego do hífen conforme Acordo Ortográfico[editar | editar código-fonte]Prefixo terminado em vogal[editar | editar código-fonte]
Observações: O contrário da regra acima também é válido: quando prefixo e termo seguinte terminam e iniciam pela mesma vogal, usa-se hífen, exceção ao prefixo co, que se aglutina com o sufixo mesmo que este comece por o.
Observações: Neste caso, também há a exceção do prefixo vice, que sempre exige hífen, mesmo quando o sufixo inicia por consoante diferente de r ou s.
No caso da palavra subumano e derivadas, não se usa o hífen e se suprime o h.
Observações: Exceção ao prefixo co, que não admite hífen quando o termo seguinte inicia-se com o. Prefixo terminado em consoante[editar | editar código-fonte]
Observações: Com o prefixo sub, usa-se hífen quando o segundo elemento inicia-se por r.
Outras regras[editar | editar código-fonte]
Translineação[editar | editar código-fonte]No final de linha ao ocorrer separação da palavra, quando o último elemento escrito for o próprio hífen, deve-se repeti-lo no início da próxima linha para facilitar a leitura (clareza gráfica).
O cedilha ç (do espanhol cedilla) é empregado em português, catalão e francês para o mesmo fim: ter o som de /s/ para diferenciá-lo de outro som que a letra c faz: /k/. Também é utilizado em outras línguas mas sob outras letras (̧ḉ, ḑ, ȩ, ḝ, ģ, ḩ, ķ, ļ, m̧, ņ, æ̧, ŗ, ş, ţ, z̧). No português, o ç vem sempre antes das letras a, o e u; tendo o som /s/ (equivalente a ss), quando não é possível empregar apenas um s. Alguns exemplos de palavras:
Metaplasmo, é o que a língua sofre quando evolui, considerando a fonética. Os metaplasmos podem ser divididos quanto a modificação fonética:
Metaplasmos por adição[editar | editar código-fonte]
Metaplasmos por supressão[editar | editar código-fonte]
Metaplasmos por modificação[editar | editar código-fonte]
Revisando conceitos[editar | editar código-fonte]A palavra 'metaplasmo', etmologicamente, significa 'mudança de forma'. A gramática define os metaplasmos como transformações fonéticas que os vocábulos sofrem durante sua evolução histórica. Os vocábulos ao passarem da língua latina para a língua portuguesa sofreram alterações que basicamente se encontram dentro de três leis, denominadas leis fonéticas. Leis Fonéticas[editar | editar código-fonte]Há tres leis fonéticas básicas que presidem a transformação dos vocábulos que deram origem à formação da língua portuguesa a partir do latim. Lei do menor esforço[editar | editar código-fonte]Tendência universal em que o falante simplifica a emissão dos sons, facilitando os órgãos do aparelho fonador. Lei da permanência da consoante inicial[editar | editar código-fonte]A consoante inicial da palavra da língua em uso permanece igual a consoante inicial do vocábulo de origem. Lei da permanência da sílaba tônica[editar | editar código-fonte]A sílaba tônica da palavra em uso é igual àquela do vocábulo de origem. Metaplasmos[editar | editar código-fonte]Eles se dividem em metaplasmos de permuta, de aumento e de subtração. Metaplasmos de permuta[editar | editar código-fonte]Substituição de um fonema por outro.Pode ocorrer: Sonorizacão[editar | editar código-fonte]Troca de um fonema surdo por um sonoro (geralmente no mesmo ponto de articulação do aparelho fonador): p / b (labiais surda/sonora) = lupu > lobo t / d (labio dentais surda/sonora) = cito > cedo c / g (gutural surda/sonora) = acutu > agudo f / v (fricativas surda/sonora) = profectu > proveito Vocalização[editar | editar código-fonte]Transforma um fonema consonantal em fonema vocálico. Os grupos em latim bs, ct, lc, lp, lt, gn, pt, transformaram-se em /i/ ou /u/: octo > oito multu > muito falce > fouce > foice palpare > poupar conceptu > conceito absentia > ausência regno > reino captale > caudal Consonantização[editar | editar código-fonte]Converte fonema vocálico em consoante: /i/ > /j/; /u/ > /v/: uagare > vagar ieiunu > jejum Assimilação[editar | editar código-fonte]Mudança para um fonema muito próximo (vogal ou consoante): palumba >paomba>pomba calente>caente>queente>quente (regressiva - vocálica) persona>pessõa>pessoa (regressiva - consonantal) amaramlo > amaram-no (progressiva - assimila com o posterior) persicu > pêssego (regressiva) nostru > nosto > nosso (progressiva) tauru > touro (parcial) Dissimilação[editar | editar código-fonte]Desaparecimento de um fonema quando já existe outro no vocábulo. (consoante ou vogal): temoroso > temeroso (regressiva) memorare > memrare > nembrar > lembrar (progressiva) callamellu > caramelo (transformação) cribru > crivo (queda) Nasalização[editar | editar código-fonte]Fonema oral passa para nasal: mihi > mi > mim macula > macla > mancha Desnasalização[editar | editar código-fonte]Fonema nasal passa para oral: luna > lua persona > pessõa > pessoa bona > bõa > boa Apofonia ou Deflexão Vocábulo junta-se a um prefixo - vogal da sílaba inicial modificada: in+barba > imberbe per+facto > perfectu > perfeito in+amigo > inimigo Metafonia Modifica timbre de uma vogal por influência de outra (assimilatório também): novum > novo novos > novos focum > fogo focos > fogos decima > dízima debita > dívida Metaplasmos por aumento Quando ocorre o acréscimo de um fonema a uma palavra. Pode ocorrer: Prótese[editar | editar código-fonte]No início do vocábulo: stare > estar spiritu > espírito Epêntese No meio da palavra: masto > mastro stella > estrela Paragoge[editar | editar código-fonte]No fim da palavra: ante > antes Metaplasmos por subtração[editar | editar código-fonte]Quando ocorre perda de fonema em uma palavra. Pode ocorrer nas seguintes condições: Aférese[editar | editar código-fonte]Perda de fonema no início da palavra: acume > cume attonitu > tonto inamorare > namorare > namorar enojo> nojo Síncope[editar | editar código-fonte]Queda de fonema no interior da palavra: legale > leal malu > mau Senhor > Sô calente > caente ( > queente > quente*) Haplologia[editar | editar código-fonte]Desaparecimento de uma sílaba, quando existe outra igual na palavra: idololatra > idólatra semimínima > semínima bondadoso > bondoso Apócope[editar | editar código-fonte]Desaparecimento de um fonema em final de palavra: cinematógrafo > cinema > cine mala > maa > má mare > mar amat > ama male > mal muito > mui Crase[editar | editar código-fonte]Fusão de dois fonemas vocálicos iguais. Durante o processo histórico podem ocorrer mais do que um tipo de metaplasmo. Nos exemplos abaixo, em primeira instância ocorreu haplologia: videre > veer > ver dolore > door > dor legere > leer > ler pede > pee > pé queente > quente Sinalefa[editar | editar código-fonte]Desaparecimento de fonema vocálico no fim da palava, quando a próxima é iniciada por vogal. de+este > deste As palavras são formadas de unidades ou elementos mórficos (morfemas ou monemas). São eles:
Raiz[editar | editar código-fonte]Raiz ou radical primário é o elemento originário, onde concentra-se a significação da palavra. As raízes vêm de outras línguas (no português, geralmente do grego ou latim) e são, sobretudo, monossilábicas. Por exemplo, a raiz noc (vinda do latim = prejudicar) tem significação geral de gerar danos. Note aonde ela aparece:
Radical[editar | editar código-fonte]
O radical, semantema, lexema ou elemento de composição é o elemento básico das palavras. O radical é a parte invariável da palavra, presente em todas as palavras derivadas. Exemplo:
Vogal temática[editar | editar código-fonte]Vogais temáticas são vogais que são acrescentadas a fim de poder flexioná-las, quando flexionadas podem ser anuladas. As vogais temáticas podem ser:
Tema[editar | editar código-fonte]É formado pelo radical + vogal temática (ou seja, em nomes e verbos). A exceção é quando há um verbo terminado em or:
Desinência[editar | editar código-fonte]É a parte do verbo ou do nome flexionada, anterior a desinência há o radical (nos verbos irregulares o radical e/ou a desinência são alterados). As vogais temáticas, como você já sabe, podem ser anuladas:
Afixos[editar | editar código-fonte]
Letras de ligação[editar | editar código-fonte]Entre esses vários morfemas, podem existir letras para facilitar a pronúncia, ligando-os. São infixas. Essas letras são chamadas de termos eufônicos:
Afixos são conjuntos de letras que se juntam a palavras primitivas de modo a delas derivar novas palavras, participando dos processos de formação. Exemplo, a palavra afixos é formada por:
O afixo a dá ideia de oposição, ou seja, não fixo; logo, todo morfema denominado afixo, não é fixo - e pode ser colocado em várias palavras.
Posição[editar | editar código-fonte]Prefixos[editar | editar código-fonte]
Os prefixos são afixos que são adicionados no começo das palavras (à esquerda). São provenientes de palavras independentes do latim e do grego.
Prefixo derivacional
São os prefixos que participam em processos derivacionais de formação de palavras.
Prefixo modificador São os prefixos que formam palavras através de modificação morfológica. Estes prefixos apenas modificam a sua interpretação semântica, sem alterar nenhuma das propriedades gramaticais da forma de base (isto é, categoria sintática, gênero, etc).
Pseudoprefixo São prefixos que tornam uma palavra que é derivada em primitiva de outras palavras que se encontra o mesmo pseudoprefixo (ou seja, a palavra é primitiva de algumas por causa do pseudoprefixo e derivada de outras). O pseudoprefixo é formado pela redução da palavra, logo, ele perde seu sentido quando a nova palavra é formada.
Exemplo, o prefixo euro possui origem grega e também é utilizado na língua portuguesa (Europa, europeia, Európio, euro-asiático, etc) relativando palavras ao continente europeu. A palavra Europa foi reduzida e formou uma outra: a palavra euro (a moeda). A palavra euro possui derivadas assim como a palavra Europa (eurozona, eurolândia, etc), mas nestas o prefixo euro perdeu seu sentido original (relativa ao continente europeu) e adquiriu um novo (a moeda utilizada na União Européia), sendo assim, euro em eurozona e em eurolândia é um pseudoprefixo, diferente de em Europa, que é um simples prefixo. Sufixos[editar | editar código-fonte]
Os sufixos são afixos que são adicionados no fim das palavras (à direita).
Sufixo derivacional
São os sufixos que formam palavras derivadas. Estes sufixos determinam a categoria sintática da palavra em que ocorrem.
Exemplo, raiz doc:
Sufixo de flexão Sufixos de flexão não alteram o significado ou a classificação da palavra, mas altera bases morfológicas como gênero, pessoa, número e tempo. Junto a demais morfemas que compõe uma palavra, forma a desinência.
Circunfixos[editar | editar código-fonte]
Palavras com circunfixos são palavras que possuem prefixos e sufixos.
Ligação[editar | editar código-fonte]Interfixos[editar | editar código-fonte]Unem a raíz da palavra a um sufixo, servindo de termo eufônico (isto é, serve para facilitar a pronúncia). Pode também ligar dois radicais.
Infixos[editar | editar código-fonte]
INFIXO: quando o afixo é adicionado do meio da palavra, dividindo-a em duas partes. Pode ser uma consoante ou vogal de ligação entre duas raízes ou entre uma raíz e um outro afixo.
Exemplos: Gas ô metro Cafe z alCafe t eria.
Aqui temos uma lista de morfemas da língua portuguesa, entre elas, raizes, prefixos e sufixos. Legenda:
Formação das palavras[editar | editar código-fonte]Como qualquer idioma vivo e ativo a língua portuguesa sofre constante mudança e evolução, isso pode ser bom, ou não, pois nenhum idioma pode permanecer estático e sem mudanças. Muitas vezes essas mudanças podem ser boas e enriquecedoras mas em outros momentos podem gerar o empobrecimento do idioma, que é uma manifestação cultural de um povo ou nação. Um idioma pode se desenvolver e evoluir de muitas formas diferentes, seja pela auto-mudança ou através da interação com outras linguagens. É importante observar que essas mudanças que uma linguagem pode sofrer podem variar bastante. Depois de um certo tempo uma palavra que tinha um significado passa a ter outro. Há sempre o nascimento de gírias no modo informal da língua. Mas um dos pontos mais importantes é o nascimento de novas palavras e esse é ponto principal deste texto. As palavras podem nascer através de muitos meios:
Ver também[editar | editar código-fonte]
Palavras derivadas e primitivas[editar | editar código-fonte]As palavras podem ser classificadas de acordo com sua formação, em derivadas e primitivas. Chamam-se primitivas as palavras que possuem estrutura simples. As derivadas são as palavras que se formam a partir de uma palavra primitiva. A parte em comum entre estas palavras chama-se radical, que você viu no capítulo anterior. Derivação[editar | editar código-fonte]Quando se encontra um radical adicionado de desinências, vogais temáticas, e afixos, temos o exemplo de derivação, que se divide em Sufixal - Temos esse tipo quando são adicionados morfemas após o radical da palavra, veja:
Prefixal - Temos esse tipo quando são adicionados morfemas antes do radical da palavra, veja:
Parassintética - Temos esse tipo quando são adicionados morfemas tanto antes como após o radical da palavra, veja:
Imprópria - Temos esse tipo quando ocorre uma mudança gramatical nas palavras sem alteração da forma, veja:
Regressiva - Temos esse tipo quando o radical é reduzido para se formar uma nova palavra.
Por hibridismo - Temos esse tipo quando o radical é formado por palavras de vários idiomas.
Muitas palavras foram e serão formadas por composição, visto que, esse modo de originar novas palavras abre espaço para muitas possibilidades. Palavras formadas por composição originam-se pela união de duas ou mais palavras ou radicais, formando assim uma nova palavra composta, com novo significado. Dentro da formação por composição existem duas formas de unir palavras para gerar uma nova, estas são: Composição por justaposição[editar | editar código-fonte]Neste processo as palavras são formadas através da união de duas ou mais palavras e com essa união não há perda ou alteração gráfica ou fonética, ou seja, as palavras após se unirem não sofrem nenhum tipo de alteração na sua escrita ou pronúncia. É importante saber quando e como se usa o hífen, pois muitas palavras formadas por justaposição usam o hífen para ligar-se. Exemplo:
Composição por aglutinação[editar | editar código-fonte]É semelhante à composição por justaposição, porém, há alteração fonética. Exemplo:
No Português, temos dez classes de palavras. Segue-se uma breve descrição de cada uma delas. Siga os caminhos (links) para obter mais informações. As palavras podem ser, quanto às flexões:
Exercícios[editar | editar código-fonte]Agora usando o que você aprendeu, responda as seguintes questões de acordo com as orações:
No português, como em qualquer outro idioma, existem palavras para nomear um ser ou um objeto, uma ação e qualidade ou estado. As palavras que nomeiam seres ou objetos formam a maior classe morfológica da língua portuguesa, os substantivos (ex.: livro, gato, mesa, cama, Brasil, etc). Qualquer palavra pode ser substantivada, isto é, tornar-se substantivo, bastando precedê-la de um artigo (determinantes). Determinantes sempre precedem substantivos. Exemplo: "O não é uma palavra dura" (não é advérbio, mas por neste caso possuir função de sujeito torna-se substantivo). Quanto à morfologia[editar | editar código-fonte]Locução substantiva[editar | editar código-fonte]É uma locução substantiva qualquer conjunto de palavras que só possuam determinado significado, quando juntas:
Flexões[editar | editar código-fonte]
Classificação e formação[editar | editar código-fonte]
Quanto à sintaxe[editar | editar código-fonte]Núcleo[editar | editar código-fonte]O substantivo atua como núcleo do sujeito, do objeto direto, do objeto indireto, do agente da passiva, do aposto e do vocativo.
Qualquer outra palavra de diferente classe gramatical que desempenhe uma dessas funções na oração equivaler-se-á forçosamente a um substantivo, adquirindo uma função substantiva.[1] Oração subordinada[editar | editar código-fonte]Qualquer termo que o substantivo seja núcleo pode se apresentar na forma de uma oração subordinada (oração subordinada substantiva). Referências[editar | editar código-fonte]
Os substantivos são classificados quanto às suas flexões e quanto aos seus radicais. No caso do português, o substantivo pode variar em gênero, número e grau. Em outros idiomas (como o latim, o grego e o romeno) os substantivos declinam-se em casos gramaticais. Número[editar | editar código-fonte]
A mais simples forma de flexão é quanto à desinência de número. Um determinado substantivo se flexiona em número de acordo com o número de seres ou coisas de mesma espécie ao qual se refere. Quando se refere a um único ser ou coisa, está no singular. Quando se refere a mais de um ser ou coisa, está no plural. A flexão de número segue as regras da concordância nominal. Gênero[editar | editar código-fonte]Além da flexão de número, um substantivo pode ser flexionado quanto ao gênero, em feminino e masculino. A flexão de gênero segue as regras da concordância nominal.Exemplo: garota/garoto; diretor/diretora.
São os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com apenas um radical. Exemplo: aluno e aluna; traidor e traidora.
São os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com dois radicais diferentes. Exemplo: bode e cabra; homem e mulher; vaca e boi;
São os que apresentam apenas um forma, para ambos os gêneros. Os substantivos uniformes recebem nomes especiais, são eles:
Grau[editar | editar código-fonte]O grau dos substantivos é, de uma forma genérica, representado pelos sufixos:
Existem algumas exceções, por exemplo, copo → copinho → copázio. Aqui temos as formas de classificação dos substantivos existentes na língua portuguesa. Quanto ao tipo[editar | editar código-fonte]Comum ou Próprio[editar | editar código-fonte]Os substantivos podem ser classificados quanto à importância, individualização, especificação do que nomeiam. Assim, são classificados em "comuns" ou "próprios". Um substantivo que se refira a um ser específico, com nome próprio, de determinada espécie, é um substantivo próprio, condição mostrada pela letra maiúscula. Substantivos que não sejam próprios são classificados como comuns.
Comum[editar | editar código-fonte]Designa um grupo geral de coisas com as mesmas características, geralmente um objeto ou um lugar qualquer sem seus elementos especificados.[1] São grafados em geral com letra minúscula. Exemplo: mulher, cachorro, cidade, loja, livro. Note que não é qualquer coisa que pode receber o nome de cidade, cachorro, mulher, loja, livro. Para ambos é necessário haver certas características para assim serem chamados. Próprio[editar | editar código-fonte]Designa algo específico dentro de um grupo, sendo grafados sempre com letra maiúscula. Indicam um nome, seja ele de um lugar, ser vivo ou obra. O estudo destes é chamado de Onomástica. Exemplo: Ana, Rex, Lisboa, São Paulo, Salvador, Mateus, Luis, Talita, Natanael. Concreto ou Abstrato[editar | editar código-fonte]Os substantivos podem ser classificados quanto à possibilidade de formação de uma imagem. Assim, são classificados em concretos ou abstratos. Ao contrário do senso comum, substantivos concretos não são somente aqueles que podemos ter um contato, ou que podemos pegar com as mãos. Essa definição falha, por exemplo, em substantivos como fogo. Trata-se, realmente, de palavras que designam coisas reais ou fictícias. Quando o substantivo se refere a algo imaginário, sentimental ou sem existência física, é classificado como abstrato. Substantivos abstratos são quase sempre substantivos derivados de verbos ou adjetivos. Por exemplo, o substantivo abstrato soma deriva do verbo somar, o substantivo abstrato atenção deriva do adjetivo atento. Vale lembrar que muitos substantivos abstratos são facilmente identificáveis pelo seu sufixo e também pela estrutura de formação verbal, nesse último caso, um bom exemplo é a palavra soma que é formada verbalmente da palavra somar excluindo-se o r.
Concreto[editar | editar código-fonte]Designa seres e objetos, que existem fisicamente, na imaginação ou na teoria. Exemplo: casa, cadeira, Deus, carro, elevador, saci, bóson, fada, bola, etc; Abstrato[editar | editar código-fonte]Designa ideias, conceitos, sensações, estados e qualidades, que em geral não têm uma imagem concebida (em geral, sem existência física). Exemplo: teoria, desejo, justiça, altura, trabalho, saudade, amor, calor, etc. Coletivo[editar | editar código-fonte]
Lista de exemplos de coletivos[editar | editar código-fonte]
Quanto à formação[editar | editar código-fonte]Simples ou Composto[editar | editar código-fonte]Os substantivos podem ser classificados quanto à quantidade de radicais. Assim, são classificados em "simples" ou "compostos". Simples[editar | editar código-fonte]Designa substantivos formados por apenas um radical. Exemplo: pente, América, abelha, senzala, país, canção. Composto[editar | editar código-fonte]Designa substantivos formados por mais de um radical. Exemplo: pau-brasil, abelha-rainha, girassol, país-membro, afro-americano, samba-canção, pé-de-moleque, aeronaves. Primitivo ou Derivado[editar | editar código-fonte]Os substantivos podem ser classificados quanto à origem. Assim, são classificados em "primitivos" ou "derivados". Primitivo[editar | editar código-fonte]Designa substantivos não derivados de outros, aqueles que não vêm de outra palavra da língua. Exemplo: terra, fogo, luz, avião, feudo. Derivado[editar | editar código-fonte]Designa substantivos formados a partir de um substantivo primitivo existente no idioma. Exemplo:
Observações: Um substantivo pode ser, ao mesmo tempo, derivado de um e primitivo de outro. Exemplo:
Conclusão[editar | editar código-fonte]Dessa forma, podem-se classificar todos os substantivos. Seguem alguns exemplos:
Referência[editar | editar código-fonte]
A onomástica (ou onomatologia) é o estudo de substantivos próprios, que são os substantivos que individualizam seres e lugares. A onomástica é dividida em dois casos: a antroponímia e a toponímia. Antroponímia[editar | editar código-fonte]É a parte da onomástica que estuda os nomes de seres fictícios ou não. Os substantivos são classificados em:
Toponímia[editar | editar código-fonte]É a parte da onomástica que estuda os nomes de lugares e obras. Os substantivos são classificados em:
Alteração linguística[editar | editar código-fonte]Diferentemente da transformação de substantivos comuns e antropônimos, os toponímicos sempre são originados da língua da região em que se localiza determinado lugar, povo, ou idioma, e não são originados do latim ou grego, como de costume às demais palavras. Muitos substantivos próprios sofrem adaptações da língua natural ao português, principalmente para facilitar a pronúncia e a escrita. Esses substantivos são classificados como exônimos. Ao mesmo tempo, há substantivos em que não é necessário qualquer transformação, os endônimos. Exemplo:
Outros casos[editar | editar código-fonte]
O artigo é uma classe de palavras que pode ter função em alguns casos muito importante na frase, outras vezes nem tanto (já que é um adjunto adnominal - um termo acessório à oração). O artigo, em morfologia, é um determinante (acompanha substantivos). Dão algumas informações ao substantivo, tais como o gênero, o número e a importância. Por modificarem um substantivo, possuem função adjetiva. Classificação[editar | editar código-fonte]Na língua portuguesa, existem ao total, oito artigos. São eles:
Exemplos:
Funções[editar | editar código-fonte]
Adjetivos atuam basicamente como modificadores dos substantivos e dos pronomes, flexionando-se em gênero, número e grau, ocorrendo a concordância nominal. Os advérbios podem maximizar, negar, modificar o sentido dos adjetivos. Sua função gramatical pode ser comparada com a que o advérbio tem em relação aos verbos, adjetivos e outros advérbios. Exemplo:
Quanto à morfologia[editar | editar código-fonte]Tipos de adjetivos[editar | editar código-fonte]Os adjetivos podem ser:
Locução adjetiva[editar | editar código-fonte]A locução adjetiva pode ser apresentada pelas seguintes formas:
Flexão[editar | editar código-fonte]
Classificação[editar | editar código-fonte]
Quanto à sintaxe[editar | editar código-fonte]O adjetivo pode aparecer de duas formas:
Oração subordinada[editar | editar código-fonte]O adjetivo pode estar na forma de uma oração subordinada (oração subordinada adjetiva):
Função[editar | editar código-fonte]Qualquer palavra de diferente classe gramatical que modifique um substantivo equivaler-se-á forçosamente a um adjetivo, adquirindo uma função adjetiva. Como o adjetivo concorda sempre com o substantivo, sofrerá as mesmas flexões que ele:
Flexão[editar | editar código-fonte]Gênero[editar | editar código-fonte]
Observações: Nos adjetivos compostos, somente o gênero do último elemento varia. Número[editar | editar código-fonte]
Grau[editar | editar código-fonte]A flexão de grau corresponde à variação em intensidade da qualidade expressa pelo adjetivo (veja mais em advérbios). Grau comparativo
Grau superlativo
A classificação dos Adjetivos possui algumas semelhanças com a classificação dos substantivos. Os adjetivos podem ser:
Primitivo ou Derivado[editar | editar código-fonte]Os adjetivos podem ser classificados quanto a origem:
São as palavras que vem primeiramente na cadeia de origens, as outras palavras derivam-se destas. Exemplo:
São os adjetivos que derivam de outras palavras, geralmente de verbos. Exemplo:
Simples ou Composto[editar | editar código-fonte]
São os mais comuns de encontrar. São formados por uma palavra. Exemplo: Rico, Triste, Alto.
São os adjetivos formados por mais de uma palavra. Exemplo: Amarelo-claro, Professor universitário.
Numeral é a palavra que qualifica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência. Observações: Não confundir numeral com plural e com o artigo indefinido Tipos[editar | editar código-fonte]Cardinais - Expressam a quantidade exata de seres:
Ordinais - Expressam ideia de ordem, de posição em uma determinada série:
Multiplicativos - Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: São muito usados no âmbito matemático. Apenas duplo, dobro e triplo são de uso corrente, os demais pertencem à linguagem erudita. Em seu lugar, usa-se o cardinal seguido da palavra vezes: cinco vezes, sete vezes, treze vezes.
Fracionários - Expressam ideia de divisão, de fração, indicando em quantas vezes a quantidade foi dividida: Embora sejam muito usados na matemática, também se verifica seu uso em linguagem do dia a dia e na área administrativa e financeira. Apresentam as formas próprias meio, metade e terço. Os demais são expressos pelo numeral ordinal correspondente, quando se trata de um só radical (quarto, sexto, oitavo, nono), pelo cardinal correspondente seguido da palavra avos, quando se trata de forma composta (quinze avos, dezesseis avos, vinte e quatro avos, cento e treze avos). Com exceção de meio, os numerais fracionários vêm antecedidos de um cardinal, que designa o número de partes da unidade: dois terços, três quaertos, cinco sextos, sete oitavos, oito nonos, nove décimos.
Observações:
Escalas de numeração[editar | editar código-fonte]Existem dois sistemas de numeração, o curto e o longo. Na língua portuguesa, podemos encontrar os dois tipos, o sistemas de numeração longa em Portugal e de numeração curta no Brasil. A diferença é que no sistema de numeração curto há três classes por ordem, e no longo há quatro classes por ordem (exceto na simples e nas dos milhares). Veja:
É importante notar que na escrita das nomenclaturas das ordens, a partir da terceira, no português do Brasil escreve-se com h, e no português europeu com i (bilhões ≠ biliões). Nomenclatura dos cardinais[editar | editar código-fonte]Cada algarismo representa uma classe (unidade da ordem, dezena da ordem ou centena da ordem). Ordem é cada parte do número que possui nomenclatura especial: simples (sem nomenclatura), milhares, milhões, bilhões, trilhões, quatrilhões, pentilhões, etc
Os numerais cardinais possuem uma forma de escrita, que pode variar em algumas regiões:
Quadro de numerais[editar | editar código-fonte]
Semântica[editar | editar código-fonte]Os numerais possuem duas funções:
Flexão do numeral[editar | editar código-fonte]Cardinais - Variam em gênero os cardinais um, dois e centenas de duzentos em diante: um / uma, dois / duas, trezentos / trezentas. Milhão, bilhão, trilhão etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões etc. Os demais são invariáveis Ordinais - Todos variam em gênero e número: terceiro / terceira / terceiros / terceiras, centésimo / centésima / centésimos / centésimas Multiplicativos - Invariáveis com função substantiva. Exemplo: Arrecadou-se o triplo dos impostos relativos ao do ano passado e liquidou-se o dobro da dívida do mês passado. Com função adjetiva, variam em gênero e número. Exemplo: Bebi dois copos triplos de suco e três copos duplos de leite. Fracionários - Variam em gênero e número: um terço / dois terços, uma terça parte / duas terças partes. Exemplo: Gastei dois terços do salário em remédios e tarefas diárias. Coletivos - Variam em número: duas dúzias / três dezenas / quatro centenas / cinco séculos / seis milênios / sete hectares / oito novenas / nove resmas / dez quarentenas / onze lustros / doze quinquênios. Emprego dos numerais[editar | editar código-fonte]Na indicação de papas, reis, imperadores, séculos, capítulos e partes de uma obra, quando se usam algarismos romanos depois do substantivo, usa-se o ordinal até dez e o cardinal de onze em diante. Exemplos: Dom Pedro I (primeiro) / Dom João VI (sexto) / Felipe II (segundo) / João Paulo II (segundo) / Henrique VIII (oitavo) / Pio X (décimo) João XXIII (vinte e três) / Bento XVI (dezesseis) / Luís XV (quinze) / Capítulo XIX (dezenove) / Século XXI (vinte e um) Quando o algarismo romano vem antes do substantivo, a leitura será sempre como ordinal. Exemplo: III Salão do Automóvel (terceiro) / IV Feira Literária (quarta) / VII Feirão da Casa Própria Caixa (sétimo) / V Encontro de Casais com Cristo (quinto) Na indicação de artigos, incisos, parágrafos, circulares, avisos, leis, decretos e portarias, ou seja, em linguagem jurídica, usa-se o ordinal até nove e o cardinal de dez em diante, em síntese, textos e documentos oficiais. Exemplos: Artigo 2 (segundo) / Inciso 8 (oitavo) / Parágrafo 6 (sexto) / Artigo 10 (dez) / Inciso 18 (dezoito) / Parágrafo 34 (trinta e quatro) Na indicação de páginas, folhas, casas, apartamentos, cabines de navio, poltronas de cinema etc., usam-se os cardinais nas indicações comuns. Exemplos: Apartamento 301 (trezentos e um), Casa 420 (quatrocentos e vinte), Página 250 (duzentos e cinquenta), Folha 170 (cento e setenta) Os termos anterior, posterior, derradeiro, extremo, final, último, penúltimo, antepenúltimo, anteroposterior e outros semelhantes não se classificam como numerais, apesar de indicarem posição dos seres: são adjetivos. Os cardinais catorze, dezesseis, dezessete, dezenove, bilhão e trilhão admitem as formas quatorze, dezasseis, dezassete, dezanove, bilião e trilião. Os ordinais septuagésimo, trecentésimo, seiscentésimo, septingentésimo e nongentésimo admitem as formas setuagésimo, tricentésimo, sexcentésimo, setingentésimo e noningentésimo. Porém, não existem as formas octagésimo e cincoenta. O uso de 'hum mil' em preenchimento de cheques é exclusivo para sistema financeiro e prática bancária, apesar de 'hum' ser uma interjeição, o uso de 'hum' evita a transformação do um na palavra cem. Na linguagem jurídica, o numeral aparece flexionado: a folha trinta e uma, a folha vinte e duas. Não devemos abusar do emprego dos algarismos romanos. Nomes de logradouros públicos devem trazer algarismos arábicos. Ex.: Rua 15 de Novembro (e não Rua XV de Novembro), Avenida 11 de Agosto (e não Rua XI de Agosto). Observe que ninguém usa: Rua I de Maio, Avenida VII de Setembro, Largo II de Julho, Praça XXXI de Março. A expressão meia dúzia (também reduzida a meia) substitui o cardinal seis, principalmente em números de telefone. A forma fracionária duodécimo é de uso normal, na linguagem administrativa, nas áreas em que a distribuição orçamentária se processa por parcelas mensais. Como em certos jogos, as cartas, pontos ou pedras são designados pelas palavras ás, duque, quadra, quina e terno, a forma ás, equivalente a primeiro, passou a designar os campeões, especialmente dos esportes. Certos ordinais, frequentemente usados para expressar qualidades, tornaram-se verdadeiros adjetivos: de primeira categoria, de segunda qualidade. A forma reduzida primo, de primeiro, é usada no substantivo composto obra-prima, para indicar graus de parentesco (primos) e na matemática (números primos). Usa-se cento na designação dos números entre cem e duzentos, precedido de artigo, com valor de substantivo e na expressão cem por cento. Os numerais em português/ classificação palavras[editar | editar código-fonte]
Observações: Não confundir a expressão "bilhão" que é usada no Brasil para expressar o número 1 000 000 000, com o termo "bilião", usado em Portugal para significar 1 000 000 000 000. Os termos entre parêntes referem-se à escrita dos números em Portugal. Pronomes são palavras que exercem função nominal, seja para substituir um substantivo, seja para acompanhá-lo (determinando o seu significado). Quando ocupa o espaço normalmente destinado para substantivos (substituindo-o), o faz indicando a pessoa (se é 1º, 2º ou 3º pessoa), o número (se é singular ou plural) e o gênero (masculino ou feminino) da pessoa do discurso. Quando apenas acompanha o substantivo, o pronome modifica, de alguma forma, a relação da pessoa do discurso com o substantivo que acompanha. Também pode ser usado nos diálogos entre narrador e interlocutor. Função[editar | editar código-fonte]A função do pronome pode ser de substantivo ou adjetivo. Quando o pronome substitui um substantivo na frase, denomina-o de pronome substantivo. Quando o pronome acompanha um substantivo, determinando o seu significado, denomina-o de pronome adjetivo.
Classificação dos pronomes[editar | editar código-fonte]Os pronomes podem ser classificados em seis tipos, conforme a seguir (clique nos links para obter mais informações sobre aquele tipo de pronome):
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