Budismo/Imprimir
O budismo é um conjunto de escolas e ensinos que se focam na figura de Buda. Buda (sânscrito-devanagari: बुद्ध, transliterado Buddha, que significa "Desperto"[1], do radical Budh-, "despertar") é um título dado na filosofia budista àquele que despertou plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos, reconhecendo a origem do sofrimento e como superá-lo atingindo o nirvana. Geralmente, este título é relacionado à Siddhartha Gautama, o fundador do budismo, mas diversas escolas do budismo reconhecem outros budas em diversas eras. Apesar da veneração prestada por algumas escolas budistas, um buda não é considerado como uma divindade, sendo que a condição de buda pode ser atingida por qualquer ser humano que se proponha a isto (a forma de se obter este estado é que varia de escola para escola).
Referências
[editar | editar código-fonte]A base do ensino de Siddharta Gautama são as Quatro Verdades Nobres e o Nobre Caminho Óctuplo. As Quatro Verdades Nobres são quatro afirmações que descrevem a natureza do sofrimento dos seres no universo:
- A Natureza do Sofrimento (Dukkha)
"(..) esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimentos; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que queremos é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento.(..)"
- A Origem do Sofrimento (Samudaya)
"(..) esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: é este desejo que conduz a uma renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir, o desejo por não ser/existir.(...)"
- A Cessação do Sofrimento (Nirodha)
"(..) esta é a nobre verdade da cessação do sofrimento: é o desaparecimento e cessação sem deixar vestígios daquele mesmo desejo, o abandono e renúncia a ele, a libertação dele, a independência dele.(...)"
- O Caminho (Mārga) para a Cessação do Sofrimento
"(..) esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.(...)"
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ http://letras.terra.com.br/the-rolling-stones/33926/traducao.html
- ↑ http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/machado-assis-genio-amargo-434408.shtml
É o método em oito etapas criado por Buda para conduzir o praticante até a sua iluminação espiritual. É simbolizado pela roda de oito raios, o dharmachakra.
- Primeiro passo: a perfeita compreensão. Consiste no estudo da doutrina budista.
- Segundo passo: a perfeita aspiração. O praticante deve adquirir a firme intenção de perseverar no caminho budista até alcançar a iluminação espiritual.
- Terceiro passo: a perfeita fala. O praticante deve falar de um modo agradável, verdadeiro, cortês e tranquilo.
- Quarto passo: a perfeita conduta. Implica seguir os cinco mandamentos budistas: não ser agressivo, não roubar, não ser sensualmente impuro, não mentir e não consumir substâncias intoxicantes[1].
- Quinto passo: o perfeito meio de subsistência. O praticante deve possuir um meio de subsistência que não seja contra a doutrina budista. Por exemplo: ser assaltante contraria o segundo mandamento budista, logo não é um meio de subsistência compatível com a doutrina budista.Explicação:sempre viver nas normas do dos oitos caminhos
- Sexto passo: o perfeito esforço. O praticante deve se esforçar para melhorar sua conduta e sua personalidade segundo os ideais budistas.Explicação:tem que se esforçar para melhorar conduta e personalidade segundo os ideais budista
- Sétimo passo: a perfeita atenção. O praticante deve examinar sua conduta e seus pensamentos constantemente, procurando verificar eventuais erros que esteja cometendo.
- Oitavo passo: a perfeita contemplação. O praticante deve meditar frequentemente sobre os ensinamentos de Buda[2].
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ GAARDER, J., HELLERN, V. e NOTAKER, H. O livro das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 62
- ↑ SCHULBERG, L. Índia histórica. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1979. p. 59
1) Não cometer violências contra qualquer ser vivo. Alguns budistas interpretam este preceito como uma condenação ao consumo de carne[3].
2) Não roubar.
3) Não ser sensualmente impuro. Neste preceito, Buda é vago, pois a definição do que é "sensualmente impuro" pode variar de acordo com o contexto cultural do praticante. Por exemplo, existem países nos quais a poligamia é uma prática habitual e legalizada, enquanto que em outros países a bigamia é crime. Alguns budistas interpretam este preceito de modo estrito, condenando coisas como o estupro, o incesto e o adultério.
4) Não mentir.
5) Não ingerir substâncias intoxicantes. De novo, a definição do que seja "substância intoxicante" varia de acordo com a sociedade em questão. Geralmente, as seitas budistas interpretam este preceito como uma condenação ao álcool e a drogas como a maconha, a cocaína, o crack etc.[4]. Embora a definição do que seja "droga" possa variar ao longo do tempo e de acordo com cada sociedade.
Referências
- ↑ http://www.vegetarianismo.com.br/sitio/index.php?option=com_content&task=view&id=2077&Itemid=112
- ↑ Japão. São Paulo: Publifolha, 2000. p. 322
- ↑ GAARDER, J., HELLERN, V., NOTAKER, H. Tradução de Isa Maria Lando. Revisão técnica e apêndice de Flávio Pierucci. São Paulo. Companhia das Letras. 2000. p. 61
- ↑ GAARDER, J., HELLERN, V. e NOTAKER, H. O Livro das Religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 62
- O primeiro sinal: Sidarta viu um velho e perguntou ao cocheiro quem era ele. O cocheiro respondeu que era um velho e que era destino de todos os homens envelhecer.
- O segundo sinal: Sidarta viu um homem doente, com úlceras e malária. Então Sidarta soube que os homens sofrem doenças.
- O terceiro sinal: Sidarta viu um homem morto. Descobriu então a certeza da morte.
- O quarto sinal: Sidarta viu um asceta que possuía apenas um pano amarelo como vestimenta e uma tigela para pedir comida. Apesar de sua miséria material, ele era um homem feliz. Então Sidarta concluiu que este era o caminho para superar a dor causada pela velhice, pela doença e pela morte: o desapego.
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Velho tadjique
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Criança com varíola
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Cemitério japonês
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Monge budista japonês
A meditação é crucial dentro do budismo. Mas o que é meditação? Meditar significa pensar. No contexto budista, significa refletir sobre a doutrina budista. Para facilitar esta atividade meditativa, foram desenvolvidas, ao longo da história, pelas diversas seitas budistas, várias técnicas. O budismo tibetano, por exemplo, se utiliza de mantras (sons místicos), iantras e mandalas (símbolos geométricos).
A escola japonesa do zen prefere se utilizar de enigmas de solução impossível (os coans) ou da prática do "vazio mental"[1]. Existem muitas posturas idealizadas especialmente para a meditação. A maioria das estátuas de Buda, por exemplo, são em postura de lótus.
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Mandala tibetana de metal
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Templo zen Eigen-ji, no Japão
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Iogui em padmasana, a postura de lótus
Referências
Sidarta Gáutama[1] nasceu em 563 a.C.[2], no Bosque de Lumpíni, no atual Nepal[3]. Era filho de um governante local, mais especificamente do rajá de Capilvasto, província pertencente ao reino de Côssala, território atualmente dividido entre Índia e Nepal[4]. Seus pais se chamavam Sudôdana e Maia[5] e, durante vinte anos, não tiveram filhos. Uma noite, porém, a rainha Maia sonhou que um elefante branco penetrara seu ventre através de sua axila direita. Em outra versão da lenda, o elefante a tocara no flanco esquerdo com um lótus branco que carregava na tromba. Neste instante, ocorrera a concepção de Sidarta. Ainda segundo a lenda, Sidarta nasceu num jardim, quando sua mãe estava em viagem até a casa do pai dela. Nesse instante, o menino deu sete passos na direção de cada um dos pontos cardeais, nascendo uma flor de lótus em cada uma de suas pegadas. Nesse instante, declarou que aquele era seu último nascimento. Algum tempo após o nascimento de Sidarta, a rainha Maia faleceu, fazendo com que Sidarta fosse criado pela irmã mais nova da rainha, Magnapajápate[6]. O bebê foi então visitado por um ermitão de nome Asita, que profetizou que o menino poderia ter dois destinos: ou seria um grande governante, ou seria um grande líder espiritual.
O pai de Sidarta, querendo que seu filho optasse pela primeira opção, procurou criar o menino afastado de toda a miséria do mundo, para que não brotassem nele questionamentos espirituais que poderiam conduzi-lo ao destino de líder espiritual. No entanto, tal cuidado foi em vão. Mesmo vivendo em meio ao luxo e conforto do palácio de seu pai, um dia Sidarta, ao passear fora do palácio, testemunhou os Quatro Sinais: um velho, um doente, um morto e um monge. Este contato de Sidarta com a realidade da vida chocou-o de tal forma que o levou a abandonar o palácio de seu pai, sua esposa (chamada Iassôdara) e seu filho (chamado Ráula, termo que, traduzido, significa "amarras"[7]) e a se lançar numa jornada de busca espiritual nas selvas indianas. Ele tinha 29 anos. Sua primeira tentativa foi tornar-se discípulo de um guru, um mestre espiritual indiano. Porém, este caminho não o satisfez e ele procurou o caminho do ascetismo, junto com outros cinco companheiros. Sidarta ultrapassava em rigor a disciplina de seus colegas e comia apenas um grão de feijão por dia. Tornou-se tão magro que dizia poder tocar a espinha quando colocava a mão sobre o estômago. Ao fim de seis anos desse regime, Sidarta, um dia, perdeu os sentidos e somente se recobrou quando uma moça que passava se compadeceu dele e lhe deu um pouco de mingau para comer. Raciocinando, Sidarta concluiu que o ascetismo não estava lhe trazendo o esclarecimento espiritual que buscava e procurou outro caminho, o da meditação solitária. Seus companheiros de ascetismo não concordaram com ele e o abandonaram.
Sidarta sentou-se debaixo de uma figueira-dos-pagodes (Ficus religiosa)[8][9] nos arredores da vila de Gaia perto da cidade indiana de Benares e iniciou uma meditação que durou 49 dias. Segundo outro mito, teriam sido sete dias e sete noites. Após ter resistido a demônios e tentações, teria alcançado a iluminação espiritual, tornando-se um buda, termo que pode ser traduzido como "desperto"[10]. Teria passado, então, mais 49 dias sob a árvore, meditando sobre a iluminação. Em seguida, teria procurado seus antigos cinco companheiros ascetas e proferido-lhes, em Saranate, perto da atual cidade de Varanássi (a antiga Benares), seu primeiro discurso, que ficaria conhecido na história do budismo como o "Discurso do Parque dos Cervos", ou "Iniciando o movimento da roda do darma"[11]. Nesse discurso, Buda teria enunciado as Quatro Nobres Verdades e o Caminho de Oito Passos. Durante os 45 anos seguintes, Buda teria percorrido a Índia pregando sua doutrina. Aos oitenta anos, em Cussínara[12], teria vindo a falecer, após comer uma comida estragada oferecida por um ferreiro de nome Txanda[13]. Antes de morrer, teria deixado uma recomendação a seus discípulos: "Talvez alguns de vós estejam pensando: 'As palavras do mestre pertencem ao passado, não temos mais mestre'. Mas não é assim que deveis ver as coisas. O darma ("lei") que vos dei deve ser o vosso mestre depois que eu partir". Após o falecimento de Buda, sua doutrina se firmou como mais uma dentre as inúmeras doutrinas religiosas no nordeste da Índia.
A comunidade monástica fundada por Sidarta continuou praticando seus ensinamentos por um século, até que uma cisão dividiu a comunidade em dois grupos: um deles quis preservar intocáveis os ensinamentos de Sidarta, formando a chamada Escola Teravada. Outro grupo quis introduzir modificações na doutrina visando a aperfeiçoá-la, dando origem à Escola Maaiana[14]. Sua grande expansão começou sob o impulso de Asoca, o famoso imperador indiano, que, no século III a.C., se tornou o primeiro governante a unificar a Índia. Cansado das atrocidades da guerra, Asoca se converteu ao ensinamento de não violência do budismo e o tornou a religião oficial do Império Mauria. Com isto, o budismo se propagou por grande parte da Ásia. Hoje, a bandeira da Índia apresenta o símbolo da Roda da Lei de Asoca em seu centro. E o brasão indiano é representado por um capitel de uma das inúmeras colunas com inscrições budistas que Asoca mandou construir em seu império. Com o fim do Império Mauria, outros reinos continuaram a apoiar o budismo, como por exemplo os reinos formados pelos descendentes dos conquistadores macedônios de Alexandre Magno na Ásia. Estes reinos passaram para a história com o nome de reinos grecobactrianos e reinos hindu-gregos. Famoso entre estes reinos foi o reino de Gandara, na fronteira dos atuais Paquistão e Afeganistão e que originou uma escola de arte com o mesmo nome, responsável provavelmente pela primeira representação humana de Buda.
Até então, não se considerava respeitoso representar Buda sob uma forma humana, mas a influência cultural grega de Gandara legou à criação de imagens de Buda com roupas e feições gregas. Tais imagens foram as precursoras de todas as imagens posteriores de Buda. Estes reinos de origem grega foram eventualmente destruídos por invasores turcos, os cuxanas, que, por sua vez, continuaram a apoiar o budismo. Um de seus soberanos, chamado Canixca, passou inclusive para a história budista como o realizador do quarto concílio budista, em Puruxapura (atual Peshawar, no Paquistão) ou em Srinagar, na Caxemira, por volta do ano 100, e que traduziu o Tipitaca do prácrito para o sânscrito. Por esta realização, Canixca é conhecido como "o segundo Asoca". Embora escolas rivais tenham realizado um quarto concílio budista próprio, no Sri Lanca, em 29 a.C., sob o patrocínio do rei Vatagamani e que resultou no primeiro registro escrito da doutrina budista: o Cânone Páli, a versão em páli do Tipitaca, que até então se conservava exclusivamente por via oral.[15]
Da Índia, o budismo atingiu Bangladexe, Miamar, Sri Lanca, Paquistão, Afeganistão e oeste da China. Do oeste da China, se expandiu para o leste da China, a Coreia e o Japão. No ocidente, o budismo teve escassa penetração nessa época. Constitui um exemplo célebre a visível influência budista na lenda cristã de Josafá e Barlaão, do século VI, que relata a descoberta por parte de um príncipe indiano (Josafá) da amarga realidade da vida e sua posterior conversão ao cristianismo por Barlaão[16]. O budismo ainda penetrou na Indochina e na Indonésia, onde fez surgir o templo hindu-budista de Borobodur, por volta do século IX. Porém, esta expansão do budismo sofreu um revés a partir do século VII, com a expansão do islamismo. Os muçulmanos somente toleraram cristãos e judeus, que seguiam a Bíblia, mas não budistas, por considerarem que o budismo não se baseava na Bíblia. Com isto, em sua expansão, os muçulmanos destruíram importantes centros budistas, como Nalanda, na Índia. Somado ao ressurgimento do hinduísmo na Índia, isto ocasionou a virtual extinção do budismo na Índia, em Bangladexe, na Indonésia, no Paquistão, no Afeganistão e no oeste da China. Nos países em que o budismo sobreviveu, ele sofreu influências das religiões nativas. Por exemplo, no Tibete, ele se fundiu à religião bon nativa, originando a versão tibetana do budismo, também chamada lamaísmo.
Na China, o budismo foi influenciado pelo culto taoista da natureza, originando a seita Chan, que recebeu, na Coreia, o nome Sun e, no Japão, o nome Zen. Esta escola budista originou importantes elementos da tradicional cultura oriental, como o iquebana, o bonsai, a pintura sumi-e e artes marciais como o kung-fu, o caratê, o judô, o quendô, o iaido, o aiquidô e o tae kwon do, assim como a figura dos samurais. O budismo somente conseguiu penetrar no ocidente por volta do século XIX, através do interesse de intelectuais europeus, particularmente do filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860), pela cultura oriental. Das vertentes do budismo, foi o zen que penetrou primeiro, através de escritores japoneses como Daisetzu Teitaro Suzuki e Taisen Deshimaru. A partir do final do século XX, com a ascensão da figura do dalai lama Tenzin Gyatso ao posto de celebridade mundial, o budismo tibetano passou a ocupar a liderança entre as seitas budistas em termos de projeção e expansão mundial. Em março de 2001, o movimento fundamentalista islâmico afegão Talibã, que detinha o poder no Afeganistão, destruiu um importante monumento histórico budista no Afeganistão, os chamados Budas de Bamiyan, que eram duas gigantescas estátuas de Buda esculpidas na rocha. A alegação do Talibã era a de que o islamismo proibia o culto a imagens. Tais estátuas testemunhavam o importante passado budista na região, hoje majoritariamente muçulmana. Logo em seguida aos ataques terroristas aos Estados Unidos em 11 de setembro do mesmo ano, ocorreu a invasão do Afeganistão por tropas internacionais lideradas pelos Estados Unidos, derrubando o regime do Talibã. Existem planos, atualmente, de restaurar as duas estátuas destruídas.
Referências
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 16.
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 16.
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 16.
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 16.
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 16.
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 16.
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 16.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.776
- ↑ http://books.google.com.br/books?id=KizUvneBVMoC&pg=PA114&lpg=PA114&dq=%C3%A1rvore+ficus+religiosa+buda&source=bl&ots=Jn6oHssGM8&sig=whSl3gAOyc7eD4kDKKrQT1wOFto&hl=pt-BR&sa=X&ei=zHwYT4K7FYTo2gXWxp2qBA&sqi=2&ved=0CGEQ6AEwCA#v=onepage&q=%C3%A1rvore%20ficus%20religiosa%20buda&f=false
- ↑ http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=998
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 17.
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 17.
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 17.
- ↑ Revista Terra. O avanço do budismo. Agosto de 2003. nº136. São Paulo: Peixes, 2003. p.52
- ↑ http://www.berzinarchives.com/web/pt/archives/study/history_buddhism/buddhism_india/history_buddhism_india_before.html
- ↑ http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com/2008/10/novelstica-religiosa.html
Buda transmitiu seus ensinamentos unicamente por via oral: não existe menção histórica a nenhum texto didático ou filosófico que Buda tenha escrito de próprio punho. Após a morte de Buda, esses ensinamentos se perpetuaram igualmente de forma exclusivamente oral ao longo de cinco séculos. Foi somente pouco antes do advento da Era Cristã que surgiu o primeiro registro escrito da doutrina budista: o Tipitaca (termo que, traduzido do páli, significa "Três Cestos", numa alusão às três partes em que se divide a obra)[1]. À medida que foram surgindo as diversas escolas budistas, foram sendo escritos textos que procuravam condensar e registrar os ensinamentos da tradição oral do budismo, acrescidos de novos desenvolvimentos filosóficos.
Diferentemente de religiões como o cristianismo, o judaísmo, o islamismo, o hinduísmo e o zoroastrismo, o budismo não possui textos que sejam adotados universalmente entre os adeptos da religião[2]. Ou seja, cada seita budista possui seus próprios textos sagrados. As seitas ligadas à tradição Teravada, por exemplo, seguem o Tipitaca, que contém a conhecida coleção de aforismas conhecida como Darmapada (em páli, Dhammapada; em sânscrito, Dharmapada)[3], nome que pode ser traduzido como "versículos do darma"[4]; as seitas ligadas à escola Maaiana seguem sutras como o do Lótus, o do Diamante e o do Coração[5]; os budistas tibetanos seguem, entre outros livros, o Livro Tibetano dos Mortos, que contém ritos fúnebres[6].
Existem ainda os Contos Jatacas, que são relatos de como teriam sido as encarnações de Buda antes de sua última encarnação, como Sidarta Gautama. Muitos desses contos são baseados no folclore tradicional dos países que adotaram o budismo, adaptados à moral budista[7].
Referências
- ↑ WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. p.58
- ↑ MATTAR, J. Introdução à Filosofia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. p.276
- ↑ WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. p.58
- ↑ A doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 35.
- ↑ WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. p.59
- ↑ WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. p.65
- ↑ WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. p.57
Na sua difusão pelo continente asiático, a doutrina de Buda foi sendo adaptada às diferentes culturas locais. Neste processo, surgiram diferentes escolas ou seitas, como:
- o Zen
Chamado de chan na China e son na Coreia. Deriva do termo indiano dhyana, que significa a concentração mental necessária à meditação. Foi trazido da Índia para a China em 520 pelo patriarca budista Bodidarma. De lá, difundiu-se para a Coreia e o Japão. Baseia-se na meditação (em japonês, zazen) e no estudo de enigmas conhecidos como "coans". Ambos têm, por finalidade, interromper o pensamento e alcançar a pureza mental. Era a escola budista preferida dos guerreiros samurais japoneses. Pertence ao Mahayana ("Grande Veículo", em sânscrito), o grupo de seitas budistas que se propõe a levar o maior número possível de fiéis para a iluminação, nem que para isso seja necessário efetuar adaptações na mensagem original de Buda.
- O Xingon
Seita japonesa de forte influência indiana. Fundada no século IX pelo monge japonês Cucai. Baseia-se em elementos indianos como mandalas (figuras geométricas utilizadas na meditação), mudras (posições especiais de mãos que auxiliam a meditação), mantras (sons místicos úteis à meditação) e divindades de muitos braços. A sede da seita fica no Monte Coia, no Japão. Também relacionada à seita é a peregrinação aos 88 templos da ilha japonesa de Xicocu[1]. Pertence também ao maaiana.
- O Tendai
Trazida da China, onde era chamada de tiantai, para o Japão no século IX por Saixo. Baseia-se na devoção a Buda e no estudo do sutra do Lótus. Sua sede fica no Monte Hiei, no Japão. Dentro da seita, existem várias subseitas, como o Jodo (também chamado Terra Pura), o Jodo Xin e o Nixirem[2]. Pertence ao maaiana.
- O Budismo Tibetano
Trazido da Índia para o Tibete e o Butão no século VIII por Padmasambava, também conhecido como guru Rinpoche (que, traduzido do tibetano, significa "Mestre Precioso"). Baseia-se na fusão do budismo indiano com tradições tibetanas como danças, roupas típicas e incorporação de deuses através de médiuns. Subdivide-se em várias escolas, como a nyingma, a kagyu, a gelug e a sakya. Atualmente, é a escola budista de maior projeção mundial devido à diáspora de monges tibetanos ocasionada pela invasão chinesa ao Tibete na década de 1950. O atual dalai lama (líder religioso da escola gelug) Tenzin Gyatso ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1989.
Alguns autores classificam o Budismo tibetano como fazendo parte do Mahayana; outros o consideram um ramo próprio dentro do budismo chamado Vajrayana ("Veículo do Diamante" em sânscrito).
- O Teravada
Em páli, significa "Doutrina dos Anciões"[3]. É a mais antiga das atuais escolas do budismo. Faz parte, tradicionalmente, do Hinayana, que significa "Pequeno Veículo", em sânscrito e que se propõe a permanecer o mais possível fiel à doutrina original de Buda, mesmo que isso signifique um número menor de fiéis devido ao rigor exigido dos mesmos. Baseia-se no Tipitaka (Tripitaka, em sânscrito), que significa "Três Cestos", em páli e que é o primeiro registro escrito da doutrina budista (foi escrito por volta de 25 a.C.[4]). É a escola tradicional do sul da Ásia, ou seja, de países como Sri Lanca, Miamar, Tailândia, Camboja, Laos e Vietnã.
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Lama Gonpo Tetsen Rinpoche
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Estante com a coleção completa do Tipitaka em tailandês
Referências
- ↑ Japão. São Paulo: Publifolha, 2000. p.269
- ↑ Japão. São Paulo: Publifolha, 2000. p.269
- ↑ http://www.acessoaoinsight.net/theravada.php
- ↑ WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. p.58
Buda foi o criador das ordens monásticas budistas[1]. As escolas budistas mais tradicionais, como as ligadas à tradição Teravada, defendem que o pleno despertar espiritual somente é possível aos monges, não sendo acessível, portanto, ao fiel budista leigo. As escolas ligadas à tradição Maaiana, no entanto, defendem que o despertar espiritual é possível a qualquer pessoa, independente de ela ser monge ou não[2].
Como nas demais religiões, o monasticismo budista pressupõe o celibato, o desapego aos bens materiais e a obediência aos superiores hierárquicos. Existem outras regras tradicionalmente adotadas pelos monges budistas (embora muitas delas tenham sido alteradas com o tempo), como: vestir-se apenas com trapos jogados fora por outras pessoas; alimentar-se apenas de comida ofertada por outras pessoas; não escolher a casa onde se pede comida etc.[3].
Em alguns países budistas, como a Tailândia, leigos podem passar temporadas relativamente longas em mosteiros, adotando temporariamente um estilo de vida monástico com a finalidade de evolução espiritual. Também são considerados meritórios do ponto de vista espiritual os donativos materiais para os mosteiros[4]. Segundo a crença popular, tais atos podem melhorar o carma dos praticantes, possibilitando uma futura encarnação mais favorável, talvez até como um monge budista[5].
Referências
- ↑ GAARDER, J. O livro das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p.64
- ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. pp.58,59
- ↑ Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L&PM Editores. 2010. p. 153.
- ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. p.62
- ↑ GAARDER, J. O livro das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p.65
Toda religião possui locais de especial significado. A visita a estes locais muitas vezes é reconhecidamente um meio legítimo de acumular méritos espirituais e obter graças. Com o budismo, isto não é diferente. Muitos locais, por estarem relacionados com eventos importantes da história de Buda, de santos budistas ou do budismo, ou simplesmente por despertarem a devoção popular, são tradicionalmente visitados por peregrinos.
- No Nepal, localiza-se um dos mais importantes locais de peregrinação budista: Lumbini, a cidade natal de Buda.
- Na Índia, muitas cidades têm especial interesse para os budistas: Buda alcançou a iluminação em Bodigaia, local onde atualmente existem muitos templos budistas mantidos pelas principais seitas. Em Sarnati, Buda realizou seu primeiro sermão após a iluminação, conquistando seus primeiros discípulos, justamente os companheiros que o haviam abandonado anteriormente. Em Kusinagara, Buda morreu. Em Sanci, localiza-se uma famosa e antiga estupa. Em Elora e em Ajanta, existem grutas com importantes esculturas hindus, budistas e jainistas.
- O Sri Lanca possui locais com importantes ruínas budistas, como Polonnaruva (com as estátuas dos budas de Galviara), as antigas cidades de Sigiria e Anuradapura, Candi (o centro do budismo cingalês) etc.
- O Camboja possui o patrimônio histórico mundial Angkor Vat, da antiga Civilização Quimer. Merece destaque, ainda, o antigo Templo de Baion, nas ruínas de Anguicor Tom.
- A Indonésia possui o maior templo budista do mundo, Borobodur.
- O Japão possui a famosa estátua do Buda de Camacura. É importante, ainda, a Peregrinação aos 88 Templos da Ilha de Xicocu.
- A China possui a maior estátua de Buda do mundo, o Buda de Lexam. Localiza-se ainda, na China, o Mosteiro de Xaolim, famoso centro de kung-fu. No Tibete ocupado pelos chineses, se localiza a antiga residência do dalai lama, o Potala e o famoso Templo Jocangui, ambos na capital, Lhassa.
- No Afeganistão, localizavam-se as imensas estátuas dos Budas de Bamiam, as quais foram destruídas pelo regime Talibã em 2001. Planeja-se atualmente reconstruí-las.
- No Brasil, no estado do Rio Grande do Sul uma referência importante dentro do budismo Tibetano tem sido o templo budista do município de Três Coroas. Dentro do Zen Budismo O Vila Zen é um centro de prática que está sendo construído na área rural de Viamão, a 30 km da área central de Porto Alegre. O complexo vem sendo erguido seguindo a tradição arquitetônica da escola Soto Zen do Japão e é formado por prédios destinados ao estudo e prática do Zen Budismo. Faz parte do projeto a adoção dos princípios da Ecologia Profunda, integrando aspectos ambientais e sustentáveis da região ao Zen Budismo. O Vila Zen é também a sede principal do Via Zen - Associação Zen Budista do Rio Grande do Sul, que tem uma sede urbana em Porto Alegre. Hoje, o Vila Zen é utilizado por membros do Via Zen para períodos de prática e estudo em grupo. No futuro, essas atividades serão intensificadas. Pretende-se que a área seja residência e espaço de treinamento de monges Zen budistas, além de um local de encontros para todos que se sintam identificados com a proposta. A inspiração e a ideia da construção do Vila Zen vieram do mestre Zen-budista japonês Moriyama Roshi. Desde meados dos anos 90, Roshi vinha orientando grupos de prática zen na América Latina. Depois de um período no Japão, decidiu morar em Porto Alegre, no Via Zen, entre 2000 e 2005, quando recebeu por doação 5 hectares de terras em Viamão. A este local, Roshi batizou de VIla Zen, já com a intenção de montar um centro de prática intensiva. Quando retornou definitivamente ao Japão, Roshi sugeriu à comunidade do Via Zen a procurar a orientação espiritual da Monja Coen Roshi, residente em São Paulo. Desde então, Coen Roshi vem fornecendo as diretrizes e acompanhando todas as etapas de desenvolvimento do Via Zen e Vila Zen. Atualmente, há dois prédios concluídos, o Tosu (Templo dos Sanitários) e o Zendô (local das práticas e cerimônias). Conta com uma cozinha e um refeitório provisórios e duas casa de apoio de madeira. Há uma escultura de um Buda de 9m de altura recentemente inaugurada. Atualmente existe uma campanha para a construção da cozinha. As próximas etapas serão a construção do refeitório e do Templo. As duas casas pré-fabricadas (de madeira) instaladas em 2002 servem para acomodar nos retiros atuais. Quando o número de participantes excede a capacidade das casas, montam-se barracas.
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Anguicor Vati
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Borobodur
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Estátua do Buda Amida em Camacura, no Japão
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Local onde ficavam as estátuas destruídas dos Budas de Bamiam
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Estátua de Buda em Lexam
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Templo Budista Chagdud Khadro Ling, em Três Coroas, no Rio Grande do Sul, no Brasil
Ao longo de sua história, o budismo incorporou muitos símbolos dentro de sua prática, Por exemplo:
- A roda da lei (ou dharmachakra, em sânscrito, a linguagem da antiga Índia). Corresponde ao ciclo de morte e renascimento ao qual está preso todo ser, até o instante em que alcança a iluminação e se liberta do ciclo. Também corresponde à lei que regula todo o universo, ou seja, ao Dharma. Tal lei moveria todo o universo, daí o simbolismo da roda. Outra interpretação possível seria que, através da prática do Dharma ("lei", em sânscrito) budista, o fiel conseguiria avançar no caminho da evolução espiritual. Convém ainda lembrar que a roda é um dos símbolos de Vixenu, o deus hindu da conservação. Segundo os hinduístas, Buda teria sido o nono avatar (encarnação) de Vixenu. A roda, como símbolo do transporte, ainda é uma referência ao esforço missionário de difusão do budismo pelo mundo.
A roda da lei costuma ser representada com oito raios, numa referência ao caminho budista dos oito passos. Outra versão da roda da lei é a roda da lei de Asoca, que possui 24 raios, em referência às 24 horas do dia, simbolizando que o praticante budista deve levar uma vida correta durante as 24 horas do dia. Tal tipo de dharmachakra foi representado em muitos monumentos da época do imperador indiano Asoca e serviu como modelo para os atuais brasão e bandeira da Índia.
- O nó infinito. Lembra que todos os eventos e seres no universo estão inter-relacionados.
- Cervos. Buda proferiu seu primeiro discurso após atingir a iluminação espiritual em Sarnath, no Parque dos Cervos. Em muitas construções budistas, se localizam representações de cervos em lembrança deste fato.
- Cruz suástica. Ainda que este símbolo seja mais comumente associado ao nazismo, ele em realidade é um símbolo antiquíssimo, tendo surgido muito antes do nazismo. Os antigos romanos já o representavam em suas construções. Atualmente, é um símbolo usado no hinduísmo, budismo e jainismo. É tido como um sinal de boa sorte. Representa o sol com seus raios. No cristianismo, recebe o nome de cruz gamada, por ser formada pela junção de quatro letras gregas gama.
- Lóbulos da orelha alongados. As estátuas de Buda apresentam os lóbulos da orelha anormalmente longos, simbolizando a nobreza de Buda[1]. Uma explicação possível para este símbolo é a de que os nobres da época de Buda utilizariam muitos ornamentos nas orelhas como forma de ostentar riqueza e poder. O peso destes adornos poderiam causar o gradual alongamento dos lóbulos. Buda, devido a sua origem nobre, teria usado estes ornamentos, deformando seus lóbulos. Os lóbulos alongados e sem brincos de Buda lembrariam o fato de que Buda era rico e nobre, mas que decidira abandonar tudo isso para buscar o sentido da vida. Isto seria um exemplo de vida para todas as pessoas.
- Saliência no alto da cabeça. É uma referência, nas estátuas de Buda, ao pleno desenvolvimento do chacra saharasra, que se localiza no alto da cabeça. Segundo a filosofia hindu, o ser humano possuiria sete chacras, ou centros de energia, ao longo de sua coluna vertebral. Ao longo de seu processo de evolução espiritual, o homem iria despertando e desenvolvendo estes chacras, começando pelo primeiro, na base da coluna, até o sétimo e último, no alto da cabeça[2]. Esta saliência no alto da cabeça nas estátuas de Buda significaria que Buda era um ser que já havia alcançado o máximo desenvolvimento espiritual possível ao homem.
- O terceiro olho. O chamado "terceiro olho", que se localiza entre as sobrancelhas das estátuas de Buda, é uma referência ao pleno desenvolvimento do chacra ajna em Buda, o que lhe conferiria uma inteligência superior.
- O pé de Buda. É frequente a representação dos pés de Buda. Normalmente, ele apresenta-se marcado pela Roda da Lei budista.
- As três joias budistas: Buda, a doutrina budista (Dharma) e a comunidade de monges budistas (Sangha). Recebem o nome de joias porque se mantém imutáveis em seu valor, ignorando o tempo, tal como as jóias. São uma verdadeira reserva de valor, nos quais os devotos budistas encontram refúgio nos momentos difíceis.
- A aura de Buda. Representa a santidade de Buda e sua condição de iluminado.
- A postura deitada de Buda. É uma referência aos últimos momentos de vida de Buda.
- A mão direita aberta de Buda. É o gesto chamado de abhaya, "sem medo". Simboliza que o devoto pode se aproximar de Buda sem medo.
- A postura de meditação de Buda. É uma referência à importância da meditação dentro do Budismo.
- Buda tocando o solo com a mão. Simboliza que Buda está pedindo à terra que testemunhe sua determinação em atingir a iluminação espiritual através da meditação[3].
- A magreza extrema de Buda. É uma referência ao período no qual Buda praticou o jejum extremo, como forma de tentar atingir a compreensão espiritual. Mas Buda acabou por rejeitar este caminho, por considerá-lo ineficaz e substituí-lo pelo caminho da meditação.
- O círculo formado pelo dedo polegar e o indicador. É uma referência ao principal símbolo do budismo, a roda da lei. Simboliza que Buda está em atitude docente, ou seja, está ensinando sua doutrina aos discípulos.
- A flor do lótus. É um símbolo não só do budismo mas de todo o oriente. Simboliza a pureza espiritual, que não é maculada pelo cotidiano, assim como as flores de lótus não se mancham com o lodo sobre o qual crescem.
Na simbologia oriental, o ser humano deve se inspirar no exemplo da flor de lótus para permanecer puro, mesmo em meio à toda a corrupção do mundo.
- Cabelo anelado de Buda. É uma referência à inteligência superior de que Buda era dotado.
- O leão. Era o símbolo do clã do qual fazia parte Sidarta: o clã Shakya.
- O cavalo. O cavalo lembra a partida de Sidarta do palácio de seu pai, montado em seu cavalo branco, Kanthaka, acompanhado de seu único criado, Xandaca[4]. Portanto, o cavalo é um símbolo da renúncia de Sidarta aos valores mundanos.
- O elefante. A rainha Maya sonhou que um elefante branco penetrava em seu ventre pela sua axila direita e, logo em seguida, ela percebeu que estava grávida de Sidarta. Deste modo, o elefante é um símbolo da encarnação de Buda[5].
- O touro. Junto com o elefante, o cavalo e o leão, o touro é um dos quatro animais fundamentais dentro do budismo. O touro alude à grandeza e à importância de Buda[6].
- A estupa. É o tipo de construção que guarda os restos mortais de Buda e de grandes mestre budistas. Corresponde aos pagodes do leste asiático, aos chedi tailandeses e aos chorten do Himalaia.
- A Árvore Bodi. Nas construções budistas, é muito comum a representação de árvores, numa alusão à figueira-dos-pagodes (Ficus religiosa)[7][8] sob a qual Buda meditou e alcançou a iluminação, em Bodigaia, na Índia. Nos primeiros tempos do budismo, era considerado desrespeitoso retratar Buda sob a forma humana, de modo que o Iluminado era normalmente representado sob a forma de uma árvore, a Árvore Bodi.
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Estátua birmanesa de Buda, com os lóbulos das orelhas alongados
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Estátua tailandesa de Buda com o chacra saharasra simbolicamente representado no alto da cabeça
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Representação dos pés de Buda em Camacura, no Japão
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Estátua do Buda Amida em Camacura, no Japão, com o "terceiro olho" simbólico visível entre as sobrancelhas
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Representação das Três Joias do budismo
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A aura de Buda
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Estátua birmanesa de Buda deitado
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Estátua de Buda na República da China em posição de abhaya
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Estátua de Buda achada na fronteira afegã-paquistanesa
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Estátua birmanesa de Buda tocando o solo com a mão
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Pintura em Tuanti, no Miamar, retratando o período de magreza extrema de Buda
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Pintura retratando o círculo formado pelo polegar e o indicador
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Flor de Lótus
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Flor de Lótus
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Estátua de Buda em Borobudur, na Indonésia
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Leão representado num pilar construído pelo rei Asoca em Vaixali, em Biar, na Índia, em 250 a.C.
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Elefante
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Touro
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Cavalo
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A grande Estupa de Sanxi, na Índia
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Pagode chinês do século XII
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Chedi de Wat Phra Kaew, em Chiang Rai, na Tailândia
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Chorten tibetano
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Figueira-dos-pagodes (Ficus religiosa) ao lado do Templo Maabodi, o local onde Buda teria alcançado a iluminação
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Monges budistas meditando sob a Árvore Bodi de Ananda, em Sravasti, na Índia
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Figueira-dos-pagodes (Ficus religiosa)
Referências
- ↑ WILKINSON, p. O Livro Ilustrado das Religiões. São Paulo: Publifolha, 2000. p. 37
- ↑ HERMÓGENES. Autoperfeição com hatha yoga. 35ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1995. p. 61
- ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 57
- ↑ GAUTAMA, S. A Doutrina de Buda. São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 19
- ↑ GAUTAMA, S. A Doutrina de Buda. São Paulo: Martin Claret, 2001. p. 17
- ↑ ALBANESE, M. Índia Antiga. Barcelona: Folio, 2006. p. 204
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.776
- ↑ http://books.google.com.br/books?id=KizUvneBVMoC&pg=PA114&lpg=PA114&dq=%C3%A1rvore+ficus+religiosa+buda&source=bl&ots=Jn6oHssGM8&sig=whSl3gAOyc7eD4kDKKrQT1wOFto&hl=pt-BR&sa=X&ei=zHwYT4K7FYTo2gXWxp2qBA&sqi=2&ved=0CGEQ6AEwCA#v=onepage&q=%C3%A1rvore%20ficus%20religiosa%20buda&f=false
Existem três qualidades básicas que caracterizam o universo, segundo o budismo:
- Primeira qualidade: a impermanência (em páli, anicca. Lê-se /anit-txá/.[1]). Nada no universo perdura para sempre, tudo se transforma continuamente e caminha para a própria dissolução. Isto nos lembra que não devemos nos apegar às coisas, pois todas as coisas são temporárias. O apego gerará, inevitavelmente, sofrimento, pois nada perdura. Ao mesmo tempo, essa impermanência generalizada não é necessariamente dolorosa, pois o inverso da impermanência, ou seja, a permanência generalizada das coisas, tenderia a ser algo extremamente tedioso, enfadonho. É justamente essa impermanência que possibilita a renovação do universo[2].
- Segunda qualidade: a dor (em páli, dukkha. Lê-se /dúk-kha/, com o h aspirado, como no inglês.[3]). O universo está impregnado pela dor, que é causada pelo nosso apego a coisas que são impermanentes. O sofrimento é generalizado, está por toda a parte. A consciência desta qualidade do universo nos torna mais preparados para lidar com a dor e o sofrimento e nos torna mais aptos a evitá-los, ou ao menos, amenizá-los. Também nos torna mais compassivos e atentos para com o sofrimento das outras pessoas.
- Terceira qualidade: o não eu, ou a insubstancialidade (em sânscrito, anatman. Em páli, anatta (lê-se /anat-tá/.[4]). Segundo o budismo, não existe um "eu" permanente: nós estamos em permanente processo de mutação. Após a nossa morte, nada resta de nós, a não ser nosso carma (as nossas intenções, desejos). E é esse carma que provoca nossa reencarnação, ou melhor, a reencarnação do nosso carma[5]. É importante observar que o conceito de "carma" do budismo é diferente do conceito de "carma" de outras religiões, como o hinduísmo. No budismo, o carma se refere apenas aos desejos, às intenções dos indivíduos[6], enquanto que, no hinduísmo, o carma refere-se às ações dos indivíduos[7].
Portanto, no budismo, o conceito budista de anatman defende que não existe um espírito nosso que sobreviva à nossa morte. Após a nossa morte, nada restaria de nós, a não ser o nosso carma (ou seja, as nossas intenções e desejos), acumulado ao longo da vida e que geraria a formação de um novo ser, no processo que é vulgarmente conhecido como reencarnação. Como se pode ver, o conceito de carma no budismo se aproxima do conceito jurídico de intencionalidade e boa-fé[8]. Ao mesmo tempo, a ideia de que somos uma individualidade separada do universo não passa de ilusão. Todos estamos conectados uns aos outros, não se pode dizer onde termina um ser e onde começa outro. O bem-estar das outras pessoas influencia o nosso bem-estar, o mal-estar das outras pessoas influencia o nosso mal-estar. Esta qualidade do universo traz como consequência prática a necessidade de se combater o egoísmo, o qual reflete uma compreensão imperfeita da realidade do universo: um universo no qual, na verdade, todos os seres estão inter-relacionados e são interdependentes.
A ilusão de que somos uma individualidade distinta em relação ao universo é a responsável pelos nossos incontáveis renascimentos. Após a nossa morte, é essa crença ilusória na nossa individualidade que determina a agregação dos cinco componentes budistas do ser e a reencarnação. O ser plenamente esclarecido espiritualmente (o buda) compreende a natureza ilusória de sua individualidade, não reúne os cinco componentes do ser após sua morte, não reencarna e se funde ao universo, abandonando o ciclo de morte e reencarnação[9].
Em outras palavras: o universo é, na verdade, um imenso continuum. É o homem que o divide em entes separados, com o fim de melhor compreendê-lo. Porém essas divisões são arbitrárias e artificiais, variando de cultura para cultura. Não têm existência real[10]. Por exemplo: na língua portuguesa, existem as cores verde e azul. Porém, na língua tupi, essas duas cores são englobadas por um único termo, oby[11]. Isso demonstra a artificialidade e a inconsistência das divisões que adotamos para entender o universo: os "recortes" que usamos para classificá-lo são arbitrários e podem variar de infinitas formas, dependendo da sociedade em questão.
Apesar de pertencer a outra religião, a judia, o famoso físico alemão Albert Einstein tinha uma visão do universo como uma realidade unitária e sem fronteiras que se encaixa perfeitamente no conceito budista de não eu. Einstein comparou o egoísmo do ser humano como uma espécie de "alucinação ótica de sua consciência", que somente considera importante o seu próprio bem-estar ou, no máximo, o de algumas poucas pessoas de seu círculo íntimo. Segundo Einstein, é tarefa do ser humano alargar esse círculo íntimo através do desenvolvimento da compaixão, até chegar a abarcar todo o universo, restabelecendo, em nossa consciência, a natureza como ela realmente é: sem fronteiras definidas entre um ser e outro[12].
Outro exemplo da artificialidade das divisões entre os seres é a questão da diferença entre língua e dialeto: nem sempre é fácil determinar se um determinado linguajar é um dialeto de uma língua ou se é uma língua independente. Em tais casos, a decisão implica em certo grau de arbitrariedade, exatamente porque a distinção entre esses dois seres (os linguajares) não é nítida, ocorrendo tanto pontos de contato quanto pontos de diferença entre os linguajares em questão. Como exemplo, podem ser citados o caso do valenciano e do catalão e o do mandarim e do cantonês: o valenciano pode ser visto tanto como um dialeto do catalão[13] ou como uma língua independente[14] e o cantonês pode ser visto tanto como um dialeto do chinês[15] ou como uma língua independente[16], dependendo do ponto de vista.
Outros exemplos: numa torcida de futebol, ou num movimento político, vários indivíduos distintos passam a agir e pensar como se fossem um só ente. Também neste caso, a noção de "eu" é polêmica: a torcida, ou o movimento político, são vários seres ou é um ser apenas? A resposta a esta questão não é tão simples.
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Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela. As epidemias são um exemplo do inter-relacionamento entre todos os seres e uma ilustração da qualidade universal do não eu.
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Encontro do verde da mata com o azul do mar em Vancouver, no Canadá: dentro da língua tupi, o verde e o azul são uma cor única chamada oby. Um exemplo da artificialidade das divisões que colocamos entre os entes do universo, pois a divisão que existe na língua portuguesa entre azul e verde simplesmente não existe na língua tupi.
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Água poluída em Ribeira, na Galícia, na Espanha. As preocupações ecológicas mundiais atuais têm muitas afinidades com a visão budista do inter-relacionamento entre os todos os seres do universo[17]
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Albert Einstein possuía uma concepção do universo muito semelhante à concepção budista do não eu
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Valência, na Espanha: o valenciano pode ser considerado tanto um dialeto do catalão quanto uma língua própria, dependendo do ponto de vista
Referências
- ↑ Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L&PM Editores. 2010. p. 23.
- ↑ BESSA, M. Viver para amar. Revista O Flu. Suplemento do jornal O Fluminense de 24 de junho 2012. Número 172. pp. 4-5.
- ↑ Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L&PM Editores. 2010. p. 21.
- ↑ Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L&PM Editores. 2010. p. 23.
- ↑ Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 26.
- ↑ Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução do páli, introdução e notas de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2010. p. 39-40.
- ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões: o fascinante universo das crenças e doutrinas que acompanham o homem através dos tempos. Texto de Philip Wilkinson. Consultoria do Departamento de Teologia e Estudos Religiosos, Roehampton Institute, Londres. Tradução de Margarida e Flávio Quintiliano. Primeira edição. São Paulo. Publifolha. 2001, p. 38.
- ↑ GONZAGA, M. A. R. L. Princípio da boa-fé: da intenção à conduta exigível no novo código civil. Disponível em http://www.viannajr.edu.br/site/menu/publicacoes/publicacao_direito/pdf/edicao4/Art04200709.pdf. Acesso em 28 de junho de 2012.
- ↑ http://blog.opovo.com.br/yoga/psicologia-budista/
- ↑ MATTAR, J. Introdução à Filosofia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. pp.171-186
- ↑ http://www.grifon.com.br/Portal/Griffon/noticiaDetalhe.aspx?nCdConteudo=4616&nCdCategoria=65&nCdSite=3
- ↑ http://www.monjacoen.com.br/textos-budistas/textos-diversos/108-albert-einstein-e-buda
- ↑ http://www.docv.gva.es/datos/2008/06/10/pdf/2008_7155.pdf
- ↑ http://www.loratpenat.org/index.php?option=com_content&task=view&id=3&Itemid=48
- ↑ http://www.ninhao.com.br/artigo-lingua-chinesa.html
- ↑ http://www.guiageo-china.com/cultura.htm
- ↑ http://paraserzen.blogspirit.com/archive/2007/01/21/a-ecologia-no-budismo.html
Buda compara o budismo com uma jangada que é utilizada para cruzar um rio. O rio representa a dor, o sofrimento. A jangada do budismo permite-nos superar o sofrimento e alcançar a outra margem, a margem da felicidade e da bem-aventurança. Nesse sentido, qualquer jangada é válida, desde que consiga fazer com que a pessoa alcance a outra margem em segurança. Ou seja, não importa se a pessoa siga o budismo, o cristianismo, o islamismo, ou mesmo se não siga religião alguma. O importante é que a pessoa consiga superar o sofrimento, da forma que ela achar melhor ou que for mais apropriada para ela. O destino final é a iluminação. Segundo o budismo, os seres humanos possuem todas as condições para chegar a este destino final, desde que se libertem das impurezas do mundo. A palavra (os ensinamentos das religiões) é coisa dos homens, válida como auxílio na jornada, mas somente a própria pessoa pode realizar a sua jornada. É uma visão profundamente não sectária, essencialmente ecumênica.
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A cruz, o principal símbolo do cristianismo
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A lua e a estrela: o símbolo do islamismo
Segundo a doutrina budista, todos os seres morrem e em seguida reencarnam em outro corpo, num ciclo conhecido como samsara. Tal ciclo dura incontáveis vidas, num longo processo de aprendizado espiritual que culmina na iluminação (nirvana, satori ou samadhi), momento no qual o ciclo acaba e o ser não mais reencarna, por já ter atingido a perfeição . Este era o caso de Buda. Os nascimentos anteriores de Buda são tema de numerosas narrativas folclóricas conhecidas como jataka. Elas narram o processo de aperfeiçoamento espiritual de Buda ao longo de suas encarnações anteriores.
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Mural dos séculos XVIII e XIX em Phajoding Gonpa, em Thimphu, no Butão, representando episódios das encarnações anteriores de Buda
Segundo a doutrina budista, são três os fatores que envenenam a humanidade e a encaminham para o erro:
- o ódio, representado pela serpente;
- o desejo, representado pelo galo;
- a ignorância, representada pelo porco.
Referências
- ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 61
Segundo o budismo, a alma pode reencarnar em seis tipos de mundo:
- o inferno, um reino de muito sofrimento com calor ou frio devido a raiva;
- o mundo dos animais, um reino com ignorância;
- o mundo dos fantasmas famintos, um reino com desejo de comida e bebida;
- o mundo dos asura, um reino de seres poderosos em guerras eternas e frustradas com os deuses;
- o mundo dos humanos, o melhor reino para se praticar o Darma;
- o mundo dos deuses, lugar de grande felicidade, mas onde ainda se morre.
A meta do budismo é se libertar do renascimento em qualquer um destes mundos, pois todos eles implicam em eventual ruína, decadência e morte. A felicidade completa somente é possível fora destes seis mundos, no nirvana[1].
Referências
- ↑ WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 61
O budismo reconhece três "joias", ou seja, três bonitos e valiosos bens que mantêm seu valor ao longo do tempo:
- o Buda;
- o darma (dharma), ou seja, a doutrina budista;
- o sanga (sangha), ou seja, a comunidade de monges budistas[1].
Referências
- ↑ WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 62
As atuais preocupações ecológicas mundiais encontram grande sintonia com a filosofia budista. Segundo o budismo, todos os elementos do universo estão inter-relacionados, formando a grande teia da vida. Cada um desses elementos é importante para a manutenção da teia. O que acontece com cada um desses elementos, afeta todos os demais, de alguma forma[1].
Dentro desse contexto, o elemento desestabilizador é a ambição humana desmedida, que exaure os recursos naturais do planeta sem que este tenha condições de repô-los adequadamente[2].
Referências
- ↑ BESSA, M. Viver para amar. Revista O Flu. Suplemento do jornal O Fluminense de 24 de junho 2012. Número 172. pp. 4-5.
- ↑ ALMEIDA, L. A sociedade de consumo e o meio ambiente. Disponível em http://www.cenedcursos.com.br/a-sociedade-consumo-meio-ambiente.html. Acesso em 25 de junho de 2012.
Um dos grandes mestres contemporâneos do budismo, o dalai lama Tenzin Gyatso, enfatiza que o sentido da vida é buscar a felicidade[1]. Para alcançar esse fim, Tenzin ressalta o aspecto mental, no sentido de ser necessário, primeiramente, se identificar os fatores que causam a nossa infelicidade e os fatores que causam a nossa felicidade. Uma vez identificados esses fatores, bastaria extinguir os primeiros e estimular os segundos, em nossas vidas diárias, para se atingir a felicidade[2].
Referências
O budismo tem, como fundamento de sua doutrina, a extinção do desejo. Porém muitos pensadores renomados defendem que tal objetivo é simplesmente impossível e mesmo não desejável, dada a natureza do homem. O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), por exemplo, relacionava a felicidade ao desejo, o qual nunca seria totalmente satisfeito, pois sempre mudaria de um objeto para outro [1]. No mesmo sentido, o filósofo neerlandês Espinoza (1632-1677) afirmou que o desejo é a essência do homem e que negá-lo seria negar a própria condição humana[2]. O filme estadunidense de 2004 "Antes do pôr do sol" (Before sunset), dirigido por Richard Linklater, faz a personagem Celine criticar o budismo, ao afirmar que a falta de desejo preconizada pelo budismo é um sintoma de depressão.[3]
É oportuno, aqui, lembrar que o próprio Buda encorajava os seus discípulos a terem sempre uma atitude crítica em relação a sua doutrina, questionando aquilo que não lhes parecesse correto ou condizente com a realidade. Segundo Sidarta, nenhum aspecto da doutrina deveria ser imposto à força, mas somente pela exposição lógica e convincente de ideias.[4]
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Retrato do século XVII de Baruch de Espinosa
Referências
- ↑ COMTE-SPONVILLE, A., DELUMEAU, J., FARGE, A. A mais bela história da felicidade. Tradução de Edgard Assis de Carvalho, Mariza Perassi Bosco. Segunda edição. Rio de Janeiro. Difel. 2010. p. 47
- ↑ COMTE-SPONVILLE, A., DELUMEAU, J., FARGE, A. A mais bela história da felicidade. Tradução de Edgard Assis de Carvalho, Mariza Perassi Bosco. Segunda edição. Rio de Janeiro. Difel. 2010. p. 160.
- ↑ Before sunset. Warner Bros. Entertainment Corp. 2004.
- ↑ Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L&PM Editores. 2010. p. 18,19.
Em resumo, pode-se dizer que o budismo prega o caminho do meio. Um ponto equidistante entre os extremos. Assim como um violão com a corda frouxa não produz som algum e um violão com a corda muito retesada acaba por arrebentar a corda, um ser humano somente conseguirá produzir bons frutos espirituais se se mantiver equidistante entre o rigor excessivo e a excessiva permissividade.[1] Diz a doutrina budista que Buda chegou a esta conclusão após desmaiar de fome devido a seu rigoroso jejum e ter somente recuperado a consciência após ser alimentado com uma tigela de mingau por uma camponesa caridosa que passava casualmente por perto. Após meditar sobre este fato, Sidarta concluiu que o controle excessivo é tão ruim e ineficaz em termos espirituais quanto a excessiva permissividade e optou por seguir um caminho intermediário entre os dois.
O famoso físico alemão Albert Einstein (1879-1955), apesar de ser de origem judia, deixou algumas frases altamente elogiosas para o budismo, louvando suas virtudes lógicas condizentes com a era tecnológica e cientificista que vivemos. Segundo ele, o budismo pode ser uma espécie de "religião cósmica do futuro", pois baseia-se numa lógica rigorosa, sem precisar apelar para dogmas impostos à base da força[2].
Referências
- ↑ Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L&PM Editores. 2010. p. 27,28.
- ↑ http://www.monjacoen.com.br/textos-budistas/textos-diversos/108-albert-einstein-e-buda
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