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Budismo/Seitas budistas

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Almofadas para meditação em centro zen de Salt Lake City, em Utah, nos Estados Unidos
Mandala do budismo xingon

Na sua difusão pelo continente asiático, a doutrina de Buda foi sendo adaptada às diferentes culturas locais. Neste processo, surgiram diferentes escolas ou seitas, como:

  • o Zen

Chamado de chan na China e son na Coreia. Deriva do termo indiano dhyana, que significa a concentração mental necessária à meditação. Foi trazido da Índia para a China em 520 pelo patriarca budista Bodidarma. De lá, difundiu-se para a Coreia e o Japão. Baseia-se na meditação (em japonês, zazen) e no estudo de enigmas conhecidos como "coans". Ambos têm, por finalidade, interromper o pensamento e alcançar a pureza mental. Era a escola budista preferida dos guerreiros samurais japoneses. Pertence ao Mahayana ("Grande Veículo", em sânscrito), o grupo de seitas budistas que se propõe a levar o maior número possível de fiéis para a iluminação, nem que para isso seja necessário efetuar adaptações na mensagem original de Buda.

  • O Xingon

Seita japonesa de forte influência indiana. Fundada no século IX pelo monge japonês Cucai. Baseia-se em elementos indianos como mandalas (figuras geométricas utilizadas na meditação), mudras (posições especiais de mãos que auxiliam a meditação), mantras (sons místicos úteis à meditação) e divindades de muitos braços. A sede da seita fica no Monte Coia, no Japão. Também relacionada à seita é a peregrinação aos 88 templos da ilha japonesa de Xicocu[1]. Pertence também ao maaiana.

  • O Tendai

Trazida da China, onde era chamada de tiantai, para o Japão no século IX por Saixo. Baseia-se na devoção a Buda e no estudo do sutra do Lótus. Sua sede fica no Monte Hiei, no Japão. Dentro da seita, existem várias subseitas, como o Jodo (também chamado Terra Pura), o Jodo Xin e o Nixirem[2]. Pertence ao maaiana.

Estátua japonesa do Buda Amida do século XIX. O Buda Amida é especialmente venerado na seita Terra Pura.
  • O Budismo Tibetano

Trazido da Índia para o Tibete e o Butão no século VIII por Padmasambava, também conhecido como guru Rinpoche (que, traduzido do tibetano, significa "Mestre Precioso"). Baseia-se na fusão do budismo indiano com tradições tibetanas como danças, roupas típicas e incorporação de deuses através de médiuns. Subdivide-se em várias escolas, como a nyingma, a kagyu, a gelug e a sakya. Atualmente, é a escola budista de maior projeção mundial devido à diáspora de monges tibetanos ocasionada pela invasão chinesa ao Tibete na década de 1950. O atual dalai lama (líder religioso da escola gelug) Tenzin Gyatso ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1989.

Alguns autores classificam o Budismo tibetano como fazendo parte do Mahayana; outros o consideram um ramo próprio dentro do budismo chamado Vajrayana ("Veículo do Diamante" em sânscrito).

  • O Teravada

Em páli, significa "Doutrina dos Anciões"[3]. É a mais antiga das atuais escolas do budismo. Faz parte, tradicionalmente, do Hinayana, que significa "Pequeno Veículo", em sânscrito e que se propõe a permanecer o mais possível fiel à doutrina original de Buda, mesmo que isso signifique um número menor de fiéis devido ao rigor exigido dos mesmos. Baseia-se no Tipitaka (Tripitaka, em sânscrito), que significa "Três Cestos", em páli e que é o primeiro registro escrito da doutrina budista (foi escrito por volta de 25 a.C.[4]). É a escola tradicional do sul da Ásia, ou seja, de países como Sri Lanca, Miamar, Tailândia, Camboja, Laos e Vietnã.

Referências

  1. Japão. São Paulo: Publifolha, 2000. p.269
  2. Japão. São Paulo: Publifolha, 2000. p.269
  3. http://www.acessoaoinsight.net/theravada.php
  4. WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. p.58