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Santos católicos/Biografias

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.
Frei Galvão
Imagem de Nossa Senhora Achiropita na Catedral de Rossano, na Itália
Igreja de Nossa Senhora Achiropita em São Paulo, no Brasil
  • Frei Galvão: oficialmente, é conhecido como Santo Antônio de Sant'Ana Galvão. Nasceu em Guaratinguetá, em São Paulo, no Brasil, em 1739. Pertencia a uma família rica e era parente do célebre bandeirante paulista Fernão Dias Paes, o "Caçador de Esmeraldas". Para se aperfeiçoar nos estudos, foi mandado por seu pai para o colégio jesuíta em Cachoeira, na Capitania da Baía, chamado Colégio de Belém. Seu desejo era tornar-se padre jesuíta, mas, com a expulsão dos jesuítas efetuada pelo Marquês de Pombal, frei Galvão acabou por abandonar o Colégio de Belém e transferir-se para o Convento Franciscano de São Boaventura de Macacu, em Itaboraí, na Capitania do Rio de Janeiro. Foi aí que ele trocou o nome natal Antônio Galvão de França pelo de Antônio de Sant'Ana Galvão, para homenagear a santa de devoção da família. Em 1761, ingressou na Ordem Franciscana e, no ano seguinte, ordenou-se sacerdote na Igreja de Santo Antônio, no Largo da Carioca, na cidade do Rio de Janeiro. Finalizou os estudos no Convento de São Francisco, na cidade de São Paulo. Lá, travou contato com Irmã Helena Maria do Espírito Santo, que pertencia ao Recolhimento de Santa Tereza. Ela contou-lhe ter tido visões em que Jesus ordenava a construção de um novo recolhimento. Acreditando na veracidade das visões, frei Galvão tomou a iniciativa da construção do recolhimento, do qual foi arquiteto, mestre de obras e pedreiro. O recolhimento foi inaugurado em 1774, com o nome de Recolhimento da Luz.

Em sua vida, foram relatados muitos fenômenos místicos, como êxtases, levitação e bilocação (estar em mais de um lugar ao mesmo tempo). Para curar algumas pessoas doentes, Frei Galvão escrevia num papel a frase em latim Post partum Virgo Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis (que, em português, significa "Após o parto, permaneceste Virgem Inviolável: intercedei por nós, Mãe de Deus"), enrolava o papel no formato de uma pílula e pedia para a pessoa engoli-lo. Ensinou as irmãs do Recolhimento da Luz a confeccionar a pílula, o que fazem até hoje. Faleceu em 1822 e foi sepultado no Recolhimento da Luz. Seu túmulo, desde então, é ponto de peregrinação.

Após sua canonização em 2007, tornou-se o primeiro santo católico nascido no Brasil. É venerado no dia 25 de outubro. [1]

  • Nossa Senhora Achiropita: segundo a lenda, uma pintura retratando Nossa Senhora foi gravada de modo miraculoso em uma igreja na cidade italiana de Rossano, na Calábria, por volta do século VII. O nome achiropita significa "não feito por mãos", ou seja, feito por Deus e não por mãos humanas. A devoção a este retrato de Nossa Senhora se espalhou por toda a região da Calábria e foi trazida ao Brasil pelos imigrantes calabreses no início do século XX. Atualmente, existem apenas duas igrejas dedicadas a Nossa Senhora Achiropita: a Catedral de Maria Santíssima Achiropita, em Rossano e a Igreja Nossa Senhora Achiropita, no bairro de Bela Vista (também conhecido como Bixiga), na cidade brasileira de São Paulo. O dia da festa da santa é o 15 de agosto. Nos finais de semana dessa época, realiza-se tradicional festa dedicada à santa, com oferta de comidas típicas italianas e quermesse para arrecadação de fundos para a obra social da igreja[2][3].
  • Nossa Senhora Aparecida: a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul por pescadores, em 1717. Primeiro, os pescadores colheram na rede o corpo sem cabeça de uma imagem negra de Nossa Senhora da Conceição. Em seguida, foi colhida das águas a cabeça da imagem. E, após os achados, a pesca, que antes estava difícil, passou a ser generosa. A imagem foi guardada na casa de um dos pescadores, Filipe Pedroso e as pessoas passaram a utilizá-la em suas orações. Começaram a acontecer os primeiros milagres, como velas que se acendiam e se apagavam sozinhas e o número de pessoas que vinham ver a imagem cresceu.

Para abrigar o crescente número de visitantes, foi construído, primeiro, um oratório. Depois, uma capela em 1745, a basílica velha em 1834 e, finalmente, a atual basílica em 1980, que foi consagrada pelo papa João Paulo II.

Desde 1929, é, oficialmente, a padroeira do Brasil. Seu dia é o 12 de outubro, quando a cidade de Aparecida do Norte, no estado brasileiro de São Paulo, se enche de romeiros vindos do país inteiro. [4]

Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, em São Paulo, no Brasil
Imagem de Nossa Senhora Aparecida
  • Nossa Senhora Auxiliadora: o título "auxiliadora dos cristãos" foi introduzido na ladainha de Nossa Senhora pelo papa São Pio V para comemorar a vitória da esquadra cristã contra a esquadra turca na batalha de Lepanto, em 1571. No início do século XIX, o papa Pio VII estabeleceu a festa de Maria Auxiliadora no dia 24 de maio, para comemorar a libertação do papa das mãos de Napoleão[5].
Colégio Liceu Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora, em Campinas, no Brasil
  • Nossa Senhora da Ajuda: é um título de Nossa Senhora que se refere ao momento da morte de Cristo na cruz, quando Nossa Senhora se coloca como ajuda e intercessão para os homens[6].
Igreja de Nossa Senhora d'Ajuda em Arraial d'Ajuda, em Porto Seguro, na Baía, no Brasil
  • Nossa Senhora da Boa Morte: é um atributo de Nossa Senhora que se refere à última frase da oração da Ave Maria: "Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte". Esta devoção a Nossa Senhora foi adotada por muitos escravos de origem africana e seus descendentes nas Américas, pois os escravos associavam a "boa morte" com o culto aos antepassados, que é uma característica das religiões africanas.
  • Nossa Senhora da Boa Viagem: foi um culto a Nossa Senhora criado pelos navegadores portugueses na época das grandes navegações. Seu dia é o doze de dezembro. No século XVIII, foi construída uma capela à beira-mar em homenagem a Nossa Senhora da Boa Viagem na cidade brasileira do Recife, o que daria origem à famosa praia de Boa Viagem. No mesmo século, foi construída uma capela em homenagem à santa numa ilha da cidade brasileira de Niterói[7].
Praia de Boa Viagem, em Recife, no Brasil
Pintura de Gustavo Dall'Ara de 1910 retratando a Igreja e a Ilha de Boa Viagem, em Niterói, no Brasil
Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Belo Horizonte, no Brasil
  • Nossa Senhora da Cabeça: em 1227, Nossa Senhora teria aparecido a um pastor de nome Juan de Rivas no alto do pico da cabeça, na serra morena, na Andaluzia espanhola. Nossa Senhora teria ordenado que o pastor avisasse à população da cidade próxima de Andújar para que construísse uma capela em sua homenagem. Como prova de sua aparição, Nossa Senhora teria restituído ao pastor o braço que ele havia perdido na luta contra os mouros.

Ao longo do tempo, Nossa Senhora da Cabeça passou a ser invocada para resolver problemas relativos à cabeça. Muitas vezes, a imagem mostra Nossa Senhora segurando uma cabeça[8].

Nossa Senhora da Cabeça na basílica homônima em Andújar, na Espanha
  • Nossa Senhora da Candelária: se refere à passagem bíblica que descreve a purificação de Maria quarenta dias após o nascimento de Jesus. Conforme a lei judaica, Maria foi ao Templo de Jerusalém para realizar esta cerimônia. Neste momento, um velho chamado Simeão tomou Jesus nos braços e profetizou que aquela criança seria "luz para aclarar os gentios". Daí, nasceu o culto a Nossa Senhora da Luz. Como as procissões em honra a Nossa Senhora da Luz costumam apresentar velas carregadas pelos fiéis, a imagem também recebe os nomes de Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora da Candelária. Também é chamada de Nossa Senhora da Purificação. É a padroeira das ilhas Canárias, na Espanha, e da cidade brasileira de Curitiba. Segundo a lenda, uma imagem de Nossa Senhora da Candelária apareceu nas ilhas Canárias no século XV, antes da chegada dos espanhóis. O povo nativo se surpreendeu ao constatar que a imagem era iluminada por velas sustentadas por mãos invisíveis. Mais tarde, os jesuítas espanhóis que chegaram ao lugar constataram que a imagem era uma representação de Nossa Senhora da Candelária, que se tornou então a padroeira dessas ilhas.[9]
Nossa Senhora da Candelária, em Tenerife, nas ilhas Canárias, na Espanha

No início do século XVII, um casal de espanhóis se dirigia ao Rio de Janeiro quando o barco Candelária em que viajavam foi atingido por forte tempestade. O casal então prometeu erguer uma ermida em honra a Nossa Senhora da Candelária caso conseguissem escapar com vida. Como conseguiram chegar sãos e salvos ao Rio de Janeiro, o casal ergueu a ermida na cidade, ermida esta que foi a primeira igreja construída na cidade e que viria a ser o embrião da atual Igreja de Nossa Senhora da Candelária.

Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no Rio de Janeiro, no Brasil

Por volta de 1650, existia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Luz, perto do Rio Atuba, no Paraná, no Brasil. Os devotos notaram que a imagem mantinha um persistente olhar em direção a um pinheiral (na língua tupi falada cotidianamente, curitiba) próximo. Os devotos, então, se dirigiram ao pinheiral, que era habitado pelos índios caingangues. Surpreendentemente, os colonos foram recebidos amigavelmente pelos índios e seu cacique Araxó ("Gralha Branca") lhes ofertou o local para construírem uma cidade. No local, a atual Praça Tiradentes, em Curitiba, foi posteriormente erguida a Catedral de Nossa Senhora da Luz.[10]

  • Nossa Senhora da Conceição: alcunha de Maria que se refere ao dogma da Imaculada Conceição, proclamado pelo papa Pio IX em 8 de dezembro de 1954, segundo o qual Maria, mãe de Jesus, foi concebida isenta do pecado original comum aos demais seres humanos.[11] No Brasil, é costume se montar a árvore de Natal neste dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição.
  • Nossa Senhora da Divina Providência: devoção a Nossa Senhora cultivada especialmente pelos padres barnabitas. Geralmente, a imagem da Nossa Senhora da Divina Providência mostra Maria segurando uma criança sem halo ao redor da cabeça. A criança simboliza a humanidade que é amparada por Maria[12].
  • Nossa Senhora da Glória: este título de Maria corresponde ao momento em que ela é recebida gloriosamente no Céu, após sua morte e passa a reinar sobre o Céu e a Terra. Sua festa é no dia 15 de agosto.[13]
  • Nossa Senhora da Lapa: segundo a lenda, o general mouro Almançor teria atacado o Convento de Sisímiro, no norte de Portugal, no século X. As religiosas desse convento teriam então fugido e levado uma imagem de Nossa Senhora, a qual teria sido escondida em uma "lapa", ou seja, em uma gruta. Cinco séculos após, a imagem teria sido encontrada por uma menina muda, enquanto pastoreava nas redondezas. A menina, chamada Joana, teria carregado consigo a imagem e, quando sua mãe descobriu-a, tentou jogá-la ao fogo, mas nesse instante a menina teria adquirido a capacidade de falar e teria pedido à mãe para não destruir a imagem. Tal milagre de recuperação da voz da menina teria sido creditado à imagem de Nossa Senhora, que desde então passou a ser venerada na mesma gruta onde fora encontrada.
  • Nossa Senhora da Penha de França: corresponde a uma imagem de Nossa Senhora achada pelo monge francês Simão Vela em uma montanha na província espanhola de Salamanca chamada Penha de França, no século XV. O monge havia sonhado, cinco anos antes, que uma imagem de Nossa Senhora estava enterrada em uma montanha e, desde então, se pôs a procurá-la. Quando a encontrou, construiu uma ermida no local para abrigá-la.

Mais tarde, uma igreja dedicada a Nossa Senhora da Penha de França foi construída em Portugal. Um devoto certa vez subiu até a igreja, no alto de um morro, e dormiu lá, pois estava cansado da subida. Mas foi despertado por um lagarto a tempo de proteger de uma cobra que estava quase atacando-o. Por esta razão, muitas vezes a imagem de Nossa Senhora da Penha de França aparece acompanhada de um peregrino, uma cobra e um lagarto.

  • Nossa Senhora das Dores: também chamada Nossa Senhora da Piedade, da Soledade, das Angústias, das Lágrimas, das Sete Dores, do Calvário ou do Pranto. O nome refere-se às sete dores sofridas por Maria e descritas nos Evangelhos. Algumas estátuas de Nossa Senhora das Dores apresentam uma ou mais espadas perfurando seu peito, o que é uma referência à primeira de suas dores, quando Simeão prediz que "uma espada traspassará sua alma" (Lucas 2:35). Outras estátuas apresentam Maria chorando aos pés de Jesus na cruz, ou segurando o corpo de Jesus nos braços após a crucificação.

Seu dia é o 15 de setembro. É a padroeira da Eslováquia, do Mississipi, de Juazeiro do Norte, de Limeira e de outras cidades. [14]

  • Nossa Senhora de Almudena: segundo a lenda, São Tiago teria pregado o Evangelho na Espanha e teria construído uma capela com a imagem em madeira de Nossa Senhora. Mais tarde, com a invasão moura, os cristãos teriam escondido essa imagem dentro da muralha da cidade, para evitar que ela fosse profanada pelos invasores. Três séculos depois, com a reconquista da cidade pelos cristãos, a imagem teria sido encontrada novamente pelos cristãos, que a teriam batizado com o nome de Nossa Senhora de Almudena, pois almudena significa "armazém" em espanhol e a imagem fora encontrada num trecho da muralha próximo ao antigo armazém dos mouros.
  • Nossa Senhora de Copacabana: no século XVI, em uma localidade chamada Copacabana, às beiras do Lago Titicaca, na Cordilheira dos Andes, um descendente da família real inca, Francisco Tito Yupanqui, colocou no altar da igreja local uma imagem de Nossa Senhora da Candelária fabricada por ele mesmo. Tal imagem ganhou a fama de produzir muitos milagres e foi declarada santa padroeira da Bolívia em 1925.[15][16]

No século XVII, uma réplica da imagem foi instalada em uma ermida num rochedo no final da praia então chamada de "Sacopenapã", na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. A ermida fez com que o nome da praia e do bairro fossem trocados para sua denominação atual, "Copacabana". A igreja viria a ser demolida para a construção do Forte de Copacabana, entre 1908 e 1914[17][18][19]. Atualmente, a imagem é venerada na Igreja de Nossa Senhora de Copacabana e Santa Rosa de Lima, na Praça Serzedelo Corrêa, no bairro de Copacabana.

  • Nossa Senhora de Guadalupe: corresponde a uma estampa de Nossa Senhora que é venerada nas proximidades da Cidade do México e que acredita-se ter tido uma origem milagrosa. Segundo a lenda, em 1531 um índio asteca recém-convertido ao Catolicismo, chamado Juan Diego, testemunhou uma aparição de Nossa Senhora em um local chamado Tepeyac, a noroeste da Cidade do México. Nossa Senhora teria lhe dito para comunicar ao bispo que desejava que uma igreja fosse construída naquele local em sua homenagem. O bispo não acreditou em Juan Diego e exigiu uma prova da aparição. Juan Diego então se encontrou novamente com Nossa Senhora, no mesmo local anterior, e esta lhe pediu que colhesse flores num terreno próximo. Mesmo não sendo a época das flores, Juan Diego conseguiu encontrar muitas flores no local indicado por Nossa Senhora e as levou ao bispo enroladas em seu manto. Ao abrir o manto diante do bispo, as flores se derramaram no chão, revelando que uma imagem de Nossa Senhora havia surgido miraculosamente estampada no manto. O bispo finalmente acreditou no relato de Juan Diego e mandou erigir uma igreja no local indicado para guardar o manto estampado.

Por problemas estruturais na igreja, o manto passou a ser guardado em uma basílica nova construída entre 1974 e 1976. A basílica de Nossa Senhora de Guadalupe é atualmente o segundo santuário católico mais visitado, somente perdendo para a Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Nossa Senhora de Guadalupe é a padroeira da Cidade do México, do México e da América Latina. Seu dia é o 12 de dezembro.

O seu nome, porém, deriva de uma imagem de Nossa Senhora que se localiza na cidade de Guadalupe, na Extremadura, na Espanha. Tal imagem de madeira foi doada, em 580, pelo papa São Gregório Magno ao bispo de Sevilha. Em 711, na invasão muçulmana, a imagem foi escondida pelos cristãos. Ela somente veio a ser reencontrada pelo pastor Gil Cordero, que, guiado por uma aparição de Nossa Senhora, reencontrou a imagem em 1326.[20]

Referências