Saltar para o conteúdo

Retórica e argumentação/Figuras de estilo/Disanalogia

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.


Disanalogias são comparações que focam nas diferenças entre as coisas comparadas.

Exemplo 1: “Você pensa que cachaça é água? Cachaça não é água não. Cachaça vem do alambique e água vem do ribeirão” (Marinósio Trigueiros Filho, Cachaça não é água)

Exemplo 2: “As horas de tolice são medidas pelo relógio, mas as de sabedoria nenhum relógio pode medir” (William Blake, Marriage of Heaven and Hell)

Exemplo 3: "Quando um homem se sente superior aos outros e com um tipo de elação interior, isto é chamado de orgulho. Isto difere da vaidade na medida que vaidade significa consciência de sua elação, enquanto orgulho requer um sujeito, um objeto e um sentimento de elação. Suponha que um homem nasça solitário no mundo, ele pode sentir vaidade, mas não orgulho, pois o homem orgulhoso se considera superior aos outros por certas qualidades suas." (Al-Ghazali, Orgulho e Vaidade)

Exemplo 4: "Um geômetra nunca precisa conferir se um triângulo tem ângulos iguais a dois retos, pois ele asseguradamente sabe que sim... Contudo a prudência; a qual repousa sobre coisas cheias de variedade, erro, problema e confusão; deve necessariamente lidar com casualidades e deliberar acerca de coisas mais duvidosas e incertas." (Plutarco, Moralia)

Uso na retórica: Dentre os usos da disanalogia na arte da persuasão, vale mencionar:

  • Contrastar as coisas comparadas, geralmente com o intento de elevar uma ou rebaixar outra.
  • Refutar/objetar argumentos analógicos.
  • Construir argumentos disanalógicos, isto é, argumentos nos quais as premissas descrevem diferenças reconhecidas entre dois assuntos e a conclusão afirma a existência de mais diferenças.