História do Brasil/O governo de Fernando Collor de Mello

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.
Foto oficial de Fernando Collor como presidente da República
Logotipo do Governo Collor

Fernando Collor de Mello foi eleito pelo PRN (Partido da Reconstrução Nacional, hoje Partido Trabalhista Cristão) no segundo turno da eleição presidencial de 1989, com 35.089.998 votos (53,3%) contra 31.076.364 votos (46,97%) de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. A vitória de Collor na eleição presidencial se deve pela fama de ser "guardião da moral" e o "caçador de marajás". Alguns comentaristas argumentam que a TV Globo interferiu nas eleições de 1989, beneficiando Collor.

Fernando Collor assumiu a presidência em 15 de março de 1990, substituindo José Sarney. No seu governo, houve uma diminuição do PIB e da renda per capita e a inflação chegou a 1119,91%. Para a estabilização da inflação, foi criado o Plano Brasil Novo, mas foi conhecido como Plano Collor. O plano aumentou os preços dos serviços públicos, como gás, energia elétrica, serviços postais, etc., extinguiu vários institutos governamentais e anúncio de intenção do governo de demitir cerca de 360 mil funcionários públicos, para redução de mais de 300 milhões em gastos administrativos, substituiu a moeda corrente, o cruzado novo, pelo cruzeiro à razão de NCz$ 1,00 = Cr$ 1,00. Em janeiro de 1991, foi criado o Plano Collor II, e no mesmo ano, foi criado o Plano Marcílio, pelo economista Marcílio Marques Moreira.

Um dos pontos importantes do Plano Collor previa o confisco dos depósitos bancários superiores a Cr$ 50.000,00 (cinquenta mil cruzeiros) por um prazo de dezoito meses visando reduzir a quantidade de moeda em circulação, além de alterações no cálculo da correção monetária e no funcionamento das aplicações financeiras.

Em meados de 1991, houve várias denúncias de irregularidades, envolvendo pessoas do círculo próximo de Collor. Em uma entrevista à Revista Veja em maio de 1992, o irmão de Collor Pedro Collor de Mello revelou o esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da campanha Paulo César Farias (que ficou conhecido como Esquema PC Farias), entre outros fatos comprometedores para o presidente. Houve protestos dos caras-pintadas, que pediam o impeachment do presidente. Foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a responsabilidade do presidente sobre os fatos divulgados. Foi aberto o processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

Em 29 de setembro, por 441 a 38 votos, a Câmara autoriza a abertura de processo de impedimento do presidente, o que implica seu afastamento temporário até decisão final do processo pelo Senado Federal. Collor renunciou antes de ser condenado, sendo sucedido pelo vice-presidente Itamar Franco.