História do Brasil/Confederação do Equador
A Confederação do Equador foi uma revolta que aconteceu na província de Pernambuco no Brasil Imperial. Foi uma revolta contra o governo e às medidas tomadas pelo imperador Dom Pedro I. A revolta também pedia a independência de Pernambuco como república.
Naquela época, Pernambuco tinha um norte que cultivava algodão e cana-de-açúcar, tinha uma economia robusta por causa da diversificação da economia e tinha vilas populosas. O norte opôs-se ao sul, que apenas cultivava cana, e as vilas eram anexos aos engenhos de cana.
A tendência liberal estava crescendo por todo o Brasil. Em Pernambuco não foi diferente, Cipriano Barata fundou o jornal de orientação liberal Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco e o seu discípulo, Frei Caneca, fundou o jornal Tiphis Pernambucano. Esses jornais inseriram Pernambuco no debate político nacional.
A revolta
[editar | editar código-fonte]A nova constituição não foi aprovada pelos maiores líderes liberais republicanos de Pernambuco, Manoel de Carvalho e Frei Caneca, que participaram da Revolução Pernambucana. Eles aceitaram a monarquia esperando a autonomia para as províncias, mas o governo centralizador de Dom Pedro I frustrou suas ideias. Pernambuco era dividida pelo monarquismo, liderado por Francisco Pais Barreto, e o liberalismo republicano, liderado por Pais e Andrade. O governador da província de Pernambuco nesta época era Pais Barreto, nomeado por Dom Pedro I. Após pressão dos liberais, Pais Barreto deixa o cargo e fazem uma eleição ilegal que elegeu Pais de Andrade. Pedro I e o gabinete não souberam da eleição, e quando souberam, quiseram pôr Pais Barreto novamente ao cargo.
Dois navios de guerra chegaram à Recife para fazer a lei ser obedecida, também chegou o comandante da pequena divisão naval, o britânico Lord Cochrane. Os liberais recusaram-se a reempossar Pais Barreto. Os intelectuais da rebelião que defendiam os interesses da aristocracia eram a Frei Caneca, José da Natividade Saldanha e João Carlos Lisboa. Dom Pedro I achou a revolta desnecessária, e para evitar um conflito, nomeou para presidente da província José Carlos Mayrink da Silva Ferrão. Mayrink era ligado aos liberais, mas foi rejeitado por eles. Como ainda acontecia a guerra de independência do Brasil, existia rumores de um ataque naval português, e isto obrigou Lord Cochrane a sair de Recife.
Manoel de Carvalho então aproveita a ausência de Lord Cochrane e proclama a Confederação do Equador. O novo país seria formado pelas províncias do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Pernambuco, mas nenhuma delas aderiu à revolta separatista, com exceção de algumas vilas da Paraíba e do Ceará, comandadas pelo Padre Mororó. Em 1824, as forças imperiais atacam Recife e Olinda, e as poucas forças lideradas por Frei Caneca conseguem fugir para o Ceará, mas semanas depois as forças imperiais tomam Ceará. Com a recusa de Frei Caneca em ser enforcado, acaba por ser fuzilado, assim como muitos outros rebeldes. Poucos fugiram.
O fim da revolta não significava o fim do descontentamento do povo com o imperador.