História da Europa/Europe: 1945 ao presente
Introdução
[editar | editar código-fonte]A Europa entrou numa nova era, com duas guerras mundiais ainda vivas na memória coletiva, e a paz e a prosperidade pareciam ser, definitivamente o desejo de todos.
A União Soviética se dissolveu em 1991, resultando numa Europa cujos países e fronteiras retornavam ao seu estado anterior à Segunda Guerra Mundial. Esses países no entanto, enfrentavam populações a caminho do envelhecimento e taxa de natalidade cada vez menor, tornando algo extremamente desafiador sustentar programas de serviços sociais muito caros.
No inicio do século 21, o continente começa a se redefinir com o multiculturalismo, uma política forte de economia em comum e a formação do parlamento europeu.
A Europa das Nações, cujos sentimentos nacionalistas levaram a duas guerras mundiais durante o último século, estava observando que o federalismo dos EUA, era uma possível solução para forjar uma Europa unida.
Europa Ocidental 1945 – presente
[editar | editar código-fonte]Após a Segunda Guerra Mundial, os países da Europa encontravam dificuldades em reconstruir suas economias. Suécia, Suíça, Irlanda e Espanha, que haviam permanecido neutras durante a guerra, se deram mais ou menos bem. Suécia e Suíça haviam colaborado com seus bancos e materiais para o esforço de guerra nazista, isso significava que, para ambos os países foi relativamente fácil sair da guerra ilesos.
A neutralidade teve seus benefícios mas, para os países que estiveram na vanguarda da ação militar a situação era imensamente pior. As indústrias britânicas haviam se dedicado quase que exclusivamente ao esforço de guerra, junte-se a isso a perda da influência política e econômica entre suas colônias. A visão de uma recuperação rápida era praticamente impossível.
Os países que foram ocupados pela Alemanha viram sua produção industrial ser toda drenada para o esforço de guerra alemão e o afluxo de dinheiro e mercadorias provenientes desses países ocupados na economia alemã, significava que a escassez e austeridade da guerra não haviam sido sentidos pela população alemã até o último ano da guerra.
Por toda Europa a expectativa era de um retorno à normalidade e ao poderio econômico, embora logo ficasse óbvio que isso só poderia ser alcançado com a ajuda norte americana.
Num pronunciamento feito em Harvard em 1947 por George C. Marshall, Secretário de Estado norte americano, a proposta foi de que a recuperação das economias europeias, incluindo a Alemanha, seria feita em parte por doações norte americanas.
A verdade da questão é que as exigências da Europa para os próximos três ou quatro anos de comida estrangeira e outros produtos essenciais - principalmente da América - são muito maiores do que a sua capacidade atual para pagar, então deve ter ajuda adicional substancial ou enfrentar a deterioração econômica, social e política de um caráter muito grave. Extraído do pronunciamento de Harvard por George C. Marshall.
O Plano Marshall se tornou lei através do presidente Truman em abril de 1948, sob o nome formal de “Programa de Recuperação da Europa”. O Plano Marshall foi criado para ser aplicado a todas as áreas da Europa que foram devastadas pela guerra não importando se o local se alinhava aos Aliados ou aos membros do Eixo.
Stalin rejeitou o Plano, assegurando que a Alemanha Oriental, Polônia, Romênia, Iugoslávia e outros países, agora, sob ocupação ou influência soviética pós guerra deveriam ser excluídos.
- Grã Bretanha - após a Guerra o país estava profundamente endividado. O bombardeio dos maiores centros urbanos, aliado ao esgotamento dos recursos humanos devido às vítimas de guerra, acrescentaram mais dificuldades financeiras.
Os danos à economia levaram ao racionamento que foi estendido até a década seguinte.
De 1945 até 1951, o Partido Trabalhista e o Primeiro Ministro Attlee substituíram o Partido Conservador. Winston Churchill foi considerado pela população em geral como o “Primeiro Ministro da Guerra” mas, mesmo perdendo a primeira eleição pós guerra, ele ainda foi Primeiro Ministro de 1951 até 1955.
Em agosto de 1947, a Índia se tornou independente da Grã Bretanha. De 1950 até 1980 a Grã Bretanha, agora sem os benefícios econômicos de suas colônias, abraçou o capitalismo de livre mercado como o dos Estados Unidos, embora com mais ênfase nos programas sociais e à propriedade pelo estado das empresas de importância estratégica.
Em muitos pontos, o envolvimento da América na guerra havia sido condicionado ao compromisso da Grã Bretanha de desmontar seu poderio colonial, que os EUA viam como obstáculo às suas ideias de comércio e capitalismo de livre mercado.
Isso foi proposto primeiro por Roosevelt para Churchill num encontro em agosto de 1941, onde o futuro da Europa pós-guerra foi discutido. A América via o comércio colonial britânico como monopolista e embora Pearl Harbour e a agressão japonesa tenham levado os Estados Unidos a entrarem na guerra, a agenda a respeito da independência colonial permanecia.
América, a colônia que lutou uma guerra contra os ingleses por sua independência era pré-disposta culturalmente e economicamente a fazer essa proposta.
Margaret Thatcher, lider do Partido Conservador, se tornou Primeira Ministra de 1979 até 1990. Ela foi o primeiro líder ocidental do sexo feminino da era moderna, e encarou uma depressão com inflação especulativa – o alto desemprego e a inflação resultante dos altos preços do petróleo.
Tatcher era uma aliada muito próxima do presidente norte americano Ronald Reagan. Em seu governo elaborou um programa rigoroso para dominar a inflação. Cortou impostos dos mais ricos, esperando com isso, que eles gastassem o dinheiro extra, contratando funcionários e apoiando a privatização e a desregulamentação. Ela também cortou muitos programas sociais, incluindo educação, programas de saúde e bem estar, e vendeu indústrias nacionais como a British Oil e a British Airways. Ela ainda quebrou o poder dos sindicatos na Grã Bretanha. Tudo isso foi importante dentro da austeridade de sua administração, quando o objetivo era reduzir a inflação.
Tatcher também empregou a força para recuperar o controle das Ilhas Falklands após a invasão das ilhas pela Argentina em 1982, o que lhe trouxe uma grande aprovação popular.
John Major foi o Primeiro Ministro Conservador de 1990 até 1997.
Tony Blair foi o novo Primeiro Ministro Trabalhista de 1997 até 2007, enfrentou a invasão do Iraque e os conflitos do Afeganistão.
Gordon Brown foi um governante passageiro, a Coalizão dos Conservadores e Liberais Democratas, compuseram o governo até as eleições gerais de 2010, com os rumores de uma possível independência da Escócia e possível saída da União Européia.
- França - o regime de Vichy, instalado pelos nazistas após sua invasão da França durante a Segunda Guerra Mundial, foi substituído em 1946 pela Quarta República, que durou até 1958.
A Quarta República consistia de um parlamento forte com um Premier (Primeiro Ministro) escolhido pela maioria do partido. Havia também um presidente fraco e apenas cerimonial.
Charles De Gaulle, que comandou o movimento de Resistência Francesa contra os nazistas durante sua ocupação da França na Segunda Guerra Mundial foi eleito, mas se recusou a participar de um governo assim definido e portanto pediu demissão.
Após a Segunda Guerra Mundial a França descolonizou a Indochina, o Marrocos, a Tunísia e o resto da África ocidental. A Quarta República também permitiu o voto feminino.
Conflitos violentos explodiram na Argélia que ainda era colônia francesa. Bombas, terrorismo e morte de quase um milhão de pessoas durante ações anti francesas, levaram esse conflito ao palco principal da política francesa. Quando oficiais superiores do exército francês na Argélia se rebelaram em maio de 1958 e o medo de um golpe de estado se espalhou entre os membros do governo, chamaram Charles De Gaulle para resolver o problema.
De Gaulle se recusou a tomar o poder a menos que o governo permitisse ao Presidente ter uma posição forte. O povo francês concedeu, e em 1958 a Quinta República foi formada com um Presidente forte e autoritário.
No entanto, a solução de De Gaulle para o problema era simplesmente libertar a Argélia. Em 1968, os estudantes universitários fizeram um protesto com relação aos seus problemas e isso levou a uma greve geral da classe trabalhadora.
Após a derrota do referendo sobre a regionalização, De Gaulle renunciou em 1969. Os Presidentes seguintes foram dois da esquerda, Georges Pompidou (eleito em 1969 e falecido em 1974), e Valéry Giscard d´Estaing (eleito em 1974).
O aborto foi legalizado no governo de Giscard. De 1981 até 1995, François Mitterand governou a França. Ele era socialista e implementou inúmeros programas sociais. Aboliu a pena de morte, instituiu bancos nacionalizados, indústrias de seguros e indústrias de defesa. Os salários dos trabalhadores aumentaram durante seu governo e as horas trabalhadas diminuíram. No entanto, quando a economia da França estacionou, ele abandonou o socialismo em 1984 e a economia reviveu.
Em 1986, a direita ganhou as eleições parlamentares, e essa foi a primeira vez em que, o Presidente e o Primeiro Ministro não pertenciam ao mesmo partido político. Jacques Chirac, prefeito de Paris e fundador do partido RPR Gaullista, foi escolhido como Primeiro Ministro. Mitterand foi re-eleito em 1988, mas teve que enfrentar novamente um governo dividido entre dois partidos de 1993 até 1995, com Édouard Balladur como Primeiro Ministro.
Em 1995, Jacques Chirac, se tornou presidente. Ele também teve que enfrentar um governo dividido pela terceira vez na história, com o socialista Lionel Jospin como Primeiro Ministro de 1997 até 2002. Chirac foi eleito com facilidade em 2002 contra o candidato de extrema direita Jean Marie Le Pen, que chegou à disputa inesperadamente, eliminando Lionel Jospin na primeira fase. Jacques Chirac então fundou um novo partido, o UMP unindo a maioria dos políticos de direita. Jacques Chirac foi substituído por Nicolas Sarkozy, presidente do UMP em 2007.
Em 2012, Nicolas Sarkozy muito impopular e tendo que lutar contra a crise econômica, foi derrotado pelo candidato socialista François Hollande.
- Alemanha - após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em zonas já definidas entre os poderes Aliados. As zonas ocidentais foram colocadas sob o controle norte americano e da Europa ocidental, enquanto as zonas orientais ficaram sob o controle da União Soviética.
A Alemanha ficaria ocupada pelos Aliados até algum ponto no futuro, e como isso seria feito se tornou um motivo de conflito entre os Aliados.
Essa divisão da Alemanha também refletia a presença das tropas aliadas nos países agora livres da Europa.
O exército soviético mantinha sua presença militar na Polônia, Romênia e em outros países da Europa oriental.
As tropas norte americanas ainda estavam estacionadas em muitos países da Europa ocidental.
Com o fim da guerra, a concordância entre os EUA e a Rússia agora era vacilante e a Alemanha e muitos de seus vizinhos logo ocuparam o centro de uma batalha ideológica entre aqueles que foram um dia aliados.
A divisão de Berlim foi a precursora da Guerra Fria, a primeira arena do pós guerra para as diferenças arraigadas entre a Rússia e os Estados Unidos e um péssimo sinal para os conflitos que viriam com o Vietnã e a Coréia.
Em 1948, entrou em ação o Bloqueio de Berlim. Berlim estava na parte oriental administrada pelos soviéticos, embora a cidade propriamente fosse administrada pela França, América, Grã Bretanha e os soviéticos.
Os aliados ocidentais tinham fundido as três zonas que ocupavam após o fim da guerra. O prelúdio desse bloqueio era sentido pela tensão em escalada.
Primeiro, os soviéticos moveram suas tropas para as fronteiras e isso fez com que a inteligência norte americana, considerasse que, os soviéticos pretendiam expandir seu território.
Os russos então deram ordens ao General Dratvin (comando russo em Berlim) que, todos os trens entrando em Berlim deveriam ser inspecionados e tivessem a documentação apropriada.
Essa ação da Rússia, foi passada para o General Clay (comandante norte americano em Berlim), que telegrafou para Washington. A administração em Washington chegou à conclusão que uma iminente invasão russa era improvável e que, o propósito da movimentação dos russos era tirar os poderes dos aliados sobre Berlim.
Os russos aumentaram a pressão com novos postos de inspeção nas estradas e canais de Berlim. Em março de 1948 nove barcas registradas britânicas, foram interceptadas em Buchhorst e em abril, trens militares britânicos e norte americanos foram detidos em Marienborn partindo da premissa de que os russos não tinham permissão para inspecioná-los.
As autoestradas também ficaram sob pressão, com os russos insistindo que os britânicos evacuassem dois postos de emergência na autoestrada entre Berlim e Helmstedt .
Em 18 de junho os Aliados emitiram uma nova moeda chamada Deutsche Mark, que substituía o Reichsmark e no mesmo dia, a Rússia suspendeu todas as viagens por trem e por estradas para fora e para dentro de Berlim.
No dia 4 de agosto os Aliados começaram uma ponte aérea para suprir Berlim.
Em 1949, as duas áreas foram formalmente separadas em República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e República Democrática Alemã (Alemanha Oriental). Para completar, a Lei Fundamental Alemã (Constituição da Alemanha) foi promulgada em 1949.
De 1949 até 1963, o Chanceler Konrad Adenauer, membro do Partido Cristão Democrata (CDU), chegou ao poder na Alemanha Ocidental e procurou manter uma política de integração com a NATO e com os Estados Unidos.
Adenauer resistiu com sucesso às pressões domésticas para que a Alemanha adotasse uma política de neutralidade entre os blocos da Guerra Fria, como caminho para a reunificação.
No seu governo, a Alemanha Ocidental encontrou o seu Wirtschaftswunder ou Milagre Econômico, com uma grande recuperação através de toda nação.
O país entrou numa desnazificação, que envolvia censura às ideias fascistas e a mostra de filmes feitos em Dachau e outros campos de concentração em cinemas alemães.
O sistema de educação da Alemanha foi também objeto de desnazificação com livros didáticos descartados por causa da inclusão de propaganda nazista.
Os Julgamentos de Nuremberg são o exemplo mais visível da desnazificação durante esse período, uma vez que envolveram os mais altos membros do partido nazista, embora milhares tenham sido julgados em nível local pelos Aliados.
Um dos problemas dos Aliados com relação à desnazificação foi que, remover tudo o que era nazista do país, deixava a Alemanha lutando para se reconstruir, pulando todo um período de sua história.
Em muitos aspectos, alemães que foram cúmplices dos massacres de Hitler escaparam ilesos porque, ou eles não chegaram ao conhecimento dos Aliados ou faziam parte dos movimentos de reconstrução da Alemanha.
Em 1961, as autoridades da Alemanha oriental, com apoio soviético, erigiram o Muro de Berlim para barrar a avalanche de refugiados que escapava para o ocidente.
Tanto Adenauer e seus oponentes parlamentares, os Sociais Democratas, consideravam a GDR (Alemanha Oriental) como uma parte ocupada, da nação alemã legalmente unificada, mas não estavam em posição de mudar as circunstâncias por causa da Guerra Fria entre os EUA e a URSS.
A importância de Berlim como a primeira arena da Guerra Fria se reflete na Crise dos Mísseis em Cuba de 1962.
Documentos classificados liberados sobre a Crise Cubana, mostram que a administração norte americana estava preocupada, porque se demonstrasse qualquer sinal de fraqueza, durante a Crise dos Mísseis poderia dar inicio a uma agressão soviética em Berlim.
As zonas de 1945 se tornaram fronteiras em 1962 e Berlim tinha um muro de concreto e arame farpado. Foi onde começou a Guerra Fria e foi esse o lugar onde ela teria que terminar.
De 1963 até 1966, o partido CDU (União Democrática Cristã da Alemanha) elegeu como Chanceler Ludwig Erhard e em seguida a ele, Kurt Georg Kiesinger.
De 1969 até 1974, o Chanceler foi Willy Brandt dos Social Democratas (SPD). Ele promulgou a Ostpolitik, uma política de cooperação econômica e comércio com o bloco oriental e com a Alemanha oriental. Embora ele apoiasse a NATO, as aberturas de Brandt em direção ao leste, lhe valeram desconfianças em alguns círculos ocidentais que achavam que ele poderia negociar uma aliança para a unificação alemã. Ironicamente, o governo de Brandt sofreu o escândalo de ter um espião da Alemanha Oriental em seu gabinete.
Seu sucessor foi Helmut Schmidt também do SPD (1974-1982).
De 1982 até 1998, o Chanceler foi Helmut Kohl do CDU. Ele estava em seu gabinete em 1989, quando o Muro de Berlim caiu, quando Gorbachev abandonou a Doutrina Brezhnev de proteção soviética a outros regimes comunistas.
Em 1990 as duas partes da Alemanha foram reunificadas, mas a economia da Alemanha oriental estava muito atrás da ocidental. Mesmo com o Chanceler Kohl se mostrando um conservador nos moldes de Ronald Reagan e Margaret Tatcher, cortando gastos com programas sociais e impostos, para ajudar a economia.
De 1998 até 2006, o governante foi o Chanceler Gerhard Schroeder do SPD. Ele é mais famoso por sua oposição inflexível aos EUA por causa da invasão do Iraque, bem como por abolir benefícios do seguro desemprego nas chamadas reformas Hartz.
Após as eleições de 2006, Angela Merkel se tornou Chanceler e ela é membro do CDU.
A União Européia
[editar | editar código-fonte]As guerras Franco-Prussianas, a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial deixaram uma marca indelével na Europa moderna.
A ferocidade e a destruição dessas guerras levou a um esforço conjunto dos líderes europeus em busca de uma forma de garantir paz duradoura para a Europa. Em nível político, foi combinado que a melhor forma seria unir as nações economicamente e politicamente.
Esse foi o inicio da União Européia (EU).
Membros
[editar | editar código-fonte]São atualmente 27 os membros da União Européia. Os seis membros originais foram França, Alemanha (ocidental), Itália, Luxemburgo e Holanda. Entre 1973 e 1986, a Dinamarca, Irlanda, Grã Bretanha, Grécia, Portugal e Espanha aderiram à União Européia.
O emblema da EU é uma bandeira azul com 12 estrelas douradas.
Em 1995, ingressaram a Áustria, Finlândia e Suécia. Nove anos mais tarde, dez países foram admitidos – Polônia, República Checa, República Eslovaca, Lituânia, Letônia, Estônia, Hungria, Eslovênia, Malta e Chipre. O número de países membros da EU aumentou novamente em janeiro de 2007 com a adição da Romênia e da Bulgária e em julho de 2013 a Croácia se juntou a eles. A Macedônia, Montenegro, Sérvia e Turquia estão em conversações sobre uma possível participação na União Européia.
O início
[editar | editar código-fonte]Em 1944 o Acordo de Bretton Woods, criou a Organização Mundial do Comércio (no original WTO) que lutava para eliminar os impostos e promover um comércio livre.
Estabeleceu um Banco Mundial, para prover empréstimos aos países menos desenvolvidos, e o Fundo Monetário Internacional (no original IMF), que garante empréstimos aos países em crise econômica para prevenir a queda de seus governos. O acordo também fixou taxas de câmbio das moedas, que se tornaram taxas de câmbio flutuantes em 1971.
Em 1945 foram estabelecidas as Nações Unidas.
Em 1951, a Comunidade Européia do Carvão e do Aço (no original ECSC) foi estabelecida, tendo como membros a Bélgica, Alemanha Ocidental, Luxemburgo, França, Itália e Holanda. Em 1957, os Tratados de Roma estabeleceram a Comunidade Europeia de Energia Atômica (no original EURATOM) e a Comunidade Econômica Europeia (no original EEC). Seus membros removiam barreiras comerciais entre eles e formavam um Mercado Comum.
Em 1992, o Tratado de Maastricht foi concebido para providenciar cooperação no emprego das leis, justiça criminal, problemas civis e judiciais além de asilo e imigração.
A União Soviética
[editar | editar código-fonte]Após a guerra a União Soviética se encontrou numa posição excelente para garantir suas fronteiras e avançar com suas teorias econômicas e sua ideologia política sobre os estados vizinhos.
Esse país rejeitou o Plano Marshall e partiu para uma solução alternativa chamada Cominform (Cominform (Communist Information Bureau, nome comum dado ao órgão que se chamava oficialmente de Serviço de Informação dos Partidos Comunistas ).
As tropas russas tinham sido as primeiras a entrar em Berlim e Stalin, era um político astuto, que viu nessa situação a oportunidade de tornar a Russia um poder mundial.
O Exército Vermelho tinha que firmar presença na maior parte dos países que ele tinha libertado. Os norte americanos que desejavam se desembaraçar da arena europeia, agora se encontravam mais e mais envolvidos nas emaranhadas fronteiras da Europa. A Guerra Fria havia começado.
*Nikita Khrushchev 1953-1964 - reverteu muitas das ações políticas de Stalin num processo que ficou conhecido como Desestalinização.
Esse período é conhecido como The Thaw ou o descongelamento, uma vez que a tensão entre EUA e URSS ficava mais relaxada.
A teoria da coexistência pacífica, que postulava que as nações comunistas poderiam viver em paz com as democracias do ocidente, se espalhou pela União Soviética de Khrushchev, que participou das Cimeiras de Paz em Genebra e Camp David.
Khrushchev também procurou modernizar a Russia e dar mais liberdade a seus cidadãos. Ele libertou a Russia dos expurgos e dos julgamentos show, substituindo-os por um sistema judiciário real.
Também permitiu mais espaço aos 6 países da Europa oriental assim como aceitou mais liberdade para os discursos e críticas a Stalin. No Congresso do Partido em 1956, Khrushchev anunciou que Stalin havia sim, cometido muitos erros durante seu governo.
Khrushchev tentou reformar a agricultura coletivizada e sacudir o Partido Comunista para acabar com a ineficiência e por isso tudo o partido o forçou a sair em 1964.
O ocidente vê Khrushchev como um líder pouco diplomático, especialmente considerando seus atos durante a Crise Cubana dos Mísseis em 1962.
*Leonid Brezhnev (1964-1982) - após Khrushchev ser removido de seu cargo, Leonid Brezhnev chegou ao poder. Ele era visto pela maioria como um sujeito sem graça, sem cor e sem imaginação. Ele colocou um fim à desestalinização e é culpado por colocar a União Soviética numa nova era de estagnação.
Brezhnev é bem conhecido pela sua Doutrina Brezhnev que prometia intervenção se algum regime socialista fosse ameaçado. Durante seu governo em 1968, houve revolução na Checoslováquia.
Alexander Dubček foi eleito líder do partido comunista, e pediu imprensa livre, democracia e outros partidos. Nesse sentido ele controlava a repressão, e pretendia um Socialismo com Face Humana, naquilo que ficou conhecido como Primavera de Praga – ou seja, mais direitos, mais bens de consumo, mais liberdade.
No entanto, os soviéticos invadiram o país e esmagaram esse novo governo em agosto de 1968.
Sob Brezhnev, os Estados Unidos e a União Soviética se submeteram à Détente, que era, essencialmente, o relaxamento das tensões entre as duas nações.
Isso ocorreu principalmente porque ambos os países reconheceram a Destruição Mútua Assegurada. Isso significa que eles compreenderam que cada nação possuia armamentos suficientes para garantir a destruição da outra .
Isso ocorreu durante o crescimento das campanhas pelo desarmamento nuclear feito pelo povo em geral. Essas campanhas se tornaram um fenômeno social importante durante as décadas de 60 e 70, especialmente nos países pertencentes à NATO e, de alguma forma ajudaram a descongelar a Guerra Fria.
Em 1975, tanto a NATO como os membros do Pacto de Varsóvia assinaram os Acordos de Helsinki. Neles o ocidente reconhecia a ocupação soviética da Europa oriental, e os soviéticos prometeram respeitar os direitos civis dos povos vivendo nos territórios ocupados.
Brezhnev teve grandes problemas enquanto governou. Em 1977, os dissidentes checos, liderados pelo escritor Václav Havel, assinaram um manifesto chamado a Carta 77 que pedia por direitos humanos, livre expressão, liberdade de religião e direitos sindicais.
Depois, de 1980 até 1989 a União Soviética ficou envolvida em ações militares no Afeganistão, apoiando o governo comunista que estava lutando contra os muçulmanos anti comunistas.
A URSS acabou por retirar suas tropas depois de um impasse e do fato das baixas russas terem aumentado.
Brezhnev governou a URSS por mais tempo do que qualquer outro a não ser Stalin e nunca houve um complô para depô-lo. Ele envelheceu no poder e morreu em 10 de novembro de 1982 com 75 anos.
Seu sucessor foi Yuri Andropov e depois dele, Konstantin Chernenko, ambos governaram por volta de um ano e tiveram pouca importância real na União Soviética. Ambos tinham saúde frágil e morreram logo após subirem ao poder. Chernenko foi sucedido pelo reformista Mikhail Gorbachev.
*Mikhail Gorbachev (1985-1991) - com a União Soviética a beira de um colapso econômico, um jovem, vigoroso e criativo Secretário Geral, Mikhail Gorbachev, chegou ao poder. Ele criou a política da Glasnost ou Abertura, que aceitava críticas (embora limitadas) ao sistema, aceitava examinar erros passados, reabilitar vítimas dos expurgos e alterar livros didáticos.
Ele também implementou a Perestroika ou Reestruturação Econômica. Descentralizou a economia, ofereceu incentivos aos responsáveis pelo aumento da produção e qualidade e permitiu que eles tomassem mais decisões, introduziu elementos da democracia no trabalho e permitiu aos camponeses arrendar suas terras.
Mesmo assim, essa política econômica falhou, e a situação estava cada vez pior. A União Soviética tinha problemas imensos em 1990, incluindo alcoolismo, divórcios, taxas enormes de abortos, expectativa de vida muito baixa e nenhum bem de consumo.
Revoluções de 1988-1990
[editar | editar código-fonte]Em 1988 os movimentos de libertação da Lituânia – Sajudis, Latvian (letão) - Tautas fronte, Estoniano – Rahvarinne, todos foram criados e logo começaram a lutar pela independência dos países bálticos. Em 1989 um numeroso bloco de nações orientais começou sua revolta contra as autoridades soviéticas.
A fagulha que acendeu tudo isso brilhou em 1989, quando as condições cada vez piores da Polônia, forçaram a legalização do Partido Solidariedade de Lech Walesa.
O partido ganhou o controle do governo pela maioria dos votos. Gorbachev então avisou aos países satélites do Bloco Oriental que ele não podia aplicar a Doutrina Brezhnev.
O resultado disso foi que as outras nações seguiram a liderança da Polônia. A Hungria chamou eleições, relaxou o controle da economia e abriu a porta ao ocidente.
Os governos comunistas da Checoslováquia e da Búlgaria ruíram sem derramamento de sangue no que ficou conhecido como Revolução de Veludo.
Da Alemanha oriental, os alemães, como um rio inundaram a Hungria e seguiram a corrente para o ocidente.
O líder comunista da Alemanha oriental, Honecker foi forçado a entregar o poder e o Muro de Berlim foi demolido em 9 de novembro de 1989.
Na Romênia, Nicolae Ceauşescu, um brutal ditador stalinista, foi executado em 25 de dezembro de 1989. Ceauşescu foi o único líder executado durante a revolta do Bloco Oriental e a Romênia foi o único país a usar violência na derrubada do regime comunista.
A dissolução da União Soviética
[editar | editar código-fonte]O fracasso da Glasnost e Perestroika feitas para melhorar a situação na União Soviética resultaram no seu próprio fim. Em 1989, as primeiras eleições competitivas desde 1917 foram realizadas para o Congresso de Deputados do Povo. Boris Yeltsin foi eleito e se tornou líder da oposição na URSS.
Em 1990, outros partidos se tornaram oficialmente tolerados e, em junho de 1991, Yeltsin foi eleito presidente da Russia. Entre 19 e 21 de agosto de 1991, um golpe de comunistas da linha dura ocorreu enquanto Gorbachev estava na Crimeia.
Yeltsin liderou uma resistência pacífica ao golpe. Sua estratégia prevaleceu e todos os líderes golpistas foram presos ou cometeram suicídio.
Em 24 de agosto de 1991 o Partido Comunista foi banido da Russia.
Em 31 de dezembro de 1991 a União Soviética foi declarada oficialmente extinta e foi substituída por 15 estados independentes.