História da Europa/A Europa: 1918 a 1945

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Introdução[editar | editar código-fonte]

David Lloyd George, Vittorio Orlando, Georges Clemenceau, Woodrow Wilson

O final da Primeira Grande Guerra assistiu as nações envolvidas nos combates, exaustas, uma geração inteira de jovens morta nos campos de batalha e as condições politicas totalmente modificadas, muito diferentes de antes da guerra.

As monarquias da Alemanha, Áustria e Russia haviam sido apeadas do poder e em seus lugares havia agora governos democráticos ou revolucionários. Muitos grupos étnicos europeus que foram sujeitos a essas três nações buscavam a chance de obter sua independência. Foi contra essa situação que os poderes vitoriosos procuravam obter a paz permanente para a Europa.

Os vitoriosos da guerra foram rápidos ao culpar a Alemanha por deflagar a guerra e resolveram puni-la, e foi exatamente isso que fizeram com o Tratado de Versalhes em 1919. O Tratado foi tão duro para a Alemanha porque a França e a Itália cobravam dela a responsabilidade por toda a situação.

O Tratado de Versalhes de 1919[editar | editar código-fonte]

No Tratado de Versalhes ou também chamado Paz de Paris, os Quatro Grandes convencionaram discutir qual o melhor resultado para o final da guerra.

Os Quatro Grandes consistiam em os Estados Unidos da América representado pelo seu presidente Woodrow Wilson; a Grã Bretanha representada pelo seu primeiro ministro Lloyd-George; a França representada pelo primeiro ministro Georges Clemenceau, que era quem mais queria vingança contra a Alemanha; e o primeiro ministro da Itália, Vittorio Emanuele Orlando.

Alemanha e Russia não foram convidadas, uma vez que, a Alemanha era a derrotada e a Russia havia feito uma paz em separado com a Alemanha em 1917, e era temida por causa do crescimento dos revolucionários bolcheviques.

Durante as discussões, muitas lideradas pelo presidente Wilson, porque como os Estados Unidos haviam sido os menos atingidos e portanto eram os mais neutros dos vitoriosos, e porque os outros membros viam no Plano dos 14 Pontos que Wilson propunha, uma estrada idealística para um novo futuro.

mudanças territoriais decorrentes da Primeira Guerra Mundial

Os Quatorze Pontos de Wilson[editar | editar código-fonte]

Era um novo tipo de tratado, democrático, liberal, iluminista e progressista – desenhado para tornar a paz segura para sempre. O ponto chave dessas propostas eram pensados para impedir tratados secretos no futuro, para permitir liberdade no mar, providenciar redução de armamentos, permitir a autodeterminação das nações e estabelecer a Liga das Nações, coisa que Wilson via como o instrumento primordial para garantir a futura paz.

O Tratado com relação a Alemanha[editar | editar código-fonte]

Em contraste com o idealismo de Wilson, o Tratado de Versalhes foi duro, brutal, punitivo e vingativo, especialmente porque a França ainda mastigava sua raiva contra a guerra Franco-Prussiana e alegava que a maior parte da guerra havia sido em solo francês.

Os aspectos do Tratado foram designados para prevenir as possibilidades de que a Alemanha fizesse guerra no futuro. Faziam parte das decisões, que a Alemanha devolvesse muitas de suas colônias recentes, inclusive a Alsácia-Lorena para a França. A Renânia, entre a França e Alemanha seria desmilitarizado e transformada em zona tampão entre as duas nações.

As colônias alemãs foram divididas entre a França e Grã Bretanha e a Alemanha perdeu 13,5% de terras e 12,5% de sua população. A marinha alemã foi confiscada e o exército alemão limitado a 100.000 membros, não eram permitidos nenhum submarino, nem aviões ou artilharia.

A Alemanha foi forçada a pagar reparações de guerra de brutais 132 bilhões de marcos em ouro. Finalmente, o Artigo 231, da Cláusula da Culpa de Guerra, foi uma medida estritamente retributiva, ordenando a Alemanha a admitir a total responsabilidade pela guerra.

Problemas da Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

O novo governo democrático da Alemanha, chamado de Republica Weimar enfrentou sérios problemas logo após o Tratado de Versalhes. Embora o Kaiser Guilherme II tenha abdicado e a liderança militar tenha perdido sua autoridade, os alemães se recusavam definitivamente a admitir que seu exército havia perdido a guerra.

Uma grande parte do povo acreditava que, se a Alemanha tivesse continuado a lutar talvez tivesse conseguido vencer, e que a rendição era apunhalar pelas costas um exército capaz de vencer a guerra.

Enquanto isso minava severamente a credibilidade da nova república, a noção de que a Alemanha poderia ter continuado a lutar e eventualmente vencer, foi rejeitada pela maioria dos historiadores, devido a chegada das forças descansadas dos Estados Unidos e do desgastes dos alemães após quatro anos de batalhas.

De fato, no final de 1918 o Alto Comando Alemão enfrentando uma ofensiva poderosa dos Aliados contra o solo alemão, e a exaustão de suas próprias tropas, se dirigiu desesperado aos políticos democratas alemães e lhes perguntaram, de que maneira o governo Aliado acharia aceitável as negociações.

Povo alemão em frente ao Reichstag contra o Tratado de Versalhes

Imediatamente após a guerra, a Republica Weimar encontrou sérios problemas econômicos. Milhões de soldados desmobilizados voltavam para casa para enfrentar o fato de não haver praticamente nenhum trabalho. A fome se alastrou. Para complicar, a França e a Grã Bretanha tinham que pagar dividas para com os Estados Unidos e para isso exigiam reparação da Alemanha.

A Alemanha não tinha como pagar, então, a França tomou as cidades industriais do vale do Ruhr. Como resposta a Alemanha começou a imprimir dinheiro para pagar os trabalhadores desempregados do Ruhr, o que resultou numa hiperinflação absurda no país.

Politicamente, houve durante muitos anos um quase-caos, a beira do qual grupos políticos, tanto a esquerda quanto a direita, lutavam abertamente pelo governo central. Os Spartacistas ou comunistas, induziram revoltas em Berlim e outras cidades e tomaram brevemente o poder na Bavaria. Os Freikorps, vários bandos de soldados desmobilizados, que não queriam depor as armas esmagaram o golpe de estado da Baviera.

No entanto, os Freikorps também tentaram derrubar o governo da Republica Weimar com um golpe em 1920, que falhou quando os trabalhadores alemães responderam com uma greve geral.

Essa era a atmosfera em 1919, quando um pequeno partido de extrema-direita em Munique adotou um novo membro, um cabo do exército chamado Adolf Hitler. Orador hábil e politico, Hitler rapidamente alcançou a posição de cabeça do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, conhecido como Nazis.

A volta da próspera Alemanha[editar | editar código-fonte]

No final dos anos 1920 a prosperidade retornou à Alemanha, primariamente como resultado dos esforços norte americanos, através do Plano Dawes de 1924 e do Plano Young de 1929.

Esses planos concederam empréstimos à Republica Weimar e permitiram que a República mantivesse um plano realista de pagamentos das reparações, ajudando a restabelecer a estabilidade econômica. Essa prosperidade obteve o efeito de acalmar os grupos radicais de esquerda e de direita. O interesse por esses grupos foi diminuído como resultado da prosperidade alemã.

O crescimento do pacifismo e isolamento nos anos 1920[editar | editar código-fonte]

Durante os anos 20, as atitudes que prevaleceram entre os povos e as nações em geral foram de pacifismo e isolamento. Depois de assistirem os horrores e atrocidades da guerra, as nações desejavam evitar esse tipo de situação no futuro. Foi assim que a Europa tomou inúmeras providencias para assegurar a paz durante a década de 1920.

Na Conferencia Naval de Washington em 1921, os Estados Unidos, Grã Bretanha, França, Japão e Itália concordaram em reduzir o tamanho de suas frotas e não construir novos navios de guerra durante dez anos.

bandeira da Republica de Weimar 1926-1933

Durante os Tratados de Locarno de 1925, a Alemanha garantiu as fronteiras com a França e a Bélgica incondicionalmente e prometeu nunca violar as fronteiras com a Tchecoslováquia e a Polônia. Em 1926, a Alemanha entrou na Liga das Nações. A Liga foi um dos maiores instrumentos dos europeus para garantir a paz durante essa época. Em 1928, 65 nações assinaram o Pacto Kellogg Briand, rejeitando a guerra como política. Em 1934, a Russia entrou para a Liga das Nações.

Democracias na Europa de 1919 até 1939[editar | editar código-fonte]

Enquanto o fascismo crescia na Europa, as democracias liberais na Grã Bretanha e na França buscavam o isolacionismo e pacifismo, como explicado acima, e enfrentavam problemas com o desemprego e disputas coloniais. Como resultado da Grande Depressão de 1930, o conceito de que o governo é responsável por prover as necessidades sociais dos cidadãos se tornou extremamente popular.

  • Grã Bretanha - após a Primeira Guerra Mundial, a Grã Bretanha enfrentou uma série de problemas. Um dos mais sérios foi o desemprego, com aproximadamente 2 milhões de pessoas dependendo do sistema de bem estar publico.

Isso resultou no crescimento do Partido Trabalhista. Esse partido criou um sistema social moderno na Grã Bretanha, começando com uma pensão para os idosos, assistência médica, abrigos públicos e seguro desemprego. As indústrias britânicas, já antiquadas. ficaram para trás de vez, vendiam cada vez menos enquanto os Estados Unidos subiam no ranking industrial. Os países membros das colônias britânicas, como a Irlanda, o Egito, a Índia e a Palestina, estavam absorvendo os ideais do iluminismo e começando a resistir às regras do governo britânico.

Finalmente, a Grande Depressão causou problemas sérios na Grã Bretanha. O primeiro ministro Ramsay MacDonald, membro do Partido Trabalhista, não concordou com a política sugerida pelo comitê, onde o governo deveria reduzir sua despesa, incluindo os benefícios sociais, empregos para as mulheres e criou tarifas de 100% para bens importados.

Ele agia de acordo com as ideias de J. M. Keynes, que advogava a ideia do governo colocar mais dinheiro na economia para diminuir a Depressão. Suas ideias foram derrotadas e ele renunciou.

  • França - a Terceira República da França foi o órgão governante de 1870 até 1940. Embora fosse amplamente antipatizado por sua instabilidade política e corrupção, conseguiu colocar a França numa fase áurea, que ficou conhecida como a belle epoque em Paris.

Por toda cidade surgiram novos monumentos e edifícios públicos, em especial a Torre Eiffel, construída para a Feira Mundial de 1889. Paris foi renovada como um centro artístico, com os Impressionistas se inspirando em novas vistas.

Ao mesmo tempo, Paris adquiriu uma reputação menos simpática como a capital do pecado da Europa, com centenas de bordéis, teatros de revista e cabarés dos quais o mais famoso foi o Moulin Rouge. A cidade também ganhou um sistema de metro, inaugurado em 1900.

pintura de Lautrec – Moulin Rouge 1891

Em 1877, o presidente MacMahon tentou dissolver o parlamento não só desgostoso com o primeiro ministro como desejando mais poder. No entanto, o povo francês elegeu os mesmos deputados ao Parlamento. O povo claramente desejava impedir que outro ditador tomasse o governo.

Em 1886-1889, o General Boulanger chegou perto de derrubar o governo. Ele ganhou um grande apoio entre os monarquistas, aristocratas e trabalhadores, incitando a luta contra a Alemanha. No entanto, ele perdeu a coragem no momento do golpe, fugiu para a Bélgica e se suicidou.

Em 1894, um judeu francês oficial do exército chamado Alfred Dreyfus, foi falsamente acusado de traição, naquilo que foi chamado O Caso Dreyfus , mostrando que o anti semitismo ainda estava forte na França, especialmente no exército e na igreja católica. Émile Zola escreveu a famosa carta "J'Accuse!" na qual pediu apoio para Dreyfus, que foi eventualmente perdoado e recuperou sua posição no exército. Em 1905, a França promulgou a separação entre a igreja e o Estado.

Após a 1ª Guerra Mundial, a França passou por diversos problemas. Teve grandes dificuldades com o custo e o fardo de recuperar a nação e também perdeu todos os seus investimentos na Russia como resultado da Revolução Russa. As indenizações não foram pagas pela Alemanha conforme o esperado além disso, a evasão de impostos se tornou comum na França nessa fase.

No final dos anos 1920, a prosperidade foi recuperada. Embora a Grande Depressão de 1930 tenha desencadeado instabilidade política e agitação social.

Em 1934, os socialistas e comunistas disputaram com os fascistas na Câmara dos Deputados, uma das casas do parlamento, e atiraram tinta uns nos outros. Como resultado do mal estar, o povo elegeu a Frente Popular, uma coalizão de socialistas, liberais e comunistas para governo. O líder dessa Frente Popular era Leon Blum, que durante seu governo decretou ajuda para as famílias, benefícios sociais, duas semanas de ferias, quarenta horas de trabalho semanais e dissídio coletivo. Leon Blum foi substituído em 1938 por Eduard Daladier.

Desafios da democracia nos anos 30[editar | editar código-fonte]

Como resultado da Grande Depressão, grupos dissidentes como os fascistas e comunistas se tornaram mais atraentes para o povo em geral na Europa.

A Grande Depressão ocorreu por inúmeras razões. Salários baixos na época resultaram em pouca possibilidade de compra. Dificuldades na agricultura e preços caindo, resultaram no aumento das safras mas diminuíram a demanda. Superprodução nas fábricas e super expansão do crédito assim como a quebra da bolsa de valores em 1929 também contribuíram para agravar a situação.

Efeitos nas Colônias[editar | editar código-fonte]

As mudanças na Europa resultaram em clamores nas colônias por autonomia, e a influência da proposta de Woodrow Wilson pela auto determinação das nações, aumentou.

Presidente Woodrow Wilson

Em 1931, o Estatuto de Westminster criou a Commonwealth of Nations (Comunidade das Nações) que consistia em Canadá, Nova Zelândia, Austrália o Estado Livre da Irlanda e África do Sul.

Essas nações tinham autonomia, mas estavam ligadas à Grã Bretanha através do comércio.

Em 1930, a Índia começou a clamar por autonomia. A Liga Muçulmana e o Congresso Nacional da Índia pediam um espaço maior no governo. A desobediência civil de Gandhi levou ao fim do mandato britânico e em 1935, o Ato de Governo da Índia permitiu que a Índia tivesse um governo próprio interno. Em 1947 a Índia conquistou sua independência e se separou do Paquistão.

Em 1908 os Jovens Turcos, derrubaram Abdul Hamid II do poder na Turquia e governaram a nação até 1918.

Após a Primeira Guerra Mundial, Kemal Ataturk tomou a liderança no governo da Turquia. Em 1923 ele mudou a capital de Constantinopla para Ankara, dando inicio â Republica da Turquia. Finalmente, em 1930, ele mudou o nome de Constantinopla para Istambul.

Ataturk estabeleceu o código de vestuário ocidental, o alfabeto latino e baniu a poligamia da Turquia. Em 1936, as mulheres receberam o direito ao voto e foram admitidas a trabalhar no parlamento.

O fascismo na Alemanha e na Itália[editar | editar código-fonte]

A Itália experimentou uma reviravolta com o fascismo após a Primeira Guerra Mundial, e Benito Mussolini tomou o governo como ditador. Pouco mais tarde a Alemanha sob Hitler, tomou o mesmo rumo.

O fascismo era uma nova forma governo, iniciada por Mussolini, que promovia o extremo nacionalismo e a unidade nacional; dava ênfase à masculinidade, juventude, agressão e violência; superioridade racial; um líder supremo com habilidades sobre-humanas; a rejeição dos direitos individuais; o uso da polícia secreta, a censura e propaganda; uma política exterior militarista e agressiva; controle central estrito da economia; e o controle dos interesses dos indivíduos sendo subordinados às necessidades da sociedade como um todo.

O regime fascista italiano[editar | editar código-fonte]

O estabelecimento do liberalismo na Itália, temendo uma revolução socialista, inspirada nas idéias da Revolução Russa, endossou o pequeno Partido Nacional Fascista, liderado por Benito Mussolini.

Após vários anos de esforço, em outubro de 1922 os fascistas tentaram um golpe (a Marcha sobre Roma); as forças fascistas eram muito inferiores, mas o rei ordenou ao exército que não interferisse, formou uma aliança com Mussolini e convenceu o Partido Liberal a endossar um governo liderado pelos fascistas.

Durante os poucos anos seguintes, Mussolini (que se tornou conhecido como Il Duce) eliminou todos os partidos políticos, inclusive o Liberal, e reduziu as liberdades pessoais sob o pretexto de prevenir uma revolução.

O crescimento do fascismo e Hitler na Alemanha[editar | editar código-fonte]

Mussolini

No inicio dos anos 1930, a Alemanha não estava longe de uma guerra civil. Tropas paramilitares, que pertenciam a diversos partidos, intimidavam os eleitores e semeavam violência e ódio entre o povo, que sofria com o imenso desemprego e a pobreza.

Enquanto isso, os elitistas em posições de influência, assustados com o aumento de grupos anti governamentais, lutavam entre si e exploravam a autoridade de emergência, que constava da Constituição de Weimar para governar de maneira não democrática sob decretos presidenciais.

Após uma sucessão de gabinetes sem sucesso, em 29 de janeiro de 1933, o presidente Von Hindenburg, vendo pouca alternativa e empurrado por conselheiros, apontou Adolf Hitler como Chanceler da Alemanha. Em 27 de fevereiro, o Reichstag estava pegando fogo. Os direitos básicos haviam sido anulados sob um decreto emergencial. Um Ato de Habilitação dava ao governo de Hitler total poder legislativo.

Um estado totalitário centralizado havia sido estabelecido, não mais baseado nas leis democráticas, uma política que Hitler já havia desenhado em sua biografia Mein Kampf. O novo regime tornou a Alemanha, nação de um só partido, tornando ilegais os partidos de oposição e reprimindo as idéias diferentes do povo. Os instrumentos para isso eram as organizações SA e SS, assim como a policia de segurança recém criada, a Gestapo. A indústria foi estreitamente regulamentada com cotas e requisitos, a fim de mudar a economia para uma base de produção de guerra.

mapa da Alemanha em 1938

Projetos de obras públicas massivas e um extenso déficit do estado, ajudaram a tornar significantemente baixa, a alta taxa de desemprego. Isto e os grandes programas de bem estar foram os fatores principais que mantiveram o apoio do povo mesmo quando a guerra estava em andamento. Em 1936, as tropas alemãs entraram na desmilitarizada Renânia, numa tentativa de reconstruir a auto estima nacional.

Entusiasmado, Hitler seguiu de 1938 em diante uma política de expansionismo para estabelecer a Grande Alemanha, que era, uma única nação alemã, começando com a unificação com a Áustria (chamada Anschluss) e a anexação dos Sudetos (integração das minorias germanicas) na região montanhosa da Tchecoeslováquia.

O Primeiro Ministro britânico percebeu que a sua política de apaziguamento com a Alemanha estava sendo aproveitada pela própria Alemanha. Para evitar uma guerra em duas frentes, Hitler concluiu o Pacto Molotov-Ribbentrop, um tratado de não agressão com a União Soviética.

A guerra civil espanhola 1936-1939[editar | editar código-fonte]

Em 1923, um golpe liderado pelo general Miguel Primo de Rivera, formou um novo governo em aliança com o rei Alfonso XIII Bourbon. Em 1930, a oposição ao governo de direita de Primo de Rivera, levou à sua renúncia.

A população espanhola desejava a democracia e o socialismo, Alfonso foi apeado do governo em 1931 e foi declarada a republica. Em 1936, a Frente Popular de Esquerda foi eleita para o parlamento e tomou o controle do governo. As ações anticlericais dos esquerdistas e seus ataques diretos às igrejas católicas e monastérios enfureceram os espanhóis conservadores.

Os militantes políticos de direita e de esquerda se bateram nas ruas. Em julho de 1936, a rebelião explodiu dentro de grande parte do exército. Ela foi apoiada por forças conservadoras de todos matizes da sociedade e a luta começou. A nação se partiu em duas facções. Os Republicanos ou Legalistas, que eram os comunistas, socialistas, anarquistas e liberais, e recebiam algum apoio internacional, assim como uma grande ajuda financeira e militar de Stalin.

Os Nacionalistas consistiam em monarquistas, católicos furiosos, proprietários de terras, o exército, membros do partido Falange, tradicionalistas e recebiam uma grande ajuda direto da Itália e Alemanha.

Guernica mural

Em 1936, a Grã Bretanha, França e os Estados Unidos assinaram um pacto de não intervenção com relação à guerra civil. Em 1937, a cidade de Guernica, uma cidade civil, foi atacada e bombardeada pela força aérea alemã. Em 1939 os nacionalistas tomaram Barcelona e Madri e o General Francisco Franco anunciou o fim da guerra civil. De 1939 até 1975 Franco governou como ditador na Espanha.

Novamente a guerra, a eclosão da Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

O Tratado de Versalhes produziu os chamados poderes revisionistas. A Alemanha que perdeu a guerra, tinha duras reparações a cumprir, a Itália não ganhou nada com a Paz de Paris. A Hungria perdeu dois terços do seu território e um terço de cada húngaro, etnicamente falando, estava sendo governado por estrangeiros. O Japão não recebeu a cláusula de igualdade racial que desejava, mesmo após derrotar os russos na guerra Russo-Japonesa. A União Soviética foi esnobada na Paz de Paris também, e não foi convidada para participar.

Ações agressivas por parte das potências do Eixo e a resposta Ocidental[editar | editar código-fonte]

Em 1933, a Alemanha abandonou a Liga das Nações. Em 1934, a Alemanha tentou anexar a Áustria. Em 1935, a Itália invadiu a Etiópia, enquanto a Alemanha reocupava o Vale do Saar (Saarland é o menor estado da Alemanha. Faz fronteira com a França e Luxembourg) e começou a fazer recrutamento e rearmamento. Em 1936 a Alemanha remilitarizou a Renânia. Em 1938, a Alemanha anexou a Áustria e os Sudetos.

O pacifismo prevalecia nos anos 1920 na Europa porque as nações européias estavam relutantes em interferir nas ações dos poderes revisionistas. Além disso, as nações do Tratado de Versalhes começaram a se sentir culpadas pelo tratamento dado à Alemanha, e achavam que haviam prejudicado o país.

Em especial pelo fato de que, as áreas que a Alemanha acabara de invadir eram todas de descendência alemã, e os líderes das nações imaginavam que, talvez, a Alemanha deveria tomar mesmo esses territórios. Os líderes se encontraram na Conferência de Munique em 1938, e Hitler prometeu não tomar mais ações agressivas.

No entanto, em 1939, a Alemanha tomou o resto da Tchecoslováquia, mostrando que a guerra era inevitável e que a conciliação falhara. Polônia e Hungria também participaram, tomando partes do território Tcheco e Eslovaco, próximo de suas fronteiras. Durante esse mesmo ano, a Itália e Alemanha assinaram uma aliança chamada o Pacto de Aço.

O primeiro ministro britânico, Neville Chamberlain, respondeu à ocupação da Tchecoslováquia dando garantias à Polônia, que a Grã Bretanha iria à guerra contra a Alemanha, caso a Alemanha atacasse a Polônia.

O governo polonês não havia pedido essa aliança. Muitos historiadores viram nessa atitude, uma mostra de que Chamberlain estava abrindo os olhos para os planos agressivos de Hitler. Mas, outros sustentam que isso tornou a guerra muito mais provável, encorajando a Polônia a desafiar a Alemanha nas negociações sobre o Corredor Polonês e a cidade de Danzig.

Neville Chamberlain, Pacto de Munique

Possivelmente, como resposta à ação de Chamberlain, a Alemanha e a União Soviética chocaram os poderes ocidentais, assinando um pacto de não agressão. Esse pacto mostrava que a guerra era iminente porque os dois sistemas de governo que pregavam a destruição mútua, chegavam a um acordo. Em 1 de setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polônia com sua nova máquina de guerra, chamada de guerra relâmpago ou Blitzkrieg.

O resultado foi que, em 3 de setembro de 1939, a Grã Bretanha e a França declararam guerra a Alemanha. Em 7 de setembro de 1939 a União Soviética invadiu a Polônia. Em 1940, a Alemanha, Itália e Japão assinaram o Tratado Tripartite, formando o Eixo.

A Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Após a invasão da Polônia em 1 de setembro de 1939, entre o outono de 39 e a primavera de 1940 os Aliados não atacaram a Alemanha diretamente, mas se engajaram em operações, no que ficou conhecido como guerra falsa. Isso permitiu que a Alemanha completasse a mobilização de suas forças.

Em abril de 1940, a Alemanha invadiu a Dinamarca e a Noruega. No mês seguinte foi a vez da Bélgica, Países Baixos e França serem atacados. Em seis semanas a França se rendeu.

Winston Churchill se tornou primeiro ministro da Grã Bretanha em maio de 1940. Churchill se dedicou à destruição de Hitler, a qualquer custo e usando quaisquer meios necessários. Churchill deu inicio a uma nova era na guerra, lançando uma campanha de bombardeios sem precedentes a alvos civis na Alemanha.

Os alemães retaliaram e a heróica defesa britânica se tornou o que ficou conhecido como Batalha da Bretanha. Londres e muitas outras cidades da Inglaterra foram duramente atingidas com grandes perdas civis. Em 1941, a Alemanha invadiu a Russia, na tentativa de destruir o comunismo e conseguir o petróleo de que tanto necessitava para tocar sua máquina de guerra.

No entanto a invasão fracassou, o inverno atingiu a Russia, causando destruição e incontáveis mortes entre o exército alemão. Em 1942, a Alemanha tentou um cerco à cidade russa de Stalingrado, mas o ataque terminou em vitória soviética e a derrota dos alemães. Também em 1942, os britânicos junto com os norte americanos derrotaram as forças alemãs no norte da África.

Por volta de 1943, os Aliados chegavam a Itália e foram empurrados pelas forças de Mussolini. Durante 1943, a Batalha de Kursk, o maior envolvimento de blindados de todos os tempos, ocorreu na frente oriental. Novamente os soviéticos foram os grandes vitoriosos contra as forças alemãs.

Em 8 de setembro de 1943, a Itália se rendeu aos Aliados. Em 1943 uma imensa campanha de bombardeios feita pelos Estados Unidos e a Grã Bretanha estava em curso. O objetivo era dissuadir a Alemanha da guerra, destruindo suas cidades e tornando sua população sem teto. Quase todas as grandes cidades foram devastadas com grandes perdas de vidas, mas depois da guerra, estudos mostraram que o bombardeio teve pouco efeito na produção industrial, e talvez tenha aumentado o desejo dos alemães de lutar.

Em 6 de junho de 1944, as forças Aliadas chegaram às praias da Normandia no que ficou conhecido como Dia D. A ofensiva foi um sucesso para os Aliados, que sofreram menos perdas de vidas do que esperavam. Esse foi o acontecimento que marcou o fim da guerra.

em Yalta Churchill, Roosevelt e Stalin

Em dezembro de 1944, a Batalha de Bulge, a última grande ofensiva alemã na Europa Ocidental, ocorreu na Bélgica. O resultado foi a vitória dos Aliados e o esmagamento da maior parte das forças alemãs que ainda restavam. Em 8 de maio de 1945 o Dia da Vitória na Europa ocorreu quando os russos tomaram Berlim.

Conclusão da Guerra[editar | editar código-fonte]

Com o final das hostilidades, duas grandes conferências aconteceram para discutir a maneira mais efetiva de terminar a guerra.

  • A Conferencia de Yalta – começou no dia 11 de fevereiro de 1945. Os participantes foram o presidente Franklin D. Roosevelt, o primeiro ministro britânico Winston Churchill e o líder soviético Joseph Stalin.

Yalta resultou numa série de disposições essenciais.

A primeira foi o estabelecimento das Nações Unidas, uma organização internacional que descreve a si mesma como uma associação global de governos para facilitar a cooperação nas leis internacionais, segurança internacional, desenvolvimento econômico e igualdade social.

As Nações Unidas é o organismo que substituiu a Liga das Nações e recebeu a capacidade de impor-se militarmente.

Yalta pediu um desmembramento da Alemanha em quatro partes, com cada parte indo para o Reino Unido, França, Estados Unidos e Russia. Isso, baseado no fato de que, a Alemanha não unificada, não apresentou ameaças, o que ocorreu com a nação unificada. Os criminosos de guerra foram julgados em Nuremberg, sendo que essa foi a primeira vez que membros de um exército foram julgados por padrões internacionais.

A Polônia foi reconstruída, ainda que com grandes mudanças territoriais e sob a esfera de influência soviética. As reparações foram exigidas da Alemanha e foi aceito que a Russia poderia entrar em guerra contra o Japão, após a derrota da Alemanha. Finalmente, as partes concordaram com a Declaração da Europa Livre. Isto permitia que os países que foram libertados tivessem o direito a eleições livres e a escolher seu próprio governo. Na verdade, era uma tentativa de impedir Stalin de anexar a Europa Oriental, mas obviamente essa tentativa falhou.

  • A Conferência de Potsdam – ocorreu entre julho e agosto de 1945. A pedido do presidente Harry S. Truman, que substituiu o presidente Roosevelt que havia falecido. Também o primeiro ministro britânico Attle do partido dos trabalhadores, substituiu Churchill do partido conservador e Joseph Stalin, o mesmo governante.

Nessa Conferência foi previsto o desarmamento, desmilitarização e desnazificação da Alemanha. A Polônia foi deslocada para oeste para recompensar a União Soviética e punir a Alemanha, o resultado foi uma migração maciça pós-guerra. Finalmente, o Japão foi ameaçado de destruição por uma “nova arma poderosa” que conhecemos depois como bomba atômica.