Experiência religiosa/Ponto de vista filosófico e de escolas de pensamento

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Capítulo 3 - Ponto de vista filosófico e de escolas de pensamento[editar | editar código-fonte]

Neoplatonismo[editar | editar código-fonte]

O Neoplatonismo foi uma corrente de pensamento iniciada no século III que se baseava nos ensinamentos de Platão e dos platônicos. Apesar de muitos neoplatônicos não admitirem, o neoplatonismo era muito diferente da doutrina platônica. O prefixo neo, inclusive, só foi adicionado pelos estudiosos modernos para distinguir entre os dois, mas na época eles se autodenominavam platônicos.

Neoplatônicos acreditavam que a perfeição humana e a felicidade poderiam ser obtidas neste mundo e que alguém não precisaria esperar uma pós-vida (como na doutrina cristã). Perfeição e felicidade (uma só e mesma coisa) poderiam ser adquiridas pela devoção à contemplação filosófica.

Escola Perenialista[editar | editar código-fonte]

Escola Perenialista é uma escola de pensamento baseada na Filosofia Perene, como formulada por dois grandes metafísicos ao longo do século XX: o francês René Guénon (1886-1951) e suíço-alemão Frithjof Schuon (1907-1998). A Escola Perenialista sustenta a universalidade da revelação e a unidade transcendente das religiões.

A unidade transcendente das religiões foi formulada por Frithjof Schuon [1] na obra de mesmo nome , no qual o autor sustenta, em síntese, que a unidade das grandes religiões mundiais (Cristianismo, Islã, Budismo, Hinduísmo, Taoísmo) deve ser buscada no plano metafísico, espiritual e transcendente. Dado que no plano dos dogmas, ritos e moralidades as religiões inevitavelmente se opõem, pois as formas são diversas, mas a essência transcendente é convergente.

As diversas religiões mundiais são de fato diferentes. É o cerne essencial que é idêntico, não a forma exterior. Todas as grandes religiões mundiais foram reveladas por Deus, e é por causa disso que cada qual fala em termos absolutos. Se não o fizesse, não seria uma religião, nem poderia oferecer os meios de salvação [2].

O conceito subjacente e por assim dizer implícito da "unidade transcendente" pode ser encontrado na antiga Grécia, particularmente em Platão e, mais tarde, nos neo-platonistas. No Cristianismo, Mestre Eckhart (no Catolicismo) e São Gregório Palamas (no cristianismo oriental) apontaram para a mesma ideia, a qual é também encontrada no Islã, sobretudo na sua vertente mística, o Sufismo. Assim, toda grande religião possui, além de uma dimensão exotérica, legal ou convencional, uma dimensão esotérica ou interior, que é simultaneamente universal e que se abre para as outras formulações desta mesma verdade. E é justamente tal universalidade que o conceito de Schuon almeja abarcar [3].

Filosofia Integral[editar | editar código-fonte]

A filosofia integral (também chamada de movimento integral, visão de mundo integral, paradigma integral) é um movimento que procura profunda compreensão dos fenômenos humanos e universais, combinando, dentre outras coisas, visões científicas e espirituais.

A preocupação em unir ciência e religião apoia-se em sua própria experiência e na de diversos místicos de todas as grandes tradições de sabedoria, tanto ocidentais quanto orientais, aliada à sua releitura transpessoal da psicologia analítica de Carl Gustav Jung.

No modelo de Ken Wilber (criador do Instituto Integral), a consciência se organiza em esferas evolutivas que sucessivamente incluem e transcendem a camada anterior. A vida inclui e transcende a organização física e molecular onde ocorre; a mente, por sua vez, inclui e transcende a vida; a alma inclui e transcende a mente; e o espírito, a alma.

  • A: Matéria / Física - A
  • B: Vida / Biologia - A+B
  • C: Mente / Psicologia - A+B+C
  • D: Alma (sutil) / Teologia - A+B+C+D
  • E: Espírito (causal) / Misticismo - A+B+C+D+E

Misticismo quântico[editar | editar código-fonte]

Niels Bohr

Misticismo quântico é a alegação de que as leis da física quântica incorporam ideias místicas similares àquelas que fundam certas tradições religiosas ou crenças do movimento da nova era.

Comparações com o misticismo foram primeiramente propostas pelos fundadores do campo da mecânica quântica como Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Wolfgang Pauli, Niels Bohr e Eugene Wigner.

Em várias tradições místicas, a consciência é vista como uma entidade separada, existindo numa realidade não descrita pelas leis da física. Algumas pessoas dizem que essa ideia ganha suporte com as descrições do mundo físico feitas de acordo com a mecânica quântica.

Referências[editar | editar código-fonte]