Educação Aberta em cena: propostas estratégicas para criação de políticas de REA na EaD/Introdução
O Wikilivro Educação Aberta em cena: propostas estratégicas para criação de políticas de REA na EaD se propõe a apresentar um breve apanhado conceitual sobre a inserção das ideias carregadas pela Educação Aberta junto às abordagens inerentes à Educação a Distância (EaD), sendo essas duas áreas correlatas, conforme sugere Santos (2012). Após a realização de uma pesquisa aplicada junto a uma instituição de ensino a distância foi possível descrever 36 propostas estratégicas para o fomento de políticas de EA e REA na Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, podendo também atender outros estabelecimento de ensino superior seja na modalidade a distância ou presencial.
A Educação Aberta (EA) é considerada um importante movimento filosófico e antropológico originário do século XVIII que busca a uma série de flexibilizações e liberdades (AMIEL, 2020) no âmbito educacional, desde o livre acesso a conteúdos didáticos até a disrupção de paradigmas conservadores no tocante às práticas de ensino e aprendizagem. Já a EaD é uma modalidade de ensino que não necessita de delimitação de espaço e tempo para que ocorra o processo de ensino e aprendizagem, pois, ela é mediada por alguma Tecnologias de informação e Comunicação.
A EA é um movimento histórico que hoje combina a tradição de partilha de boas ideias entre educadores com a cultura digital baseada em colaboração e interatividade. Promove a liberdade de usar, alterar, combinar e redistribuir recursos educacionais a partir do curso de tecnologias abertas, priorizando o software livre e formatos abertos. (RIEDNER, 2021).Contemporaneamente, o movimento de EA dialoga de maneira íntima com os princípios da cibercultura, na qual as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) cumpre um importante papel de estreitar os laços entre a máquina e o fluxo percorrido pela inteligência coletiva no intercâmbio entre os saberes docente e discente (LÉVY, 1999).
Na atualidade, EA tem se consolidado por meio de duas principais vertentes que estão interconectadas entre si, tratam-se dos Recursos Educacionais Abertos (REA) e das Práticas Educacionais Abertas (PEA). Enquanto a primeira ramificação está associada ao conteúdo educacional livre, a segunda diz respeito à transformação das metodologias estanques em inovações pedagógicas. Existe uma infinidade de processos relacionados às duas nomenclaturas, na qual destacamos:
- democratização do acesso ao conhecimento;
- expansão da cultura do remix;
- autoria colaborativa;
- inclusão; e
- uso de Metodologia ativa
Ainda sobre o arcabouço epistemológico que circunda o movimento, incidem temas como Software livre, Direitos digitais, Licença livre, Repositórios digitais e Política pública e/ou políticas institucionais de maneira geral. O cerne do livro está justamente na questão da viabilização de políticas institucionais de EA e REA para as instituições de ensino superior. A concepção das 36 propostas estratégicas de fomento de políticas institucionais foi balizada através de leituras exaustivas das diretrizes e recomendações da UNESCO (2015; 2019; 2020), das recomendações e plano de ação extraídos do Encontro Recursos Educacionais Abertos no Mercosul e do livro guia "Como implementar uma política de Educação Aberta e de Recursos Educacionais Abertos" das autoras Priscila Gonsales, Débora Sabriam e do autor Pedro Markun, além de se inspirar em outras iniciativas e boas práticas existentes no Brasil e no mundo.
Nesse sentido, convidamos a todos os interessados pela temática a ler e colaborar com essa realização para que possamos promover o fortalecimento de nossas instituições no atendimento ao objetivo de número 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) ao estipular o acesso a educação de qualidade de maneira inclusiva e equitativa até 2030.