Civilização Egípcia/Antigo império/Dinastias do Antigo Império 5 e 6
Faraós da Quinta Dinastia
[editar | editar código-fonte]- Userkaf
- Sahure
- Neferirkare Kakai
- Shepseskare Ini
- Neferefre
- Niuserre Izi
- Menkauhor
- Djedkare Izezi
- Unas
*Userkaf (Hórus, aquele que põe em prática o Maat)
- Mâneton o chama Usercheres , Ogserkeris
- Lista de reis – Userkaf , Weserkef
Os pais de Userkaf provavelmente foram, o filho do alto sacerdote de Mênfis e Neferhetepes (que era filha de Djedefre). Para assumir o trono ele casou-se com Khentkawes I, que foi sepultada em Gizé e que era filha do faraó Shepseskaf, assim assegurando a linhagem real.
Estranhamente, na tumba de Khentkawes I não há menção a Userkaf.
Alguns crêem que Neferhetepes fosse sua esposa ao invés de sua mãe, enquanto outros dizem que Khentkawes I era a mãe do faraó.
É possível que este faraó seja o irmão de seus dois sucessores, Sahure e Neferirkare.
Userkaf construiu uma bela pirâmide em Saqqara, pequena e simples mas com uma capela e o templo mortuário. Ele também ficou conhecido pelo novo estilo de monumento funerário – o Templo do Sol, que construiu em Abusir.
Seu governo foi tranqüilo, e não houve grandes mudanças. O culto solar estava se tornando cada vez mais importante, e as artes, especialmente os entalhes e esculturas, atingiram uma qualidade excepcional.
Ele tem o crédito de estabelecer o primeiro contato do povo egípcio com as populações do mar Egeu. Um vaso de pedra de seu templo mortuário foi encontrado em Kithera (Grécia).
Userkaf é mencionado nas tumbas de Sekhemkare e Nisutpunetjer, ambas em Gizé.
*Sahure (Hórus, o senhor das aparições)
- Mâneton o chama Sephris
- Lista de reis – Sahure
Seu complexo de pirâmides foi o primeiro a ser construído em Abusir. Esse complexo foi escavado no inicio de 1900 e a qualidade dos relevos impressionou a todos. Algumas das peças em granito vermelho ainda estão no local e são consideradas obras primas da arte egípcia.
É a partir de Sahure que começa o declínio na construção de pirâmides.
O que se sabe sobre esse faraó é o que ele deixou inscrito em sua pirâmide. Sua mãe deveria ser Khentkawes I e seu pai Userkaf.
De acordo com o papiro Westcar, Khentkawes I era Redjedet, que, como conta o mago Djedi, estava destinada a dar à luz aos filhos de Ra e primeiros reis da quinta dinastia. Se Khentkawes I era a mãe do faraó, então ela deve ter sido regente, pois na tumba onde foi sepultada, em Gizé, ela aparece usando o Uraeus Real e a barba cerimonial.
Não há esposa ou filhos registrados para Sahure, de modo que Neferirkare, seu irmão o sucedeu.
A marinha egípcia parece ter sido criada por Sahure. Numa cena, em sua pirâmide, temos grandes navios com egípcios e asiáticos a bordo. Acredita-se que estão retornando do porto de Biblos no Líbano trazendo toras de cedro. Outras inscrições dizem que Sahure fez expedições a Punt e a Núbia.
Menções a este faraó estão na estátua da foto ao lado, numa biografia encontrada nas tumbas de Peribsen em Saqqara e na porta falsa de Niankhsakhment em Saqqara. Ele também é mencionado nas tumbas de Sekhemkare e Nisutpunetjer em Gizé.
*Neferirkare (Hórus, poderoso das aparições)
- Mâneton o chama Nephercheres, Neferkeris
- Lista de reis – Kaikai
Foi o primeiro faraó a usar nome e prenome separados (ele possuía dois nomes e dois cartuchos) um hábito que outros faraós seguiriam. Seu cartucho era inscrito Neferirkare Kakai.
Seu nome de trono era Nefer-ir-ka-re que significa Bela é a alma de Ra, enquanto que seu nome de nascimento era Kakai.
Provavelmente era filho de Userkaf, e da rainha Khentkawes I cuja pirâmide fica próxima à de Neferirkare em Abusir, e irmão de Sahure.
Como na pirâmide de Queóps, foram encontradas barcas de madeira enterradas na entrada da pirâmide de Neferirkare. Dentro, foram encontrados papiros escritos com tinta e são os documentos mais antigos conhecidos, escritos em escrita hierática, uma forma cursiva dos hieróglifos. Os papiros foram descobertos em 1893 e consistem de trezentos fragmentos. São a maior contribuição para o estudo da egiptologia porque são arquivos bastante completos e detalhados de tudo o que diz respeito à administração. Além disso, mencionam o templo mortuário de um faraó pouco conhecido, Raneferef, cuja tumba ainda não foi encontrada. Quem melhor soube aproveitar estes arquivos foi uma missão Tcheca, que explorou esse sítio arqueológico em 1976.
*Shepseskare (Hórus o poder surgiu)
- Mâneton o chama Sisires
- Lista de reis – Shepseskare
Do reinado deste faraó sabemos muito pouco, apenas que ele governou entre Neferirkare e Neferefre.
De acordo com o Cânone de Turim e Mâneton ele reinou por sete anos. Seu nome também consta da lista de Saqqara. Foram encontrados apenas, selos com seu nome em Abusir e são os únicos registros de seu reinado.
Não sabemos se ele construiu uma pirâmide ou templo solar, alguns creditam a Shephseskare uma pirâmide inacabada, localizada entre a pirâmide de Sahure e o templo solar de Userkaf. A referência ao seu nome foi encontrada no templo mortuário de seu sucessor Neferefre.
Essa pirâmide inacabada fica ao norte do complexo de Sahure e foi descoberta nos anos 1980.
* Neferefre (Hórus belo das aparições)
- Mâneton o chama Cheres, Chaires
- Lista de reis – Neferkhare
O reinado deste faraó gera controvérsias. Alguns o colocam após Neferirkare, outros colocam o pouco conhecido Shepseskare entre eles. .
Um bloco encontrado próximo de Abusir mostra Neferirkare, sua esposa Khentkawes II e um filho pequeno que pode ser Neferefre. Mas de acordo com a maioria dos historiadores, que o colocam após Shepseskare, talvez este fosse um irmão mais velho (embora isso não explique a presença de uma só criança no bloco de Abusir). .
Sabemos que Neferefre significa Ra é sua beleza. Sua esposa era provavelmente, Izi ou Isi.
Não foram encontrados documentos, nada que pudesse esclarecer mais sobre seu reinado, a lista de Turim está muito despedaçada. .
Apenas nos anos 1980, foi encontrada em Abusir, uma pirâmide inacabada reconhecida como pertencente a Neferefre. O complexo contém um templo mortuário feito de tijolos mas bem elaborado. .
Dentro da pirâmide havia papiros, vasos de pedra e selos que indicavam pertencer a Neferefre. Também foram encontradas estátuas que mostram um homem muito jovem, por volta de seus vinte anos. A câmara mortuária foi saqueada em tempos antigos, mas foram encontrados fragmentos de um sarcófago de granito vermelho e pedaços de tecido da mumificação, assim como ossos. Foram achados também os vasos canopos (para os órgãos internos) de modo que se pode crer que o faraó foi sepultado nesse local. .
Sem dúvida era a múmia de um jovem, e isso confere com o que se sabe, mas é impossível identificar os fragmentos que sobraram. Há indícios de que ele construiu também um templo solar Hetep-Re, que ainda não foi descoberto.
* Niuserre (Hórus, o favorito das duas terras)
- Mâneton o chama Rathures, Rathoris
- Lista de reis – Ini
Niuserree era provavelmente o segundo filho de Neferirkare e Khentkawes II. Casou-se com Reput-nebu (uma estátua de sua esposa foi encontrada em sua pirâmide) nada se sabe sobre filhos.
Há inúmeras controvérsias sobre seu tempo de reinado, até porque o Cânone de Turim está danificado no local onde está seu registro.
Este faraó construiu não só um complexo mortuário, mas também um Templo Solar em Abu Ghurab, próximo de Abusir, que é um dos maiores e mais completos do Egito, bem como o único totalmente construído em pedra. Através das inscrições ali encontradas se deduz que o culto ao deus sol Ra estava no auge no reinado de Niuserre.
Na câmara mortuária de sua pirâmide se pode observar as campanhas militares do faraó no Sinai e na Líbia.
Foram encontrados objetos de seu reinado em Biblos e fragmentos de uma estela da quinta dinastia, ao norte de Abu Simbel, trazendo seu nome e cartucho.
*Menkaukor (Hórus, eterno nas aparições)
- Mâneton o chama Mencheres, Menkeris
- Lista de reis – Menkahor
Não se sabe quais as ligações entre este faraó e os anteriores ou os seguintes. Provavelmente ele era irmão ou filho de Niuserre. No caso de ser filho de Niuserre, deveria ser com a esposa principal, a rainha Neput-Nebu. É possível que fosse o pai de Djedkare, que governou em seguida.
Consta do Cânone de Turim e seu templo solar bem como sua pirâmide são mencionados em textos em alguns túmulos embora não tenham sido identificados com certeza.
Alguns estudiosos acreditam que sua pirâmide seja a Pirâmide sem cabeça (sem o topo), localizada no norte de Saqqara, a leste do complexo de Teti. Essa pirâmide foi chamada de, divinos são os locais de Menkauhor, em alguns textos.
Infelizmente não temos quase nada para servir de estudo sobre esse faraó. Há uma pequena estátua de Menkauhor, feita de alabastro no Museu Egípcio do Cairo e um relevo de Tjutju adorando o faraó (detalhe da estela do médico Tjutju) e outras divindades. Também existem alguns selos com seu nome encontrado em Abusir e uma inscrição no Sinai, para onde ele enviou tropas em busca de materia prima para sua tumba.
*Djedkare (Hórus constante nas aparições)
- Mâneton o chama Tancheres , Tankeris
- Lista de reis – Maatkare, Isesi
Era provavelmente filho de Menkauhor. Sua esposa principal seria Meresankh IV, mas a tumba dela está localizada na necrópole principal de Saqqara.
Em seu reinado o culto solar começou a entrar em declínio, provavelmente isso espelhava o declínio do poder centralizado no Egito. Nas províncias os administradores ficavam mais poderosos.
De acordo com o papiro de Abusir, Djedkare deveria viver ao sul de Saqqara perto de onde está sua pirâmide, chamada Pirâmide sentinela. A múmia que foi encontrada nesta pirâmide, e que se acredita ser do faraó pertenceu a um homem de mais ou menos cinqüenta anos. A pirâmide está bastante danificada e as escavações realizadas nos anos 1980 tiveram dificuldades para entrar nela. É possível que sua esposa fosse Meresankh V cuja pirâmide está completamente integrada ao complexo de Djedkare.
A pirâmide foi originalmente investigada por Perring e Lepsius, e Maspero (Gaston Maspero 1846–1916, egiptólogo francês) entrou nela em 1880 para procurar os Textos das Pirâmides. Não tendo encontrado abandonou a pirâmide que ficou esquecida até o século 20.
O nome de Djedkare foi encontrado no Sinai, em Assuã, em Abidos e na Núbia. Ele também é mencionado em várias cartas, incluindo uma de Pepi II, ainda encontramos seu nome numa inscrição para Niuserre encontrada em Abusir. Há inscrições também em Wadi Maghara e Wadi Halfa que atestam seu reinado.
É dito que Djedkare foi um rei muito enérgico e esperto. Manteve relações diplomáticas com a Síria, e fez expedições ao Sinai e a Punt.
*Unas (Hórus, aquele que floresce nas duas terras)
- Mâneton o chama Onnus, Jaumos, Onos
- Lista de reis – Jaumos
Provavelmente Unas teve duas esposas chamadas, Khenut e Nebet. Elas foram sepultadas em mastabas próximas ao complexo da pirâmide de Unas. O estranho é que, em geral, as rainhas são sepultadas em pirâmides subsidiárias dentro do próprio complexo e não se sabe o motivo desse fato tão diferente.
A mastaba de Nebet é pequena e contém relevos dela no harém do palácio. A mastaba de Iput, que fica próxima, e foi provavelmente sua filha e mais tarde esposa de Teti é maior (10 câmaras) e bem decorada com cenas interessantes de plantações, sua múmia foi encontrada ali.
Unas nos deixou cenas variadas em seus templos, mercadores asiáticos chegando ao Egito de barco, cenas em mercados, caçadas no deserto. Parece que o faraó tinha uma política com contatos diplomáticos em Biblos e na Núbia.
Em Elefantina, uma inscrição mostra uma girafa e outros animais exóticos que podem ter sido levados ao Egito durante seu reinado.
Embora sua pirâmide seja a menor das pirâmides reais construídas no Antigo Império, ela foi a primeira a trazer em suas paredes internas vários dos encantamentos (128) que compõem o Texto das Pirâmides. Esses famosos textos, que ajudariam a alma do faraó em sua jornada para o próximo mundo, ainda iriam adornar muitas das futuras pirâmides e túmulos.
Também há muitas cenas de batalhas mas, parecem ser cenas rituais porque consta que o reinado de Unas foi pacífico.
Acredita-se que Maspero (Gaston Maspero 1846–1916, egiptólogo francês) descobriu partes da múmia de Unas em 1880, que hoje estão no Museu do Cairo.
Não se sabe se Unas deixou herdeiros, embora ele tenha tido pelo menos um filho chamado Wenisakh que morreu antes dele. Sem um herdeiro reconhecido para o trono parece ter havido um período de instabilidade antes de Teti (6ª dinastia) assumir o controle.
Possivelmente a esposa de Teti, Iput, fosse filha de Unas. Um portal de granito rosa no templo mortuário de Unas traz as inscrições dos nomes e títulos de Teti, o que significa que parte do templo foi terminado após a morte de Unas, o que sugere não ter havido interrupção entre a quinta e a sexta dinastias.
Faraós da Sexta Dinastia
[editar | editar código-fonte]A sexta dinastia é um período de decadência que vai desaguar no primeiro período intermediário. De modo que, alguns dos faraós abaixo são de alguma forma obscuros, temos pouca informação.
- Teti
- Pepy I (Meryre)
- Merenre (Nemtyemzaf)
- Pepy II (Neferkare)
- Merenre II (Nemtyemsaf)?
- Nitocris?
*Teti (Hórus, aquele que pacifica as duas terras)
- Mâneton o chama Othoes, Othius, Othones
- Lista de reis - Teti, amado de Ptah
Após a morte de Unas, não se sabe bem o que aconteceu, aparentemente houve alguma espécie de instabilidade política e isso se pode observar no nome de Hórus do faraó.
O Cânone de Turim dá a ele um reinado de menos de um ano mas, os estudiosos acreditam que ele reinou por mais tempo. É baseado nesse Cânone que Teti dá inicio à 6ª dinastia.
Sua esposa Iput I, provavelmente era a filha do rei Unas, o que garantia a Teti o direito ao trono.
Essa esposa foi a mãe do herdeiro de Teti, o faraó Pepi I. Ela foi sepultada em sua própria pirâmide, próximo à de Teti em Saqqara. Ele teve uma filha, Sesheshet que deve ter sido a esposa do vizir Mereruka.
A maior parte dos funcionários da corte do rei Unas permaneceram sob o reinado de Teti, incluindo seu outro vizir chamado Kagemni.
A politica interna de Teti deve ter sido direcionada a estabelecer um governo forte e centralizado. Ele manteve relações comerciais e diplomáticas com Biblos, Punt e com a Núbia.
Também sabemos que ele é o rei mais antigo a ser associado ao culto de Hathor em Dendera.
De acordo com Mâneton, o faraó foi assassinado por seus guarda-costas.
Teti construiu sua pirâmide em Saqqara, chamada atualmente de Pirâmide prisão, que é relativamente pequena mas foi decorada com os Textos das Pirâmides. Egiptólogos descobriram uma estátua do faraó feita em granito rosa, que hoje está no Museu Egípcio.
*Pepi I (Hórus, aquele que ama as duas terras)
- Mâneton o chama Phiops, Phius
- Lista de reis -
É possível que Pepi I não tenha assumido o trono logo após a morte de seu pai, Teti. Algumas listas incluem o nome de um faraó Userkara, entre Teti e Pepi I.
Pepi I era provavelmente filho de Teti com a rainha Iput I.
Existem muitas teorias a respeito de uma possível conspiração, da morte por assassinato do faraó Teti, de um faraó usurpador Userkara, e de uma conspiração no harém de Pepi I.
Aparentemente ele casou tardiamente com Ankhnesmerire I e Ankhnesmerire II. Da primeira teve Merenre e da segunda esposa teve Pepi II, que reinariam no Egito até o final da sexta dinastia. O casamento com as irmãs deve ter sido por motivos políticos porque elas eram filhas de um nobre de Abidos, chamado Khui.
Pelo menos quatro estátuas deste faraó sobreviveram, inclusive uma feita em cobre (ver em Artes), junto com esta estátua foi encontrada também feita em cobre, uma estátua de seu filho e futuro faraó Merenre.
Pepi I ergueu monumentos em Bubastis, Abidos, Elefantina e Dendera onde havia uma estátua do faraó, hoje perdida, adorando Hathor.
Temos indicações de que no reinado de Pepi I, houve uma crescente influência e enriquecimento dos nobres. Pelas tumbas bem decoradas destes nobres e suas inscrições, sabemos que eles ostentavam privilégios advindos da sua amizade com o faraó.
Durante seu governo houve as tradicionais expedições ao Sinai e a Núbia. As relações comerciais com o Oriente Próximo foram dificultadas pelas invasões de povos nômades na Palestina.
Pepi I construiu sua pirâmide ao sul de Saqqara e os Textos das Pirâmides encontrados nas paredes, surpreenderam os egiptólogos porque foi a primeira vez que foram encontrados. Porém não foram os primeiros a serem gravados numa pirâmide.
Pepi I também está registrado por seus decretos encontrados em Dashur e Coptos. Ele foi mencionado nas biografias de Weni em sua tumba em Abidos, por Djaw na tumba também em Abidos. Por Ibi em sua tumba em Deir el-Gabrawi, por Meryankhptahmeryre em sua tumba em Gizé, por Qar em sua tumba em Edfu e pela biografia numa tumba em Saqqara de uma pessoa não identificada.
*Merenre I (Horus, vive nas aparições)
- Mâneton o chama Methuspuphis
- Lista de reis - Merenre
Ele era o filho mais velho, vivo, de Pepi I e sucedeu seu pai. Deve ter subido ao trono muito jovem e provavelmente morreu inesperadamente ainda jovem, talvez entre seu quinto e nono ano de reinado.Sua mãe era Ankhnesmerire II. É possivel que tenha sido o pai de uma menina chamada Iput II.
Embora ele tenha deixado poucos monumentos, os estudiosos sabem que ele viajou até Assuã e também até a Primeira Catarata, no quinto ano de seu reinado para receber tributos de chefes núbios. Merenre continuou a proteger as fronteiras e procurou consolidar o governo central, além de prosseguir no comércio e relações diplomáticas como seus antecessores.
Este faraó possui muitos registros, na tumba do governador de Assuã, há um registro de que ele foi responsável por quatro expedições à Núbia e ainda mais longe, ao sul, durante o reinado de Merenre e de seu irmão.
Seu nome também foi encontrado em Wadi Hammamat e nas minas de alabastro em Hatnub.
Há uma estátua de cobre de Merenre (já mencionada acima) com seu pai Pepi I e também uma pequenina esfinge do faraó no Museu Nacional da Escócia em Edimburgo. Merenre também tem seu nome numa caixa (de marfim de hipopótamo) que está no Museu do Louvre.
Além disso, há inscrições em pedra perto de Assuã, decretos do faraó encontrados no templo de Menkaure e nas biografias de Uni (Weni) e Djaw em Abidos. Na tumba de Harkhuf em Elefantina, na tumba de Ibi em Deir-el-Gabrawi, na tumba de Qar em Edfu e na de um desconhecido em Saqqara.Merenre I também é mencionado em inscrições na tumba de Maru em Gizé, numa parede de pedra em Deir-el-Bahari em Luxor (antiga Tebas).
Merenre deve ter sido sepultado em sua pirâmide ao sul de Saqqara, que talvez nem tenha sido completada, dado que ele morreu repentinamente e jovem.
O sarcófago de granito negro foi encontrado em 1881 por Maspero(Gaston Maspero 1846–1916, egiptólogo francês) e a múmia em seu interior, se era mesmo a de Merenre, é a múmia real completa, mais velha já encontrada. Na verdade é a múmia de um jovem que ainda tinha a madeixa de cabelo lateral que representava a juventude. Pode ser que esta múmia, pelas características, seja da 18ª dinastia, mas ela ainda não foi examinada com as técnicas mais modernas, está no Museu Egípcio do Cairo.
*Pepi II (Hórus, divinas aparições)
- Mâneton o chama Phiops
- Lista de reis – Neferkare
Pepi II era o filho de Pepi I e Ankhenesmerire I. Ele era meio irmão do faraó anterior, Merenre I.
Casou-se com Neith, sua meia irmã e também com Iput II, filha de seu irmão. Também consta um casamento com uma mulher de nome Udjbeten.
Seu herdeiro e sucessor foi seu filho Merenre II com a esposa Neith.
Quando seu meio irmão morreu, aparentemente sem deixar herdeiros, Pepi II era uma criança. É possível que tenha subido ao trono com seis anos de idade e há registros de que reinou por noventa e quatro anos, embora alguns egiptólogos acreditem que foi por sessenta e quatro anos.
Ele não foi o último faraó, mas o foi o último faraó importante do Antigo Império.
Sua mãe provavelmente foi a regente durante a sua juventude. Há uma estátua dela segurando Pepi II quando criança (ele já usa o nemes e o uraeus, símbolos do poder).
Prosseguiu na mesma linha política de seus antecessores, desenvolvendo ligações também com o sul da África. Manteve as relações comerciais com Biblos.
Como seu reinado deve ter sido muito longo, talvez a idade tenha dificultado em muito seu governo. Pela tumbas descobertas, está evidente o poder e a riqueza dos nobres e altos oficiais. Enquanto que a tumba de Pepi II é bem inferior àquelas dos faraós que o antecederam.
A administração do pais estava comprometida, Pepi II escolheu um vizir para o alto Egito e outro para o baixo Egito, descentralizando o poder. À medida que o faraó envelhecia, O poder dos governantes das províncias aumentava.
Talvez em alguns anos de seu governo, as enchentes não tenham sido suficientes para manter a agricultura, gerando com isso períodos de escassez e fome.
Pepi II deve ter sido seguido no trono, por seu filho Merenre II, mas talvez, por apenas um ano.
Seu complexo mortuário e sua pirâmide estão ao sul de Saqqara, bem como as pequenas pirâmides de suas esposas. O faraó está registrado na estátua com sua mãe, num decreto encontrado em Abidos e em três decretos em Coptos. Também é mencionado nas tumbas de Djau em Abidos e na de Ibi em Deir el-Gabrawi. Também há pequenos itens encontrados em Biblos.
*Merenre II (Merenre Nemtyemsaf II)
- Mâneton o chama Mentusuphis
- Lista de reis -
Este faraó é registrado apenas nas listas de reis. O Cânone de Turim confirma apenas menos de um ano de reinado e Mâneton concorda.
Merenre II é conhecido historicamente como filho de Pepi II e de sua rainha Neith (filha de Pepi I e Ankhenesmerire I) mas não há mais nada que o registre. O único documento que data de seu reinado é um decreto protegendo o culto às rainhas Ankhesenmerire e Neith, no complexo da pirâmide de Neith ao sul de Saqqara.
Baseado em documentos, seu possível sucessor foi sua irmã e esposa Nitocris. De acordo com Heródoto, Merenre II foi assassinado, sua esposa se vingou dos assassinos depois se matou. Na verdade, é possível que Nitocris nem sequer tenha existido.
*Nitocris
- Mâneton a chama
- Lista de reis -
Não é mencionada em nenhuma inscrição no Egito e talvez nem tenha existido. Foi dito que seu nome aparecia no Cânone de Turim (feito da 19ª dinastia) sob o nome egípcio de Nitiqreti(nt-ỉqrtỉ).
É possível que o fragmento onde está esse nome pertença ao pedaço dedicado à 6ª dinastia e isso confirmaria Heródoto e Mâneton. Porém, análises microscópicas do Cânone de Turim, sugerem que o fragmento pode ter sido colocado fora do lugar ao montarem o texto e que o nome Nitiqreti é uma transcrição errada do nome de um rei (masculino),Netjerkare Siptah I que, na lista de reis de Abidos aparece como sucessor do rei da 6ª dinastia Nemtyemsaf II.
Na lista de reis de Abidos Netjerkare Siptah está colocado no local que Neitiqreti Siptah ocupa no Cânone de Turim.
Nota
No final da 6ª dinastia existem nomes de reis não registrados oficialmente ou sobre os quais não há consenso, de modo que vamos aqui apenas colocar seus possíveis nomes.
Neitiqerty Siptah que pode ter sido o successor de Merenre II.
Neferkara I ou Netjerkare que podem ter reinado ou não após Siptah.
Constam ainda Neferka, Nefer (que devem ser os mesmos acima) e Aba.