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A Idade Média na Europa – Um olhar curioso/Arte e cultura

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Arte e cultura

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A fama de Idade das Trevas não combina com uma época em que os livros saíram do domínio da igreja para ocupar as estantes dos castelos.

Está comprovado por pesquisas, que no fim da Idade Média, em algumas casas já haviam sido encontrados centenas de livros de horas.

Nesse período os livros ainda eram manuscritos. Os ricos senhores que apreciavam a leitura, mandavam embelezar seus exemplares com magníficas iluminuras que retratam a vida da época. No início a literatura era basicamente religiosa, os livros de horas eram indispensáveis a qualquer família nobre.

exemplar no museu da Idade Média

Mas, apoiados por nobres interessados na literatura, já surgiam os romances de cavalaria, obras sobre política e história.

Sempre que possível os exemplares eram cobertos de seda ou veludo com fechos de ouro ou prata. Na verdade, há de se pensar, mas nem todos sabiam ler. É verdade! O que ocorria era o hábito da leitura em voz alta e coletiva. Dessa forma, mesmo os analfabetos descobriam dentro dos livros um mundo novo a ser explorado, além do desejo de aprender a ler e escrever.

Quando eram dias bonitos a leitura acontecia nos jardins e todos em volta podiam aproveitar. No início havia romances em versos, depois romances em prosa, mais tarde, as canções que os menestréis e trovadores sabiam de cor, passaram a ser escritas podendo ser cantadas a qualquer momento.

Na pintura, não havia mais interesse em representar realisticamente o mundo e os nus foram proibidos.

O Cristianismo triunfou sob o paganismo e barbarismo agora os artistas medievais se preocupavam com a alma.

arte bizantina

Quando Constantino transferiu a capital do império romano para Bizâncio (Constantinopla). Roma estava sendo devastada em ruínas por bárbaros, então Bizâncio se tornou o centro de uma brilhante civilização.

A arte bizantina se torna a principal influência. Observa-se a pintura religiosa, os artistas eram membros de conventos ou casas religiosas.

Os tons usados eram sombrios, a pintura chapada, sem perspectiva, não há sombras e as figuras estão sempre de frente com rostos compridos e solenes. Esse era um tipo de arte muito usada nas iluminuras, mosaicos, vitrais, paineis e afrescos em geral pinturas religiosas. Nessa era, houve uma onda de construções de igrejas, tetos em abóbodas e espaços imensos para receber os muitos peregrinos.

As esculturas ficavam sempre nas paredes externas das catedrais, figuras longas e estáticas, apenas como decoração.

a dama e o unicórnio

Surgida na Idade Média, a partir de uma técnica desenvolvida no Egito antigo, a tapeçaria era a principal forma de arte decorativa medieval.

Gigantescas, eram tecidas em séries de pelo menos quatro, para serem penduradas lado a lado, nas paredes. Nobres encomendavam peças com os brasões de suas famílias e as exibiam em batizados, casamentos e banquetes.

Autoridades eclesiais comissionavam peças com motivos bíblicos para decorar as igrejas – e pediam para o artista incluí-las entre os personagens. Já os monarcas absolutistas mandavam estendê-las nas câmaras onde recebiam convidados ou ordenavam que seus mensageiros as exibissem aos seus súditos.

Cantigas com flauta

No dia-a-dia, as tapeçarias também tinham funções práticas: dividir os ambientes da casa e aumentar a sensação de conforto térmico. Vale lembrar que na Idade Média o mobiliário das residências se restringia a móveis pesados feitos de madeira maciça e couro. Decorações em paredes eram sinônimo de luxo. Por isso, cada vez que viajavam, além de mantimentos, roupas e prataria, os ricos levavam consigo seus murais. As tapeçarias eram como afrescos portáteis, afirma a pesquisadora Maria Amália Schmidt de Oliveira, representante no Brasil da Galerie Chevalier, de Paris. Os donos as enrolavam, colocavam-nas nas carruagens e as estendiam novamente em suas residências de temporada, diz.

Não se sabe exatamente quando foram criadas as primeiras peças de tapeçaria na Europa, mas o fato é que essa é a forma de arte mais ligada à opulência do antigo regime.

Embora haja registros de exemplares produzidos a partir do século 12, seu apogeu ocorreu entre os séculos 15 e 17, quando a monarquia caiu de amores por ela. Naquele momento, o mapa da arte na Europa dividiu-se em dois: ao norte, as tapeçarias; ao sul, pinturas e afrescos.

A música também tem papel importante na idade média. As laudas, o povo cantava em procissões. Os menestréis e jograis eram músicos que iam de vilas em vilas se apresentando com acrobacias e malabarismos, cantando histórias.

Os trovadores, cantavam o amor, eram cantos mais românticos.

Mas o que se tornou mais importante é o chamado Canto Gregoriano. Ainda hoje música oficial da Igreja Católica, é de uma beleza que atravessou os tempos.


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