Tábuas Atuariais/Esboço Histórico
As primeira tábuas usadas pela ciência atuarial, foram as tábuas de vida, que, como veremos de forma mais profunda mais adiante, são tabelas que apresentam as probabilidades de morte e sobrevivência de indivíduos.
Embora não haja consenso, e alguns autores acreditem que as primeiras tábuas foram construídas ainda na Antiguidade, em Roma e no Egito, ou por sábios do islã, em 1447, acredita-se que os primeiros esforços para construção de uma tábua com algum rigor técnico foram empreendidos pelo cientista inglês John Graunt. Ao longo de sua vida, ele esforçou-se para a obtenção de dados referentes à mortalidade de pessoas, especialmente da população londrina, mas faleceu sem conseguir publicar nenhuma tábua.
Foi outro inglês, Edmund Halley, famoso pela descoberta do traçado do cometa que leva o seu nome, que, em 1693, apresentou aquilo que pode ser considerada a primeira tábua de vida com princípios científicos. Esta tábua, apresentada no trabalho An Estimate of the Degrees of the Mortality of Mankind[1], foi construída com dados da cidade polonesa de Breslau (atual Wroclaw), que apresentava uma estabilidade demográfica com a qual Graunt não pode contar em Londres. Em homenagem à cidade, a tábua recebeu o nome de Breslau Table.
A vanguarda britânica foi interrompida pelo alemão Johannes Nikolaus Tetens. Em 1785, na obra Introduction to the Calculation of Life Annuities, o matemático introduziu o conceito de comutação, simbologia que simplificou extremamente os cálculos da época.[2]
Em 1815, Joshua Milne, atuário da Sun Life, apresentou uma tábua de mortalidade por meio de técnicas estatísticas e demográficas diferentes das adotadas até então. Este modelo de tábua passou então a ser utilizado amplamente por atuários de todo o mundo.
Em 1868 ocorre outro marco para a história das tábuas de vida. Neste ano, foi publicado por cientistas estadunidenses uma tábua de vida com uma grande base de dados de seguros norte-americanos, refletindo a experiência do EUA nos seguros de vida.[3]
Ajustes Técnicos
[editar | editar código-fonte](Des)Agravamento
[editar | editar código-fonte]É possível adequar tábuas que estejam ajustadas a uma determinada população, mas numa grandeza diferente da observada pelo aumento ou redução na função de probabilidade de morte/invalidez, afim de tornar a tábua mais aderente à massa. Esse ajuste pode ser feito em anos ou num percentual da tábua.
Mesclagem
[editar | editar código-fonte]Tábua construída a partir de outras duas ou mais tábuas, afim de obter uma tábua que, combinada, represente a população como um todo, a partir de proporções da população. Nesse caso, é possível mesclar tábuas de diferentes sexos ou faixas etária, por exemplo.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ http://www.pierre-marteau.com/editions/1693-mortality/halley-text.html Edmond Halley, An Estimate of the Degrees of the Mortality of Mankind (1693).
- ↑ Há também quem atribua a William Morgan, William Dale ou George Barrett (1752-1821) esta invenção.
- ↑ Actuarial Interest in Human Mortality em Fundamental Concepts of Actuarial Science.