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Machado de Assis/Biografia

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Joaquim Maria Machado de Assis, esse era seu nome completo, nasceu no dia 21 de junho de 1839, no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, em uma chácara em que seus pais trabalhavam e que pertencia a Maria José de Mendonça Barroso Pereira, naquela época, viúva do Brigadeiro Bento Barroso Pereira, um homem de bastante prestígio, tendo sido senador, Ministro da Guerra e da Marinha. Dona Maria José, como era conhecida, possuía uma alma generosa e, em sua chácara, todos buscavam seus agrados e atenções, o que não foi diferente com a família do escritor. Logo que nasceu, o pequenino escritor foi-lhe entregue para que fosse batizado e, como padrinho, o senhor Joaquim Alberto de Sousa da Silveira, funcionário público do Paço Imperial, fora escolhido. Em homenagem aos padrinhos de batismo, costume da época, o pequeno recebera o nome de Joaquim Maria.

Morro do Livramento, Rio de Janeiro, local de nascimento de Machado de Assis.

Machado de Assis sofria de epilepsia, doença que altera a atividade elétrica do cérebro, era pobre e seus pais não possuíam qualquer meio para dar-lhe uma vida melhor, uma vez que a mãe era uma lavadeira proveniente de Portugal, mais especificamente da Ilha de São Miguel, nos Açores, e seu pai era pintor de paredes e dourador. Ainda com relação a sua árvore genealógica, seus avós eram escravos alforriados, o que poderia apresentar uma certa dificuldade para se viver na sociedade do século XIX como um mestiço.

Sua infância não foi muito fácil, entretanto não se sabe muito sobre a mesma, pois o escritor não fazia comentários a respeito dessa época de sua vida. Sabe-se que, aos seis anos de idade, em 1845, sua irmã faleceu, vitimada pelo surto de sarampo que assolou a cidade do Rio de Janeiro e, quatro anos depois desta perda, em 1849, fora a vez de sua mãe, vitimada em consequência da tuberculose. Para manter o que restava da família, ou seja, seu pai e ele próprio, trabalhava como ambulante, oferecendo confeitos pelas ruas do centro da cidade e auxiliava, ainda, nas missas da Igreja da Lampadosa, também no Centro, situada à antiga rua do Sacramento, a qual, em 1903, recebeu o nome de Avenida Passos, por conta da grande obra de urbanização efetuada pelo prefeito da época, Pereira Passos.

Adolescência

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Em 1854, entre os 14 e 15 anos, seu pai casou-se novamente com a mulata chamada Maria Inês e mudou-se para São Cristóvão. Lá, o pequeno Machado de Assis conhece outras pessoas e entra em contato com um novo mundo. Uma dessas figuras foi, provavelmente, Madame Gallot, uma comerciante, proprietária de uma panificadora; com ela Machado de Assis recebeu suas lições de francês. Depois de algum tempo, seu pai o deixou também, tendo de dar continuidade a sua vida ajudando sua madrasta a vender doces. Por conta de todos esses infortúnios, Machado de Assis não conseguiu frequentar uma escola regular; todavia, como possuía um interesse muito grande pela leitura e o gosto pelo aprendizado, conseguiu instruir-se praticamente por conta própria.

Machado de Assis, além de ter trabalhado como vendedor de balas nas ruas do Rio de Janeiro, foi também balconista e caixeiro, exercendo, depois de algum tempo, as funções de um funcionário público e de revisor. Esses empregos de maior porte, comparados com os anteriores, não rendiam o dinheiro que precisava para se manter, continuando a ser um homem de poucas posses e dinheiro, o que também não lhe dava oportunidade para adquirir livros e aprofundar seus conhecimentos, o que mais gostava de fazer. No entanto, para remediar essa situação, Machado filiou-se ao Real Gabinete Português de Leitura, suntuosa biblioteca situada no Largo de São Francisco, tomando seus livros emprestados para, em seu tempo livre, que era pouco, ler o que podia e de tudo um pouco.

Em seu retorno à casa, tomava a barca no Cais Pharoux ou Cais dos Franceses (hoje, Praça XV) até São Cristóvão, onde ainda residia.

Às 3h20m de 29 de setembro de 1908 na casa de Cosme Velho, Machado de Assis morre aos sessenta e nove anos de idade com uma úlcera cancerosa na boca; sua certidão de óbito relata que morrera de arteriosclerose generalizada, incluindo esclerose cerebral, o que, para alguns, figura questionável pelo motivo de mostrar-se lúcido nas últimas cartas já relatadas. Ao geral, teve uma morte tranquila, cercado pelos companheiros mais íntimos que havia feito no Rio de Janeiro: Mário de Alencar, José Veríssimo, Coelho Neto, Raimundo Correia, Rodrigo Otávio, Euclides da Cunha, etc. Este último relatou, no Jornal do Comércio, no mesmo ano do falecimento: "Na noite em que faleceu Machado de Assis, quem penetrasse na vivenda do poeta, em Laranjeiras, não acreditaria que estivesse tão próximo o desenlace de sua enfermidade." Euclides ainda escreveu: "Na sala de jantar, para onde dizia o quarto do querido mestre, um grupo de senhoras — ontem meninas que ele carregara no colo, hoje nobilíssimas mães de família — comentavam-lhe os lances encantadores da vida e reliam-lhe antigos versos, ainda inéditos, avaramente guardados em álbuns caprichosos."

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