Saltar para o conteúdo

Logística/Gestão de existências/Introdução/Just in time

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.


De acordo com Tersine (1988, p. 26-27), o conceito de Just-in-time foi desenvolvido pelos japoneses e desafia a teoria das fundações clássicas dos stocks, no que diz respeito à produção de bens. Este conceito requer, precisamente, a produção das unidades necessárias nas quantidades necessárias e no tempo necessário, com o objectivo de ter um desempenho muito aproximado ao que foi programado. Isto significa que produzir uma peça a mais é considerado tão grave como produzir uma peça a menos, e o que for produzido acima das quantidades mínimas requeridas é tido como desperdício devido ao esforço e material despendido que ainda não precisa de ser utilizado. Neste ponto de vista, desperdício é qualquer recurso utilizado além do que foi requerido para adicionar valor ao produto, este recurso pode estar relacionado com materiais, máquinas ou mão-de-obra. É adicionado valor a um produto quando se realiza trabalhado sobre o mesmo, em actividades tais como a maquinação, montagem, pintura, e embalagem de um produto. Outras actividades tais como a movimentação, armazenagem, contagem, triagem e agendamento acrescentam custo a um produto mas não acrescentam valor, e custo sem valor é desperdício. Assim, qualquer acção que não adicione valor directamente ao produto é desperdício e deve ser minimizada, ou até mesmo eliminada.

O JIT nega o valor dos stocks, estes vão vistos de forma negativa pois são considerados um impedimento à qualidade dos produtos por esconderem os problemas em vez de possibilitar a sua resolução de uma forma rápida. Os stocks ocupam espaço, e quando se ocupa espaço inutilmente consome-se um recurso valioso. Para reduzir o desperdício resultante torna-se necessário o planeamento da disposição e dos fluxos de material, de forma eficiente. Com o JIT, o processo de ideal de fabricação pode ser visto como uma rede de centros de trabalho em que cada trabalhador completa a sua tarefa num item e, de seguida, passa o item para o próximo trabalhador, assim que este estiver disponível. O objectivo deste processo é anular as filas, com a finalidade de:

  1. minimizar o investimento em stocks;
  2. reduzir o tempo de aprovisionamento de produção;
  3. reagir rapidamente às mudanças na procura;
  4. descobrir qualquer problema relacionado com qualidade.

Uma vez que não é possível ter todos os trabalhadores adjacentes uns aos outros numa rede de trabalho, e que se deve incluir fornecedores exteriores, o sistema deve permitir que haja tempo de trânsito entre os centros de trabalho. No entanto, as quantidades transferidas são as mínimas possíveis e o tamanho do lote é uma fracção da produção diária. Não há lugar para contingências, os produtos são esperados sem erros aquando da sua recepção, as máquinas são tidas como disponíveis quando necessárias para produzir um item e cada compromisso de entrega deve ser cumprido na altura precisa em que foi planeado. Consequentemente, há um ênfase elevado na qualidade, na manutenção preventiva e na confiança mútua entre todos os participantes na rede de fabricação.