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Logística/Gestão de desperdícios e rejeitados/Sistemas de tratamento e destino final/Reciclagem

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.


A reciclagem é um processo de recolha, separação, limpeza e tratamento de resíduos, que tem como objectivo produzir um produto ou material comerciável. Pode ocorrer durante o fabrico de um produto, como nas fábricas de papel onde há reaproveitamento dos excedentes, ou após o consumo, onde o papel é separado dos restantes resíduos e usado na produção de pasta de papel.

Reciclar traz benefícios para o ambiente, pois reduz a utilização de matérias-primas e energia na produção, diminuindo as emissões de poluentes para a atmosfera, água e solos. De acordo com a OECD (Cit. por Williams, 2005, p. 130), a reciclagem aumentou significativamente a nível mundial. Reciclar, todavia, nem sempre é a melhor solução para todos os tipos de resíduos, quer a nível económico, quer a nível ambiental. É necessária uma análise completa que compare a reciclagem com o tratamento e deposição final.

Na União Europeia, existe o princípio da responsabilidade do produtor, corporizado na instituição de metas, estabelecidas nas directivas europeias, para a reciclagem de resíduos. Estas directivas pretendem expandir a responsabilidade de tratamento dos resíduos que têm origem na produção, introduzindo a reciclagem e a reutilização para cumprir as metas impostas. A introdução de incentivos e de instrumentos económicos, por parte dos governos, leva à promoção da reciclagem. Reduzir os desperdícios e procurar melhores alternativas para a eliminação de resíduos é valorizado pelo estado, minimizando os custos da gestão de resíduos. Em 1975, a Directiva Quadro de Resíduos ou EC Waste Frame Directive (Cit. por Williams, 2005, p. 130-131) definiu como resíduo qualquer substância ou objecto de que o proprietário se desfez ou pretende desfazer, ou seja, que ninguém quer. O material reciclado, no entanto, não se transforma automaticamente num material que alguém quer. A reciclagem é influenciada pelo preço e pela estabilidade do preço no mercado, em concorrência directa com o material dito «virgem» (Williams, 2005, p. 130-131).

Segundo a APA (Cit. por Estatísticas, 2009, p. 40 e 84), em Portugal, no ano de 2008, foram recolhidas cinco milhões de toneladas de resíduos urbanos, um aumento de 1,4 milhões de toneladas desde 1997. Da totalidade dos resíduos urbanos apenas 9% foram recuperados por recolha selectiva. A maioria dos resíduos produzidos, cerca de 64%, tiveram como destino os aterros sanitários. O aumento da produção de resíduos sólidos urbanos, não só contribuiu para um aumento do impacto ambiental e dos custos associados, mas também para o nascimento da política dos 3 R. Esta consiste em três conceitos essenciais: Reduzir, Reutilizar e Reciclar, isto é, reduzir a quantidade de resíduos produzidos logo na origem, ou seja, na produção; reutilizar materiais já usados; e reciclar o material, valorizando-o e transformando-o em algo útil (Levy et al., 2006, p. 77-78).