Logística/Gestão de armazéns/Necessidades de espaço/Armazenagem aleatória vs. dedicada
Mesmo existindo dificuldades em determinar exactamente as necessidades de armazenagem para a armazenagem aleatória, a armazenagem aleatória necessita de menos espaço que a armazenagem dedicada. Sendo assim porque não se utiliza sempre a armazenagem dedicada? Um dos motivos é a necessidade de ter um bom sistema localização para manter o controlo da localização dos produtos, e com a armazenagem dedicada sabe-se a localização fixa ou permanente dos produtos. No entanto, talvez uma razão mais convincente tem a ver com os tempos de viagem necessários para armazenar e reaver os produtos de acordo com os dos dois sistemas de armazenagem.
Com a armazenagem dedicada, os produtos com muita procura ficam localizados nas melhores posições, enquanto que aos produtos com pouca procura são atribuídas piores posições. Com a armazenagem aleatória uma melhor posição pode não estar disponível quando um produto com muita procura chega para ser armazenado, sendo colocado numa pior posição. Da mesma forma, quando chega um produto com pouca procura, se uma melhor posição está disponível, será utilizada pelo produto com menos procura. Assim, espera-se que os tempos de viagem resultantes da armazenagem aleatória sejam maiores do que os resultantes da armazenagem dedicada (Francis et al., 1992, p. 278-279).
A armazenagem aleatória necessita de menos espaço de armazenagem que a armazenagem dedicada, uma das razões é quando se esgota o stock de um determinado produto a posição por ele ocupada fica disponível na armazenagem aleatória e na armazenagem dedicada não fica. Outra razão é se existirem vários locais de armazenagem para um determinado produto, então o nível de stock diminui e surgem espaços de armazenagem livres.
Para se demonstrar o efeito do método de armazenagem nas necessidades de espaço, suponha-se que seis produtos são recebidos num armazém. As existências de cada um dos produtos no final de cada período são as apresentadas na Tabela 1, em que o valor agregado das existências obtém-se somando as existências dos seis produtos.
Tabela 1 - Existências de seis produtos em armazém, expressos em paletes de produto
Produtos | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Período | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | Agregado | ||||||||
1 | 24 | 12 | 2 | 12 | 11 | 12 | 73 | ||||||||
2 | 22 | 9 | 8 | 8 | 10 | 9 | 66 | ||||||||
3 | 20 | 6 | 6 | 4 | 9 | 6 | 51 | ||||||||
4 | 18 | 3 | 4 | 24 | 8 | 3 | 60 | ||||||||
5 | 16 | 36 | 2 | 20 | 7 | 24 | 105 | ||||||||
6 | 14 | 33 | 8 | 16 | 6 | 21 | 98 | ||||||||
7 | 12 | 30 | 6 | 12 | 5 | 18 | 83 | ||||||||
8 | 10 | 27 | 4 | 8 | 4 | 15 | 68 | ||||||||
9 | 8 | 24 | 2 | 4 | 3 | 12 | 53 | ||||||||
10 | 6 | 21 | 8 | 24 | 2 | 9 | 70 | ||||||||
11 | 4 | 18 | 6 | 20 | 1 | 6 | 55 | ||||||||
12 | 2 | 15 | 4 | 16 | 24 | 3 | 64 | ||||||||
13 | 24 | 12 | 2 | 12 | 23 | 24 | 97 | ||||||||
14 | 22 | 9 | 8 | 8 | 22 | 21 | 90 | ||||||||
15 | 20 | 6 | 6 | 4 | 21 | 13 | 75 | ||||||||
16 | 13 | 3 | 4 | 24 | 20 | 15 | 84 | ||||||||
17 | 16 | 36 | 2 | 20 | 19 | 12 | 105 | ||||||||
18 | 14 | 33 | 8 | 16 | 13 | 9 | 98 | ||||||||
19 | 12 | 30 | 6 | 12 | 17 | 6 | 83 | ||||||||
20 | 10 | 27 | 4 | 8 | 16 | 3 | 68 | ||||||||
21 | 8 | 24 | 2 | 4 | 15 | 24 | 77 | ||||||||
22 | 6 | 21 | 8 | 24 | 14 | 21 | 94 | ||||||||
23 | 4 | 18 | 6 | 20 | 13 | 18 | 79 | ||||||||
24 | 2 | 15 | 4 | 16 | 12 | 15 | 64 |
Nível máximo do valor agregado das existências = 105
Soma dos níveis máximos de existências individuais = 140
Nível médio do valor agregado das existências = 77.5
Nível mínimo do valor agregado das existências = 51
Com a armazenagem dedicada o espaço necessário é igual à soma dos valores máximos das existências de todos os produtos, ou seja espaço para 140 paletes.Enquanto, com a armazenagem aleatória o espaço necessário é igual ao máximo do valor agregado das existências, isto é o espaço para 105 paletes. Neste exemplo, a armazenagem dedicada necessita de mais um terço do espaço necessário com armazenagem aleatória (Tompkins et al., 1996, p. 421-422).