Lessoto/História

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A região do atual Lesoto era habitada desde os tempos pré-históricos por povos falantes de línguas khoisan. Com a expansão dos povos falantes de línguas banto, no início da era cristã, os habitantes originais da região foram expulsos ou se fundiram aos invasores banto. No século XVI, os basotos, um povo de língua banta, se estabeleceram na região, procedentes da atual região sul-africana do Transvaal, de onde haviam sido expulsos pelos zulus, outro povo de língua banta.

No século XIX, os basotos começaram a ser atacados por colonos bôeres do recém-fundado Estado Livre de Orange. Isto levou o rei basoto Moshoeshoe a pedir a proteção do império Britânico, o que fez com que os britânicos transformassem a região num protetorado, a Basotolândia.

Rei Moshoshoe (1786-1870)
Bandeira da Basotolândia

Em 1966, os britânicos concederam a independência à Basotolândia, que readquiriu o nome pela qual era conhecida pelos bassoto: Lesoto. Foi instituída então uma monarquia constitucional sob o comando da dinastia nativa do rei Moshoeshoe II [1].

Primeira bandeira do Lesoto, instituída em 1966, com o chapéu típico lesotense, o mokorotlo, ao centro

Em 1970, as eleições previstas foram canceladas e o primeiro-ministro Joseph Jonathan suspendeu a constituição e o parlamento e proibiu os partidos políticos. O país transformou-se numa ditadura, a qual só viria a terminar em 1986, após um golpe militar liderado pelo general Justin Lekhanya e apoiado pela África do Sul. No ano seguinte, uma visita do papa João Paulo II terminou num banho de sangue, quando oposicionistas ao novo regime tomaram peregrinos católicos como reféns e as forças do governo atacaram os sequestradores.

Bandeira do Lesoto a partir de 1987, com tradicional escudo basoto, lança e bastão. O branco simboliza a paz, o azul a chuva e o verde, a prosperidade.
Foto de 1988 mostrando o rei Moshoeshoe II numa entrega de diplomas na universidade nacional do Lesoto. Atrás dele, o general Lekhanya.

Em 1990, partidários do rei Moshoeshoe II tentaram derrubar o regime militar, mas foram derrotados, obrigando o rei a se exilar. Para suprir a ausência real, o governo proclamou rei o filho primogênito do rei Moshoshoe com o título de rei Letsie III. Em 1992, o general Lekhanya foi derrubado por um golpe militar liderado por jovens oficiais do exército, que proclamaram Phisoane Ramaema como porta-voz do novo regime. No mesmo ano, Moshoeshoe retornou ao país, porém o título real continuou com seu filho, Letsie III. Em 1993, realizaram-se eleições. No ano seguinte, o rei Letsie III tentou realizar um golpe de estado, porém foi obrigado a retornar atrás e restabelecer o regime democrático, diante da pressão de Botsuana, África do Sul e Zimbábue. Em 1995, o rei Letsie III abdicou em favor de seu pai, Moshoeshoe II. Moshoeshoe II morreu num acidente de carro no ano seguinte e Letsie III retomou o título real.

No final dos anos 1990, o país começou a inundar vários vales para fornecer água e energia elétrica para a África do Sul. Isso começou a ocasionar falta d'água nos poços utilizados pela população[2].

Represa Katse

Em 1998, conflitos após as eleições provocaram a intervenção militar de África do Sul e Botsuana, causando cento e dez mortes[3].

Ao longo da primeira década do século XXI, cresceu a exploração de diamantes e outras pedras preciosas nas encostas das montanhas do país, gerando uma nova fonte de riqueza para o país[4].

Em 2006, foi criada uma nova bandeira para o país, em comemoração ao quadragésimo aniversário da independência. A bandeira voltou a ostentar o chapéu típico lesotense, o mokorotlo, que existia na primeira bandeira do país. Só que o chapéu passava a ser negro, simbolizando a cor da pele dos lesotenses. A substituição do escudo, lança e bastão da bandeira pelo chapéu simbolizou as intenções pacíficas do país em relação ao futuro.

Atual bandeira do Lesoto

Referências