História do Brasil/O governo provisório
Na noite de 15 de novembro de 1889, foi constituído o governo provisório da república recém-proclamada, tendo como presidente o marechal Deodoro da Fonseca, com poderes ditatoriais. O ministério era composto por republicanos e liberais da monarquia que apoiaram a causa, como Floriano Peixoto, Ruy Barbosa, Quintino Bocaiuva, Campos Sales e Benjamin Constant. Todos os ministros eram membros da maçonaria.
O primeiro ato do governo foi dirigir uma proclamação ao país, anunciando a mudança de regime. A forma de governo do Brasil foi a república federativa, até que a constituição fosse promulgada. As províncias foram transformadas em estados.
Em 16 de novembro, Deodoro enviou uma mensagem a D. Pedro II, destronando-o, intimando-o a deixar o Brasil junto com a Família Imperial, dentro de 24 horas, e oferecendo 5 mil contos de réis para o seu estabelecimento fora do país. O imperador recusou a oferta, e em 17 de novembro, partiu com toda a família para Portugal, pedindo um travesseiro com terras do Brasil para repousar a cabeça quando morresse.
Em 19 de novembro, Lopes Trovão apresentou o projeto da nova bandeira. Deodoro considerou que o projeto apresentado é um arremedo grosseiro da bandeira dos Estados Unidos. Deodoro desejava manter a bandeira imperial, retirando dela apenas a coroa. Foram mantidos na bandeira o losango amarelo no retângulo verde, da antiga bandeira imperial, substituindo-se o brasão de armas da monarquia por uma esfera celeste, tendo no centro o Cruzeiro do Sul e sendo cortada por uma faixa branca, com o lema Ordem e Progresso. Em 19 de novembro ficou oficializada a nova bandeira nacional.
A Argentina foi o primeiro país a reconhecer o novo regime, por causa das intervenções militares do Império na região platina. Apenas a Rússia não quis reconhecer o novo regime, apenas reconheceu-o em 1892.
Em dezembro de 1889, foi instituída a censura e suprimida a liberdade de expressão. Em janeiro de 1890, foi decretada a separação do Estado e a Igreja. Também em janeiro do mesmo ano, foi instituído o casamento civil, o registro civil, a proibição do ensino religioso nas escolas e os cemitérios foram secularizados. Em outubro de 1890, ficou extinguida a pena de morte em tempos de paz.
Por causa da adoção da política de créditos livres aos investimentos industriais garantidos pelo aumento da emissão de papel-moeda, provocou uma crise financeira e institucional, a Crise do Encilhamento.