História do Brasil/As Greves de 1917
A Greve Geral de 1917 foi uma greve do comércio e da indústria no Brasil, ocorrida em julho de 1917 em São Paulo, durante a Primeira Guerra Mundial, promovida por organizações libertárias de inspiração anarquista. Foi a primeira greve geral da história do Brasil e durou 30 dias.
A imigração espanhola e italiana trouxe ideias e princípios organizacionais para o Brasil. A greve de 1917 faz parte de um processo de politização dos trabalhadores brasileiros. No século XX, muitos imigrantes deixaram o regime de servidão nas fazendas do interior paulista para trabalhar nas fábricas da capital. Nas fábricas, existia condições precárias, muito trabalho infantil e jornadas laborais com mais de 13 horas. Os italianos se uniram com ativistas libertários brasileiros, espanhóis e portugueses emigrados.
A violenta greve geral estava deflagrada em São Paulo. Cerca de 70.000 pessoas aderiram ao movimento. As ligas e corporações operárias tinham estas 11 reivindicações:
- - Que sejam postas em liberdade todas as pessoas detidas por motivo de greve;
- - Que seja respeitado do modo mais absoluto o direito de associação para os trabalhadores;
- - Que nenhum operário seja dispensado por haver participado ativa e ostensivamente no movimento grevista;
- - Que seja abolida de fato a exploração do trabalho de menores de 14 anos nas fábricas, oficinas etc.;
- - Que os trabalhadores com menos de 18 anos não sejam ocupados em trabalhos noturnos;
- - Que seja abolido o trabalho noturno das mulheres;
- - Aumento de 35% nos salários inferiores a $5000 e de 25% para os mais elevados;
- - Que o pagamento dos salários seja efetuado pontualmente, cada 15 dias, e, o mais tardar, 5 dias após o vencimento;
- - Que seja garantido aos operários trabalho permanente;
- - Jornada de oito horas e semana inglesa;
- - Aumento de 50% em todo o trabalho extraordinário.
Os patrões deram um aumento imediato de salário e prometeram estudar as demais exigências. A grande vitória foi o reconhecimento do movimento operário como instância legítima, obrigando os patrões a negociar com os proletários e a considerá-los em suas decisões.