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História do Brasil/A Revolução de 1930

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Getúlio Vargas com outros líderes da Revolução de 1930 após a queda de Washington Luís

A Revolução de 1930 foi o movimento armado liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, que depôs o presidente da República Washington Luís em 24 de outubro de 1930 e impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha.

Na República Velha, vigorava a chamada "política do café com leite" em que os presidentes dos estados de Minas Gerais e São Paulo alternavam-se na presidência da República. Assim, de acordo com essa política, o paulista Washington Luís deveria indicar o presidente de Minas Gerais Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, ou o vice-presidente da República, que era o mineiro Fernando de Melo Viana.

Porém, no início de 1929, Washington Luís tendia a apoiar outro paulista, que era o presidente de São Paulo e pertencia ao Partido Republicano Paulista, o mesmo partido de Washington Luís.

Em julho de 1929, o presidente de Minas Gerais Antônio Carlos Ribeiro de Andrada indica Getúlio Vargas como uma "solução conciliatória", que significava a escolha de um candidato não paulista e não mineiro. Washington Luís então indica Júlio Prestes, um paulista, como seu sucessor, no que foi apoiado por dezessete estados. Os estados que não apoiaram foram Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. Até hoje, lê-se na bandeira da Paraíba a palavra "NEGO", por causa do telegrama do presidente da Paraíba João Pessoa que relatava a decisão do Partido Republicano Paraibano. O telegrama dizia: "Reunido o diretório do partido, sob minha presidência política, resolveu unanimemente não apoiar a candidatura do eminente dr. Júlio Prestes à sucessão presidencial da República". A opinião do povo mineiro ficou dividida.

Washington Luís divulgou pela imprensa várias cartas que recebeu de Getúlio Vargas e de Antônio Carlos de Andrada para provar que não impusera o nome de Júlio Prestes como candidato à sua sucessão.

Os três estados que apoiaram a candidatura de Getúlio Vargas criaram a frente de oposição à candidatura de Júlio Prestes, a Aliança Liberal, em agosto de 1929. Formavam a Aliança Liberal: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba e os partidos de oposição de diversos estados, como o Partido Democrático, de São Paulo. A Aliança Liberal foi oficializada em 20 de setembro de 1929. A frente de oposição contou com o apoio do Tenentismo. Em 12 de outubro, realizou-se a convenção da oficialização da candidatura de Júlio Prestes.

Na eleição de 1 de março de 1930, dia de Carnaval, Júlio Prestes venceu com 1.091.709 votos contra 742.797 dados a Getúlio Vargas. Após a declaração do aliancista Borges de Medeiros de que houve fraude na apuração dos votos no Rio Grande do Sul, onde Getúlio venceu com 100% dos votos, a Aliança Liberal é rompida. Em 22 de maio de 1930, Congresso Nacional proclama eleitos Júlio Prestes e o vice Vital Soares. Em 26 de julho, João Pessoa é assassinado por João Duarte Dantas, que cuja família era inimiga de João Pessoa.

Em 7 de setembro de 1930, Olegário Maciel assume o governo de Minas Gerais. Em 3 de outubro, iniciou-se a revolução, com a tomada do quartel-general da 3ª Região Militar, ataque este comandado por Oswaldo Aranha e Flores da Cunha. Desde então, vários governos estaduais foram depostos. em 24 de outubro, os generais Tasso Fragoso, Mena Barreto e o almirante Isaías de Noronha depuseram Washington Luís e formaram uma junta militar provisória, que governou o Brasil até 1 de novembro de 1930, quando passou o poder a Getúlio Vargas. Vários jornais influentes que apoiavam Júlio Prestes foram destruídos.

Em 1 de novembro, no Rio de Janeiro, os soldados gaúchos cumpriam a promessa de amarrar os cavalos no obelisco da Avenida Rio Branco, marcando simbolicamente o triunfo da Revolução de 1930.