Esperanto/Leciono 12

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.

Lição 12 - A Literatura do Esperanto


A Literatura do Esperanto


Havia um preconceito muito grande contra o Esperanto no início do século... Diziam que o Esperanto se tornaria talvez um código para o comércio ou para a ciência, mas que não se prestaria para ser uma língua cultural, incapaz de exprimir os matizes do pensamento e os sentimento poéticos.

Realmente, uma coisa do passado, hoje se existe uma língua onde o dom poético floresceu e permanece rico é o Esperanto. Isto pode ser considerado um fenômemo, pois é comum se ver pessoas recém-chegadas ao Esperanto e já fazendo poesia e canções. Será que os esperantistas são mais sensíveis ou será que a língua é mais poética? Uma pergunta de difícil resposta! Mas há nisso talvez a própria mão do autor da língua, que apesar de ter dado ao Esperanto a sua forma gramatical, também lhe deu o sopro da vida com suas poesias e seus textos com um estilo sublime e de alta sensibilidade.


Ho, Mia Kor' (Zamenhof)


Ho, mia kor', ne batu maltrankvile,

el mia brusto nun ne saltu for!

Jam teni min ne povas mi facile,

ho, mia kor'!

O' meu coração, não batas inquieto,

não saltes agora fora do meu peito!

Já não posso facilmente conter-me,

ó meu coração!

Ho, mia kor'! Post longa laborado

ĉu mi ne venkos en decida hor'?!

Sufiĉe! Trankviliĝu de l' batado,

Ho, mia kor'!

O' meu coração! Após longo trabalho

será que não vencerei na hora decisiva!?

Basta! Acalma-te de bater,

ó meu coração!


Zamenhof e os Primeiros Tempos


O poema "Ho, Mia Kor'" foi feito por Zamenhof em um momento crucial para a vida do Esperanto, pois em 1887, a Polônia vivia sob o regime pesado do czarismo e qualquer obra para ser publicada dependia da censura do regime. O Esperanto era, como ainda o é, uma agressão aos regimes totalitários e despóticos.

Exatamente quando o seu primeiro manual estava para ser lançado, ele, com receio que não fosse permitido, fez este poema. Isto caracteriza o seu envolvimento sentimental com o idioma.

Muitos anos da sua vida (no mínimo desde os seus 15 anos e ele já estava com 28 anos) haviam se passado em que somente ele tivera contato com sua criação. Um homem que fez jus a sua obra, pois uma vez lançado o Esperanto, ele jamais interferiu na sua divulgação e evolução. A partir de então ele se denominou "iniciador da língua" e nunca o seu criador.Ele era consciente que o Esperanto era para a humanidade, não para ele e sua glória pessoal.




cellspacing="2" <tbody>

La Espero (Zamenhof)

En la mondon venis nova sento,
Tra la mondo iras forta voko;
Per flugiloj de facila vento
Nun de loko flugu ĝi al loko

Ne al glavo sangon soifanta
ĝi la homan tiras familion:
Al la mondo eterne militanta ĝi promesas sanktan harmonion.

Sub la sankta signo de l'espero
Kolektiĝas pacaj batalantoj,
Kaj rapide kreskas la afero
Per laboro de la esperantoj.


Forte staras muroj de miljaroj Inter la popoloj dividitaj;
Sed dissaltos la obstinaj baroj
Per la sankta amo disbatitaj.

Sur neŭtrala lingva fundamento
Konprenante unu la alian,
La popoloj faros en konsento
Unu grandan rondon familian.

Nia diligenta kolegaro
En laboro paca ne laciĝos,
ĝis la bela sonĝo de l' homaro
Por eterna ben' efektiviĝos.


A Esperança

Ao mundo chegou um sentimento novo,
através do mundo passa um forte apelo;
nas asas de vento propício
voe ele agora de lugar em lugar.

Não à espada sedenta de sangue,
ele arrasta a família humana:
ao mundo eternamente em guerra,
promete ele santa harmonia.

Sob o sagrado sinal da Esperança
se reunem pacíficos batalhadores e rapidamente cresce a causa
mediante o trabalho dos que têm esperança.

Fortemente se erguem muros de milênios
Entre os povos divididos;
mas saltarão para todos os lados as obstinadas barreiras, arrasadas pelo santo amor.

Sobre fundamento linguístico neutro,
compreendendo-se uns aos outros,
os povos farão em acordo,
um grande círculo familiar.

O nosso diligente grupo de colegas
Não se cansará no trabalho pacífico,
Até que o belo sonho da humanidade
Se realize para eterna benção.


</tbody>

É interessante que se note dentro deste poema que é também o hino do movimento esperantista, o estilo que ele deu a língua: que fosse mais do que um idioma, que fosse um símbolo de esperança.


Canção do Exílio (Gonçalves Dias)


Kanto de l' Ekzilo (trad. F.V.Lorenz)


Mia lando havas palmojn,

kie kantas sabia'

Birdoj tie ĉi kantantaj,

tiel ne belsonas ja.

Kaj ni havas pli da steloj,

Sur herbejoj pli da floroj,

En arbaro pli da vivo,

pli da amo en la koroj.

Tie nokte solrevante

Pli da ĝoj' mi trovas ja;

Mia lando havas palmojn,

kie kantas sabia'.


Mia lando ĉarmojn havas,

Kiujn ne trovas ĉi;

Tie nokte solrevante

Pli da ĝoj' mi trovas ja;

Mia lando havas palmojn,

Kie kantas sabia'!


Di' ne volu, ke mi mortu,

Sen reveni tien, ha,

Sen ekĝui la belaĵojn,

Kiuj ĉi ne estas ja;

Sen revidi la palmarbojn,

Kie kantas sabia'.


A Literatura Esperantista no Brasil


O poema anterior publicado na primeira revista brasileira em Esperanto (Brazila Esperantisto) de abril de 1907, já mostra a dedicação de muitos dos brasileiros esperantistas em quererem levar nossa literatura e a nossa cultura para o movimento esperantista. Ainda hoje isto é um fato. Temos até mesmo uma editora nacional (FONTO - CP.49 - 89800 Chapecó, SC) que se dedica à produção exclusiva de obras em Esperanto para literatura mundial.

Teríamos que preocupar tanto aqui no Brasil com uma língua internacional? Um país continental, onde não temos problemas de comunicação, mas que temos pelo Esperanto um profundo amor, pelo que ele representa para a humanidade. Isto talvez pela índole pacífica do nosso povo que sempre só lutou para se defender, nunca para dominar. Aliás, durante as grandes guerras, quando os esperantistas eram mortos por falar Esperanto e bibliotecas esperantistas eram queimadas na Europa, nós representávamos a manutenção deste grande ideal.


La Oficialiĝo de la Internacia Lingvo (Sylla Chaves)


Estas tre grava la lingva problemo en la mondo. Estas tri mil lingvoj kaj tre malmulte da internacia interkompreno. Se la naciaj registaroj iam decidos oficiale uzi Esperanton en ĉiuj rilatoj, tiam tiuj rilatoj fariĝos malpli kostaj, kaj la interkompreno fariĝos pli bona.

Kial Esperanto ne estas oficiala lingvo en ĉiuj internaciaj rilatoj de la mondo? ĉar la homaro estas malpli racia ol ĝi devus esti. Nur tial.

Kie oni parolas Esperanton en la mondo? Kiel nacia lingvo, en neniu lando. Tamen, ie ajn en la mondo estas homoj, kiuj deziras havi pli bonajn internaciajn rilatojn. Kaj preskaŭ ĉie troviĝas kelkaj esperantistoj, laborantaj sole aŭ kune. Se Esperanto iam oficialiĝos, tiam multaj nunaj malfacilaĵoj rapide malaperos.

Por kelkaj personoj estas nekomprenebla la malrapido en la oficialigo de Esperanto. Tamen, ĉio, kio estas bona kaj grava por la homaro, bezonas jarcentojn por sia oficialiĝo, ĝeneraliĝo aŭ realiĝo.

Bona ekzemplo estas la metra sistemo, kiu estis oficialigita en pluraj landoj nur post ducent jaroj. Aliaj ekzemploj estas nia idealo pri paco kaj frateco, kiuj ankoraŭ atendas sian realiĝon. Esperanto estas io bona kaj grava. Tial oni bezonas atendi ĝian oficialigon.

Tamem, eĉ se la registaroj tion dezirus, ili ne povus oficialigi Esperanton en unu sola tago. Oni ne povas decidi tuj instrui Esperanton en ĉiuj elementaj lernejoj, ĉar mankas instruistoj por tio. Unue devas esti preparitaj bonaj elementaj instruistoj, kaj tiu preparado estas tasko de supera lernejoj. Kaj antaŭe oni bezonas rapide prepari instruistojn por instrui en superaj lernejoj. Kaj tiuj instruistoj bezonas ne nur koni la lingvon, sed ankaŭ esti lernintaj en superaj lernejoj.

Nur post la preparo de pluraj tiaj instruistoj oni povos zorgi pri la amasa instruado en elementaj kaj mezaj lernejoj, kaj pri la posta oficialigo de Esperanto.

Uma Palavra Final...


Você chegou até o final de seu curso de Esperanto pelo computador.

Continuar a praticar o idioma internacional lhe trará muito prazer cultural e, certamente, lhe modificará muitos pontos de vista em relação ao contexto do relacionamento internacional.

Uma das coisas que mais impressiona, quando começamos a utilizar o Esperanto, é que o mundo repentinamente perde as fronteiras e os seres humanos se tornam iguais uns aos outros, apesar das raças, credos, convicções e nacionalidades.Continue fazendo seus exercícios e seu treinamento de vocabulário. Mas não pare por aí, procure conhecer o movimento esperantista e a suas atividades.

Samideane via,

Adonis Saliba (adonis@esperanto.nu)


^Esperanto^ | Ekzercoj 11 | Leciono 12 | Ekzercoj 12