Civilização Egípcia/Terceiro Período Intermediário/Dinastias do Terceiro Período Intermediário/25ª Dinastia
25ª Dinastia
[editar | editar código-fonte]- Alara
- Kashta
- Piye
- Shebaka
- Shebitku
- Taharqa
- Tantamani
- Alara
Não foi governante do Egito e sim governante de Napata (cidade da antiga Núbia hoje partilhada entre Egito e Sudão).
Está registrado na estela de Taharqa.
Alara é reconhecido como fundador da dinastia Kushita, O Príncipe Filho de Ra. Alara casou-se com Kasaka, conhecida através do templo de Kawa e de uma estela em Cartum e sua filha Tabiry, se tornou esposa do rei Piye (Piankh), ela foi sepultada numa pirâmide em el-Kurru.
De acordo com algumas fontes, o sucessor de Alara foi seu irmão Kashta.
- Kashta
Seu nome era acompanhado do epíteto O Kushita. Seu nome de trono Nimaatre.
Irmão de Alara, Kashta também foi um governante regional. Provavelmente reinou na Núbia ao mesmo tempo que outros reis no Egito.
No seu governo, pela primeira vez, as regiões da Núbia foram reconhecidas politicamente. Há uma estela em Elefantina no templo de Khnum a respeito desse fato.
Seu filho Piye (Piankh) governou a maior parte do Egito e durante seu governo, Kashta controlou uma boa parte do país até Tebas.
Kashta usou o título de Rei do Alto e Baixo Egito, Filho de Ra, Senhor das Duas Terras no fim do seu reinado.
Pelo menos dois dos reis desta dinastia foram seus filhos, Piye e Shabaka. Sua filha Amenirdis foi consagrada ao deus Amon em Tebas como Esposa de Amon.
Os núbios na verdade estavam trazendo de volta ao Egito os hábitos e costumes tradicionais, que haviam sido corrompidos mas que os núbios ainda conservavam puros.
Inscrições com o nome de Amenirdis foram encontradas no templo de Montu em Karnak e sua capela mortuária fica em Medinet Habu.
O local de sepultamento de Kashta é el-Kurru (que fica a mais ou menos treze quilômetros do templo de Amon em Gebel Barkal, na Núbia hoje Sudão), tumba 8, provavelmente uma pirâmide inacabada.
- Piye (Piankh)
Algumas cronologias o assinalam como o fundador da 25ª Dinastia. Ele herdou o trono de seu pai Kashta, que era um rei Kushita e não um faraó do Egito. Piye adotou como nome de trono Men-kheper-re que significa A manifestação de Ra sobrevive.
Esse rei esteve envolvido em campanhas militares e sua maior campanha está inscrita na estela de Gebel-Barka.
O príncipe líbio Tefnakhte (governante da 24ªDinastia a partir do Delta) tentou controlar as cidades de Mênfis e Lisht no sul. Piye então marchou para o norte para impedir essa invasão e tomou as terras controladas por Tefnakhte e por Nimlot I.
Piye prosseguiu sua marcha para o norte, tomando a cidade de Heracleópolis. É provável que ele tenha tomado Mênfis e feito refém o filho de Nimlot.
Quando Piye retornou à Núbia e deixou o controle das terras conquistadas com seus vassalos, elas foram retomadas por Tefnakhte.
Uma das filhas de Piye, Shepenupet II foi consagrada Divina Adoradora de Amon em Tebas e também usou os títulos de Campeã da beleza, Mut, Olho de Ra. Ela foi sepultada numa capela funerária próximo de Medinet Habu e seu nome foi encontrado num cartucho.
Piye provavelmente foi sepultado numa pequena pirâmide em el-Kurru.
- Shebaka
Reinou após seu irmão Piye. Passou a governar a partir de Mênfis. Seu nome de trono era Nefer-ka-re que significa Bela é a alma de Ra.
Como Piye, ele continuou a luta contra os rebeldes de outras regiões do Egito, como Bakenranef de Sais. Mâneton conta que, feito prisioneiro, Bakenranef foi queimado numa estaca.
Shebaka foi diplomata e incentivou o comércio com os povos do norte, além de manter alianças políticas.
Deixou uma estela em Sais, construiu capelas nos templos de Tebas, Mênfis, Abidos, Dendera, Esna e Edfu, como também deixou inscrições. Ampliou Medinet Habu e fez acréscimos nos templos de Luxor e Karnak.
A esposa de Shebaka, a rainha Qalhata tinha títulos como Irmã do Rei, Mãe do Rei, era sacerdotisa de Hathor e Senhora de Tepihu em Afroditópolis, sacerdotisa de Hathor em Dendera e sacerdotisa de Neith. Um de seus filhos foi Alto-Sacerdote de Amon e seu outro filho foi o rei Tantamani.
Shebaka foi sepultado numa pequena pirâmide em el-Kurru.
- Shebitku
Possivelmente Shebitku era filho ou sobrinho de Shebaka. Seu nome de trono era Djed-ka-re que significa Duradoura é a alma de Ra.
Enquanto Shebaka mantinha relações diplomáticas com os governantes assírios no norte em termos políticos e cooperativos, Shebitku pensava diferente. Ele pretendia aumentar seu poder e ao mesmo tempo evitar que os assírios avançassem mais para dentro do Egito.
Com a colaboração de seus irmãos, incluindo Taharqa, seus exércitos derrotaram os assírios na Palestina. Segundo Heródoto, os assírios foram derrotados porque uma praga de ratos roeu suas armas.
De suas obras temos registro de uma capela na beira do lago sagrado de Karnak e também adicionou relevos no templo de Luxor. Fez obras em Mênfis e Kava.
Seu local de sepultamento foi a pirâmide 18 em el-Kurru.
- Taharqa
Este é considerado o mais importante dos reis núbios de Napata, no Egito. Seu nome de trono era Nefertem-khu-re, que significa Nefertem é seu protetor.
Ele sucedeu Shebitku, seu irmão, quando este faleceu. Nessa altura, Shebitku havia oposto forte resistência aos assírios no norte.
Durante o reinado de Taharqa, os assírios capturaram Mênfis e na batalha feriram Taharqa e seqüestraram sua família. O rei sobreviveu mas teve que fugir para a Núbia. Mais tarde ele recuperou o Delta.
Taharqa foi um grande construtor, ele é responsável pelo pátio de colunas no Templo de Amon em Karnak. Das colunas, resta apenas uma com vinte e um metros de altura. Construiu templos em Sanam, Kawa, Atribis, Pnubs, Semna, Kasr Ibrim e em Tebas.
Foi sepultado provavelmente em Nuri, numa pirâmide que tem seu nome inscrito. Dentro dela foi encontrada uma múmia de um homem com uns cinqüenta anos de idade.
- Tantamani
Seu nome de trono era Ba-ka-re que significa Gloriosa é a alma de Ra. Ele era filho de Shebaka e da rainha Qalhata.
Esse rei trabalhou pela reconquista do Egito. Era necessário expulsar os assírios que haviam feito Taharqa recuar para Núbia.
Tantamani conseguiu levar a cabo uma campanha vitoriosa no Delta e inscreveu a estela do Sonho em Gebel Barkal, para contar a história. Porém, não conseguiu manter o controle sobre o país e Tebas foi dominada pelo exército de Assurbanipal.
Este foi o último rei de Napata (Núbia) a governar o Egito. Nunca mais os reis kushitas entraram no Egito. Tantamani continuou a governar o Kush e junto com o término da 25ª dinastia, chegou ao fim a cultura das antigas dinastias que os núbios tentaram restaurar.
Tantamani foi sepultado em el-Kurru.