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Bibliologia/Anjologia

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Anjos

Os anjos são:

a) Criaturas.

Isto é, seres criados. Foram feitos do nada pelo poder de Deus. Não conhecemos a época exata de sua criação, porém sabemos que antes que aparecessem os homens eles já existiam, havia muito tempo, e que a rebelião daqueles sob Satanás já se havia registrado, deixando duas classes – os anjos bons e os anjos maus. Sendo eles criaturas, recusam a adoração (Ap. 19.10;22.8,9) e ao homem, por sua parte, é proibido adorá-los (Cl. 2.18).

b) Espíritos.

Os anjos são descritos como espíritos, porque, diferente dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem à vontade, e movimentam-se com uma rapidez inconcebível sem usar meios naturais. Apesar de serem puramente espíritos, têm o poder de assumir a forma de corpos humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem (Gn. 19.1-3).

c) Imortais.

Isto é, não estão sujeitos à morte. Em Lc. 20.34-36, Jesus explica aos saduceus que os santos ressuscitados serão como os anjos no sentido de que não podem mais morrer.

d) Numerosos.

As escrituras nos ensinam que seu número é muito grande. "Milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões" (Dn. 7.10). "Mais de doze legiões de anjos" (Mt. 26.53). "Multidão dos exércitos celestiais" (Lc. 2.13). "E aos muitos milhares de anjos" (Hb. 12.22). Portanto, seu Criador e Mestre é descrito como o "Senhor dos exércitos".

e) Sem sexo.

Os anjos sempre são descritos como varões, porém na realidade não têm sexo; não propagam a sua espécie (Lc. 20.34,35).

Sua classificação

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Visto como "a ordem é a primeira lei dos céus", é de esperar que os anjos estejam classificados segundo o seu posto e atividade. Tal classificação é implícita em 1Pe. 3.22, onde lemos, "os anjos, as autoridade, e as potências" (Vide Cl. 1.16; Ef. 1.20,21).

a) Anjo do Senhor.

A maneira pela qual o "Anjo do Senhor" é descrito, distingui-o de qualquer outro anjo. É-lhe atribuído o poder de perdoar ou reter pecados conforme diz o Antigo Testamento. O nome de Deus está nele (Êx. 23.20-23). Em Êx. 32.34 se diz: "Meu Anjo irá diante de ti"; em Êx. 33.14 há esta variação: "Minha presença (literalmente meu rosto) irá contigo para te fazer descansar". As duas expressões são combinadas em Is. 63.9; "Em toda angústia deles foi ele angustiado, e o anjo da sua face os salvou". Duas coisas importantes são ditas acerca desse anjo: primeiro que o nome de Jeová, isto é, seu caráter revelado, está nele; segundo que ele é o rosto de Jeová, ou melhor, o rosto de Jeová pode ser visto nele. Por isso tem o poder de salvar (Is. 63.9); de recusar o perdão (Êx. 23.21). Veja-se também a identificação que Jacó fez do anjo com o próprio Deus (Gn. 32.32; 42.16). Não se pode evitar a conclusão de que este Anjo misterioso não é outro senão o Filho de Deus, o Messias, o Libertador de Israel, e o que seria O Salvador do mundo, portanto, o Anjo do Senhor é realmente um ser incriado.

b) Arcanjo.

Miguel é mencionado como o arcanjo, o anjo principal (Jd. 1.9; Ap. 12.7; vide 1Ts 4.16). Ele aparece como o anjo protetor da nação israelita (Dn. 12.1) a maneira pela qual Gabriel é mencionado também indica que ele é de uma classe muito elevada. Ele está diante da presença de Deus (Lc. 1.19) e a ele são confiadas as mensagens de mais elevada importância com relação ao reino de Deus (Dn. 8.16; 9.21).

c) Os anjos eleitos.

São provavelmente aqueles que permaneceram fiéis a Deus durante a rebelião de Satanás (1Tm. 5.21; Mt. 25.41).

d) Os querubins.

Parecem ser de uma classe elevada de anjos relacionados com os propósitos retributivos (Gn. 3.24) e redentores (Êx. 25.22) de Deus, para com o homem. Eles são descritos como tendo rostos de leão, de homem, de boi, e de águia, e isto sugere que representam uma perfeição de criaturas – força de leão, inteligência de homem, rapidez de águia, e serviço semelhante ao que o boi presta. Essa composição de formas e sua aproximação asseguram que "a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção" (Rm. 8.21).

e) Os serafins.

São mencionados em Isaías 6. Pouco sabemos acerca deles. Certo escritor crê que eles constituem a ordem mais elevada de anjos e que a característica que os distingue é um ardente amor a Deus. A palavra serafins significa "ardentes".

a) Obedientes.

Eles cumprem os seus encargos sem questionar ou vacilar. Por isso quando oramos a Deus pedimos: "Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu" (Mt. 6.10; vide Sl. 103.20; Jd. 1.6; 1Pe. 3.22).

b) Reverentes.

Sua atividade mais elevada é a adoração a Deus (Ne. 9.6; Fp. 2.9-11; 1.6).

c) Sábios.

"Como um anjo... para discernir o bem do mal", era uma expressão proverbial em Israel (2Sm. 14.17). A inteligência dos anjos excede a dos homens nesta vida, porém é necessariamente finita. Os anjos não podem diretamente discernir os nossos pensamentos (1Re. 18.39) e os seus conhecimentos dos mistérios da graça são limitados (1Pe. 1.12). Como diz certo escritor: "imagina-se que a capacidade intelectual dum anjo seja mais vasta do que a nossa; que uma só imagem na mente angelical contenha mais detalhes do que uma vida toda de estudos poderia proporcionar aqui".

d) Mansos.

Não abrigam ressentimentos pessoais, nem injuriam os seus opositores (2Pe. 2.11; Jd. 1.9).

e) Poderosos.

São "magníficos em poder" (Sl. 103.20).

f) Santos.

Sendo separados por Deus e para Deus, são "santos anjos" (Ap. 14.10).

a) Agentes de Deus.

São mencionados como os executores dos pronunciamentos de Deus (Gn. 3.24; Nm. 22.22-27; Mt. 13.39,41,49; 16.27; 24.31; Mc. 13.27; Gn. 19.21; 2Sm. 24.16; 2Rs. 19.35; At. 12.23).

b) Mensageiros de Deus

Anjo significa literalmente "Mensageiro". Por meio de anjos Deus envia: 1. Anunciações (Lc. 1.11-20; Mt. 1.20,21); 2. Advertências (Mt. 2.13; Hb. 2.2); 3. Instrução (Mt. 28.2-6; At. 10.3; Dn. 4.3-17); 4. Encorajamento (At. 27.23; Gn. 28.12); 5. Revelação (At. 7.53; Gl. 3.19; Hb. 2.2; Dn. 9.21-27; Ap. 1.1).

c) Servos de Deus.

"Não são porventura todos eles espíritos ministradores enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?" (Hb. 1.14). Os anjos são enviados para: 1. Sustentar (Mt. 4.11; Lc. 22.43; 1Rs. 19.05); 2. Preservar (Gn. 16.07; 24.7; Êx. 23.20; Ap. 7.1); 3. Resgatar (Nm. 20.16; Sl. 34.17; 91.11; Is. 63.9; Dn. 6.2; Gn. 48.16; Mt. 26.53); 4. Interceder (Zc. 1.12; Ap. 8.3,4); 5. Servir aos justos depois da morte (Lc. 16.22).

Anjo da guarda

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Lendo os versículos acima citados à luz das palavras de Nosso Senhor em Mt. 18.10, alguns formaram a doutrina de "Anjos Protetores", a qual ensina que cada pessoa tem um anjo especial designado para guardá-la e protegê-la durante a vida. Eles afirmam que as palavras de Atos 12.15 implicam que os cristãos primitivos entenderam dessa maneira as palavras do Senhor. Não podemos ser dogmáticos sobre o assunto; entretanto, as promessas de ajuda por parte dos anjos são suficientemente numerosas e claras para proverem uma fonte de ânimo para todos os cristãos.