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Astronomia mirim/Júpiter

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Júpiter.

♃ Fatos sobre Jupiter :

  • Por causa de seu campo magnético que aprisiona as partículas do Sol, Jupiter é rodeado por poderosos cinturões de radiação que matariam qualquer um que tentasse penetrar neles.
  • Acredita-se que a lua de Jupiter, Europa tenha um oceano gigantesco abaixo da superfície.
  • A lua de Jupiter, Ganimede, é a maior do Sistema Solar.
  • Jupiter é o terceiro objeto mais brilhante do céu noturno. O primeiro é a nossa Lua e o segundo é Venus.
  • Jupiter tem mais de duas vezes a massa de todos os outros planetas do Sistema Solar somados.
  • Jupiter é considerado uma quase-estrela. A menor estrela anã vermelha é apenas 30% maior do que Jupiter.
  • A mancha vermelha de Jupiter e a Terra têm quase o mesmo tamanho. Isso significa que, existe uma tempestade acontecendo em Jupiter, tão grande quanto a Terra!


Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar. Em seu interior caberiam todos os outros juntos.

É o quinto planeta a partir do Sol. O planeta é conhecido desde a Antiguidade e recebeu o nome do principal deus romano, Júpiter.

Júpiter tem anéis em volta de si e muitos satélites (luas) naturais: 79 luas no total.

As quatro maiores luas de Júpiter foram descobertas por Galileu Galilei em 1610 ao apontar seu telescópio para o céu e receberam nomes da mitologia: Io, Europa, Ganimedes e Calisto.

Uma observação mais detalhada do planeta, ainda assim, só pôde ser feita no século XX com o envio de sondas de exploração.

A primeira delas foi a Pioneer 10 dos Estados Unidos, mas muitas outras se seguiram e há inclusive planos para futuras sondas.

Qual seu tamanho?

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ordem de tamanho - Sol, Júpiter, Terra e Lua

Júpiter tem 142,984 km ou cerca de 11 Terras de diâmetro no equador. Isso faz com que seja cerca de um décimo do tamanho do diâmetro do Sol! Caberiam cerca de 1.400 Terras. Tem 133,709 km ou 10 Terras de diâmetro de polo a polo.

A rápida rotação de Júpiter (que gira em torno de si mesmo em menos de dez horas, em comparação com 24 horas da Terra) cria uma protuberância no equador.

O campo magnético de Júpiter é a maior do Sistema Solar. Ele tem uma cauda que se estende além da órbita de Saturno. Se pudesse ser visto da Terra, ele pareceria ser cinco vezes o tamanho da lua cheia.

Como é a superfície?

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A superfície que vemos não é sólida. Este enorme planeta tem um núcleo relativamente pequeno, sólido e rochoso. Líquidos e gases rodeiam este núcleo e se misturam com a atmosfera.

Júpiter é um planeta muito nublado, venta muito e tem muitas tempestades.

Ele está sempre coberto por uma camada de nuvens, e a velocidade dos ventos, de 600 km/h são comuns.

As tempestades são visíveis como redemoinhos, faixas e manchas. A tempestade particularmente violenta, cerca de três vezes o diâmetro da Terra, é conhecida como a Grande Mancha Vermelha. Essa tempestade já existe pelo menos desde 1831, e talvez desde 1665.

A camada de nuvens é dividida em várias faixas.

As faixas mais claras são chamadas zonas, as faixas mais escuras são chamadas cinturões. As cores são causadas por pequenas mudanças na temperatura e química.

Cada faixa gira na direção oposta à das suas vizinhas. Ao longo das bordas onde as faixas se encontram, estes ventos colidem e criam padrões em espirais.

A atmosfera tempestuosa de Júpiter tem relâmpagos como na Terra. No entanto, enquanto os relâmpagos da Terra podem ser mais quentes do que 50.000ºC, a queda de raios em Júpiter pode passar de 5.000.000ºC, que é cem vezes mais do que na Terra.

Comparação entre os tamanhos de Júpiter e da Terra.

De que é feito?

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Júpiter, junto com Saturno, Urano e Netuno, é muitas vezes chamado de gigante gasoso, porque a maioria desses planetas é feita de líquido e de gás.

A maior parte dos estudiosos concorda em dizer que Júpiter é uma grande bola de gases com um núcleo de gelo.

O interior do planeta é muito quente e a pressão enorme. Há uma camada de nuvens de amônia e não de água como na Terra, ventos muito fortes e tempestades.

A maior delas é a conhecida Grande Mancha Vermelha de Júpiter, um grande anticiclone que gira no sentido contrário ao do relógio com o tamanho de três planetas Terra.

A tempestuosa atmosfera de Júpiter tem clarões e raios como a da Terra, mas os de Júpiter podem ser cem vezes mais poderosos que os da Terra. Os raios surgem a partir da pequena quantidade de água existente na parte superior das nuvens.

Anéis e Grande Mancha Vermelha

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Grande Mancha Vermelha em foto da sonda Voyager 1 de 25 de Fevereiro de 1979.

Júpiter tem alguns anéis escuros e difíceis de ver, formados de poeira mais do que gelo como os de Saturno.

São tão difíceis de ver, que até a aproximação da sonda Voyager em 1979, os cientistas não sabiam que Júpiter tinha anéis.

Os anéis se estendem por uma área grande, suficiente para atingir a órbita de duas luas mais próximas. Formaram-se a partir do choque de meteoros com essas luas e de material de cometas e outros objetos que possam ter se aproximado de Júpiter.

Já a Grande Mancha Vermelha é provavelmente a característica mais conhecida de Júpiter. Ela é conhecida desde 1831 ou pouco antes.

Trata-se de uma grande tempestade na superfície do planeta. Não é, contudo, a única a existir. Há outras menores, brancas ou vermelhas.

No ano 2000, três dessas tempestades menores se uniram e formaram uma maior, próxima da Grande Mancha Vermelha. Ela foi chamada de Oval BA ou Pequena Mancha Vermelha e desde seu surgimento, mudou de cor, deixando de ser branca e passando a ser vermelha.

Por estar muito distante da Terra, as primeiras observações em detalhes de Júpiter só puderam ser feitas após a criação do telescópio.

Foi Galileu Galilei que observou as maiores luas do planeta em 1610.

Muitos anos depois, já no século XX, satélites dos Estados Unidos foram os primeiros a passar perto do planeta: a Pioneer 10 em 1973 e as Voyager 1 e 2 em 1979. As sondas Voyager descobriram os anéis de Júpiter, várias luas e sinais de vulcões em Io.

No final do século, os astrônomos puderam observar a colisão de um cometa com o planeta, cometa Shoemaker-Levy 9, e dessa trombada puderam fazer novas descobertas.

Também foi enviada uma sonda que orbitou o planeta de 1995 a 2003, a Galileo. Outras missões estão planejadas para observação das luas, em que é possível que exista vida.

Io fotografada pela Galileo Orbiter NASA

Júpiter tem 79 luas conhecidas. As quatro maiores foram descobertas por Galileu em 1610 e por isso são chamadas de luas galileanas. São elas: Io, Europa, Ganimedes e Calisto que são nomes de personagens da mitologia associados com Júpiter.

Europa pela Voyager 2 NASA

Io é um pouco maior que a Lua. Tem muitos vulcões e está coberta por lava de várias cores. Io não tem muitas crateras, porque a lava as cobre depois de algum tempo e seu interior é feito de ferro e minerais.

Não há água ou gelo em Io como nas outras luas galileanas, talvez porque a lua fosse muito quente quando formada. Seu nome vem de uma mulher amada por Júpiter na mitologia romana.

Europa por sua vez é um pouco menor que a nossa Lua. Sua superfície é coberta de gelo com algumas rachaduras visíveis. Esse gelo pode esconder um grande oceano de água com duas vezes mais água que a existente em toda a Terra.

A existência de água combinada com o calor gerado por vulcões subaquáticos poderia dar origem a vida nesta lua de Júpiter. Europa, além disso, tem uma atmosfera. Seu nome também vem da mitologia romana.

Ganimede visto pelo Voyager-1 NASA

Ganimedes é a maior lua de Júpiter e do Sistema Solar. É maior até que o planeta Mercúrio. Descobriu-se que Ganimedes tem uma magnetosfera, ou seja, uma região magnética que envolve e protege a lua de pequenas partículas.

Calisto pela Galileo NASA

É provável que exista também água abaixo da superfície congelada de Ganimedes. E assim como em Europa e Io, existe uma atmosfera em Ganimedes. Segundo a mitologia, Ganimedes era o copeiro dos deuses.

Calisto tem quase o mesmo tamanho que Mercúrio. É coberta por muitas crateras, algumas delas brilhantes. O relevo de Calisto também apresenta vales e escarpas.

Acredita-se que existam gelo e água abaixo da superfície como em outras luas de Júpiter. Da mesma forma, Calisto também possui uma fina atmosfera. Essa lua poderá, talvez, abrigar bases de exploração humanas no futuro.