A Secretária Moderna/Evolução da profissão do secretariado
Segundo Medeiro e Hernandes no livro manual da secretária (1999) mencionam que a evolução desta categoria foi muito significativa para uma classe que, de mera função operacional, passou para assessores executivos, com conhecimento em diversas áreas e domínio.
De acordo com os autores acima Medeiros e Hernandes (1999), a profissional de secretariado, na década de 1950, sem encontrar um referencial profissional, utilizou o modelo que já conhecia dentro do seio familiar, levando para a empresa características de servilidade, falta de criatividade e decisão. Ainda em conformidade com Medeiros e Hernandes (1999), nos anos 60, a profissional de Secretariado tornou-se um modelo de status gerencial para o chefe, ou seja, servia de objecto decorativo. A partir dos anos 70, passou a ter nível superior, consciencializando-se da sua verdadeira função. Já nos anos 80, houve mudanças essenciais com a regulamentação da profissão, com o fortalecimento do movimento de classe e com o surgimento dos sindicatos dos secretários.
Conforme os autore Medeiro e Hernandes (1999), somente na década de 1990 é que a profissional de Secretariado cortou seu vínculo com o gerente e virou uma empreendedora capaz de produzir resultados, ampliando sua área de actuação e, nesta mesma época, surgiu o interesse do homem pela profissão, devido ao crescimento e reconhecimento da mesma pela sociedade e pelo mercado de trabalho.
Em 1997, a ONU reconheceu a profissão sendo uma das que mais cresce no mundo. Mas hoje como em outras categorias profissionais, o profissional de Secretariado passou a ser visto como um colaborador importante dentro das empresas e como em outra profissão é necessário se especializar cada vez mais. Dessa forma, surgiram no mercado cursos, graduações e hoje já existem até especializações.
No contexto actual, como entendem Azevedo e Costa (2000), o mercado de trabalho exige que o profissional de Secretariado seja proficiente, criativo, participativo, conhecedor de gestão estratégica, articulador em negociações que precedam à tomada de decisões, de forma a agir como um facilitador de relações interpessoais e intergrupais.
Azevedo e Costa (2000) afirmam que diante deste cenário, os profissionais de secretariado são obrigados a acompanhar as mudanças e adequar o seu perfil às novas exigências. Para se aperfeiçoarem, buscam incessantemente o conhecimento, melhorando sua performance profissional nas organizações. Essa busca por conhecimento contribui também para ultrapassarem as fronteiras organizacionais, seguindo outros ramos da profissão e o seu novo perfil surge em consequência desse mercado que agora não só permite como solicita o seu ingresso. Com a evolução dos tempos e a exigência do mercado, o profissional de Secretariado foi ganhando novas funções, aumentando suas responsabilidades dentro da empresa, tornando-se um profissional capaz de pensar estrategicamente e não apenas um cumpridor de ordens e solicitações.
Com esse novo perfil, o profissional tem oportunidade de mostrar suas habilidades em gerir, organizar e liderar. Sobre o novo perfil do profissional de secretariado, Motta (2005, p. 23) relata que: “A nova secretária deverá aprender a actuar como gerente, além de compreender a sua importância dentro da empresa. Sendo obrigadas a acompanhar as mudanças e adequar o seu perfil as novas exigências, na busca por novos conhecimentos e aperfeiçoando suas habilidades, muitos Secretários se tornaram gerentes, consultores, coordenadores e líderes de sucesso.”
Sendo assim, nessa transformação, uma característica importante do profissional de Secretariado Executivo é o papel de gestor, conforme mencionado por Motta (2005). Utilizando-se das habilidades de gestão, este profissional interage com executivos ou com a equipe de forma a subsidiá-los em suas actividades, podendo até representá-los.