Utilizador:Thiago Marcel/Profmat/MA11/Lista2

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.

1a[editar | editar código-fonte]

Prove-se a lei de corte para a soma em 
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo a natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Assim, vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como .
    • A implicação 1 é pela definição de sucessão, e a implicação 2 é pela identidade da sucessão.
  • Suponhamos que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Como .
    • A igualdade 3 pela definição de sucessor, a igualdade 4 é pela identidade da sucessão e a igualdade 5 é pela hipótese de indução ser válida para a=k.
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, P(a) é válida para todo a natural.

1b[editar | editar código-fonte]

Prove-se a lei de corte para a multiplicação em : 
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo a natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Assim, vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como .
    • A implicação 1 é garantida pela definição de multiplicação.
  • Vamos supor que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Assim
    • A implicação 2 é garantida pela propriedade distributiva.
    • nesse
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, P(a) é válida para todo a natural.

2[editar | editar código-fonte]

Mostre que nos naturais não existe solução para as equações: . Isso mostra que em  não existe o elemento neutro para a soma.
Prova
  • Primeiro devemos saber quais as equações que temos:
  • Dizer que uma dessas equações têm solução nos naturais, significa dizer que x pode assumir um valor natural que satisfaça as equações e dizer que não têm solução significa dizer que é absurdo x poder assumir algum valor natural.
  • Vamos analisar as equações acima, pela lei da tricotomia. Fixando n natural, temos que .
  • Tome , assim em , temos que . Mas, n não pode ser igual ao seu sucessor, logo é absurdo tomarmos .
    • A implicação 1 é garantida pela definição de sucessão de um número natural.
  • Tome , mas não existe número natural menor que 1, logo é absurdo tomarmos .
  • Tome . Aplicando o valor de x na equação: nos dá
    • Mas é absurdo n ser maior que o seu sucessor, logo é absurdo tomarmos x > 1.
    • A implicação 2 é resultado da definição de desigualdade: . A implicação 3 é pela definição de sucessor. A implicação 4 é pela definição de desigualdade.
  • Portanto as equações não têm solução nos naturais, ou seja, não é possível haver um x natural que satisfaça as equações. Logo não existe o elemento neutro para a soma.

3a1[editar | editar código-fonte]

Teorema: Axioma da adição ou sucessor de uma adição: .
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo n natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Assim, vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como . A implicação 1 é garantida pela definição de sucessor e a equação resultante é garantida pela definição de sucessor.
  • Suponhamos que , ou seja, é válido .
    • A implicação 2 é válida pela definição de sucessor.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válido que .
    • Por hipótese, . Pela identidade da sucessão temos que .
    • Mas .
    • Logo e portanto é válido e assim .
      • onde as igualdades 1,2,4,6 são devido à definição de sucessor, as igualdades 3,5 são pela hipótese de indução.
  • Logo
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, P(n) é válida para todo n natural.

3a2[editar | editar código-fonte]

Teorema: Associatividade da adição: .
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo p natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Fixemos m,n naturais. Assim, vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como . A igualdade 1 é válida pelo teorema anterior, "Axioma da adição".
  • Suponhamos que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Como .
      • onde as igualdades 2, 3 e 5 ocorrem pelo axioma da adição e a 4 pela hipótese de indução.
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, P(p) é válida para todo p natural.

3b[editar | editar código-fonte]

Teorema: Comutatividade da adição: .
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo n natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Fixemos m natural. Assim, vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como . A igualdade 1 é válida por que m e 1 são comutáveis.
  • Suponhamos que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Assim,
      • onde as igualdades 2, 4 e 6 ocorrem pela associatividade da adição, a igualdade 3 ocorre pela hipótese de indução e a igualdade 5 ocorre por 1 e m ser comutáveis.
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, é válida para todo n natural.

3c[editar | editar código-fonte]

Teorema: Associatividade da multiplicação: .
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo p natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Fixemos m,n naturais. Assim, vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como .
    • As igualdades 1,2 são devidos à definição de multiplicação.
  • Suponhamos que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Como .
      • onde as igualdades 3, 4 e 6 ocorre pela distributividade e a igualdade 5 ocorre pela hipótese de indução.
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, é válida para todo p natural.

3d1[editar | editar código-fonte]

Teorema: Comutatividade de 1 e m na multiplicação: Para quaisquer   tem-se que .
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo m natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como . (verdadeiro)
  • Suponhamos que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Como .
      • onde a igualdade 1 é dada pela definição de multiplicação, a igualdade 2 é devida a hipótese de indução e a igualdade 3 é devida a distributividade dos naturais.
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, é válida para todo m natural.

3d2[editar | editar código-fonte]

Teorema: Comutatividade da Multiplicação: Para quaisquer   tem-se .
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo n natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Fixando m natural. Vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como . (verdadeiro, garantido pelo teorema anterior)
  • Suponhamos que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Como .
      • onde as igualdades 1 e 3 ocorrem pela definição de multiplicação e a igualdade 2 ocorre pelas hipóteses de indução para quando n=1 e para quando n = k.
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, é válida para todo n natural.

4[editar | editar código-fonte]

Teorema: Distributividade: Para quaisquer   tem-se .
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo p natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Fixamos m,n como sendo naturais quaisquer. Vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como
  • Suponhamos que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Assim:
    • .
      • onde a igualdade 1 ocorre pela definição de adição, as igualdades 2 e 5 ocorrem pela definição de multiplicação, a igualdade 3 pela hipótese e a igualdade 4 pela associatividade da adição.
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, é válida para todo p natural.

5a[editar | editar código-fonte]

Mostre que 
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo p natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Assim, vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como .
    • onde a implicação 1 é devida ao sucessor de 1.
  • Suponhamos que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Pela hipótese da indução:
    • onde as implicações 2,6 são pela definição de desigualdade, a implicação 3 é pela identidade de sucessores e a implicação 4 é pela definição de sucessores.
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, P(p) é válida para todo p natural.

5b[editar | editar código-fonte]

Mostre que 
  • Considere .
  • Mostrar que ocorre para todo p natural, equivale a mostrar que . Para isso usaremos o 4º axioma de Peano, pelo qual diz que se logo .
  • Assim, vamos mostrar que , ou seja, que P(1) é válida. Como .
    • onde a implicação 1 é por definição de sucessores e a desigualdade 2 é devido ào teorema da questão anterior: "5a".
  • Suponhamos que , ou seja, é válida.
  • Devemos mostrar que , ou seja, é válida.
    • Como
    • .
      • onde as implicações 1 e 5 são pela definição de desigualdade, a implicação 2 pela identidade de sucessão, a implicação 3 é pela definição de sucessor e a implicação 4 é pela definição de sucessor.
  • Portanto, pelo 4º axioma de Peano, , ou seja, P(p) é válida para todo p natural.

6[editar | editar código-fonte]

Mostre que em 
  • Pela tricotomia em m, ocorre uma das três "m<1 ou m=1 ou m>1".
  • Caso m<1. Absurdo, m é natural e 1 é o menor natural
  • Caso m>1, pela definição de desigualdade, existe k natural, tal que, m=1+k. Como . Absurdo, pois estou somando dois termos naturais e o resultado é 1.
  • Resta o caso em que m=1: Como n=1.
  • Portanto </math\; >m=1 e n=1</math>.

7a (soma)[editar | editar código-fonte]

Sejam o conjunto  e o conjunto de classes de equivalência , onde .
Mostre que as operações binárias:
  • e
Não dependem do representante da classe, isto é, se  então
  • e
  • Prova:
  • Como
    • .

7b (multiplicação)[editar | editar código-fonte]

  • Temos que .
  • Multiplicando a primeira igualdade por p e q, e a segunda por m' e n':
  • Teremos que
  • Somando as duas primeiras igualdades com o membro oposto e as duas últimas com o membro oposto.
  • Teremos que .
    • Assim
  • Logo .

8[editar | editar código-fonte]

Prove a existência do elemento neutro para a soma em , isto é,

Prova:
  • Como .
    • Como e
  • Assim
  • Determine , tal que é o elemento neutro para a soma.

9[editar | editar código-fonte]

Prove a existência do elemento Neutro para o produto , isto é,

Prova:
  • Sejam .
    • Façamos e
  • Assim
  • Determine t, tal que é o elemento neutro para a multiplicação.

10a[editar | editar código-fonte]

Associativa para a : Sejam 
Prova:
  • Sejam
  • Assim
  • .
  • Como os naturais são associativos para a adição, a soma em Z é associativa.

10b[editar | editar código-fonte]

Associativa para a : Sejam 
Prova:
  • Sejam
  • Assim
    • Como os naturais são associativos para a adição e multiplicação, a multiplicação em Z é associativa.

10c[editar | editar código-fonte]

Comutativa para a : 
Prova:
  • Sejam
  • Assim
  • .
  • Como os naturais são comutativos para a adição, a soma em Z é comutativa.

10d[editar | editar código-fonte]

Comutativa para a : 
Prova:
  • Sejam
  • Assim
  • .
  • Como os naturais são comutativos e associativos para a adição e multiplicação, a multiplicação em Z é comutativa.

11a[editar | editar código-fonte]

Mostre que existe o elemento inverso para a soma , isto  ́e, para todo , existe  tal que .
  • Tome com e .
  • Devemos mostrar que existe , tal que .
  • Consideremos que .
  • Logo
  • .
  • Portanto dado , existe que é elemento neutro da soma.

11b[editar | editar código-fonte]

Existe elemento inverso para a multiplicacao em ? Isto ́e, . Justifique sua resposta.

  • Tome com e .
  • Devemos mostrar que existe , tal que .
  • Consideremos que .
  • Logo
  • .
    • Mas . Caso , absurdo. Logo , ou seja, .
      • (a<b) Vamos considerar que , assim , tal que
      • Logo
      • Mas . Caso , absurdo. Logo , ou seja, .
        • (a<b e c<d) Vamos considerar que , assim , tal que
        • Logo
          • Pela questão 6, m=k=1. Logo d=c+1, b=a+1. Portanto .
        • (a<b e d<c) Vamos considerar que , assim , tal que
        • Logo , absurdo, pois 1 não é sucessor de nenhum natural pelo axioma de Peano.
      • (b<a) Vamos considerar que , assim , tal que
      • Logo
      • Mas . Caso , absurdo. Logo , ou seja, .
        • (b<a e c<d) Vamos considerar que , assim , tal que
        • Logo , absurdo, pois 1 não é sucessor de nenhum natural pelo axioma de Peano.
        • (b<a e d<c) Vamos considerar que , assim , tal que
        • Logo .
          • Pela questão 6, r=l=1. Logo c=d+1, a=b+1. Portanto .

12[editar | editar código-fonte]

Mostre que , para todo .
  • Tome . Considere .
  • Assim .
    • Pela comutatividade da soma e da multiplicação dos naturais é verdade.
  • Assim
    • Pela comutatividade da soma e da multiplicação dos naturais é verdade.
  • Assim
    • Pela comutatividade da soma e da multiplicação dos naturais é verdade.

13[editar | editar código-fonte]

Define-se em  a operação diferença de inteiros, por , onde  ́e o inverso aditivo de y. Dados , determine-se explicitamente a classe de equivalência de .
  • Tome . Definamos
  • Assim .
  • Como
  • No entanto x,y foram tomados em , logo e como , logo

14a[editar | editar código-fonte]

Mostre-se a existência de um cone positivo em , isto é, um subconjunto  que satisfaz :
(a) Se , então  e 
  • Tome .
  • Sejam . Pelas desigualdades existem k,l nos naturais, tais que
  • Façamos .
    • Como
  • .
    • Assim , como e , assim
    • Logo ac+bd > ad+bc, isso implica que .
  • Portanto é um cone positivo

14b[editar | editar código-fonte]

Mostre-se a existência de um cone positivo em , isto  ́e, um subconjunto C que satisfaz :
(b) Os subconjuntos  e  são disjuntos dois a dois.
  • Tome um cone positivo em . , o conjunto dos inversos aditivos de e o elemento neutro da soma.
  • Vamos mostrar que os três subconjuntos são disjuntos. Pela tricotomia em c,d, temos que .
  • Seja .
    • Caso , logo
    • Caso , logo
    • Caso , logo

Portanto eles são disjuntos.

14c[editar | editar código-fonte]

Mostre-se a existência de um cone positivo em , isto  ́e, um subconjunto C que satisfaz:
(c) .
  • Pela tricotomia do item anterior, temos um
  • Então y em , se e somente se, pertence a algum dos três conjuntos, então .

15[editar | editar código-fonte]

Mostre que nos inteiros não existe solução para a equação: 
  • Seja
  • Assim
  • Temos que ou
  • Caso , logo , logo é absurdo .
  • Caso , existe k natural, tal que , assim . Absurdo 1 ser sucessor de algum número, pelo Axioma de Peano.
  • Caso , existe l natural, tal que , assim . Absurdo 1 ser sucessor de algum número, pelo Axioma de Peano.
  • Portanto não existe solução nos inteiros.

16[editar | editar código-fonte]

Prove nos inteiros que, se , então  . Onde >  ́e a relação de ordem definido pelo cone.
  • Tome .
  • () Tomemos