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A visão moderna de manutenção está voltada para preservar as funções de besn físicos. Ou seja, manutenção é um conjunto de acções destinadas a assegurar o bom funcionamento das máquinas e das instalações, garantindo que estas sejam intervencionadas nas oportunidades e com o alcance certo, por forma a evitar que avariem ou baixem de rendimento e, no caso de tal acontecer, que sejam repostas em boas condições de operacionalidade com a maior brevidade, tudo a um custo global optimizado.(Cabral, 1998, p.17)

A aquisição de novos equipamentos, componentes e sistemas deve ter em conta, necessariamente, a sua confiabilidade, manutenção e custos operacionais futuros. Como tal, a gestão de stocks e a logística para aquisição do produto ou serviço, são funções essenciais de apoio à manutenção. É função da manutenção maximizar a eficácia na aplicação dos recursos e encontrar uma relação de custos e qualidade que represente o menor custo do ciclo de vida dos equipamentos. Actualmente, a aposta na manutenção é considerada positiva e os gastos associados, considerados necessários e indispensáveis. Como tal, segundo Dekker, os investimentos na manutenção tendem a crescer em todos os sectores económicos da nossa sociedade apesar dos avanços tecnológicos, o que poderia levar a, pensar que é uma contradição, mas, as principais razões são a contínua expansão dos bens de capital e os requisitos de mercado que impõem uma alta confiabilidade. Soma-se a isto, o aumento na qualidade da terceirização, o qual impõe à administração da manutenção ter procedimentos muito bem descritos e exactos (Dekker et al.,1998).


Importância da manutenção:

  • Aumenta a confiabilidade: a boa manutenção gera menos paragens de máquinas ou equipamentos, protegendo a empresa de consequências na produção;
  • Melhora a qualidade: máquinas e equipamentos mal ajustados têm maior probabilidade de causar erros ou baixo desempenho e podem causar problemas de qualidade nos outputs;
  • Diminui os custos: contribui para a eficácia económica da empresa, pois os equipamentos funcionam com maior eficiência;
  • Aumenta a vida útil: cuidados simples, como limpeza e lubrificação, garantem a durabilidade dos equipamentos, reduzindo pequenos problemas que podem causar desgaste ou deterioração;
  • Melhora a segurança: máquinas e equipamentos com boa manutenção têm menos probabilidade de se comportarem de forma não previsível ou não padronizada, evitando assim, possíveis riscos aos trabalhadores.


Tipos de manutenção:

  • Manutenção correctiva: actuação para a correcção da falha ou de uma avaria já ocorrida, que provoca a paragem do equipamento para desempenhar a sua função;
  • manutenção correctiva não planeada: actuação imediata para a correcção da falha de maneira aleatória. Não há preparação das acções e geralmente, implica custos elevados, pois a quebra inesperada pode gerar perdas de produção e de qualidade do produto.
  • manutenção correctiva planeada:ocorre após a detecção da anomalia. É um tipo de manutenção de menor custo, mais rápida e mais segura que a manutenção correctiva não planeada.
  • Manutenção preditiva: visa o acompanhamento directo e constante de diversos parâmetros, de modo a prevenir futuras falhas dos equipamentos ou infraestruturas. O momento de intervenção no equipamento é definido quando o grau de degradação atinge o limite mínimo admissível de funcionamento.
  • Manutenção preventiva:obedece a um plano previamente elaborado, com intervalos de tempo definidos e actua em equipamentos ou estruturas bem definidas e identificadas. A manutenção preventiva é adoptada em sistemas complexos ou de operação contínua, quando não é possível aplicar a manutenção preditiva.
  • Manutenção sistémica:obedece a uma análise estatística, que melhora o conhecimento sobre as falhas dos equipamentos. Actua em intervalos de tempo periódicos, no entanto, gera mais custos adicionais que a manutenção preventiva.
  • Engenharia de manutenção:trata-se de melhorias, correcções e reengenharia do equipamento, cujas necessidades surgiram da análise das causas fundamentais das falhas. Engloba-se: prevenção de manutenção, melhorias para aumento de confiabilidade, correcção de erros de projectos e/ou de instalações e adequação à novas condições de produção.


Embora a classificação usual de manutenção se apresente dividida em vários tipos de manutenção, a sua aplicação numa empresa, ou num equipamento pode ser feita em conjunto, tendo em conta critérios como os aspectos económicos, o estado e o tipo de equipamento. Junior descreveu os seguintes exemplos: uma máquina que possua várias máquinas suplentes, cuja facilidade e custo de manutenção seja muito baixo, deverá ser gerenciada via uma lógica de manutenção correctiva. Por outro lado, uma máquina crítica do ponto de vista de desempenho económico da empresa e que, além disso, contenha componentes de grande responsabilidade relativos à segurança industrial, provavelmente deveria adoptar uma manutenção preditiva ou preventiva.


Custo de manutenção[editar | editar código-fonte]

Os custos de manutenção são considerados “gastos ocultos”, pelo que são muitas vezes negligenciados no início, nomeadamente devido à procura incessante de obtenção de lucros pelas empresas. Para atingir esse objectivo, focam-se na interligação de redução de custos e maximização da produção. No entanto, qualquer empresa necessita de ter soluções adaptadas às suas necessidades de modo a evitar problemas, que podem facilmente ser resolvidos com a ajuda da manutenção.

"A manutenção deve ser encarada como uma função estratégica na obtenção dos resultados da organização e deve estar direccionada ao suporte do gerenciamento e à solução de problemas apresentados na produção, lançando a empresa em patamares competitivos de qualidade e produtividade" (Kardec & Nascif, 2001)

Os custos de manutenção visam:

  • Estabelecer o orçamento da secção;
  • Permitir o controlo de gestão;
  • Estabelecer uma política de manutenção em consonância com o orçamento;
  • Estabelecer o planeamento: mão-de-obra, subcontratação, compras, etc.;
  • Fundamentar decisões de reparar, reconstruir ou investir na substituição;
  • Comparar equipamentos concorrentes.

Segundo Souris, os custos da não manutenção englobam as consequências da ineficácia da manutenção que dão origem à indisponibilidade e à degradação do funcionamento dos equipamentos. Os efeitos podem ir até à diminuição das vendas de produtos e à geração dos custos de não-qualidade. O desafio da manutenção é o de tentar reduzir a soma dos custos directos e dos custos da não manutenção” (Souris; 1992, p.81).

Custos directos da manutenção:

  • Mão-de-obra;
  • Gastos gerais do serviço de manutenção;
  • Consumo de materiais;
  • Custo de trabalhos subcontratados;

Custos indirectos da manutenção:

  • Mão-de-obra da produção parada;
  • Amortização dos equipamentos;
  • Custos de recolocação do processo em funcionamento;
  • Custos induzidos (penalidades por atrasos nas entregas, perda de clientes, deterioração da imagem da empresa e custos de qualidade).



Referências bibligráficas[editar | editar código-fonte]

  • CABRAL, José Saraiva - Organização e Gestão da Manutenção. 3ªed. LIDEL, 1998. ISBN 972-757-052-6
  • SOURIS, Jean Paul - Manutenção Industrial - custo ou benefício? Lisboa: LIDEL, 1992. ISBN 972-9018-25-1
  • KARDEC, A. & NASCIF, J.A. Manutenção – função estratégica. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora Ltda., 2001.
  • DEKKER R. Application of maintenance optimization models: a review and analysis. Reliability Engineering ans Systems Safety, pp. 229-240, 1996