Teoria musical/Ritmo/Progressão

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"Progressão" em música é a repetição imediata, em diferentes níveis de altura, de uma determinada passagem melódica ou harmônica. No primeiro caso, chama-se progressão melódica e, no segundo, progressão harmônica. As progressões são também chamadas "marchas". O primeiro motivo é chamado de modelo. Cada um dos outros motivos que imitam o modelo é chamado de reprodução.

Tipos de Progressões[editar | editar código-fonte]

As progressões podem ser classificadas como:

  • Ascendentes: se a primeira nota da reprodução for de grau superior à primeira nota do modelo;
  • Descendentes: se a primeira nota da reprodução for de grau inferior à primeira nota do modelo;
  • Modulantes: se lhes são aplicadas alterações fora da escala, que provoquem modulação;
  • Não-modulantes: se não lhes são aplicadas alterações fora da escala;
  • Regulares: Se as reproduções iniciam sempre em graus imediatos (ex. dó-ré-mi/ré-mi-fá/mi-fá-sol)
  • Irregulares: Se as reproduções iniciam em graus não imediatos (ex. dó-fá-mi-ré/fá-si-lá-sol)

Pelo menos uma repetição é necessária, para que se configure uma progressão e o modelo deve ser baseado em algumas notas melódicas ou dois acordes sucessivos. Embora sejam, estereotipicamente, associadas à música barroca, este recurso de composição é empregado largamente em toda a história da música ocidental.

Exemplos[editar | editar código-fonte]

Um famoso exemplo popular de uma progressão descendente e não modulante é encontrada no refrão do cântico de Natal "Angels we have heard on high" (Les anges dans nos compagnes, originalmente)(em português: Surgem anjos proclamando), conforme exemplo abaixo. O motivo melódico de um compasso é transposto para baixo num intervalo de 2ª e o aspecto harmônico se comporta igualmente, conforme o ciclo de quintas.


A progressão ascendente, modulante ocorre no dueto de Abubeker e Fátima no 3º ato da ópera Prisioneiro do Cáucaso de César Cui (compare com a passagem similar da canção Dó-ré-mi (Dó, um dia, um lindo dia) de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein, composta quase 100 anos depois).



O coro(5) "For unto us a Child is born" (Pois um menino nos nasceu, na versão portuguesa) de "O Messias" de Händel aplica tanto a progressão melódica quanto harmônica, como pode ser visto no exemplo seguinte. Nessa redução para coro, as linhas do soprano e o contralto reiteram um motivo melódico florido de quatro tempos de semicolcheias na palavra "born". Mais sutis, embora presentes, estão as progressões harmônicas.