Sistemas Sensoriais/Sistema Olfativo/Orgaos Sensoriais
Nos vertebrados, o sistema olfativo principal deteta odores que são inalados através do nariz, onde contactam com o epitélio olfativo, que contém os recetores olfativos.
A sensibilidade olfativa é diretamente proporcional à área da cavidade nasal junto ao septo reservada à membrana mucosa olfativa, que é a região onde as células receptoras olfativas estão localizadas. A extensão desta área assume um valor específico para diferentes espécies animais. Em cães, por exemplo, o sentido olfativo está altamente desenvolvido e a área coberta por esta membrana tem cerca de 75 – 150 cm2; estes animais são denominados animais macrosmáticos. Em comparação, nos humanos, a membrana mucosa olfativa cobre uma área de cerca de 3 – 5 cm2, integrando o grupo dos animais microsmáticos.
Nos seres humanos, existem cerca de 10 milhões de células olfativas, cada uma com 350 tipos diferentes de recetores que compõem a membrana mucosa olfativa. Os 350 recetores distintos são característicos para um único tipo de odor. A ligação de uma molécula de odor inicia uma reação molecular em cadeia, que transforma a percepção química num sinal elétrico.
O sinal elétrico prossegue através dos axónios do nervo olfativo até ao bulbo olfativo. Nesta região, existem entre 1000 e 2000 células glomerulares que combinam e interpretam os potenciais que chegam de diferentes recetores. Desta forma, é possível caracterizar inequivocamente, por exemplo, o aroma do café, que é composto por cerca de 650 diferentes odorante. Os seres humanos conseguem distinguir cerca de 10.000 odores.
O sinal prossegue para o córtex olfativo onde será reconhecido e comparado com odorantes conhecidos (através da memória olfativa), envolvendo também uma resposta emocional ao estímulo olfativo.
Outro aspeto que é relevante apontar é que o genoma humano tem cerca de 600 a 700 genes (cerca de 2% do genoma completo) especializados em caracterizar os receptores olfactivos, mas apenas 350 são utilizados para definir o sistema olfativo. Tal facto constitui uma prova da mudança evolucionária da necessidade dos seres humanos em utilizarem o sistema olfativo.