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Reis e Rainhas da Inglaterra /A Casa de Lancaster

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Henrique IV (Henry IV) (1399- 1413)

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Henrique IV


Henrique IV nasceu em 3 de abril de 1367 no Castelo Bolingbroke em Lincolnshire, e por isso ele ficou conhecido como Henrique Bolingbroke. Seu pai era o terceiro filho do Rei Eduardo III da Inglaterra, João de Gaunt e de sua primeira esposa, Branca de Lencaster que engravidou com apenas 23 anos e ela faleceu quando ele tinha apenas 1 ano de idade, em 1368.

Após aportar em Yorkshire em 1398, Henrique teve bastante apoio para ser declarado rei pelo parlamento em 1399.

Como rei, Henrique se consultava quase sempre com o parlamento, mas as vezes discordavam entre si, particularmente a respeito dos interesses da igreja. Henrique foi o primeiro rei inglês a permitir que os heréticos fossem queimados na fogueira. Uma boa parte do reinado de Henrique, ele passou se defendendo de intrigas, rebeliões e tentativas de assassinato.


As rebeliões persistiram através dos primeiros 10 anos de reinado de Henrique. Inclusive a revolta de Owen Glendower, que se declarou Príncipe de Gales em 1400, e a rebelião de Henry Percy, 1º Conde de Northumberland.

O sucesso do rei em derrotar essas rebeliões, em parte, era devido à habilidade militar de seu filho mais velho, Henrique, que mais tarde se tornará rei. Em 1406, os soldados ingleses capturaram o futuro Rei James I da Escócia quando ele partia para França. James permaneceu prisioneiro de Henrique durante o resto de seu reinado.

Casamentos e Filhos

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Em 1381, 18 anos antes de se tornar rei, Henrique casou com Mary de Bohun. Eles tiveram duas filhas e quatro filhos, um dos quais seria o futuro Rei Henrique V da Inglaterra.

Mary morreu em 1394 e em 1403, Henrique casou com Joanna de Navarre, a filha de Carlos d´Évreux, Rei de Navarra.

Joanna era viúva de João V da Bretanha, com quem ela teve quatro filhas e quatro filhos, mas ela e Henrique não tiveram filhos.

Os anos finais do reinado de Henrique foram marcados por sérios problemas de saúde. Ele tinha alguma espécie de problema de pele desfigurante, e sofria com maior seriedade, de ataques agudos de alguma doença grave, isso se sabe entre junho de 1405, abril de 1406, junho de 1408, durante o inverno de 1408-09, dezembro de 1412, e finalmente uma crise fatal em março de 1413.

Diferentemente dos reis ingleses, ele foi sepultado não na Abadia de Westminster, mas sim na Catedral de Canterbury para ficar o mais próximo possível do templo de Thomas Becket.


Henrique V (Henry V) (1413-1422)

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Rei Henrique V


Henrique V nasceu em Monmouth em 1387. Ele reinou de 1413 até sua morte em 1422.

Na época em que Henrique morreu, ele não tinha apenas consolidado seu poder como Rei da Inglaterra mas, tinha também conseguido o que gerações dos seus ancestrais haviam falhado em conseguir através de décadas de guerras: a unificação das coroas da França e da Inglaterra em uma só pessoa.


A Vida antes de se tornar Rei

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Quando o pai de Henrique, Henrique Bolingbroke, foi exilado em 1398, Ricardo II tomou o menino sob sua custódia e o tratou muito bem. Em 1399 a revolução dos Lancaster trouxe Bolingbroke de volta. Henrique se tornou Duque de Lancaster em 10 de novembro de 1399, a terceira pessoa a receber o título no ano.

Em 1403, o príncipe com 16 anos quase foi morto por uma flecha que se alojou em seu rosto. Um soldado qualquer teria sido abandonado para morrer com tal ferimento, mas Henrique teve o benefício do maior cuidado possível. Após um período de vários dias depois do incidente, um médico real criou um instrumento especial para extrair a ponta da flecha sem fazer maiores estragos. A operação obteve grande sucesso.

A Revolta Galesa de Owen Glendower ocupou a atenção de Henrique até 1408. Foi então, por causa da sua saúde frágil que Henrique começou a se interessar cada vez mais pela política. De janeiro de 1410 em diante, ele tomou o controle do governo, em 1413 seu pai faleceu e Henrique se tornou rei.


Quando se tornou rei, Henrique teve que lidar com três dos maiores problemas, a restauração da paz doméstica, o conserto do racha na Igreja e a recuperação do prestígio da Inglaterra na Europa.

Henrique abraçou todas as políticas domésticas ao mesmo tempo, e gradualmente organizou-as numa política mais ampla.

Primeiro, deixou bem claro que ele pretendia governar a Inglaterra como chefe de uma nação unida.

Os direitos dos herdeiros daqueles que tinham sofrido no último reinado, foram restaurados gradualmente, tanto seus títulos como suas terras.

Henrique então, voltou sua atenção para os assuntos estrangeiros, em particular, a guerra com a França e sua reivindicação ao trono francês.

Em 25 de outubro de 1415 Henrique teve uma grande vitória na campanha em Agincourt. A superioridade no mar foi garantida ao expulsarem os genoveses, aliados dos franceses do Canal da Mancha.

Na diplomacia, ele foi bem sucedido quando o Imperador Sigismundo, do Sacro Império Romano, parou de apoiar os inimigos franceses de Henrique, e o Tratado de Canterbury ajudou a terminar com o racha na Igreja.

Com o fato dos franceses terem perdido o apoio dos genoveses e do Sacro Império Romano, foram menos dois aliados, a guerra tomou uma escala maior em 1417. A baixa Normandia foi rapidamente conquistada e Rouen foi separada de Paris e cercada.

Os franceses estavam paralisados por causa da disputa entre os borgonheses e os naturais do Armagnac. Henrique foi esperto bastante para jogar uns contra os outros, sem relaxar os esforços de guerra.

Em janeiro de 1419 Rouen caiu. Por volta de agosto, os ingleses já estavam do lado de fora dos muros de Paris.

A disputa interna entre os franceses acabou com o assassinato de João de Burgundy pelos homens leais ao herdeiro do trono francês. Felipe, o novo Duque de Burgundy, e a corte francesa caíram nos braços de Henrique. Após uma negociação de seis meses Henrique foi reconhecido como herdeiro e regente de França.

Em 2 de junho de 1420, Henrique casou com Catherine de Valois, filha do rei francês. O casal então, regressou à Inglaterra onde nasceu seu único filho, o futuro rei Henrique VI.

Após a morte do rei, Catherine casou em segredo com um nobre galês, Owen Tudor e teve com ele mais quatro filhos.

  • Tomás Tudor (1429-1501), tornou-se monge
  • Edmundo Tudor, Conde de Richmond (1430-1456), casou com Margarida Beaufort e foi pai de Henrique Tudor, futuro rei de Inglaterra (Henrique VII)
  • Jasper Tudor, Duque de Bedford (1431-1495)
  • Margarida Tudor (1437)

Apesar de ser proibida por lei de se casar, quando morreu, Catherine foi sepultada na Abadia de Westminster em Londres. Os seus filhos (em princípio ilegítimos, porque Catarina casou com Owen em segredo) foram reconhecidos pelo irmão Henrique VI e adquiriram títulos de nobreza.


Henrique estava fazendo planos para uma nova Cruzada que ocorreria quando a situação na França ficasse mais bem resolvida. Ele foi à Inglaterra em 1421, depois retornou à França quando as forças lideradas pelo Duque de Clarence foram derrotadas na Batalha de Baugé. As agruras do longo cerco no inverno de Meaux, derrotaram a saúde do rei, e ele faleceu de disenteria em Bois de Vincennes em 31 de agosto de 1422.

Se tivesse vivido mais dois meses, ele teria sido coroado Rei de França.

Henrique foi sepultado na Abadia de Westminster.

Seu sucessor foi seu filho pequeno, Henrique.


Henrique VI (Henry VI) (1422-1461, 1470-1471)

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Henrique VI

Henrique VI nasceu no Castelo de Windsor em 6 de dezembro de 1421, ele era filho de Henrique V e de sua esposa Catarina de Valois, filha de Carlos VII da França, ficou grávida com apenas 20 anos de idade .Quando tinha apenas nove meses de idade, em 1422, Henrique foi Rei da Inglaterra.

Em 1423, o parlamento se reuniu e um conselho de regência foi declarado. Seus tios, João, Duque de Bedford e Humphrey, Duque de Gloucester se tornaram seus tutores mas, suas obrigações eram limitadas a manter a paz e convocar e dissolver o parlamento.

Henrique foi coroado Rei da Inglaterra na Abadia de Westminster em 6 de novembro de 1429, um mês antes de seu oitavo aniversário, e Rei de França em Notre Dame em Paris em 16 de dezembro de 1431.

No entanto, durante o governo do conselho de regência, uma grande parte da conquista francesa de seu pai já tinha sido perdida. Uma recuperação das fortunas e orgulho franceses, começando com as vitórias militares de Joana D´Arc, levaram os franceses a preferir o delfim francês, que foi coroado como Rei de França em Reims.

Erros diplomáticos e derrotas militares resultaram na perda da maior parte dos territórios ingleses em França. Henrique só assumiu as rédeas do governo quando foi declarado maior de idade em 1437. Foi então que Henrique VI mostrou, na verdade ser uma criatura mais espiritual, ele não possuía a sabedoria mundana para de fato exercer o poder.

Assim que ele assumiu o controle do reino, permitiu que sua corte fosse dominada por alguns poucos nobres favoritos, e a facção pacífica, que era a favor do final da guerra na França, logo tomou conta do poder.

O melhor caminho para conseguir a paz com a França, era através do casamento. Assim foi feito e Henrique consentiu casar com a sobrinha do Rei Carlos VII de França, Margaret d´Anjou. Henrique concordou, especialmente quando ouviu os comentários sobre a impressionante beleza de Margaret.

Carlos concordou com o casamento sob a condição de não pagar o dote habitual e, ao invés disso, receber dos ingleses as terras do Maine e de Anjou Essas condições foram assentadas no Tratado de Tours, mas a cessão do Maine e de Anjou foi mantida em segredo pelo parlamento. Todos sabiam que isso seria visto de modo extremamente impopular pelo povo inglês.

O casamento aconteceu em 1445 e a personalidade de Margaret parecia complementar a de Henrique, porque ela estava preparada para tomar decisões e mostrar liderança enquanto que ele estava feliz em ser guiado por ela.

Quanto ao governo, Margaret provou ser uma governante mais competente do que Henrique jamais foi, embora ela só tivesse dezesseis anos de idade na época. O assunto Maine e Anjou finalmente chegou ao conhecimento do povo em 1446.

A impopularidade do governo só aumentava e era causada pelo desrespeito à lei e à ordem, corrupção, distribuição das terras reais aos favoritos da corte, o estado complicado das finanças do reino e à constante perda de territórios na França.

Em 1447, essa impopularidade tomou forma através de uma campanha da Câmara dos Comuns contra do Duque de Suffolk, que era o mais detestado de todos os favoritos do Rei, ele era visto pela maioria como um traidor, em parte por causa de seu papel na negociação do Tratado de Tours.

Henrique foi forçado a enviá-lo para o exílio, mas seu navio foi abordado no Canal da Mancha e ele foi assassinado. Seu corpo foi encontrado numa praia de Dover.

Em 1449, o Duque de Somerset, que estava liderando a campanha na França, começou mais batalhas na Normandia, mas, no outono ele foi empurrado de volta para Caen. Por volta de 1450, os franceses já tinham recuperado toda a província. A volta das tropas, que nem tinham sido pagas, aumentaram a sensação de país “sem lei” nos condados do sul da Inglaterra, e Jack Cade liderou uma rebelião em Kent em 1450.

Henrique chegou em Londres com um exército para esmagar a rebelião, mas foi convencido a manter metade das tropas no local, enquanto a outra metade encontraria Cade em Sevenoaks. Cade venceu e partiu para ocupar Londres. No fim, a rebelião não deu em nada, e Londres foi retomada após alguns dias de desordem. A rebelião serviu para demonstrar que o descontentamento do povo estava aumentando.

Em 1450, o Ducado de Aquitânia, que pertencia aos ingleses desde o tempo de Henrique II, foi perdido também. Apenas sobrou Calais como território remanescente da Inglaterra na França.

Em 1452, Ricardo, Duque de York, que havia sido afastado, com o artifício de governar a Irlanda, foi persuadido a voltar e reclamar seu lugar de direito no conselho, para colocar um fim na bagunça do governo.

Sua causa era popular e logo ele levantou um exército em Shrewsbury. Os aliados do rei ergueram sua própria força de ataque, do mesmo porte em Londres. Houve uma trégua ao sul de Londres, com o Duque de York entregando uma lista de reclamações e exigências aos homens leais ao rei.

Uma das exigências era a prisão do Duque de Somerset. O rei concordou, inicialmente, mas Margaret interveio para evitar.

Em 1453, o Duque de Somerset recuperou sua influência, e o Duque de York ficou isolado novamente.

Nesse meio tempo, um avanço inglês na Aquitânia retomou Bordeaux com algum sucesso e a rainha anunciou que estava grávida. No entanto, o sucesso inglês na Aquitânia foi passageiro e ao ouvir as notícias da derrota inglesa em agosto de 1453, Henrique entrou num colapso mental que o deixou completamente desligado de tudo o que ocorria à sua volta.

Isso durou mais de um ano, e Henrique nem tomou conhecimento do nascimento de seu filho e herdeiro, Eduardo. O Duque de York, no entanto ganhou um aliado importante, o Conde de Warwick, que era influente e rico. O Duque de York foi nomeado regente e Protetor do Reino em 1454, e a rainha perdeu todo o seu poder.

Somerset foi feito prisioneiro na Torre de Londres. Os meses de governo do Duque de York foram passados lutando com os problemas dos gastos excessivos que drenavam o tesouro inglês. No entanto, no dia de Natal de 1454, Henrique recuperou seus sentidos.

A Rosa de Lancaster

Personalidade de Henrique

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Henrique era delicado e generoso com todos aqueles com que se preocupava, dando terras e títulos aos seus conselheiros. Se vestia com simplicidade. Ele era exímio em leitura e aprendizagem nos livros, mas não sabia liderar seu país numa batalha.

Preocupado em promover a educação, Henrique doou generosas quantias para as fundações, tanto de Eton College, perto de Windsor, para custear a educação de estudantes pobres, como para o King´s College, em Cambridge, onde esses jovens poderiam prosseguir em sua educação.

Henrique parece ter sido um homem decente, mas completamente despreparado para reinar. Ele se deixou dominar pela facções sedentas de poder que o rodeavam na corte, e mais tarde não teve capacidade e nem força para impedir a explosão de uma sangrenta guerra civil.

Isso era demais para ele enfrentar e sua doença mental, que começara em 1453 voltou a dominá-lo.

A Guerra das Rosas

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Os nobres que aumentaram seus poderes durante o reinado de Henrique, mas não gostavam de seu governo, tomaram a situação em suas mãos, dando apoio às reivindicações da rival, Casa de York, primeiro apoiando a regência e depois o próprio trono.

A Rosa de York

Após uma briga violenta entre as casas de Lancaster e York, Henrique foi deposto em 4 de março de 1461 por seu primo, Eduardo de York, que se tornou Rei Eduardo IV.

Mas Eduardo não conseguiu capturar Henrique e sua rainha, e eles puderam fugir para o exílio.

Durante o primeiro período do reinado de Eduardo IV, a resistência dos Lancaster prosseguiu, em especial sob a liderança da Rainha Margaret e os poucos nobres que ainda eram leais a ela, nos condados do norte da Inglaterra e Gales.

Henrique finalmente foi capturado pelo Rei Eduardo em 1465 e depois mantido preso na Torre de Londres. A Rainha Margaret foi exilada, primeiro na Escócia e depois na França. Mas ela estava determinada a voltar, por seu marido e por seu filho e, com a ajuda do Rei Luís XI de França, ela se aliou ao Conde de Warwick, que havia caído em desgraça sob Eduardo IV.

Warwick retornou à Inglaterra, derrotou os Yorkistas em batalha, soltou Henrique VI e o retornou ao trono em 30 de outubro de 1470. Mas o retorno de Henrique durou bem pouco.

Os anos que passou se escondendo mais os anos em que ficou prisioneiro foram terríveis para Henrique, que estava com a saúde física e mental fragilizadas. Henrique parecia cansado e distante enquanto Warwick e seus homens o levavam para desfilar através das ruas de Londres, como o verdadeiro Rei da Inglaterra.

Após alguns meses, Warwick foi longe demais, declarando guerra em Borgonha, cujo governante respondeu dando à Eduardo IV toda assistência necessária para recuperar o trono a força.

Henrique VI foi feito prisioneiro novamente, na Torre de Londres, e foi assassinado lá em 21 de maio de 1471. Conta a lenda que o culpado foi Ricardo III, que também mandou matar o filho de Henrique VI, Eduardo.

Todos os anos no aniversário de morte de Henrique VI, os reitores de Eton e do King´s College, Cambridge, depositam rosas e lírios no altar que agora fica onde o rei morreu.

O Rei Henrique VI foi sepultado originalmente na Abadia de Chertsey. Em 1485 seu corpo foi transladado para St George's Chapel no Castelo de Windsor.

Quem o sucedeu foi Eduardo, filho de Ricardo, Duque de York.