REA - Educação a Distância e Ambientes de Aprendizagem/O que quero comunicar

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.

O que quero comunicar[editar | editar código-fonte]

1) O que você quer comunicar com seu REA?[editar | editar código-fonte]

Com esse projeto pretendo promover o debate sobre o culto às aparências, a superexposição nas mídias e a valorização do ser humano ao mesmo tempo em que aproximo os alunos fazendo com que eles enxerguem e valorizem as individualidades e peculiaridades de cada um.

2) Que perspectivas educacionais você considera fundamentais (objetivos) que seus alunos desenvolvam?[editar | editar código-fonte]

Desenvolver a empatia dos alunos em relação aos colegas; Trabalhar a sensibilidade em lidar com a imagem e os sentimentos do outro; Conscientizar sobre a exposição nas mídias; Valorizar as experiências individuais e as características únicas de cada aluno.

4) Estratégias que seus alunos podem usar para estetizar suas ideias (Será um remix da foto? do video? do texto? Será uma paródia? O que você está pensando que poderá ser feito nesse processo de recriação autoral?)

PREPARAÇÃO PARA O PROJETO[editar | editar código-fonte]

Os alunos assistiriam o vídeo do fotógrafo Brandon Stanton explicando como surgiu o projeto Humans of New York (http://www.humansofnewyork.com/about). Além do vídeo, idealmente os alunos teriam acesso a um laboratório multimídia e explorariam o site Humans of New York (http://www.humansofnewyork.com/) para se familiarizarem com a linguagem das imagens e dos textos.

PROJETO[editar | editar código-fonte]

Depois dessa primeira etapa, eles se reuniriam em duplas ou trios para debater quais estratégias eles se sentem mais confortáveis em utilizar para retratar os colegas – seja através de fotografia, desenho, caricatura, vídeos curtos, etc. Seja qual for a estratégia escolhida, todos os grupos, sem exceção, devem produzir um pequeno texto/depoimento em inglês sobre cada um dos colegas. Nesse momento, as duplas/trios devem se unir a uma outra dupla/trio e simplesmente conversar, tomar tempo para se conhecer. Se necessário, a professora pode fornecer perguntas que podem servir de iniciadores de conversas, mas as perguntas seriam apenas um acessório, não sendo necessário segui-las. Quando os grupos já tiverem material suficiente para escrever o depoimento sobre cada um dos integrantes da dupla/trio que eles estavam entrevistando, eles partem para a parte da representação visual (foto, desenho, etc.) Finalmente, quando imagem e texto estiverem prontos, é o momento da publicação no blog/wiki da turma. Obviamente a professora deve monitorar todo esse processo para que ninguém sofra nenhum tipo de humilhação. Quando o blog/wiki estivesse pronto, os alunos seriam convidados a explorar os retratos de cada aluno e deixar comentários (em inglês) para os colegas. Eles poderiam também deixar comentários em seus retratos dizendo se concordam ou não com o que foi escrito/ desenhado/fotografado ou complementar as informações pessoais.

PÓS PROJETO[editar | editar código-fonte]

Os alunos seriam convidados a compartilhar com a turma como se sentiram ao serem retratados pelos colegas. Assuntos como superexposição à mídia, celebridades e falta de privacidade podem vir à tona. Eles também seriam levados a refletir sobre a exposição em redes sociais e o culto às aparências. Por fim, uma discussão sobre valores, sobre sentimentos, sobre a preciosidade de cada ser humano fecharia o projeto.


5) Pense nos seus alunos... nos seus possíveis/futuros alunos... no que eles poderiam/gostariam de falar/escrever/comunicar sobre o assunto, considerando suas estratégias.[editar | editar código-fonte]

Acredito que alguns alunos se sentiriam incomodados e outros se sentiriam valorizados ao verem seus retratos no blog/wiki da turma. De qualquer forma, se bem realizado, esse projeto conscientiza toda a classe sobre a importância dos sentimentos e vivências individuais de cada ser humano na turma e de uma forma ou de outra aproxima-os criando uma atmosfera emocionalmente segura para promover o aprendizado.

Narrativa do território digital REDES SOCIAIS e IMAGEM[editar | editar código-fonte]

A narrativa da imagem criada e a narrativa do território digital escolhido (redes sociais) estão tão próximas que chegam a se entrelaçar. De acordo com o primeiro artigo sugerido pela professora, o texto como forma narrativa mais aprofundada se complementa pela imagem como discurso. Utiliza-se do potencial descritivo da imagem para conseguir utilizar também a fotografia como forma narrativa em pesquisas etnográficas. Como disse Achutti (2004, p.94) “(...) mesmo que o texto seja fundamental, sua associação a outras formas de linguagem não pode senão enriquecer os enunciados antropológicos.” Partindo desse princípio, trataremos da imagem criada para exemplificar o território digital Redes Sociais.

A imagem criada foi uma colagem de snapshots, ou capturas de telas de um smartphone. No telefone em questão há uma pasta denominada “social” que contém todos os aplicativos utilizados para a interação com outros seres sociais. Foi tirada uma snapshot desta tela. Em seguida, um a um desses aplicativos foi aberto, e uma snapshot da tela inicial de cada um deles também foi tirada. Dentre esses aplicativos haviam o Twitter, Facebook, Foursquare, Messenger, Whatsapp, Timehop e o Skype. Todas essas imagens foram sobrepostas e o produto final é uma colagem rica em significado que representa bem as interações sociais que acontecem virtualmente. É possível perceber, assim, que há uma relação direta da imagem com o conteúdo.

De acordo com Achutti (1997; 2004), a fotografia é um ato permanente de fragmentação de elementos de uma determinada realidade em um plano. Essa imagem em si além de ser fragmentada, representa a fragmentação da realidade que expõe. Nesse mundo em redes, onde há mais quantidade do que qualidade de informação, a possibilidade de fragmentação de saberes e culturas, e, portanto de sujeitos é muito grande. Se pensarmos a fotografia enquanto extensão do olhar, é possível citar novamente as referências do artigo de Batista: “Atravessamos nossos dias com viseiras, observando somente uma fração do que nos rodeia. E quando observamos criticamente, é quase sempre com o auxílio de alguma tecnologia.” (COLLIER JR, 1973, p.3).

Essa força que a imagem fotográfica tem como formadora de consciência ultrapassou os campos da antropologia e já virou conhecimento empírico. Os seres humanos, enquanto seres sociais passaram a se expor cada vez mais no meio digital para projetar uma imagem idealizada de si mesmos e de suas vidas na sociedade. A cultura da imagem, é definida por Achutti (2004) como a consagração do visual como linguagem cotidiana, a partir das novas percepções sensoriais de tempo e espaço propiciadas pelas novas tecnologias. Entretanto, além de divulgar o que esses indivíduos acreditam ser o melhor deles mesmos, eles estão divulgando a sua compreensão de mundo a partir do seu ponto de vista. McLuhan (1979) já escrevia que a comunicação visual passou a ser entendida não como uma mera representação da realidade, mas como uma extensão desta.

Conclui-se, então que o presente projeto é extremamente relevante, para o período atual, e quando desenvolvido poderá servir de análise dos relacionamentos em rede para futuros projetos. Batista, ao escrever sobre a teoria de Collier afirmou que m uma sociedade dita pós-moderna que contempla o efêmero, a análise antropológica das culturas dependerá essencialmente do visual para se reinventar e não esvaecer.

ACHUTTI, L. Fotoetnografia, Um estudo de Antropologia Visual sobre cotidiano, lixo e trabalho. Tomo Editorial; Palmarinca. Porto Alegre. 1997.

ACHUTTI, L. Fotoetnografia da Biblioteca Jardim. Livraria Tomo Editorial/UFRGS editora. Porto Alegre. 2004.

BATISTA, J. C. A Fotografia como Discurso: alteridade, etnografia e comunicação. Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação

COLLIER JR, J. Antropologia Visual: A Fotografia como Método de Pesquisa. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo. 1973.

MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental: Um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiná Melanésia. Coleção "Os Pensadores", Abril Cultural, São Paulo, 1978.

ROYAL ANTHROPOLOGICAL INSTITUTE OF GREAT BRITAIN AND IRELAND. Guia prático de antropologia. São Paulo: Cultrix, 1971.

SAMAIN, Etienne. “Ver” e “Dizer” na tradição etnográfica: Bronislaw Malinowski e a fotografia. In: Horizontes Antropológicos. Porto Alegre: Editora da UFRGS, nº2, p. 19-49. SAMAIN, Etienne. Balinese character (re)visitado. In: Alves, André. Os Argonautas do Mangue. São Paulo: Editora da Unicamp, 2004

SUGESTÕES PEDAGÓGICAS EM 4 Rs[editar | editar código-fonte]

De acordo com o site indicado pela professora na aula 13 (http://www.rea.net.br/site/faq/#a2), as quatro liberdades mínimas dos REA são as permissões concedidas aos usuários que acessam esses recursos. São elas os “4Rs” (review, reuse, remix e redistribute):

Reuse ou Usar:[editar | editar código-fonte]

Compreende a liberdade de usar o original, ou a nova versão por você criada com base num outro REA, em uma variedade de contextos.

Acredito que o meu projeto está muito embasado no site Humans of New York, e por mais que ele também tenha versões em redes sociais como Facebook e Tumblr, se o fotógrafo decidir fechar essas páginas ficaria difícil conseguir reutilizá-lo sem antes ter um outro site de exemplo. O que quero dizer é que, se uma primeira turma conseguir criar um blog/wiki a partir deste projeto, qualquer outra turma de qualquer outro local do Brasil (quem sabe do mundo?) conseguiria seguir realizando seus projetos próprios.

Review ou Aprimorar:[editar | editar código-fonte]

compreende a liberdade de adaptar e melhorar os REA para que melhor se adequem às suas necessidades.

Se uma escola com menos recursos não tiver acesso à computadores ou máquinas fotográficas, eles podem utilizar somente desenhos e publicá-los como pôsteres. Da mesma forma se uma escola tiver recursos abundantes, eles podem acrescentar aulas de fotografia digital, antes dos retratos serem tirados, ou até mesmo ensinar os alunos a fazerem pós-produção das fotos com softwares específicos. Mas a essência da reflexão e do debate pode continuar sendo a mesma, ou ser direcionada a outras questões, dependendo do interesse do professor.

Remix ou Recombinar:[editar | editar código-fonte]

Compreende a liberdade de combinar e fazer misturas e colagens de REA com outros REA para a produção de novos materiais.

Pelo que estudamos até agora, já existe uma infinidade de materiais disponíveis como recursos educacionais abertos para serem utilizados, seja na reprodução das atividades sugeridas seja como formas de recombinação de atividades para produção de novos materiais.

Redistribute ou Distribuir:[editar | editar código-fonte]

compreende a liberdade de fazer cópias e compartilhar o REA original e a versão por você criada com outros. Quanto a isso, enquanto o site utilizado para a publicação do trabalho permitir (blogs como blogger, blogspot e wordpress ou wikis como pbworks), o projeto original poderia ser compartilhado e utilizado como exemplo. Por conter fotografias de menores de idade, talvez uma autorização dos pais também se faça necessária.