Prosumers/Introdução
- Introdução
- “No man is an island”
- – John Donne
Analisar um evento enquanto o mesmo está acontecendo é uma tarefa um tanto complicada. Pode-se tentar entender os fatores que culminaram no acontecimento e pode-se também tentar prever mudanças futuras.
O objetivo deste texto é apresentar os fatos e dados disponíveis e criar uma linha de acontecimentos que culminaram no evento em questão que ainda está apenas começando.
Tendo como ponto de partida a necessidade humana de se comunicar, chegamos a um ponto onde o que se comunica e para quem se comunica, é a chave do sucesso.
De acordo com Juan Bordenave, a comunicação foi um dos primeiros artifícios inventados pelo homem para se viver em comunidade, não só para se expressar, mas para entender o outro, para explicar o mundo, e por em palavras, ditas ou escritas, tudo aquilo que não se pode compreender.
Quando os governos e corporações interferem nos canais de comunicação, eles abalam profundamente as bases da sociedade, seja através de guerras, censura, ou manipulação dos meios de comunicação.
Mas com o surgimento de uma nova tecnologia de comunicação, a Internet, um turbilhão de vozes se reuniu em um só lugar, e de uma forma, até certo ponto inesperada desestabilizou aqueles que possuíram o poder sobre as massas durante tantos séculos.
A Internet possibilitou a troca de informação entre pessoas de diversas partes do mundo em apenas alguns segundos, protestos são filmados com aparelhos eletrônicos, ações ditatoriais são expostas ao mundo, micro acontecimentos tornam-se macro, e tudo é transmitido através da rede.
Os detentores do poder se utilizam de vários artifícios para tentar parar essas inúmeras ondas de informação, congressos tentam aprovar leis que expõem informações dos usuários da web, o acesso a certos sites é restrito, fundadores de sites de compartilhamento de dados são presos. Mas cada vez mais o número de pessoas conectadas aumenta, e fortalece o poder das massas.
Novas formas de consumir são propostas e novas formas de se produzir são desenvolvidas. Os consumidores, antes controlados pelo mercado, começam a ter mais autonomia sobre tudo o que vêem, lêem e compram.
Pessoas “comuns” tornam-se formadoras de opinião e um novo grupo de consumidores-produtores emerge entre tantas mudanças, os prosumers.