Prosumers/Conclusão: O Saber Coletivo

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  • O Saber Coletivo


“Ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa, todo o saber está na humanidade. Não existe nenhum reservatório de conhecimento transcendente, e o saber não é nada além do que as pessoas sabem." – Pierre Lévy, 1998


Tantas mudanças acontecendo em pouco tempo desestabilizaram o mercado de consumo, o surgimento dos prosumers e sua influência ainda estão sendo percebidos. Muitas empresas ainda não sabem como se posicionar frente a esse poder de comunicação e compartilhamento de alcance global.


O alcance da Internet aumenta a cada dia, pessoas se conectam cada vez mais e por mais tempo, a busca por informação e conhecimento faz crescer o ciberespaço e expande seu conteúdo. É possível encontrar qualquer coisa na Internet. O saber agora é coletivo, e está disponível para aqueles que o desejarem.


Algumas poucas empresas conseguiram enxergar antecipadamente que esse novo grupo de usuários poderia agregar enorme valor a suas marcas, e começaram a desenvolver serviços personalizados e possibilitaram a participação deles no desenvolvimento de produtos.


Esses projetos começaram a tomar forma, e obviamente utilizaram a rede como forma de comunicação, veiculação e produção. Mas não só envolver seus clientes, as empresas precisam entender seus desejos e necessidades e tentar junto com eles, criar produtos e serviços novos, que levem em consideração as preocupações sociais e ambientais do século XXI.


O ser humano é um ser social, e precisa viver em sociedade, o que afeta um pode afetar a todos e o conhecimento de um pode vir a ser o conhecimento de todos.


Os avanços tecnológicos são apenas uma conseqüência de algo maior, de uma busca incessante de se saciar uma necessidade humana, a de compartilhar conhecimento, de se comunicar e de se fazer existir.


A cada compartilhamento estamos mais próximos uns dos outros, mas precisamos entender o outro e nos conectar verdadeiramente.


“Não estamos na era da informação. Não estamos na era da Internet. Nós estamos na era das conexões. Ser conectado está no cerne da nossa democracia e nossa economia. Quanto maior e melhor forem essas conexões, mais fortes serão nossos governos, negócios, ciência, cultura, educação." (David Weinberger, 2004)


Em uma era onde aqueles que estão conectados possuem mais formas de se expressar, e onde a informação é moeda de troca, o saber coletivo é mais do que uma simples fonte de riqueza, é um tesouro universal.


Na citação que abre este capítulo, Pierre Lévy diz não haver nenhum reservatório de conhecimento transcendente, mas é possível afirmar a existência de um reservatório de conhecimento humano, criado e alimentado pelo próprio homem.