Programar em C/Makefiles
Makefile
[editar | editar código-fonte]O objetivo de Makefile é definir regras de compilação para projetos de software. Tais regras são definidas em arquivo chamado Makefile.
O programa make interpreta o conteúdo do Makefile e executa as regras lá definidas. Alguns Sistemas Operacionais trazem programas similares ao make, tais como gmake, nmake, tmake, etc.
O programa make pode variar de um sistema a outro pois não faz parte de nenhuma normalização .
O texto contido em um Makefile é usado para a compilação, ligação(linking), montagem de arquivos de projeto entre outras tarefas como limpeza de arquivos temporários, execução de comandos, etc.
Vantagens do uso do Makefile:
- Evita a compilação de arquivos desnecessários. Por exemplo, se seu programa utiliza 120 bibliotecas e você altera apenas uma, o make descobre (comparando as datas de alteração dos arquivos fontes com as dos arquivos anteriormente compilados) qual arquivo foi alterado e compila apenas a biblioteca necessária.
- Automatiza tarefas rotineiras como limpeza de vários arquivos criados temporariamente na compilação
- Pode ser usado como linguagem geral de script embora seja mais usado para compilação
As explicações a seguir são para o utilitário GNU make (gmake) que é similar ao make.
Então vamos para a apresentação do Makefile através da compilação de um pequeno projeto em
linguagem C.
- Criar uma pasta com estes 4 arquivos :
teste.c ,teste.h , main.c, Makefile.
- Dê um nome à pasta Projeto.
/*================ teste.c ======================*/ #include <stdio.h> #include <stdlib.h> /*Uma funçao makeTeste()*/ void makeTeste(void){ printf("O Makefile é super Legal\n"); }
Aqui escrevemos o header :
/*======================= teste.h ===============*/ /*================== Cabeçalho ou header ========*/ #ifndef _H_TESTE #define _H_TESTE /* A nossa função */ void makeTeste(void); /* De um enter depois de endif*/ /*Para evitar warning*/ #endif
Agora a função main :
/*====================== main.c =================*/ #include <stdio.h> #include <stdlib.h> #include "teste.h" /* Aqui main ;( */ int main(void){ makeTeste(); return (0); }
Para compilar fazemos um arquivo Makefile minimal.
#Para escrever comentários ## ############################# Makefile ########################## all: teste teste: teste.o main.o # O compilador faz a ligação entre os dois objetos gcc -o teste teste.o main.o #-----> Distancia com o botão TAB ### e não com espaços teste.o: teste.c gcc -o teste.o -c teste.c -W -Wall -ansi -pedantic main.o: main.c teste.h gcc -o main.o -c main.c -W -Wall -ansi -pedantic clean: rm -rf *.o mrproper: clean rm -rf teste
Para não ter erros os espaços devem ser feito com a tecla TAB.
E compilar é só ir dentro da pasta "Projeto" apertar F4 escrever make e apertar enter.
Uma vez compilado podemos modificar teste.c . Se teste.c foi modificado então make modifica teste.o e se não deixa teste.o como esta.
- all : É o nome das regras a serem executadas.
- teste: teste.c .Pode ser interpretado com arquivo_de_destino: arquivo_de_origem.
- clean: Apaga os arquivos intermediários.Se você escrever no console make clean
ele apaga os arquivos objeto da pasta.
- mrproper: Apaga tudo o que deve ser modificado.No console escreva make mrproper
Sintaxe de criação do arquivo
[editar | editar código-fonte]O makefile funciona de acordo com regras, a sintaxe de uma regra é:
regra: dependências Apertar o botão TAB comando comando ...
Regras complementares
[editar | editar código-fonte]- all : É o nome das regras a serem executadas.
- clean: Apaga os arquivos intermediários.
- mrproper: Apaga tudo o que deve ser modificado.
Definir Variáveis
[editar | editar código-fonte]As variáveis servem para facilitar o trabalho.
Em vez de mudar varias linhas mudamos só o conteúdo da variável.
Deve ser por isso que se chama variável, não?
Definimos da forma seguinte.
NOME=CONTEÚDO E para utilizar esta variável colocamos entre $() .
Então ela vai ficar assim $(NOME)
Vamos para o exemplo com o nosso Makefile.
Colocamos em vez de :
- NOME SRC
- E em vez de CONTEÚDO main.c .
- E para poder usar $(SRC)
Será que na pratica funciona?. Vamos ver..
#Para escrever comentários ## ############################# Makefile ########################## #Definimos a variável SRC=main.c all: teste teste: teste.o main.o gcc -o teste teste.o main.o #-----> Distancia com o botao TAB ### e nao com espaços teste.o: teste.c gcc -o teste.o -c teste.c -W -Wall -ansi -pedantic # #Coloquei $(SRC) em todos os lugares aonde estava main.c main.o: $(SRC) teste.h gcc -o main.o -c $(SRC) -W -Wall -ansi -pedantic clean: rm -rf *.o mrproper: clean rm -rf teste
Todos os lugares do código que contem o CONTEÚDO da variável são modificados colocando no lugar respectivo o NOME da
variável.
Variáveis Personalizadas
[editar | editar código-fonte]- CC=gcc .Definimos CC para nomes de compiladores de C ou C++ .Aqui o gcc.
- CFLAGS=-W -Wall -ansi -pedantic .Serve para definir opções passadas ao compilador.
Para o c++ o NOME e CXXFLAGS .
- LDFLAGS e utilizado para editar as opções de links.
- EXEC=teste .EXEC define o NOME do futuro programa executável.
- OBJ=teste.o main.o . Para cada arquivo.c um arquivo OBJETO e criado com a extensão ".o" arquivo.o .
Então e só olhar na sua pasta todos os arquivos com a extensão ".c" e colocar na variável OBJ com a extensão".o" .
- Outra maneira e mesma coisa. OBJ agora e igual a main.o teste.o
SRC = main.c teste.c
OBJ= $(SRC:.c=.o)
- E super manero a tua idéia camarada.
- Mais tenho 200 arquivos.c e não quero olhar o nome de todos um por um.
- Tem outra idéia??
- Poderíamos utilizar *c mais não podemos utilizar este caracter joker na definição de uma variável.
- Então vamos utilizar o comando " wildcard " ele permite a utilização de caracteres joker na definição de variáveis.
Fica assim.
SRC= $(wildcard *.c) OBJ= $(SRC:.c=.o)
- Observação se quiser fazer aparecer uma mensagem durante a compilação escreva @echo "Minha mensagem" .
- E mais tem um monte de mensagens e fica muito feio
- Tem outra idéia??.. O pessoal vamos parando ;) não sou uma maquina de idéias.
- Para deixar as mensagens em modo silencioso coloque "@" no começo do comando.
- Fica assim
@$(CC) -o $@ $^
Variáveis internas
[editar | editar código-fonte]$@ Nome da regra. $< Nome da primeira dependência $^ Lista de dependências $? Lista de dependências mais recentes que a regra. $* Nome do arquivo sem sufixo
As regras de interferência
[editar | editar código-fonte]Não disse nada antes porque estávamos no estado principiantes "noob".
São regras genéricas chamadas por default.
- .c.o : .Ela significa fazer um arquivo.o a partir de um arquivo.c .
- %.o: %.c .A mesma coisa. A linha teste.o: teste.c pode ser modificada com essa regra.
- .PHONY: .Preste bem atenção. Esta regra permite de evitar conflitos.
- Por exemplo "clean:" e uma regra sem nem uma dependência não temos nada na pasta que se chame clean.
- Agora vamos colocar na pasta um arquivo chamado clean. Se você tentar apagar os "arquivos.o" escrevendo "make clean" não vai acontecer nada porque make diz que clean não foi modificado.
- Para evitar esse problema usamos a regra .PHONY : . Fica assim.
- .PHONY: clean mrproper
- .PHONY: diz que clean e mrproper devem ser executados mesmo se arquivos com esses nomes existem.
Agora vamos modificar mais uma vez o nosso Makefile com tudo o que sabemos sobre variáveis.
#Para escrever comentários ## ############################# Makefile ########################## #Definimos a variável CC=gcc CFLAGS=-W -Wall -ansi -pedantic EXEC=teste OBJ=teste.o main.o all: $(EXEC) @echo "Vou começar a compilação" #Não coloquei a variável OBJ para que possam entender as variáveis internas. #Se entenderam podem colocar $(OBJ) no lugar de teste.o main.o teste: teste.o main.o # $@ = teste: # $^ = teste.o main.o $(CC) -o $@ $^ # teste.o:teste.c %.o: %.c $(CC) -o $@ -c $< $(CFLAGS) main.o: main.c teste.h $(CC) -o $@ -c $< $(CFLAGS) .PHONY: clean mrproper clean: rm -rf *.o @echo "Compilaçao prontinha" mrproper: clean rm -rf $(EXEC)
- Po legal ;) parece até trabalho de gente grande.
Sub Makefiles
[editar | editar código-fonte]Ler tudo isso só para compilar um programa??
O sub-makefile e lançado por meio de um "Makefile principal" vamos simplificar para o Patrão Makefile.
Aonde estávamos??...Ah sim, para que serve??
O Makefile Principal executa os sub-makesfiles de outras pastas.
Como ele faz??
Usamos uma variável pre-definida $(MAKE).
Bom, ao trabalho.
Crie dentro da pasta "Projetos" outra pasta com o nome "sub-make".Dentro da pasta sub-make crie um arquivo
Makefile e um arquivo submake.c
Dentro da pasta sub-make coloque este Makefile.
##################Pasta:sub-make ## Makefile ################### CC=gcc CFLAGS=-W -Wall -ansi -pedantic EXEC=teste2 SRC= $(wildcard *.c) OBJ= $(SRC:.c=.o) all: $(EXEC) @echo "compilando sub-makefile" @echo "sub-makefile compilado" teste2: $(OBJ) @$(CC) -o $@ $^ .PHONY: clean mrproper clean: @rm -rf *.o mrproper: clean @rm -rf $(EXEC)
Agora vamos escrever o arquivo submake.c .
#include <stdio.h> #include <stdlib.h> /* Informação * Nao utilizem este código para fazer um kernel */ int main(void) { printf("Sou o binário que está em sub-make"); printf("Finalmente em fim vivo graças ao Patrão Makefiles ;)"); return (0); }
Agora retorne na pasta "Projeto" vamos modificar o Makefile .
Vamos colocar a seguinte linha:
@cd sub-make && $(MAKE)
- Explicando: "@" silencioso "cd" para abrir a pasta sub-make "&&" e executar make "$(MAKE)"
- Vamos fazer a mesma coisa para "clean:" e "mrproper:" então ao executar "make clean" no console ele vai executar o mesmo comando no sub-makefile.
########################## O Makefile principal ##########################" CC=gcc CFLAGS=-W -Wall -ansi -pedantic EXEC=teste SRC= $(wildcard *.c) OBJ= $(SRC:.c=.o) all: $(EXEC) @echo "Compilando Projeto" @echo "O patrão foi compilado" #A linha que vai compilar sub-make @cd sub-make && $(MAKE) teste: $(OBJ) @$(CC) -o $@ $^ %.o: %.c @$(CC) -o $@ -c $< $(CFLAGS) main.o: main.c teste.h @$(CC) -o $@ -c $< $(CFLAGS) .PHONY: clean mrproper clean: @rm -rf *.o *~ # E a mesma coisa que dar um F4 dentro da pasta sub-make # e escrever make clean @cd sub-make && $(MAKE) $@ mrproper: clean @rm -rf $(EXEC) #modificamos aqui também @cd sub-make && $(MAKE) $@
Não esqueça de dar TAB em todas as linhas que estão em baixo dos ":" dois pontinhos.
OK agora é só dar um F4 dentro da pasta projetos e você tem três comandos a disposição.
- make
- make clean
- make mrproper
Make install
[editar | editar código-fonte]Automatizando a instalação do programa com a regra install: .
- install: .Coloca o binário ou executável em uma determinada pasta, como por exemplo /bin ou /usr/bin no Linux. Pode ser em qualquer outra, utilizando o comando "mv" ou "cp" para mover ou copiar.
- Crie uma pasta bin dentro de "Projetos". Devem saber que não devem colocar nada inútil que venha da internet na pasta raiz do linux.
- Vamos fazer duas variáveis:
- prefix=/caminho/ate onde/esta/Projetos
- bindir=$(prefix)/bin .Igual a /caminho ate/Projetos/dentro de Projetos a pasta bin .
- E adicionarmos a regra install:all com seus comandos.
Modificando o make principal.
########################## O Makefile principal ##########################" #Coloque o caminho até Projeto aqui prefix=/home/USER/Projeto bindir=$(prefix)/bin CC=gcc CFLAGS=-W -Wall -ansi -pedantic EXEC=teste SRC= $(wildcard *.c) OBJ= $(SRC:.c=.o) all: $(EXEC) @echo "Compilando Projeto" @echo "O patrao foi compilado" #A linha que vai compilar sub-make @cd sub-make && $(MAKE) teste: $(OBJ) @$(CC) -o $@ $^ %.o: %.c @$(CC) -o $@ -c $< $(CFLAGS) main.o: main.c teste.h @$(CC) -o $@ -c $< $(CFLAGS) #Entao depois e so executar make e depois make install install:all @mv $(EXEC) $(bindir)/ .PHONY: clean mrproper clean: @rm -rf *.o *~ # E a mesma coisa que dar um F4 dentro da pasta sub-make # e escrever make clean @cd sub-make && $(MAKE) $@ mrproper: clean @cd bin && rm -rf $(EXEC) #modificamos aqui tambem @cd sub-make && $(MAKE) $@
Então quando você digitar no console "make" depois "make install" ele vai colocar o binario que esta em
"Projetos" dentro de "bin".
Se você quiser colocar o binario que esta na pasta "sub-make" na pasta "bin"
- Copiar e colar no makefile da "sub-make" as variaveis "prefix" e "bindir"e a regra install:com seu comando.
- E no "Makefile principal" em baixo de "install:" coloque esta linha @cd sub-make && $(MAKE) $@
- Aqui eu modifiquei o "mrproper" porque agora os binarios que devem ser apagados com "make mrproper" estão em "bin".
- Vou deixar voces modificarem o "mrproper" do "sub-makefile" como pessoas adultas e responsaveis ;) Valeu galera.
Os comandos no console são:
- make
- make install
- make clean
- make mrproper .Para apagar os binarios.