Saltar para o conteúdo

Microeconomia/Equilíbrios de mercado

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.

Este capítulo destina-se a fazer a ligação dos diferentes conteúdos que foram abordados. Ao longo destas páginas já foram deixadas várias pistas e não é difícil de adivinhar que a intersecção da curva da procura com a de oferta dá o equilíbrio de mercado. Este capítulo destina-se por isso a analisar esse equilíbrio, introduzir a notação própria e ao conceito (já introduzido anteriormente) do cálculo de excedentes.

Daqui para a frente, de modo a falarmos a mesma língua, considere o seguinte: (Não precisa de decorar, com o hábito será algo imediato)

S : Curva da Oferta

D : Curva da Procura

Qs: Quantidade produzida

Qd: Quantidade procurada

Pe: Preço de equilíbrio

Xc: Excedente do Consumidor

Xp: Excedente do Produtor


Equilíbrios de Mercado

[editar | editar código-fonte]

A intuição do equilíbrio de mercado é muito simples e resume-se à intersecção entre as curvas da procura e oferta. Sendo que a curva da procura representa a valorização marginal do bem, e a da oferta representa o custo marginal, o equilíbrio será atingido quando a valorização marginal for igual ao custo marginal. Ou seja, o equilíbrio será atingido quando o custo de colocar mais uma unidade no mercado for igual à valorização que essa unidade gera nos consumidores.

Como os consumidores e os produtores são price-takers, o preço é um dado definido no enunciado. Por isso vimos a reação dos consumidores e dos vendedores a alterações do preço.

Com base no gráfico de cime temos três situações que vamos analisar rapidamente.

A primeira situação são as retas a tracejado vermelhas que mostram que representam o que acontece quando no mercado está definido um preço (p) inferior ao preço de equilíbrio (Pe). Teremos nesta situação uma ineficiência econômica. Como o preço é demasiado baixo os consumidores querem adquirir muita quantidade (qd), contudo os produtores àquele preço estão apenas dispostos a vender (qs). O resultado é a transação de qs unidades e a existência de consumidores que não conseguiram adquirir o bem. É um excesso de procura face à oferta resultado do reduzido preço definido.

A segunda situação representa a situação oposta. Temos também um ineficiência econômica derivada do fato do preço definido (P) ser superior ao de equilíbrio. O que acontece é que a este preço os consumidores querem consumir pouco (Qd) e os produtores estão dispostos a colocar elevadas quantidades do bem à venda (Qs). O resultado é um excesso de Oferta (Qs-Qd) e uma ineficiência econômica pois existem recursos a serem desperdiçados.

Com base nas duas situações de cima é fácil perceber que o único momento em que não teremos ineficiência econômica será quando a procura for igual à oferta. Assim teremos que, ao preço Pe, a quantidade disponibilizada pelos produtores é exatamente a quantidade consumida e desejada pelos consumidores.

Este é o conceito de equilíbrio de mercado numa situação simples e sem qualquer restrição. Iremos nos próximos capítulos analisar algumas restrições e a forma como os equilíbrios reagem a limitações impostas.

Quando saímos de uma loja após regatear o preço e dizemos "Foi uma boa compra", estamos a referir-nos a excedentes. A "boa compra" ocorreu porque comprámos o bem desejado por um preço inferior ao máximo que estaríamos dispostos a pagar (e que é representado pela procura).

Este valor é o excedente do consumidor. E é representado graficamente pela área triangular que se encontra por cima do preço de equilíbrio e em baixo da procura. Esse triângulo (Xc), representa a satisfação que o consumidor obteve com a compra.

Da mesma forma também o produtor pode obter satisfação com venda se vender o seu produto por um preço mais elevado do que aquele que estava disposto a receber. Esta área (Xp) é representada pelo triângulo debaixo do preço de equilíbrio e em cima da curva da oferta.

O excedente social (Xs) de um mercado representa a soma de todos os excedentes de todos os agentes envolvidos no mercado. Neste caso Xs = Xc + Xp. Iremos recorrer ao cálculo de excedentes para fazermos análises de bem-estar e decidirmos qual de várias medidas a implementar. Sendo que, a nível de eficiência, devemos maximizar o excedente social.