Limeira do Oeste, historia, cultura e arte de um povo/Evolução Histórica

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1 - Doação do patrimônio

Antes tudo era somente uma grande extensão de terras rurais.

Depois foi demarcado o patrimônio e construída as primeiras residências e a primeira Igreja Matriz de São Pedro.

A paisagem urbana começou a ser delineada.

Saíram então ruas estreitas, algumas atingiram espaços que se transformaram em praças e outras tomaram-se avenidas, como tantas outra cidades, assim nasceu Limeira do Oeste.

Existia em São José do Rio Preto um comerciante de nacionalidade portuguesa chamado Joaquim Gomes Ribeiro, proprietário de uma casa atacadista de secos e molhados de grande porte, onde os fazendeiros da região de Limeira do Oeste faziam suas compras.

Os proprietários deixavam para efetuar os pagamentos com prazo de três meses, 120 dias e até um ano.

Uma determinada pessoa não tendo como saldar a dívida ao Sr. Joaquim, ofereceu em troca 400 alqueires de terras.

O negociante aceitou a proposta e deixou guardado em um cofre a escritura das terras.

Após alguns anos. o Sr. Joaquim recebeu uma intimação do Governo Federal, que a referida área iria a leilão por falta de pagamento dos impostos.

O comerciante tinha oito filhos, era de família tradicional de Portugal e foi convidado para ser embaixador de Portugal na Argentina, ele pagou os impostos, e ficou dono das terras.

O senhor embaixador foi assumir o cargo.

Um dos seus filhos por nome Joamário, pediu ao pai a permissão para verificar as terras.

Chegando aqui viu que era muita terra e não tinha conhecimentos sobre loteamentos e outros empreendimentos, referentes à terras.

Voltou, porém à São Paulo e trouxe consigo um engenheiro agrônomo onde começou a cortar as terras em pequenos sítios.

Com isso começaram a chegar pessoas interessadas.

No dia 05 de maio de 1968, veio para cá o Sr. José Candido de Lima, popular Zé Lima, juntamente com sua esposa Ana Batista e seus filhos, Maria Elite e José Candido de Lima Junior.

O Senhor Zé Lima comprando uma parte das terras passou a loteá-las, dando incentivo, chegando os primeiros professores e comerciantes, assim o patrimônio foi se desenvolvendo através das vindas de novas famílias.

No dia 19 de junho de 1968, o Sr. José Candido de Lima registrou a fundação do povoado.

Ele é considerado o fundador de Limeira do Oeste, Baiano de Guanambi e com espírito de Bandeirante.

Ele teve apoio também do Padre João Valim que celebrou a primeira missa em 14 de maio de 1969.


II - Origem do nome

Senhor José Candido de Lima (Zé Lima) - Fundador

Segundo o fundador da cidade de Limeira do Oeste, Sr. José Cândido de Lima, a origem do nome "Limeira" surgiu por causa de seu nome "Lima" e Oeste, porque fica a oeste do Estado de Minas Gerais.

Quem nasce em Limeira do Oeste é Limeirense.

A cidade de Limeira do Oeste teve a adoção de seu nome desde o início da criação do povoado e permanece até os dias atuais.


III - Os primeiros desbravadores e moradores

indubitavelmente, ao escrever a história de qualquer município brasileiro tem que se afirmar que os primeiros habitantes foram os índios.

Sabe-se que a nossa pátria, antes do descobrimento pelos portugueses, era totalmente habitada por índios.

O que se pode questionar é até em que data os aborígines povoaram determinada região. Pois, à proporção que os bandeirantes penetravam, os silvícolas cada vez mais se interiorizavam.

Em nossas pesquisas, não encontramos provas concretas de que houvesse aldeias e nem vestígios indígenas no município de Limeira do Oeste, mas sabemos da importância de registrar um pouco sobre a vida desses primeiros habitantes, uma vez que os índios Caiapós viveram durante muito tempo na região de Iturama, mais precisamente na Cachoeira dos Índios, onde é hoje a Usina Hidrelétrica de Agua Vermelha.

Conta-se que houve também outras aldeias, onde ficam situados os municípios de São Francisco de Sales e Campina Verde.

Com a chegada do homem branco nos arredores das tribos, os Caiapós que ali viviam sofreram mudanças radicais em suas vidas. Muitos Caiapós morreram, outros foram se afastando para o Oeste do Brasil e os que restaram foram aculturados, vivendo ainda alguns deles nos respectivos municípios.

Os índios Caiapós de nossa região eram simples, ingênuos, não eram agressivos e andavam totalmente nus, com grande naturalidade. Só quando iam até a casa dos brancos é que os índios vestiam apenas a calça e as índias vestia apenas vestido. Eram roupas bem rústicas e simples.

Alimentava-se da caça, pesca, frutos do mato e até frutos dos quintais dos brancos. Comiam raízes, principalmente de mandioca, que aprenderam a cultivar.

Os índios fabricavam de maneira simples, sem arte alguma, tudo o que necessitavam para viver, como suas tendas, suas armas, o que vestiam, seus adornos, enfim, seus utensílios de uso diário.

Só em ocasiões especiais ou festivas que os índios Caiapós de nossa região usavam o cocar, a taiga de penas ou de embiras, usavam adornos como colares de dentes de animais, de sementes, e pintavam o corpo com a tinta que extraíam de certos frutos, flores ou madeira.

Os primeiros bandeirantes de Limeira do Oeste que colaboraram com o Senhor Zé Lima (fundador) na criação e abertura das ruas do povoado foram: José Arcelino de Paula, Laurentino Francisco dos Santos, Joaquim Candido de Lima, José Antônio, Lourival (1° Barbeiro) e Osvaldinho Preto.

Além dos doadores do patrimônio, Sr. José Candido de Lima, habitavam a região: Manoel Barradas, João Felipe, José Florindo de Queiroz, Amaro Luiz, Severino Marcelino da Silva, Luiz Antônio Azambuja, Alarico Rezende Costa, Augusto Lindolfo, Nelson Anastácio, Orlando Delfino Moreira, Francisco Monção, Orlando Dezanette, Onofre Dezanette, Natal Maraia, José Antônio dos Santos, Jaime Barbosa, Osvaldo Alves Leite, Joel Euzébio de Souza, Geraldo Branco Oliveira, Valdemar Janones, Albino Pereira do Nascimento, Maurino Antunes de Souza, entre outros, outrora esquecidos por falta memória e registro. À todos os desbravadores, nosso respeito e admiração.

“A grandeza do homem depende única e exclusivamente da própria essência do homem".

IV - Primeira residência

O primeiro terreno vendido para a construção da primeira residência no povoado de Limeira do Oeste, foi adquirido pelo Sr. Manuel Candido de Lima, irmão do fundador do povoado.

O segundo terreno foi vendido ao Sr. João Felipe, e assim sucessivamente.

As casas eram feitas de pau-a-pique e tábuas, e o piso era apenas o chão; mas muito bem feitas. Estas, por muito tempo, serviram de abrigo ao Limeirense, até que chegaram as primeiras residências de alvenarias.

Ainda se encontra intacta, a segunda casa construída, ainda no início do povoado de Limeira do Oeste.

V - A Capela

Com a criação do povoado, houve a necessidade da construção de um templo, onde os residentes da região pudessem praticar os seus exercícios devocionais e religiosos.

Imediatamente trataram de edificar urna pequena capela, esta por sua vez, construída na Praça Duque de Caxias e sobre o patrocínio de São Pedro.

Quem a construiu foi o Sr. Carlos Candido de Lima (Carrinho), irmão do então fundador do povoado.

No dia 14 de maio de 1969, o padre João Valim, que veio de Uberaba, residindo porém na cidade de Iturama, celebrou a primeira missa.

Em junho de 1977, o Bispo de Uberaba, D. José Pedro Costa crismava 1176 pessoas, nesse local que então há oito anos não contava com uma viva alma.

Mais tarde, o Sr. Carlos Candido de Lima mudou de religião e derrubou a pequena igrejinha.

Depois de algum tempo, construiu-se a Igreja que perdura até os dias atuais, na Praça da Bandeira, permanecendo sobre o patrocínio de São Pedro.


VI - O Distrito

O Distrito é uma área territorial em que se subdivide um município; exceto o seu Distrito Sede, seu principal centro constitui a Vila. Há muitos municípios que possuem apenas o Distrito Sede. Isto porque os povoados existentes não atendem às exigências legais para que possam ser sedes distritais.

Limeira do Oeste sentia os bafejos do progresso e os seus moradores desejavam algo mais.

Começaram os trabalhos para que ali se implantassem uma autoridade e um cartório.

Para esta consecução seria necessário a criação e instalação do distrito.

A criação do distrito de Limeira do Oeste se deu no ano de 1976, através da Lei n.° 6.769 de 13/05/76.


VII - As ruas e avenidas

Poucas ruas havia no povoado de Limeira do Oeste. Como se sabe, a' denominação de vias públicas, desde a mais remota antiguidade, é proveniente de um fato característico ou então pelo seu primordial morador.

Limeira do Oeste não foi exceção. A ideia surgiu quando seu fundador, Sr. José Cândido de Lima, veio de São José do Rio Preto para a cidade de Votuporanga. Observando que as ruas de Votuporanga tinham nomes de estados brasileiros, achou de uma importância incomensurável e resolveu então, colocar também nomes de estados brasileiros nas ruas da cidade de Limeira do Oeste. Entre elas, citamos algumas: Av. Bahia, Av. Minas Gerais, Av. Sergipe, Rua São Paulo, Rua Pernambuco, etc.

Algumas ruas, receberam nomes em homenagem a personalidades marcantes que passaram pelo povoado, como por exemplo, a Av. Dom José.

O largo da igreja (Praça da Matriz), recebeu o nome de Praça da Bandeira, em homenagem aos Bandeirantes de Limeira do Oeste.

A Praça é arborizada, arejada e bem cuidada. Grande número de ruas já recebeu o beneficio do calçamento e asfalto, e muitas outras estão sendo preparadas para se beneficiarem do asfaltamento, o que dá um aspecto muito bonito à cidade.



VIII - Os bairros

Bairro é cada uma das partes que se costuma dividir uma cidade, para mais precisa orientação das pessoas e mais fácil controle administrativo dos serviços públicos.

Além do Centro, a Cidade de Limeira do Oeste é constituída de três bairros, a saber:

- Joamário: Localizado ao norte da Cidade, bairro da população mais carente, em virtude da irregularidade topográfica e por ser cortado pelo buracão. Recebeu esse nome em homenagem ao antigo dono dessas terras, Sr. Joamário Olavo Ribeiro.

- Jardim Humaitá: localizado à oeste da cidade de Limeira do Oeste.

- São João: fica também à oeste da cidade de Limeira do Oeste. Este, por sua vez, recebeu esse nome em homenagem ao Sr. João Rocha, pois o mesmo se encontra onde era de sua propriedade.


IX - Emancipação

Iniciou-se uma Campanha de Emancipação Politica, através de uma comissão Emancipacionista, com homens e mulheres batalhadores que não mediram esforços reivindicando e objetivando a Emancipação do Distrito de Limeira do Oeste.

Levaram em mãos aos membros da comissão Estadual, os documentos complementares. Foram várias vezes ao encontro do Sr. Governador do Estado, e na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, reunindo-se com os senhores Deputados, colhendo informes a respeito da emancipação.

O Deputado Geraldo Resende nos ajudou e desburocratizou o processo de Emancipação que estava arquivado.

Acompanhou também, o desenrolar do processo, o grande Causídico Deputado Estadual Anderson Adauto, juntamente com todos os outros deputados, a quem agradecemos profundamente.

Nosso sonho se tornou realidade com a realização de um Plebiscito no dia 15 de Novembro, onde o sucesso prevaleceu com mais de 3000 votos favoráveis. Esse objetivo, a população conquistou.

Recebemos a Emancipação Politica aprovada em 27 de abril de 1992, nos termos da Lei n° 10704. Foi disposta a politica a 03 de outubro de 1992.

Pelo Sr. Govenador do Estado de Minas Gerais, foi designado como intendente Dr. Jorge Mauro Correa Gomes, em 05 de Dezembro de 1.992. Preparou o município, dando condições de funcionalidade.

Este, por sua vez, comunicou a existência do novo município à Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), ao IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ao (TER)- Tribunal Regional Eleitoral e ao Instituto de Geociências Aplicadas. Iniciou a instalação da Prefeitura e da Câmara Municipal com condições mínimas de funcionamento, desde a mobília, os impressos, até a conta bancária. Baixou dois decretos desvinculando a taxa de iluminação pública de Limeira do Oeste, firmando convênio com a CEMIG - Centrais Elétricas de Minas Gerais. Montou proposta para a municipalização da saúde, sendo o primeiro Chefe do Gabinete do Prefeito Antônio Ferrari.

No dia 01 de Janeiro de 1993, às 16:00 Horas em Sessão Solene, presidida pelo Vereador Antônio Soares de Queiroz e coordenada pelo Assessor Jurídico do Legislativo Dr. Ricardo Vilela Perroni, foram empossados as autoridades Constituídas pela eleição de 03 de outubro de 1992. No dia 10 de Julho de 1993, em Cerimônia Solene, procedida com clareza e virtude cívicas, os vereadores promulgaram a Lei Orgânica do Município de Limeira do Oeste.

Na abertura dos trabalhos foi cantado o Hino Nacional Brasileiro por todos os presentes; que permaneceram em posição de sentido, mostrando o respeito podendo assim exprimir o regozijo público ressaltando o patriotismo, nesta ocasião festiva.

Em seguida, após a mensagem de abertura, os vereadores se pronunciaram: "Nós, os representantes de Limeira do Oeste, estado de Minas Gerais, cumprindo dispositivos Constitucionais e invocando a proteção de Deus, promulgamos a Lei Orgânica do Município de Limeira do Oeste".

A primeira legislatura da Câmara Municipal foi de 01/01/1993 até 31/12/1996, formada por 9 vereadores: Aparecido Baldan, Brasulmar Alves Franco, Antônio Soares de Queiroz, Pedro Socorro do Nascimento, Moacir Martins da Silva, Nelson Moraes Pessoa, Sérgio Alves Garcia, Ademar Dezanette e José Carlos Nogueira.

O Executivo, na primeira legislatura que foi de 01/01/1993 até 31/12/1996, estava composto pelo Prefeito Antônio Ferrari e o Vice-Prefeito Clóvis Benedito Barbosa (Canhoto).

Plebiscito Municipal de Limeira do Oeste
Fonte: TRE-MG


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