Iniciação à Pesquisa Científica em Saúde/ A medicina baseada em evidência: Graus de recomendação da evidência científica (MBE)
O uso de evidências científicas na prática clínica é parte de um movimento de abrangência global, voltado ao aperfeiçoamento da tomada de decisão pelos profissionais de saúde, por meio da aplicação do método científico. Na prática, implica a integração da expertise clínica e de valores do paciente ao melhor conhecimento científico disponível (1). Compreende desde o cuidado direto ou indireto à saúde individual das pessoas até a definição de condutas institucionais públicas e privadas, balizando inclusive as melhores políticas em saúde. Dessa forma, a produção de diretrizes, políticas públicas e protocolos amplia o uso de evidências científicas bem fundamentadas na medicina.[1].
O que é?: "A Medicina Baseada em Evidências é uma abordagem que utiliza as ferramentas da Epidemiologia Clínica; da Estatística; da Metodologia Científica; e da Informática para trabalhar a pesquisa; o conhecimento; e a atuação em Saúde, com o objetivo de oferecer a melhor informação disponível para a tomada de decisão nesse campo." (Centro Cochrane do Brasil.[2]
Os níveis de evidência servem para classificar separadamente cada trabalho científico utilizado como fonte de informação: quanto mais robusta a metodologia, mais alto o nível de evidência. Os graus de recomendação servem para classificar uma afirmativa, conclusão ou diretriz baseada em um conjunto de evidências. Os graus de recomendação variam do mais forte (A, baseado nas melhores evidências) até o mais fraco (D, baseado em evidências mais frágeis)[3].
Sistema GRADE de classificação de níveis de evidência e graus de recomendação. O processo de análise e classificação das evidências é detalhado e rigoroso, buscando apurar não apenas o desenho metodológico do estudo mas também outros fatores que influenciam sua confiabilidade. O resultado é uma classificação da “qualidade da evidência”.
Grau de Recomendação | Qualidade da Evidência | Definição |
---|---|---|
A | ALTA | É altamente improvável que pesquisas futuras alterem nossa confiança nesta estimativa de efeito |
B | MÉDIA | Pesquisas futuras provavelmente terão impacto importante na nossa confiança nesta estimativa de efeito e poderão mudar a estimativa |
C | BAIXA | Pesquisas futuras muito provavelmente terão impacto importante na nossa confiança nesta estimativa de efeito e provavelmente mudarão a estimativa |
D | MUITO BAIXA | Qualquer estimativa de efeito é muito incerta |
Para maiores detalhes sobre o método GRADE: [4][5]
Neste capítulo, você poderá encontrar exemplos de aplicados em saúde.
VOLTAR PARA PÁGINA PRINCIPAL[editar | editar código-fonte]
Exercícios resolvidos[editar | editar código-fonte]
Lazer e estado nutricional III
Sugestão / veja também[editar | editar código-fonte]
Níveis de evidências e graus de recomendação
Linguagem metodológica - parte 1
Linguagem metodológica - parte 2
Iniciação à Pesquisa Científica em Saúde/ Introdução à informática médica: Bioestatística computacional
- ↑ http://www.febrasgo.org.br/site/wp-content/uploads/2013/05/Femina_agosto2008-471.pdf
- ↑ http://www.centrocochranedobrasil.org.br/mbe.html
- ↑ Livro - Ginecologia Ambulatorial - Baseada em Evidências Científicas - Camargos. Edição: 1a. Ano: 2008. Idioma: Português. Autor: Camargos, Aroldo Fernando - Melo, Victor Hugo de - Carneiro, Márcia Mendonça - Reis, Fernando Marcos dos. Páginas: 1018. Editora: Coopmed. ISBN: 9788585002947
- ↑ Guyatt GH, Oxman AD, Vist GE, Kunz R, Falck-Ytter Y, Alonso-Coello P, Schünemann HJ; GRADE Working Group. GRADE: an emerging consensus on rating quality of evidence and strength of recommendations. BMJ 2008;336:924-926.
- ↑ Balshem H, Helfand M, Schünemann HJ, Oxman AD, Kunz R, Brozek J, Vist GE, Falck-Ytter Y, Meerpohl J, Norris S, Guyatt GH. GRADE guidelines: 3. Rating the quality of evidence. J Clin Epidemiol 2011;64:401-406.