História do Brasil/O governo de Michel Temer

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.
Michel Temer
Logomarca do governo de Temer
Manifestação em frente ao STF pedindo o habeas corpus de Lula

Michel Temer assumiu a presidência em 12 de maio de 2016, interinamente, após o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff, e em 31 de agosto do mesmo ano, quando Dilma foi definitivamente afastada.

Temer chegou ao poder em meio a uma grave crise econômica e política. O governo de Temer foi reformista. Foram aprovadas várias medidas na área econômica, como o controle dos gastos públicos, por intermédio da PEC 55, que impôs limites a gastos futuros do governo federal; a reforma trabalhista de 2017; e a liberação da terceirização para atividades-fim com a Lei da Terceirização. Houve uma proposta de uma reforma da previdência, mas foi fortemente contestada pela esquerda. Também houve a conclusão e inauguração de parte da obra de transposição do rio São Francisco, e na educação, com a reforma do ensino médio e com o estabelecimento da Base Nacional Comum Curricular.

Houve acusações de corrupção envolvendo o próprio presidente, mas conseguiu manter uma base sólida no Congresso, o que possibilitou a aprovação de reformas. O governo de Temer foi acusado por entidades e especialistas de retrocesso, notadamente na área social e ambiental e também na condução das questões indígenas. Segundo pesquisas de opiniões, governo teve a menor aprovação popular da história do país.

Segundo dados do IBGE, do Caged, do Banco de Valores de São Paulo e do Banco Central, o governo reduziu a taxa de juros de 14,25% para 6,50% ao ano; a inflação saiu de 9,32% para 2,76%; a taxa de desemprego de 11,2% para 13,1%; o dólar subiu de 3,47 para 3,60 e o índice Bovespa subiu de 48.471 pontos para 85.190 pontos.

Manifestação contra o governo de Temer

Entre 2016 e 2017, houve protestos de centrais sindicais contra o governo de Michel Temer. Os protestos pediam a saída de Michel Temer do poder, a anulação do processo de impeachment de Dilma Rousseff ou a convocação de uma eleição presidencial livre e direta.

Em 7 de março de 2018, a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e o motorista, foram assassinados em um carro, vítimas dos disparos dos assassinos, que também estavam em um carro. Suspeita-se que o crime foi cometido por motivações políticas.

Entre 21 a 30 de maio de 2018, houve uma paralisação de caminhoneiros autônomos em todo o Brasil. Eles pediam a redução no preço do diesel, a isenção de pedágio de eixos suspensos, a aprovação do projeto de lei 528 de 2015, e a criação de um marco regulatório para os caminhoneiros. A greve e os bloqueios de rodovias causaram a indisponibilidade de alimentos e remédios ao redor do país, escassez e alta de preços da gasolina, com longas filas para abastecer. Também, causaram a suspensão das aulas e provas, um enorme desperdício de alimentos, cancelamento de voos, a redução da frota de ônibus e a morte de milhões de aves e suínos por falta de ração. Houve acordos, como a redução do preço do diesel.

Em 2018, as atenções voltaram-se à eleição presidencial. Em 7 de abril, o ex-presidente Lula foi preso pela Operação Lava Jato, deixando incertezas se ele podia candidatar-se ou não à presidência, mas a candidatura de Lula foi indeferida pelo TSE (não foi enquadrada na Lei da Ficha Limpa), assim Fernando Haddad candidatou-se em seu lugar.

Quando houve os protestos pedindo o impeachment de Dilma Rousseff, houve a criação de vários grupos conservadores, que tiveram grande participação na campanha eleitoral de 2018. Em 6 de setembro de 2018, o então candidato à presidência Jair Bolsonaro, apoiado pelos conservadores, sofreu um atentado em Juiz de Fora, e sobreviveu. Em 29 de setembro do mesmo ano, houve protestos liderados por mulheres contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro, os protestos foram conhecidos como o Movimento Ele Não. Bolsonaro possui um histórico de declarações machistas, racistas e homofóbicas, e tinha características autoritárias, sendo chamado pela esquerda de "fascista". A direita conservadora fez protestos em apoio à Bolsonaro, dizendo que ele iria acabar com a corrupção que vigorava desde a entrada do PT no poder e que iria restaurar a moral, os valores, os bons costumes e a defesa à família tradicional.

A eleição de 2018 foi marcada pela disseminação de notícias falsas na internet.

Michel Temer foi sucedido por Jair Bolsonaro em 1 de janeiro de 2019.

Cartaz do Movimento Ele Não