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História da moeda/Moeda na Idade Moderna

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.
Minas de prata de Potosí, na Bolívia
Real de prata da América Espanhola cunhado em Potosí, em 1768
Exposição de peças incas de duro

Com as Grandes Navegações, aumentou muito o fluxo de metais preciosos para a Europa, gerando inflação[1]. Grande parte dos metais preciosos era proveniente da América, seja sob a forma de tesouros incas e astecas que haviam sido saqueados pelos espanhóis, seja sob a forma de metal extraído de minas (as Minas Gerais, no Brasil e as minas de prata de Potosí, na Bolívia, por exemplo).

Durante a Renascença Europeia (entre os séculos XIV e XVI), desenvolveu-se o estudo científico das moedas. A Renascença caracterizou-se pelo interesse pela antiga cultura greco-romana. Esse interesse incluiu o estudo das antigas moedas greco-romanas. Por esse motivo, a nova ciência foi denominada numismática, do termo grego para moeda nomisma. Além das moedas, a numismática também estuda as medalhas.

No Brasil colonial, não havia grande quantidade de moeda em circulação e o escambo era largamente praticado nas trocas entre os colonos portugueses. Os índios, desconhecendo o conceito de moeda, também praticavam o escambo com os portugueses, trocando pau-brasil, caça, animais vivos, plumas, peles, frutas e farinha de mandioca por espelhos, anzóis, colares, tesouras, facas, chapéus, braceletes e machados de ferro[2].

Os colonos europeus na América do Norte costumavam utilizar as peles de veado (em inglês, buck) como moeda de troca em suas transações. Como resultado, o termo buck passou a ser uma gíria para "dinheiro"[3].

O pouco numerário existente no Brasil era composto pelos reais portugueses de ouro, prata e cobre. Com o tempo, os reais passaram a ser chamados de "réis". Com a inflação, a moeda corrente passou a ser denominada "mil-réis", o que gerou novas gírias como "merréis" e "merreca".

Entre os escravos africanos no Brasil, usavam-se conchas como moeda, reproduzindo o seu costume na África. A espécie utilizada era o cauri, também chamado búzio ou zimbo, que se encontra tanto no litoral africano quanto no brasileiro[4].

Com a invasão neerlandesa ao nordeste brasileiro, no século XVII, foram cunhadas as primeiras moedas em solo brasileiro. Eram florins de ouro e, posteriormente, de prata. Elas foram utilizadas para pagar os soldados neerlandeses[5].

Em 1694, os portugueses construíram sua primeira casa da moeda no Brasil, em Salvador, na Bahia, por ordem do rei dom Pedro II de Portugal. As primeiras moedas foram produzidas por essa casa da moeda no ano seguinte. Foram as de vinte, quarenta, oitenta, 160, 320 e 640 réis (em prata) e as de mil, 2 000 e 4 000 réis (em ouro)[6].

Em 1695, o cientista inglês Issac Newton assumiu um cargo na casa da moeda inglesa. Visando a combater a prática ilegal da raspagem das bordas das moedas para obtenção de metal precioso, Newton inventou a técnica da borda serrilhada das moedas. Com as bordas serrilhadas, as moedas não puderam mais ser raspadas, pois qualquer raspagem na borda seria facilmente perceptível pela população. Tal técnica passou a ser adotada de modo generalizado e perdura até os dias de hoje[7].

Na região do atual estado brasileiro do Maranhão, as moedas metálicas eram escassas e o algodão abundante durante todo o período colonial. Consequentemente, panos e novelos de algodão viraram moeda corrente nessa região até meados do século XIX[8].

Referências

  1. GALBRAITH, J.K. Moeda: de onde Veio, para onde Foi. Tradução: Sanvicente, Antonio Zoratto. Segunda edição. São Paulo: Livraria Pioneira, 1983. p.11
  2. BUENO, E. A Coroa, a Cruz e a Espada. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006. pp.117 e 124
  3. http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/dinheiro8.htm
  4. http://www.idealdicas.com/historia-moeda/
  5. http://www.bcb.gov.br/?HISTDINBR
  6. http://www.casadamoeda.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=8
  7. http://cienciacontraocrime.blogspot.com/2010/06/newton-e-os-contrafeitores.html
  8. PRADO JR., C. História Econômica do Brasil. 39ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1992. p.81.