Guia dos Trouxas para Harry Potter/Livros/O Prisioneiro de Azkaban/Capítulo11

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Capítulo 11 A Firebolt[editar | editar código-fonte]

spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso: Seguem detalhes do enredo.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Harry está completamente perturbado, tão agitado que nem sequer lembra como saiu do Três Vassouras, e pegou a passagem secreta para Hogwarts. Por que ninguém contou para ele a verdade sobre Sirius Black? Infelizmente não há chance de conversar com Ron e Hermione essa noite, e Harry fica acordado até amanhecer. Ele acorda tarde e a Sala Comunal está vazia. As férias de Natal já começaram, e praticamente todos já deixaram Hogwarts.

Harry está cheio de raiva e terríveis pensamentos de vingança; Ron e Hermione não conseguem acalmá-lo. Harry lembra Draco, dizendo que se fosse ele caçaria Black. As tentativas de Ron de fazê-lo pensar, dizendo que era melhor ouvir os amigos, ao invés de prestar atenção nas palavras dos inimigos, parecem dar em nada.

Para mudar de assunto, Ron sugere visitarem Hagrid, mas isso foi pior, porque Harry vai aproveitar a chance para perguntar a Hagrid por que ele nunca comentou sobre Black. Ron agora se arrepende, mas Harry teima. Eles encontram Hagrid soluçando convulsivamente. Embora Hagrid tenha sido inocentado no ataque de Bicuço a Draco, a queixa de Lucius foi ouvida. Bicuço deve comparecer à Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas. Hagrid está desesperado porque tem certeza de que Bicuço será condenado, porque os membros desse comitê estão todos no bolso de Lucius. Harry, Ron e Hermione prometem achar precedentes que possam salvar Bicuço. Hagrid pensa em deixar Bicuço livre, mas como explicar a um Hipogrifo que ele tem que fugir e se esconder? Depois de seus infelizes dias em Azkaban, Hagrid está morrendo de medo de burlar as leis.

Tudo isso serve para distrair Harry, e ele junto com Ron e Hermione vão para a biblioteca em busca de casos de criaturas perigosas que evitaram a execução. Infelizmente encontraram poucas informações.

O Natal trouxe presentes; Harry ganhou o suéter tricotado, de sempre, por Mrs. Weasley, vermelho berrante com o leão da Gryffindor, além de várias gulodices. Também veio junto um pacote longo e fino, contendo uma vassoura. Não uma vassoura qualquer – uma Firebolt. Harry e Ron ficam espantados. É a vassoura top e mais rápida que existe, Harry não tinha idéia de quem poderia tê-la mandado, não havia cartão ou bilhete. Hermione imediatamente levantou uma suspeita, e disse que ninguém poderia voar nela ainda. Ron pergunta por que, mas é interrompido por Bichento, que ataca Perebas. No meio da confusão, o Bisbilhoscópio começa a apitar sem parar. Hermione e Bichento saem, e Harry enfia o Bisbilhoscópio dentro do malão. Harry e Ron cuidam de Perebas que parece muito mal.

Eles vão até o Grande Salão onde uma mesa foi posta para doze pessoas. Além deles, estão Professor Dumbledore, os quatro Chefes das Casas, Filch, e três outros alunos para o jantar de Natal. A Professora Trelawney se junta a eles, mas, de repente ela se dá conta de que são treze à mesa. Ela, melodramática, declara que o primeiro a levantar será o primeiro a morrer, embora a Professora McGonagall leve na brincadeira. É dito que o Professor Lupin está doente outra vez, e portanto não irá juntar-se a eles. Trelawney então prevê que ele “irá embora” logo, mas Dumbledore delicadamente diz que Lupin não corre nenhum risco imediato, depois checa com o Professor Snape se Lupin tomou a poção. Quando Harry e Ron levantam da mesa, duas horas depois, Trelawney quer saber quem levantou primeiro. Porque eles levantaram juntos, não há como responder. Hermione fica para trás falando com a Professora McGonagall. Minutos depois, a Professora McGonagall entra na Sala Comunal e confisca a Firebolt de Harry. Como não se sabe quem a mandou de presente, Madam Hooch e o Professor Flitwick vão testá-la para ver se há alguma magia negra envolvida nela. Caso esteja livre de feitiços, Harry vai recebê-la de volta. Mas, isso vai levar algumas semanas. Ambos, Ron e Harry estão furiosos com Hermione, mas ela diz que, tanto ela quanto McGonagall acreditam que a vassoura foi presente de Sirius Black.

Análise[editar | editar código-fonte]

Harry está emocionalmente chocado depois de descobrir a história de Sirius Black e o assassinato de seus pais. Ron mostra uma impecável maturidade e companheirismo aqui. Ao invés de concordar com o desejo de vingança de Harry, como seria esperado, Ron calmamente conversa com ele, aconselhando com sabedoria para Harry ouvir o conselho dos amigos, ao invés de ouvir os inimigos como Draco Malfoy. As tentativas de Ron para distrair a raiva de Harry dão errado, no entanto, quando Harry descobre um novo alvo para dirigir sua frustração, Hagrid. Que Hagrid precisa de ajuda é verdade, e eles chegam na hora, embora Harry esteja tão mal e fique pior quando ouve sobre Black, mas a situação de Hagrid não dá chance para Harry discutir. Nessa altura, embora o desespero de Harry seja evidente, nós somos poupados de aborrecimentos com suas constantes reclamações.

Enquanto Draco continua a chatear Harry, seu pai cria mais confusão, pressionando o Ministério da Magia para levar Bicuço, uma vítima evidente e inocente, a julgamento. Não fica claro imediatamente, o motivo pelo qual Malfoy está teimando e perseguindo o pobre Bicuço, pode até ser que Lucius esteja apenas querendo vingança contra a criatura que ousou machucar seu filho. Também é possível que, enquanto Draco continue sua campanha de perseguir Harry, Lucius esteja usando Bicuço como forma de se vingar de Hagrid, e se aproveitando para ir contra a política do Professor Dumbledore, que empregou Hagrid como professor. O sucesso que Lucius tem nesse caso, mostra como é fácil manipular e enganar o Ministério da Magia, por alguém que possui riqueza e influência. Ao invés de serem apenas corruptos, o Ministério em geral, parece bem mais preguiçoso e indiferente, ninguém quer desperdiçar energia para descobrir a verdade. Ao contrário, o Ministério escolhe rapidamente condenar logo os suspeitos disponíveis, não importa o que mostra a verdade. Independente de Lucius estar presente ou não, fisicamente, na história, sua influência diabólica se espalha através de toda a série.

A predição de Trelawney que Lupin logo vai embora de Hogwarts, tem uma grande possibilidade de ser verdadeira. No entanto, ela está provavelmente se baseando em fatos históricos e não em qualquer visão adivinhatória, mesmo assim, ela parece acreditar que viu realmente algum futuro desconhecido. Durante algumas décadas, nenhum professor de DCAT durou mais de um ano em Hogwarts e não acreditamos que Lupin vá romper essa tradição. No caso de Trelawney estar apostando que Lupin vai morrer, nós já esperávamos isso da parte dela; Trelawney é super teatral e esse truque de circo mambembe é muito velho. Sua predição de que o primeiro a levantar da mesa será o primeiro a morrer também é igualmente melodramático. Novamente, uma combinação de drama e fingimento se passa por uma matéria de magia, nesse caso, Adivinhação.

A Firebolt ter sido confiscada cria uma briga séria entre Hermione e os outros dois. Hermione, que normalmente só mostra desaprovação com relação ao comportamento irregular de Ron e Harry, dessa vez se preocupa de fato, que exista um risco maior de que o normal associado com esse tipo de presente caríssimo e anônimo (e também altamente suspeito). Temendo pela vida de Harry, ela não consegue guardar segredo. McGonagall concorda com ela, embora Harry e Ron sem perceber qualquer perigo, só conseguem ver a maravilha que é aquela vassoura, tão especial. Podemos imaginar que, ao invés de entregar a vassoura à Madam Hooch e Flitwick para analisarem, a vassoura deveria ser devolvida à fábrica para inspeção. Talvez McGonagall pense que a fábrica seria melhor para checar a vassoura e seus feitiços, mas talvez não tão boa para descobrir qualquer tipo de magia negra que tenha sido colocada na vassoura.

Perguntas[editar | editar código-fonte]

Revisão[editar | editar código-fonte]

  1. Qual foi a reação de Harry quando descobriu que Black era o responsável por trair seus pais para Voldemort, assim como matar Pettigrew a doze Trouxas?
  2. Por que Hermione contou sobre a Firebolt para McGonagall?
  3. Por que McGonagall confiscou a Firebolt de Harry?
  4. Quem McGonagall e Hermione acham que mandou a Firebolt para Harry?
  5. Embora Hagrid tenha sido inocentado do incidente envolvendo Draco Malfoy e Bicuço, porque ele ainda está aborrecido? O Trio pode ajudar Hagrid?

Estudos Adicionais[editar | editar código-fonte]

  1. Por que Trelawney iria fazer uma previsão da “partida imediata” de Lupin? Isso está correto? Se está, existe uma explicação mais lógica do que Adivinhação?
  2. Por que a verdade sobre o assassinato de seus pais e sua ligação com Sirius Black foi escondida de Harry?
  3. O que Ron quis dizer quando aconselha a Harry a ouvir seus amigos ao invés de seus inimigos? Harry vai seguir seu conselho? Explique.
  4. Por que Harry e Ron tão bravos com Hermione? Ela estava certa de falar com a Professora McGonagall?
  5. Por que a Professora McGonagall decidiu que era melhor a vassoura ser examinada por Madam Hooch e o Professor Flitwick? Não seria melhor enviar a Firebolt para a fábrica para os técnicos examinarem?

Visão Completa[editar | editar código-fonte]

Spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.

Mais uma vez o Bisbilhoscópio de bolso apita e dá uma pista, alguém não confiável está por perto. Mas os únicos presentes eram o Trio, mais Bichento e Perebas. Nós já sabemos sobre Animagos, mas Hermione afirmou categoricamente que não há nenhum outro Animago registrado. Ela de fato, está com a razão, não há outros Animagos “registrados”. No entanto, a excessiva preocupação de Hermione com as regras fazem com que ela, inconscientemente inocente, acredite que outras pessoas, especialmente os adultos são cumpridores de regras assim como ela. Hermione jamais poderá considerar que podem existir Animagos não registrados. Mais tarde vamos descobrir que a pessoa não confiável é Perebas, que é um Animago não registrado.

A reação de Harry às palavras do inimigo (Draco), ao invés de ouvir aos conselhos de seus amigos, como Ron sugeriu, não apenas mostra imaturidade, mas será vista mais tarde em outros livros. No último livro, uma jornalista picareta, Rita Skeeter publica um livro controverso sobre Dumbledore, contando alguns segredos do passado dele. Após ouvir calúnias de outras tantas pessoas, sobre o falecido Diretor, Harry fica tão desapontado com o homem que tanto admirou e pensou que conhecia, que rejeitou qualquer outra explicação razoável. Ao invés de pesar as evidências contra e a favor de um argumento, ele se fixa numa pequena porção da vida de Dumbledore, ignorando o grande homem em que Albus se tornou. Esse padrão é visto também, quando Harry descobre um episódio desabonador envolvendo seu pai, James, durante a juventude dele. Harry, durante um tempo, só se ligou naquele determinado episódio da vida de seu pai, ignorando todas as outras boas ações de James, que se tornou uma excelente pessoa. Harry também precisa aprender que as pessoas não apenas podem superar coisas erradas do passado, mas muitas vezes é por causa delas que se tornam maiores e melhores.

O fato de McGonagall confiscar a Firebolt dá inicio a uma nova briga do Trio. Harry e Ron culpam Hermione por Harry estar sem sua vassoura nova. Hermione está certa de que, de acordo com o que sabe, a vassoura pode estar enfeitiçada ou mesmo perigosa de se voar nela. No entanto, Harry e Ron estão se comportando de modo infantil e só conseguem ver a perda da Firebolt, ao vez de prestar atenção aos motivos legítimos pelos quais ela foi confiscada, e ao verdadeiro perigo que poderia trazer um presente caríssimo e anônimo. Como resultado, nenhum dos dois fala com Hermione durante quatro meses, até que a Firebolt retorne no meio de abril. Mais tarde, Harry descobre que Sirius a mandou como presente para seu afilhado, mas até que a verdade seja conhecida sobre Sirius, nada disso é conhecido e nem pode ser acreditado.

Também é interessante e Harry e Ron não percebem, que embora Hermione entregasse a nova vassoura de Harry para McGonagall, ela nunca revelou, a nenhum professor de Hogwarts o que sabe sobre o Mapa do Maroto, ou os túneis secretos que ali estão marcados, embora sabendo que Sirius Black poderia usar um deles para entrar em Hogwarts, sem ser percebido. Hermione é leal a seus amigos, talvez por isso a reação tão furiosa de Harry e Ron contra ela no caso da Firebolt. O problema é que dessa vez Hermione achou que o perigo era enorme e não poderia ser ignorado. Também é possível que a razão de não ter enviado a Firebolt para a fábrica para uma análise seja um motivo a mais da trama. Certamente a análise na fábrica, por bruxos familiarizados com os trabalhos de magia nas vassouras Firebolt, iam demorar por volta de uma semana; deixando a vassoura com Flitwick e Madam Hooch, o processo de análise leva alguns meses, o que permite que a briga entre Hermione e os outros dois aumente e fique mais séria, e também dá tempo para Harry pensar sobre sua perda.

A preguiça do Ministério, que foi comentada na seção Análise, parece ser endêmica, conforme a série avança. Nesse caso, talvez seja um tanto menor, aceitando a palavra de qualquer um, ao invés de envidar esforços para determinar os fatos verdadeiros. Parece que vamos ver a mesma preguiça ter efeitos muito mais sérios, quando descobrirmos que Sirius Black foi enviado para Azkaban sem nem ter um julgamento, e ainda, que os crimes atribuídos a Sirius e pelos quais ele foi preso, foram de fato cometidos por outra pessoa.

No livro A Câmara Secreta, capitulo 2, nós vimos que o Ministério decidiu que Harry era a única fonte de magia possível para o feitiço lançado por Dobby, e vamos ver também o lema do Ministério funcionando, “punir primeiro, perguntar depois e só se formos obrigados” no livro A Ordem da Fênix, capitulo 2. Veremos o mesmo comportamento quando Stan Shunpike é enviado para Azkaban por se vangloriar de coisas que jamais fez. Esse comportamento por parte do Ministério, é muito melhor compreendido pelos leitores adultos, porque espelha o que muitas pessoas já encontraram ao lidar com órgãos oficiais no mundo Trouxa.

Podemos notar de passagem, que a Professora Trelawney, sempre dramática, repetiu a previsão, de que o primeiro a levantar da mesa seria o primeiro a morrer, no sexto livro, capitulo 27.


Conexões[editar | editar código-fonte]

  • O Bisbilhoscópio apareceu duas vezes antes nesse livro, uma no Expresso de Hogwarts e novamente no capitulo 5. Um Bisbilhoscópio diferente vai aparecer na mesa do Professor Moody, no quarto livro capitulo 20, e outro provavelmente de Moody vai aparecer na Sala Precisa no livro quinto, capitulo 18. O Bisbilhoscópio que vimos nesse capitulo não será mais visto até o livro final, quando sai do malão de Harry, no capitulo 2, velho e quebrado. No ultimo livro capitulo 7, Hermione dá a Harry um novo Bisbilhoscópio pelo seu aniversário e ele será usado muitas vezes durante as viagens do Trio através da Inglaterra nesse livro final.
  • Bicuço sera condenado a morte, mas vai escaper no final desse livro, e será companheiro até a morte de Sirius. Depois vai tomar conta dele até o final da série. Essa não é uma conexão particularmente forte; parece que, uma vez que colocou Bicuço na história como um personagem, a autora se sentiu obrigada a mencionar como ele foi tratado.
  • Harry vai descobrir no capitulo 22, que foi Sirius Black que mandou Firebolt de presente para ele. No capitulo 10 do último livro, Harry fica sabendo que Sirius deu a ele uma vassoura de brinquedo no seu primeiro aniversário.