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Guia dos Trouxas para Harry Potter/Livros/O Enigma do Príncipe/Capítulo 1

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.


Capítulo 01
O Outro Ministro

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Aviso: Seguem detalhes do enredo.


Um quadro na parede do escritório do Primeiro Ministro pede para que ele se encontre imediatamente com Cornelius Fudge. O Primeiro Ministro não fica satisfeito com a perspectiva, uma vez que todos os encontros anteriores trouxeram más notícias, e a semana já havia sido bem difícil, com um número de crises, incluindo um assassinato a pouca distância do Parlamento.

O primeiro encontro do Primeiro Ministro com Fudge, logo após sua eleição há muitos anos atrás, foi quando Fudge o informou a respeito do Mundo Mágico e do Ministério da Magia, o corpo governamental dos bruxos no Reino Unido. Depois houve várias outras visitas durante os anos, normalmente para discutir como a comunidade mágica estava afetando os Trouxas.

Logo Fudge aparece via Rede do Flu. A cada visita, Fudge estava com a aparência mais acabada e estressada, e o Primeiro Ministro fica imaginando quais as más notícias que Fudge, parecendo pior do que nunca, trouxe dessa vez. Foi uma semana difícil para Fudge também, que conta os acontecimentos recentes, incluindo uma ponte que caiu e um furacão em West Country, envolvendo a comunidade mágica. O furacão, na verdade, foi uma invenção para encobrir um ataque dos gigantes. De acordo com Fudge, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado retornou, e as crises da semana que passou foram perpetradas por ele e por seus Comensais da Morte. Também, membros de famílias bruxas foram mortos e os dementadores estão espalhados pelos campos, atacando pessoas desde que abandonaram seu posto na prisão de Azkaban. Eles estão cruzando e isso está causando o mau tempo. Fudge que abandonou o cargo de Ministro da Magia depois de não conseguir lidar com o caso Voldemort, veio para apresentar seu sucessor, Rufus Scrimgeour.

Scrimgeour chega através da lareira e informa ao Primeiro Ministro que os bruxos vão aumentar sua segurança. O novo secretário do Primeiro Ministro, Kingsley Shacklebolt, um Auror, foi destacado para protegê-lo. O Primeiro Ministro está aborrecido porque o mundo dos bruxos invadiu o mundo dos Trouxas, mas Scrimgeour e Fudge asseguram que estão fazendo tudo o que podem.



Essa é a terceira vez que na série, que um livro começa sem ser nos Dursleys. É importante mencionar o final desse capítulo. Bem antes, na série, Hagrid explicava a Harry porque o mundo mágico precisava ficar escondido dos Trouxas, então disse, “por favor Harry, todo mundo quer soluções mágicas para seus problemas. Não... melhor sermos deixados em paz.” Nesse capítulo, o Primeiro Ministro repete essa mesma história, dizendo “– Mas pelo amor de Deus... vocês são bruxos! Podem fazer bruxarias! Com certeza são capazes de resolver... bem... qualquer coisa!”

Essa esperança que alguém apareça e resolva os problemas para eles é muito mesmo humana, e um dos pontos fortes desse livro é a precisão e credibilidade desse retrato.

O encontro entre o Primeiro Ministro britânico e o Ministro da Magia é uma rara ocasião quando os mundos Trouxa e bruxo se encontram. Durante séculos os bruxos coexistiram ao lado dos Trouxas, permanecendo cuidadosamente escondidos e separados. E embora sempre tenha havido Trouxas que perceberam a existência dos bruxos, e até mesmo alguns que se casaram dentro dessa sociedade, o que acontece num mundo raramente afeta o outro. Isso muda devido aos violentos ataques de Voldemort, que começam a incluir os Trouxas. Se isso é deliberado ou não, não está claro; Voldemort pode querer que a violência se espalhe sobre o mundo dos Trouxas, como um ato evidente para confundir e intimidar outros bruxos, e para demonstrar o quão longe ele pode ir para adquirir mais poder. Ele também pode estar decidindo violar a divisão que perdura através dos tempos entre os dois mundos, colocando ambos sob seu governo. Seja qual for a intenção de Voldemort, o Primeiro Ministro não tem poderes para proteger seu próprio povo e tem praticamente nenhuma escolha, senão aceitar a ajuda dos bruxos e esperar que Voldemort possa ser derrotado, ou pelo menos, contido dentro de seu próprio mundo.

Talvez seja importante recordar o aviso de Dumbledore para Fudge, no final do livro quatro, “a história vai lembrar de você como o homem que se afastou, e permitiu a Voldemort ter uma segunda chance de destruir o mundo que tentamos reconstruir!” Claramente foi isso que aconteceu. Quando foi revelado que Voldemort estava vivo, portanto mostrando forçosamente que o Ministério de Fudge, ao desacreditar Harry e Dumbledore, estava sistematicamente mentindo para o mundo mágico, a resposta da população em geral, foi rápida. Apesar dos esforços de Fudge para manter o poder, ele foi afastado e substituido por alguém que parecia ser mais dinâmico e mais bem preparado para lutar contra Voldemort e os Comensais da Morte.

O Primeiro Ministro recorda uma visita anterior, quando Fudge mencionou que o governo Trouxa havia lhe pedido informações a respeito das criaturas mágicas perigosas que estavam sendo importadas para a Grã Bretanha, para uma competição dos bruxos: três dragões e uma esfinge. Isso pode confundir alguns leitores, que lembram que havia quatro espécies de dragões na primeira tarefa da competição; no entanto uma delas era um dragão verde galês, e portanto, uma espécie nativa. Lembramos que essa conversa foi antes do nome de Harry sair do Cálice, o plano original bem poderia ser importar três dragões, e quando foi preciso de um quarto, foi usado uma espécie nativa, de modo que não precisariam notificar novamente ao governo Trouxa. É interessante notar, talvez, o tanto de planejamento e improvisação que foi a terceira tarefa, o labirinto. Como vimos, os desafios que Harry enfrentou, são criaturas que não existiam aparentemente até o setembro anterior, e aqui vemos que a esfinge que Harry encontrou no labirinto já tinha sido planejada bem antes da primeira tarefa, em novembro.

Dois pontos são mencionados de passagem: que os Comensais da Morte haviam feito aliança com os gigantes, e que os dementadores haviam abandonado Azkaban, estavam vagando pela Inglaterra e se reproduzindo. Notamos que Dumbledore havia avisado Fudge no livro quatro, que isso ia acontecer, isso parecia visionário, exceto pelo fato de que Harry tinha ouvido Voldemort planejando tudo antes, e certamente contou a Dumbledore.

Notamos que embora o ponto principal desse capítulo seja mostrar ao leitor que o poder mudou de mãos, e assim prepará-los para uma mudança de direção da parte do Ministério, na verdade não ouvimos nada a respeito de como essa mudança será feita. Achamos que isso é porque o livro foi pensado para crianças que tem apenas uma compreensão básica sobre o que o governo faz e como chega ao poder. O leitor maduro deve ficar imaginando como é feita a votação para o Ministério, e se o processo é, de fato, totalmente democrático.


  1. Por que Fudge visitou o Primeiro Ministro Trouxa?
  2. A quem Fudge apresenta ao Primeiro Ministro? Por que?
  3. Por que Fudge foi obrigado a renunciar ao Ministério da Magia?


Estudos Adicionais

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  1. Por que os ataques de Voldemort vazaram para o mundo dos Trouxas?
  2. Fudge foi forçado a renunciar, então por que ele está trabalhando com Scrimgeour?
  3. Por que os dementadores passaram para o lado de Voldemort?
  4. Por que os membros das famílias Bone e Vance foram mortos?
  5. Será que a descrição física de Scrimgeour – cabelo como juba de leão e o rosto cansado e maltratado – representam seu caráter? Em outras palavras, a autora o descreve, intencionalmente, de modo que nós o imaginemos como um homem duro, de temperamento explosivo?


Visão Completa

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Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.


Como era esperado, a eleição de Scrimgeour irá resultar numa direção nova e mais agressiva do Ministério da Magia. Desse modo, Harry, que foi atacado no Profeta Diário, agora será aclamado como “o garoto que viveu” novamente, e como o “Escolhido”. Dessa forma, o Ministério vai tentar usar a fama do rapaz em seu próprio benefício.

No Natal, Scrimgeour tenta convencer Harry a ser visto visitando o Ministério. Como bonus pela sua colaboração, Scrimgeour insinua que Harry poderá ser aceito como Auror, com mais facilidade. Harry logo percebe que isso é suborno, para apoiar o Ministério, para o povo ver que “O Escolhido” concorda com o Ministério; mas ele se nega porque vê que o Ministério ainda está fazendo um trabalho muito fraco. E, embora a posição do Ministério com relação a Voldemort tenha mudado de um extremo ao outro, eles ainda estão evidentemente mais interessados em apresentar uma boa imagem pública, do que trabalhar com solidez, sob a nova liderança de Scrimgeour.

Quando Harry, mais tarde, discute o incidente com Dumbledore, nós descobrimos que Dumbledore havia impedido Scrimgeour de propor a mesma coisa para Harry mais cedo, durante o ano escolar. Dumbledore sabia que Harry jamais aceitaria ser recrutado como marionete do Ministério, e que ele ainda estava muito frágil por causa da morte de seu padrinho.

A discussão entre Dumbledore e Scrimgeour foi se tornando tão alta que foi ouvida e mais tarde veio ao conhecimento do público em geral. Dumbledore revela que essa proposta foi a segunda tentativa do Ministério de subornar Harry. Antes disso, Cornelius Fudge já havia feito uma sugestão parecida para Dumbledore, na tentativa de controlar os danos e manter seu poder, e da mesma forma foi rejeitado.

Além dos comentários acima sobre a mudança de poder no Ministério, notamos que parte da razão para as sombras que encobrem a mudança do titular do cargo, é necessária para uma parte da trama futura. No início do último livro, descobrimos que “o Ministério caiu” nas mãos dos Comensais da Morte, e que Pius Thickness o novo Ministro da Magia está sob a Maldição Imperius.


  • O Primeiro Ministro Trouxa lembra uma ocasião anterior quando Fudge o informou que eles estavam importando perigosas criaturas mágicas para uma competição. Os três dragões que foram mencionados eram para a primeira tarefa e a esfinge era para o labirinto, a terceira tarefa.