Guia dos Trouxas para Harry Potter/Livros/O Cálice de Fogo/Capítulo 30
Capítulo 30 A Penseira
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[editar | editar código-fonte]Aviso: Seguem detalhes do enredo.
Sinopse
[editar | editar código-fonte]O Professor Moody abre a porta e convida Harry a entrar no escritório do diretor. O Professor Dumbledore pede a Harry que o espere enquanto vai com Cornelius Fudge e Moody, inspecionar onde Mr. Crouch apareceu e desapareceu. Sozinho no escritório de Dumbledore, Harry percebe uma luz cintilante. Dentro de um armário, parcialmente aberto Harry vê uma bacia de pedra cheia de uma substância estranha, brilhante. Olhando dentro da bacia, ele vê uma sala de pedra iluminada por tochas, cheia de bruxas e bruxos. Ele chega mais perto para ver melhor e é jogado dentro da sala. Ninguém lá dentro presta atenção nele, e Harry, vendo que Dumbledore e Moody, mais jovens, estão presentes, percebe que está dentro de uma lembrança e se ajeita para assistir.
Numa sala de audiências, um Bartemius Crouch bem mais jovem, está dirigindo os procedimentos. Acorrentado a uma cadeira, Igor Karkaroff negocia sua liberdade, se oferecendo para identificar os Comensais da Morte. Ele nomeia Antonin Dolohov, Evan Rosier, Travers e Mulciber. Todos já haviam sido capturados ou mortos. Karkaroff então cita Augustus Rookwood, que trabalha no Departamento de Mistérios, e estava passando informações para Voldemort. Essa parece ser uma informação nova para a corte, mas Karkaroff deve voltar para Azkaban enquanto a corte delibera. Desesperado, Karkaroff nomeia Severus Snape como Comensal da Morte. Dumbledore interrompe, dizendo que Severus já foi um Comensal da Morte, mas se tornou um agente duplo antes da queda de Voldemort e não é mais um servo do Lord das Trevas.
As lembranças se desvanecem e retornam à mesma sala, com uma atmosfera mais leve. Um jovem Ludo Bagman, está sentado na mesma cadeira, mas não está acorrentado, enquanto responde às acusações de estar colaborando com os Comensais da Morte. Bagman afirma que ele não sabia que Rockwood trabalhava para os Comensais da Morte e acreditava que ele colhia informações para o “nosso lado”. Quando os bruxos votam, Harry compreende que isso é o Wizengamot (o tribunal dos bruxos). Os juízes votam pela liberdade de Bagman, embora Moody e Crouch pareçam aborrecidos com o veredito.
Novamente a lembrança desvanece e reaparece, apenas agora é mais sombria. Uma bruxa e três bruxos sendo um praticamente garoto, estão acorrentados perante Mr.Crouch, acusados de torturar os Aurores Frank e Alice Longbottom, para descobrir o paradeiro de Voldemort. O Wizengamot é unânime em condená-los à prisão perpétua em Azkaban, O garoto é Barty Crouch, Jr. que pede a seu pai para poupá-lo; Crouch, com o rosto duro, renega seu filho, enquanto Mrs. Crouch, chorando, vê Barty ser condenado.
Um segundo Dumbledore aparece subitamente e, segurando Harry pelo cotovelo, o traz de volta a Hogwarts. A bacia, ele diz, é uma Penseira. Quando muitas lembranças e pensamentos tumultuam a mente de Dumbledore, ele escoa os excessos de pensamentos e os guarda ali. Podem ser vistos padrões dentro da Penseira, que não são aparentes à primeira vista. Usando sua varinha, Dumbledore extrai um pensamento e o coloca na Penseira. Harry vê sua própria face lentamente se transformando na de Snape, que diz -“Está voltando... a de Karkaroff também... mais clara e forte que nunca...” Harry pede desculpas por bisbilhotar; Dumbledore responde que a curiosidade não é um pecado, mas é preciso cuidado. Uma figura de uma adolescente então, se ergue da Penseira. É Bertha Jorkins como ela era quando estava em Hogwarts. Ela está se queixando que um garoto a azarou, porque ela contou que ele estava beijando Florence atrás das estufas. Dumbledore pergunta porque ela o seguiu atrás das estufas em primeiro lugar.
Harry então conta seu sonho, mas fica surpreso porque Dumbledore já sabe que sua cicatriz doeu demais nesse verão. Sem Harry saber, Dumbledore estava se correspondendo com Sirius. Dumbledore acredita que esse sonho foi muito incomum e que a cicatriz de Harry dói sempre que Voldemort está por perto ou está sentindo fortes emoções. No sonho, Harry não via Voldemort, apenas a poltrona, de costas, mas não havia mesmo nada para ver: Voldemort ainda não tem um corpo. Dumbledore diz que Voldemort está ficando mais forte, e que quando ele chegou ao poder pela primeira vez, houve desaparições não explicadas; agora já existem três pessoas desaparecidas: Bertha Jorkins, Bartemius Crouch, Sr. e um Trouxa, Frank Bryce. Dumbledore acredita que eles estão ligados, embora o Ministro não ache.
Harry descobre que os pais de Neville, mencionados no final da visão, foram torturados até ficarem loucos, e agora vivem permanentemente no Hospital St. Mungo. É por isso que Neville vive com sua avó. Também que tanto Ludo Bagman quanto Severus Snape não se envolveram mais com qualquer coisa ligada ao lado sombrio, desde o julgamento, e que Dumbledore confia totalmente em Snape. Dumbledore pede que Harry não diga nada sobre os pais de Neville, nem mesmo para Ron ou Hermione. Essa história pertence a Neville e ele contará quando achar que deve. Finalmente ele deseja sorte para Harry na terceira tarefa.
Análise
[editar | editar código-fonte]Os leitores, até agora, viram a história se desenrolar, na maior parte das vezes, pelo ponto de vista de Harry, ou como foi contado a ele por outros personagens; gradualmente, a autora foi acrescentando outros mecanismos para Harry (e os leitores) ficarem sabendo mais informações sobre Voldemort e seus Comensais da Morte. No segundo livro, Harry viu as lembranças de Tom Riddle que estavam guardadas em seu diário. Agora, a Penseira de Dumbledore dá a Harry outros meios de observer acontecimentos históricos em primeira mão. A Penseira também está introduzindo novos personagens do passado, que os leitores podem ver novamente no presente. Isso também esclarece algumas coisas sobre personagens atuais, como Ludo Bagman, que foi interrogado, mas nunca foi condenado como seguidor de Voldemort, embora seu envolvimento fosse aparentemente suspeito para Dumbledore e Moody.
E embora Harry tenha aprendido muito através do diário de Tom Riddle e da Penseira de Dumbledore, essas ainda são lembranças, e podem ser imperfeitas e de alguma forma repletas de pontos de vista pessoais e preconceitos. Reparamos que as recordações de Tom Riddle, embora devam ser bastante fiéis, foram apresentadas de modo proposital, para dar a Harry uma falsa impressão. Suspeitamos que essa não será a última vez que Harry vai ver uma lembrança deliberadamente distorcida. Harry também tem visto, ocasionalmente, acontecimentos em tempo real através de uma ligação mental que existe entre ele e Voldemort. Em geral isso acontece quando ele está adormecido, ele ainda acredita que são apenas sonhos ruins. A ligação mental de Harry com Voldemort pode se tornar o meio de informações mais valioso, uma vez que ele vê as coisas que estão acontecendo no momento, embora ele ainda não tenha utilizado nada disso, não sabendo se o que vê é real. A informação que ele recebe é esporádica e incomplete, se tornando dificil analisar. Também há o perigo que Voldemort possa saber muita coisa através de Harry, se ele descobrir essa ligação; provavelmente é apenas questão de tempo antes que ele descubra.
Dumbledore deve, com certeza, estar depositando suas inúmeras lembranças na Penseira durante muitas décadas, possivelmente muitas que nem são relacionadas a Harry ou Voldemort. Então, como Harry vê apenas lembranças que estão diretamente ligadas aos acontecimentos recentes e que são interessantes para ele? É possivel que Dumbledore quisesse que Harry visse essas lembranças específicas, deixando-o sozinho no escritório no momento certo? O armário aberto parece que era um convite, chamando Harry para bisbilhotar lá dentro. Dumbledore com certeza, estava preparado para não dividir certas informações confidenciais com um aluno. Se ele deixou suas lembranças liberadas assim, foi uma forma de mostrá-las a Harry sem culpa. Também é possível que Dumbledore estivesse apenas vendo essas lembranças, em especial, justamente porque estão ligadas aos acontecimentos recentes, e Harry foi bisbilhotar no momento exato. Tudo isso, no entanto, é pura especulação e não temos respostas.
A Penseira também revela muito sobre Neville Longbottom através do que aconteceu com seus pais. O trauma que Neville sofreu por causa do destino triste de seus pais, pode explicar parcialmente suas dificuldades de memória e de magia. Por alguma razão, Neville resolveu manter o problema de seus pais em segredo; o fato de Harry conhecer a história vai aproximar mais os dois garotos, e Harry compreende que Neville perdeu seus pais para Voldemort da mesma forma que ele.
Para o leitor pouco atento, a aparição de Bertha Jorkins na Penseira pode parece desligada do enredo. No entanto, imediatamente, Dumbledore comenta sobre a curiosidade não ser um pecado, mas que é preciso ter cuidado. O incidente de que Bertha está se queixando, é sobre ela ter sido azarada por causa de sua excessiva curiosidade. Também reparamos que ela está próximo à superfície da Penseira, podendo ser erguer e ficar visível. Nas lembranças de Dumbledore, deve haver muitos casos de alunos que se complicaram por causa da curiosidade; um deles, de fato, está na frente dele nesse momento. A aparição de Bertha indica que ela, seja lá por qual motivo, está nos imediatos pensamentos de Dumbledore. A menção de Dumbledore sobre os diversos sumiços, pode também ser o motivo pelo qual Bertha está em sua mente.
Uma nota extra – é interessante notar que embora as cenas do Wizengamot apareçam sob o ponto de vista de Dumbledore, ele é visto como um espectador. Isso combina com o que aconteceu nas lembranças de Tom Riddle; embora sejam as lembranças de Tom, Harry estava sempre de pé ao lado dele, ao invés de olhar diretamente nos olhos de Tom.
Perguntas
[editar | editar código-fonte]Revisão
[editar | editar código-fonte]- Por que Neville nunca contou para ninguém sobre o que aconteceu aos seus pais? Como esse conhecimento mudou o relacionamento de Harry com Neville?
- Por que Harry fica tão surpreso ao saber que Dumbledore tem se comunicado com Sirius? Por que Sirius nunca comentou isso com Harry?
- Por que Harry esperou tanto tempo para contar a Dumbledore sobre seus sonhos?
- Por que Dumbledore está convencido de que as visões de Harry são mais do que sonhos?
Estudos Adicionais
[editar | editar código-fonte]- Por que Dumbledore se recusa a contar a Harry o motivo de confiar tanto em Snape? A confiança de Dumbledore é justificada?
- Por que o Ministério teima em afirmar que o sumiço de Bertha Jorkins, Mr. Crouch e Frank Bryce não estão ligados? Eles estão? Explique.
- Será que Dumbledore pretendia que Harry visse suas lembranças na Penseira? Existem motivos para acreditar nisso? Se ele queria que Harry visse, por que ele simplesmente não contou tudo a Harry?
Visão Completa
[editar | editar código-fonte]Spoiler
[editar | editar código-fonte]Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.
Sabendo agora, que Harry teve ao menos dois “sonhos” onde via os pensamentos de Voldemort, Dumbledore está começando a entender exatamente qual é a ligação entre a mente de Harry e a de Voldemort. Isso vai causar uma grande ansiedade a Harry no próximo livro, porque Dumbledore sofre muito para conseguir esconder sua ligação com Harry, da possível bisbilhotice de Voldemort através dessa ligação. Dumbledore acredita, com razão, que se Voldemort sabe que ele e Harry têm uma ligação mais importante do que um aluno e seu diretor, ele vai usar isso como arma contra Harry, contra Dumbledore ou contra ambos. Para esconder sua afeição por Harry, Dumbledore vai fazer um grande esforço para evitar todos os contatos com o garoto. O resultado disso é que Harry se sente ferido e abandonado, e vai, em diversas ocasiões, se recusar a contar informações úteis para Dumbledore. Voldemort descobre sobre a ligação entre eles, próximo do Natal, quando através dela, Harry “vê” Mr. Weasley sendo atacado. Logo após essa descoberta, Voldemort vai começar a usar essa ligação para manipular Harry, para que ele roube a Profecia.
Harry vai usar a Penseira novamente, para saber respostas, não apenas sobre Voldemort, mas também sobre seu pai e sua mãe, tia Petúnia e também Snape. Talvez seja interessante notar, que o objetivo primeiro da Penseira na narrative, não seja guardar e procurar ligações entre lembranças existentes como está implicito aqui. Sua função é voltar a mostrar (replay) as lembranças que estão guardadas nela. No próximo livro, ela vai nos mostrar um episódio na vida de Snape. No sexto livro, vamos ver lembranças que pertencem a pessoas que conheceram Voldemort na sua juventude, quando ele ainda era conhecido como Tom Riddle. E no ultimo livro, veremos as lembranças de Snape, tanto de sua juventude quanto de sua vida adulta, dessa forma aprendendo mais um pouco sobre os pais de Harry.
A Penseira também, aparentemente, tem a habilidade de guardar as lembranças fora da mente do usuário; o fato de Snape colocar uma lembrança na Penseira, antes da aula de Oclumencia de Harry, foi aparentemente, para mantê-la fora do conhecimento de Harry, no caso, não muito provavel, que Harry pudesse vencer Snape e ler suas lembranças. Daí concluímos que a magia que permite lembranças serem extraídas da mente, permite que elas sejam copiadas ou movidas: Snape parece pensar que ele está protegendo uma lembrança, pelo fato de movê-la para a Penseira. Isso significaria que a lembrança é removida de sua mente, enquanto uma lembrança antiga do Professor Slughorn, é recuperada duas vezes, o que significa que a primeira, uma copia muito editada, era apenas uma cópia da lembrança original.
Um último comentário deve ser considerado também, com relação ao aparecimento de Bertha Jorkins na Penseira. Dumbledore parece acreditar, que Bertha é o tipo da pessoa que permite sua curiosidade levá-la a confusões. Vamos saber mais tarde, nesse livro, que ela descobriu que Barty Crouch ainda estava vivo, e teve sua memória totalmente alterada, como resultado da descoberta. Ela também caiu nas garras de Voldemort e foi interrogada e morta. Como não vimos nenhum desses acontecimentos diretamente, não podemos ter certeza, mas suspeitamos, pelo que foi contado, que ambos esses caso envolveram a curiosidade de Bertha.
Conexões
[editar | editar código-fonte]- Essa é a primeira vez que vimos a Penseira. O Professor Snape vai guardar suas lembranças ali, por precaução, no próximo livro, quando começar as aulas de Oclumencia com Harry e vai continuar, até que Harry veja essas lembranças, examinando a Penseira quando Snape sai da sala. O Professor Dumbledore e Harry vão usar a Penseira repetidamente no sexto livro, para examinar lembranças que Dumbledore recuperou e que Harry vai usar no último livro para ver a autobiografia de Snape.
- Aqui temos a primeira confirmação de que Snape foi um Comensal da Morte, e aprendemos que Dumbledore acredita em arrependimento. Isso é um assunto recorrente durante toda a série, e apenas será completamente compreendido, quando Harry vir as lembranças de Snape no último livro.
- Embora ainda não tenha sido identificada, a expressão de Snape “está voltando” se refere à Marca Negra, uma técnica combinada, de identificação e comunicação que Voldemort implantou em seus Comensais da Morte. Karkaroff já havia mencionado isso antes, e Snape vai mostrá-la ao Ministério da Magia no final desse livro. Harry faz um bocado de esforço para ver se Draco tem a Marca Negra, durante o sexto livro, e ela será usada pelos Comensais da Morte mais tarde como comunicação no fim desse livro e no último livro da série.
- Aqui nós vamos descobrir porque Neville foi criado pela sua avó. Neville vai ficar furioso pelas indiretas que Draco faz, sobre pacientes com doenças mentais vivendo num hospital, ainda que seja Harry o alvo de Draco, e Ron, Hermione e Ginny vão encontrar os pais de Neville no próximo livro. Bellatrix Lestrange, que vimos também nesse capitulo, vai zombar de Neville por causa do destino de seus pais.