Guia dos Trouxas para Harry Potter/Livros/As Relíquias da Morte/Capítulo 34

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Capítulo 34
De Volta a Floresta
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spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso: Seguem detalhes do enredo.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Esparramado no chão do escritório do diretor, Harry agora compreende seu próprio destino. Sob a Capa da Invisibilidade ele segue até o Hall de Entrada quase atropelando Neville, que está voltando do exterior junto com Oliver Wood. Eles estão carregando o corpo de Colin Creevey para dentro do castelo. Oliver diz que pode fazer isso sozinho, e Neville retorna ao exterior procurando mais vítimas. Harry o segue e se revela para Neville.

Harry diz a Neville que deve ser morto para derrotar Voldemort. Ele diz que Ron e Hermione já sabem, mas por alguma razão, se eles não conseguirem, Neville deve matar Nagini. Neville concorda e Harry põe a Capa de novo e segue para a Floresta Proibida. Vendo Ginny ajudando uma menina caída no caminho, ele fica tentado a parar e falar com ela, mas sabendo que seria impossível para ele continuar se fizesse isso, segue em frente, passa pela cabana de Hagrid e entra na Floresta.

Os dementadores pairando sobre a entrada da Floresta bloqueiam o caminho de Harry e ele perde as forças para conjurar outro Patrono. Harry pega o Pomo de seu bolso. Recordando sua inscrição “Eu abro no fecho” ele percebe que isso se refere à morte. Apertando o Pomo entre seus lábios, ele sussurra, “estou quase morrendo”. O Pomo se abre e revela o anel Peverell, e Harry percebe que ele contém a Pedra da Ressurreição. Ele vira a pedra três vezes e as sombras (fantasmas) de James Potter, Lily Potter, Remus Lupin e Sirius Black aparecem. Todos parecem fantasmagóricos mas tem uma aparência melhor e mais sólida do que apenas espíritos, Lupin e Sirius parecem mais jovens e os dois parecem alegres.

Sua mãe e seu pai falam com Harry , dizendo a ele como estão orgulhosos de sua bravura, e sua presença é um conforto que prepara Harry para morrer. Harry pergunta se morrer dói, mas Sirius diz que não tem dor e é mais fácil do que dormir. Harry diz a Remus que ele sente muito ter morrido logo depois do nascimento de seu filho. Embora Remus sinta muito por não ficar para seu filho, ele também está contente porque Teddy vai crescer num mundo melhor, que a morte de seu pai ajudou a construir e ele espera que Teddy compreenda porque seu pai morreu, quando lhe contarem. Todos os quatro prometem ficar com Harry e protegê-lo para passarem pelos dementadores, agindo como Patronos. Sirius também assegura que serão invisíveis para Voldemort, uma vez que a lembrança deles é parte de Harry . Harry consegue forças para seguir apenas porque os espíritos permanecem com ele.

Harry vai passando através das árvores espessas e emaranhadas, sem perceber nem onde está indo: os espíritos permanecem junto, ao seu lado e parecem guiá-lo. Quando chega próximo ao acampamento de Voldemort, Yaxley e Dolohov acham que escutaram algo, mas acham que deve ter sido algum animal. O tempo que Voldemort deu a Harry está quase acabando e parecem que Harry Potter não vai aparecer. Ainda coberto pela Capa Harry entra na clareira onde vê dois gigantes e os Comensais da Morte de Voldemort, incluindo Bellatrix e Fenrir, que está farejando em volta enquanto Lucius e sua esposa Narcissa, embora estejam lá, parecem derrotados e apreensivos. Harry reconhece o acampamento como o antigo covil de Aragog, seus descendentes foram forçados pelos Comensais da Morte a lutar ao lado de Voldemort.

Voldemort grita que pensou que Harry viria, mas ninguém responde. Harry tira a Capa e a enfia, junto com a varinha sob sua veste. A Pedra da Ressurreição cai pelos seus dedos e os espíritos desaparecem. Voldemort fala novamente. “Eu estava, parece... enganado.” Harry responde alto, “Você não estava.” Hagrid bem amarrado a uma árvore próxima, grita avisos para Harry , mas Rowle o silencia. Quando seus últimos pensamentos se voltam para Ginny, Voldemort lança a Maldição da Morte sobre ele.

Análise[editar | editar código-fonte]

As lembranças de Snape responderam a muitas perguntas e a verdade não é aquela que o leitor ou Harry esperavam. Não somente parece que as dúvidas e medos sobre Dumbledore foram justificados, mas ele aparentemente protegeu Harry todos aqueles anos, apenas para completar seu último plano, que era sacrificar Harry para derrotar Voldemort. Surpreendentemente, Harry aceitou tudo isso e foi enfrentar Voldemort cara a cara por sua conta, para encontrar seu destino e salvar os outros.

Snape também está vingado, e seu heroísmo e sacrifício são finalmente revelados. Ainda que isso não desculpe todo o comportamento de Snape, se Harry sobreviver irá se reconciliar com com essa profunda e antiga raiva pelo professor brigão, com uma nova gratidão ao homem trágico que o protegeu e ajudou em sua missão, perdendo sua vida no processo.

A conversa rápida de Harry com Neville sobre Nagini precisar ser morta, mostra muito bem como Harry está cada vez mais consciente de que não está só nessa luta, nem ela é limitada apenas a ele mesmo, Ron e Hermione. Ele vê que a batalha de Hogwarts não ocorre para si e sim sob sua bandeira, e ele testemunhou os sacrifícios que os outros estão fazendo para derrotar Voldemort. Talvez sua nova consciência sobre os sacrifícios de Snape tenham ajudado em sua compreensão. Em qualquer circunstância, mesmo quando ainda guarda detalhes sobre sua missão, ele agora mostra mais desejo de pedir ajuda sempre que for preciso.

O único conforto de Harry ao enfrentar a morte é poder se reunir a seus pai, seu padrinho e Remus, embora diferente do irmão do conto, ele perceba que a fronteira entre os vivos e os mortos só possa ser atravessada permanentemente em uma direção. Compreendendo e aceitando isso, Harry se torna um Mestre da Morte. Ele percebe que foi justo chamar os espíritos de James e Lily apenas para que eles o escoltem até o Outro Mundo, ao invés de ressuscitá-los do túmulo. Encontrar os seus pais e ouvir suas palavras, completam sua necessidade emocional de amor e aprovação. Eles também lhe dão conforto e o guiam quando ele vai encontrar a própria morte.

Aqui também vemos o profundo amor de Harry por Ginny. Primeiro Harry a vê quando abandona Horgwarts, ele gostaria de dar adeus, mas sentindo que não conseguiria continuar, ele evita. Também e talvez mais evidente é quando Harry enfrenta a morte, é apenas de Ginny que ele lembra e do seu beijo, ao invés de seus pais, ou mesmo de Cho Chang, deixando claro que foi Ginny que foi, na sua vida o maior conforto e alegria. Da parte de Ginny, conforme Harry passa por ela, acredita que ela sentiu que era ele, embora estivesse sob a Capa da Invisibilidade. Embora não pudesse saber com certeza, uma vez que não olhou para trás, isso indica sua fé no amor de Ginny.

Reparamos que Harry dá a Neville a tarefa de matar Nagini, no caso Ron ou Hermione não possam fazê-lo ou se estiverem mortos. Embora Harry confie totalmente em Neville para fazer essa tarefa, ele provavelmente estivesse perturbado por sua morte próxima e se esqueceu de explicar a Neville como matar um Horcrux. Se isso é, de fato, o que Nagini é, então ela deve ser morta pelo mesmo método que destruiu outros Horcruxes, embora Neville não saiba nada sobre isso. Se Neville tentar matar Nagini por um método convencional, sua vida certamente será perdida.

Perguntas[editar | editar código-fonte]

Revisão[editar | editar código-fonte]

  1. Ao contrário do irmão no conto das Relíquias da Morte, porque Harry sente que é justo chamar seus pais espíritos?
  2. O que significa “Eu abro no fecho”? Por que Harry agora entende seu significado?

Estudos Adicionais[editar | editar código-fonte]

  1. Quando Harry chama o espírito de seus pais, Sirius e Lupin, por que ele também não chamou Cedric Diggory, “Olho-Tonto”, Dumbledore ou Fred Weasley?
  2. Por que Harry largou a Pedra da Ressurreição na hora em que confrontou Voldemort?
  3. Dumbledore tinha razão em proteger Harry apenas para sua vida ser sacrificada para derrotar Voldemort?
  4. Por que Harry aceitou tão rápido o destino que Dumbledore aparentemente decretou para ele?

Visão Completa[editar | editar código-fonte]

Spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.


A morte de Harry , como podemos prever a partir dos dois grandes capítulos que faltam, não acontece nessa conjuntura, o atual intento de Dumbledore é revelado no próximo capítulo. Lá vamos ver que Dumbledore sabia que Voldemort por suas próprias ações, tinha, sem intenção, extendido a Harry a proteção contra qualquer coisa que ele pudesse infligir ao rapaz. Harry não sabia que a extensão dessa proteção tinha acontecido, e havia esperado morrer quando enfrentasse Voldemort.

Temos aí, uma leve sugestão de que Harry sabe alguns aspectos do plano de Dumbledore. Repare que Harry esconde com cuidado a varinha capturada de Draco, sob sua camisa, junto com a Capa da Invisibilidade. Não se sabe porque ele fez isso, se ele esperava morrer. Ele talvez acreditasse ou pelo menos tivesse esperança, de estar protegido pela Elder Wand uma vez que essa varinha pode agora reconhecer qualquer um que use a varinha de Draco, como seu mestre; Harry pode simplesmente querer evitar que Voldemort use a Capa da Invisibilidade e capture a varinha de Draco, o que garante a ele o poder total da Elder Wand.

Alternativamente, pode ser que Harry esteja simplesmente removendo qualquer tentação de duelar com Voldemort usando a varinha de Draco e a Capa, acreditando que tudo isso é para proteger os que estão em Hogwarts. De qualquer maneira, o fato de Harry esconder a varinha e a Capa, ao invés de descartá-las, também pode indicar que ele mantém alguma esperança, ainda que leve, de sobreviver ao encontro. Uma vez que ele não tem como saber que ainda mantém proteção do sangue, essa pequena esperança se deve à Elder Wand e sua lealdade atual.

Através da conversa com Snape no capitulo anterior, sabemos porque Harry precisa enfrentar Voldemort. Nesse capitulo é revelado que Harry carrega um fragmento da alma de Voldemort e que isso deve ser destruído para acabar com a imortalidade de Voldemort. Devemos mencionar que isso funciona como um Horcrux, mas, não é um verdadeiro Horcrux; o fragmento da alma está simplesmente colado na alma de Harry, não foi ligado a ele pela magia necessária para fazer de Harry um Horcrux. Essa destruição do fragmento de alma não exige a destruição de seu portador (Harry). Por isso, Harry pode sobreviver ao encontro com Voldemort.

O capítulo final revela que a única razão pela qual Harry vai tão sem medo para o encontro, é porque ele suspeita que o que será sua morte, ainda será rebatida pela proteção da morte de sua mãe. Harry acredita, corretamente, que sua morte irá proteger Hogwarts, o local que ele ama, e todos os que lá estão, da magia de Voldemort.

O fato de Harry largar a Pedra da Ressurreição, foi uma decisão consciente. Não se sabe quantas vezes ela foi usada, historicamente, ela era apenas uma relíquia dos Peverell. Mas Harry viu que seus efeitos podem ser fatais, Dumbledore foi tentado a experimentar e chamar de volta sua família usando a Pedra, o dono original da Pedra, conta a lenda, se matou ao perceber que nunca poderia de fato, se reunir ao seu amor perdido desse lado do Véu. Harry, como visto acima, não usou a Pedra para chamar seus entes queridos de volta à vida, ou a uma pálida imitação de vida; ao invés disso, ele os chamou, em parte, para ter certeza de que há uma vida após a morte, e em parte para se sentir confortado naquilo que ele acredita, são seus momentos finais. Harry está maduro o bastante para saber que essas sombras não são e nunca poderão ser as pessoas de quem ele se lembra e sente, que de fato, a habilidade de conjurar os mortos não pertence ao mundo dos vivos. A Pedra, agora sob o solo profundo e escuro da Floresta Proibida, dificilmente será encontrada novamente, até porque, Harry não tem intenção de dizer onde ele a largou.