Guia dos Trouxas para Harry Potter/Livros/As Relíquias da Morte/Capítulo 33

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Capítulo 33
A História do Príncipe
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spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso: Seguem detalhes do enredo.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Depois de testemunhar a morte de Snape, Harry ouve a voz magicamente amplificada de Voldemort, falando para todos em Hogwarts e especificamente para Harry, dando a ele uma hora para se render e ameaçando matar a todos se ele não obedecer. Harry, Ron e Hermione retornam a Hogwarts através do túnel e Ron e Hermione entram no Grande Salão, onde os defensores estão se reagrupando e muitos estão feridos e outros mortos. Harry vê Fred, Lupin e Tonks entre os mortos. Sem poder suportar essa visão Harry corre até o escritório do diretor, onde todos os quadros estão vazios e encontra a Penseira de Dumbledore. Ali, Harry entorna as lembranças de Snape e rapidamente saindo de sua própria mente, ele entra nas lembranças de Snape.

Ele se encontra num playground. Um menino novinho e miúdo, que Harry reconhece como Snape, está olhando para duas meninas, Petunia e Lily Evans, por trás de um arbusto. Depois que Lily mostra alguns estranhos truques para a irmã mais velha, sem saber que aquilo era magia, Snape emerge do arbusto e informa a Lily que ela é uma bruxa e ridiculariza Petunia como Trouxa. Insultada por ser chamada de bruxa, Lily segue sua irmã indignada e vai embora, deixando Snape amargamente desapontado. Parece que ele estava planejando isso há muito tempo mas tudo deu errado.

A cena se dissolve e se torna uma nova. Snape está contando para Lily sobre Hogwarts e magia, incluindo Azkaban e os dementadores. Quando Lily pergunta sobre os pais de Snape, ele diz que eles ainda estão brigando, revelando a vida familiar triste de Snape. Quando Petunia aparece e insulta Snape um galho da árvore quebra e cai sobre ela. Acusando Snape de quebrar o galho, Lily vai embora, deixando-o infeliz e confuso.

A cena muda numa lembrança diferente. Snape está de pé na Plataforma 9 e Três Quartos junto de uma mulher magrinha com uma cara azeda, que Harry reconhece como a mãe de Snape, Eileen Prince. Snape está olhando para a família de Lily. Petunia e Lily estão brigando, Petunia chama Lily de freak (aberração) por ser uma bruxa, e Lily responde que Petunia não achava isso quando escreveu uma carta para Dumbledore pedindo uma vaga na escola. Petunia envergonhada percebe que Lily e Snape leram a carta então os xinga, e eles partem brigados.

A cena muda novamente e dentro do Expresso de Hogwarts, Snape encontra um compartimento com Lily e dois rapazes. Ela está chateada com as palavras cruéis da irmã. Snape começa a dizer que Petunia é só uma Trouxa, mas ao invés disso ele avisa que estão saindo para Hogwarts. Quando ele comenta que seria melhor se ela estivesse na Slytherin, um dos rapazes, o jovem James Potter, comenta com desdém para seu amigo (Sirius Black) que ele prefere sair de Hogwarts do que ficar na Slytherin e que prefere a Gryffindor. Sirius comenta que toda a sua família tem sido Slytherin. Snape começa numa discussão com os dois, Sirius e James, até que uma indignada Lily pede a Snape para segui-la para outro compartimento.

E a cena se dissolve novamente dentro do Grande Salão de Hogwarts, durante a cerimônia de escolha. Lily é escolhida para a Gryffindor, para a tristeza de Snape. Remus Lupin, Peter Pettigrew e James Potter também vão para a Gryffindor, junto com Sirius Black. Finalmente Snape é sorteado para a Slytherin. Já na mesa da Slytherin ele recebe um tapinha nas costas do monitor Lucius Malfoy.

A próxima cena mostra Lily e Snape brigando, Lily diz que eles ainda são amigos embora ela deteste suas companhias, dando os nomes de Avery e Mulciber especificamente. Snape contra ataca mencionando a confusão que James e seus amigos causam e dá a dica de que Lupin é um lobisomem. A briga termina e Snape fica satisfeito quando Lily diz que James é um “lixo arrogante.”

A cena muda para a sexta série e a mesma lembrança que Harry viu antes que fosse arrancado da Penseira durante a aula de oclumencia. Harry manteve distância de alguma forma não se preocupando em observar essa lembrança novamente. Ela termina quando ele ouve Snape gritar “Sangue Ruim” para Lily.

A cena muda para a noite em frente a Torre da Gryffindor. Snape está com remorsos por ter chamado Lily de Sangue Ruim e ameaçou dormir do lado de fora da entrada se ela não viesse vê-lo. A despeito de suas desculpas desesperadas, Lily estava muito brava e já está cheia de Snape portanto não vai perdoá-lo e desaprova que os amigos dele sejam Comensais da Morte. Ela o abandona e a cena se dissolve.

A cena demora a mudar e agora Harry vê uma colina na escuridão. O adulto Snape está ofegante e andando devagar, parece estar esperando alguma coisa. Um jato de luz branca voa pelo ar e Snape é desarmado e cai de joelhos. Dumbledore pergunta qual a mensagem que ele trouxe de Voldemort. Ele admite que entregou tudo o que ouviu da Profecia de Sybill Trelawney, para Voldemort e que Voldemort acredita que a criança escolhida é o filho de Lily. Ele revela que Voldemort planeja caçar e matar toda família. Dumbledore está desgostoso porque Snape pediu a Voldemort para poupar a vida de Lily apenas, sem se preocupar com o marido e o filho. Envergonhado por ter sido repreendido, Snape então pede a Dumbledore para esconder toda a família. Surpreendendo Snape, Dumbledore pergunta o que ele daria de volta. Depois de um longo momento Snape responde, “Tudo”.

A troca para o escritório de Dumbledore. Snape abatido pela tristeza está jogado sobre uma cadeira com um olhar severo Dumbledore está de pé atrás dele. Snape pergunta por que Dumbledore falhou em manter Lily e sua família a salvo. Dumbledore responde que eles colocaram fé na pessoa errada, tanto quanto Snape acreditou que Voldemort ia poupar a vida de Lily. Ele diz que seu filho Harry, sobreviveu. Snape gostaria que ele estivesse morto junto com Lily, e Dumbledore diz a ele que se de fato amasse Lily iria ajudar a proteger Harry quando Voldemort voltasse. Snape concorda relutante. Ele faz Dumbledore prometer que jamais contaria a ninguém que ele está protegendo o filho de James Potter.

A cena muda outra vez e Snape está criticando Harry para Dumbledore, dizendo que ele é como James Potter. Dumbledore responde que ele vê o que quer ver no garoto enquanto os outros professores dizem que Harry é modesto, agradável e bastante talentoso. Pessoalmente, Dumbledore diz, ele acha Harry uma criança cativante. Ele pede a Snape para ficar de olho no Professor Quirrell.

Com um turbilhão de cores tudo muda outra vez e Snape e Dumbledore agora estão de pé no Hall de Entrada ao final do Baile de Inverno. Snape diz a Dumbledore que a marca negra de Karkaroff está ficando mais escura e ele está planejando fugir se a marca queimar. Quando Dumbledore pergunta a Snape se ele está tentado a fazer o mesmo, Snape nega e diz que não é um covarde. Dumbledore então comenta que talvez os alunos sejam escolhidos cedo demais, deixando Snape chocado.


A cena se dissolve pela décima segunda vez e volta ao escritório do diretor outra vez. Dumbledore está semi consciente e sua mão direita está enegrecida e pendurada sobre uma lateral da mesa. Snape está murmurando encantamentos e empurrando um líquido dourado pela garganta de Dumbledore. Quando Dumbledore recobra a consciência, Snape pergunta porque ele experimentou o anel. Dumbledore diz que foi um tolo, o anel de Marvolo Gaunt está sobre a mesa, quebrado que foi pela Espada de Gryffindor, que está próxima dele. Snape diz que é um milagre ele ter chegado até Hogwarts porque a maldição é extraordinariamente poderosa. Snape acredita que Dumbledore deve ter apenas um ano de vida, isso foi tudo o que ele conseguiu para conter a maldição. Dumbledore responde que isso torna as coisas mais fáceis para decidir e começa a discutir o plano de Voldemort envolvendo Draco matando Dumbledore. Snape diz que isso foi apenas para punir os Malfoys e que esperam que Draco falhe. Dumbledore imagina que quando Malfoy falhar, Voldemort vai querer que Snape acabe com ele, dizendo que Voldemort sente que ele logo, logo, não vai precisar de um espião em Hogwarts mais, uma vez que a escola ficará sob seu controle. Dumbledore faz Snape prometer cuidar dos alunos nesse caso e ser aquele que vai matá-lo. Snape questiona isso e Dumbledore diz que ele vai ajudar um velho a morrer. Ele prefere morrer do seu próprio jeito, pelas mãos de Snape e não dos inimigos como Bellatrix e Fenrir Greyback. Snape relutante concorda e a cena acaba.

Na cena seguinte, Snape e Dumbledore estão passeando pelos jardins do castelo à noite. Snape pergunta o que Dumbledore tem feito com Harry todas as tardinhas e Dumbledore responde que ele tem informações que tem que dar a Harry antes que seja muito tarde. Snape pergunta se ele não é mais tão confiável para receber as mesmas informações e Dumbledore responde que ele não gosta de manter todos os segredos numa cesta só. Eles discutem sobre Snape ter sido um agente duplo seguindo as ordens de Dumbledore e que Harry não é mais leal do que Snape. Dumbledore começa, no entanto, a seguir com seu plano para Snape, porém Snape está muito zangado porque Dumbledore se recusa a contar a ele o que disse a Harry e ameaça ter mudado de idéia sobre matar Dumbledore. O diretor lembra a ele, que ele deu sua palavra e que ele também tem que ficar de olho em Draco. Snape parece insatisfeito de modo que Dumbledore o convida para ir a seu escritório essa noite.

Novamente a cena muda para o escritório de Dumbledore. Ele diz a Snape que Harry não pode saber de nada até o último momento, e que depois da morte de Dumbledore chegara um tempo em que Voldemort temerá pela vida de Nagini. Ele explica a Snape que quando Voldemort mantiver Nagini protegida magicamente e sempre à sua vista, Snape deve contar a Harry que ele é o sétimo Horcrux, criado, sem querer por Voldemort, e que Harry tem morrer para que Voldemort possa ser morto. Snape se sente enganada e chateado porque Dumbledore o fez proteger o filho de Lily, apenas para vê-lo morrer. Dumbledore pergunta se Snape se apegou a Harry, mas Snape rejeita essa possibilidade e lança seu Patrono, uma corça prateada. Dumbledore chocado pergunta a Snape, “Depois de tanto tempo?” ao que Snape responde, “Sempre”.

Essa cena muda para Snape conversando com o quadro de Dumbledore. Dumbledore diz que Snape deve dar a Voldemort a data correta da partida de Harry, se quiser que Voldemort acredite nele. Snape também deve sugerir que os similares de Potter devem ter usado a poção Polissuco, para isso ele pode usar Mundungus Fletcher.

A cena muda para Snape cara a cara com Mundungus numa taverna. Snape usa o Confundo nele para que ele sugira usar múltiplos Potters, e esquecer que viu Snape ou que a idéia foi dele.

Outra cena agora, Snape voando numa vassoura à noite. Acima estão Lupin e George disfarçados de Harry. Snape lança um Sectumsempra sobre um Comensal da Morte para evitar que amaldiçoe Lupin, mas o feitiço se perde e acerta George cortando a orelha dele.

Outra cena, agora no quarto de Sirius em Grimmauld Place. Snape está chorando enquanto lê a carta de Lily para Sirius. Ele pega a segunda página que contém a assinatura de Lily e separa a imagem dela da foto com Harry, depois vai embora.

A cena muda outra vez e Snape está no escritório do diretor. O retrato de Phineas Nigellus diz que Hermione e Harry estão na Floresta de Dean. O retrato de Dumbledore parece contente e diz a Snape para colocar lá a Espada de Gryffindor, sem ser visto. Snape diz que tem um plano, remove a Espada de trás do retrato de Dumbledore e vai embora.

Harry volta a si, deitado no tapete no mesmo aposento que acabou de ver Snape sair.

Análise[editar | editar código-fonte]

Foi mencionado que Rowling é muito habilidosa no que chamamos de “fazer uma armação e depois pagar a dívida”. Aqui temos um exemplo clássico. Os primeiros seis livros criaram uma grande armação, desde a primeira história quando Snape é apresentado, e assim vai ao longo da série, quando o conflito com Snape é mostrado repetidamente.

Enquanto os leitores aceitam a crença de Harry de que Snape não é confiável, as evidências mostram que Snape estava protegendo Harry, desde o primeiro livro. Aqui entra o pagamento, quando é revelado que Snape tem estado entre os mais firmes e constantes protetores, a despeito do seu horror pelo pai de Harry, porque ele fez uma promessa baseada no amor pela mãe de Harry.

Os constantes conflitos internos de Snape ajudaram a fazer dele um personagem intrigante. Seu amor por Lily nunca diminuiu, e embora Harry não soubesse, foi por isso que Snape o protegeu. A aparente maldade de Snape em relação a Harry na verdade resulta da permanente raiva e do ressentimento em relação a James Potter; Harry era apenas uma lembrança infeliz e um alvo conveniente. Quando Snape está próximo da morte, ele pede para olhar nos olhos de Harry, presumivelmente porque é como se estivesse olhando nos olhos de Lily.

Além disso descobrimos porque Petunia fazia pouco de Lily e portanto de Harry, filho de Lily, Por que ela nasceu sem nenhuma habilidade magica. Petunia odiava magia e qualquer coisa ligada ao reino mágico. Como Petunia pediu permissão para frequentar Hogwarts, e isso foi negado fica claro que o fato dela rejeitar o mundo da magia seja apenas inveja e retaliação, por nunca a terem aceito, uma característica muito humana. Podemos inferir que ela casou com Vernon Dursley, porque ele possuía uma natureza muito obstinada não mágica e fica claro que o tratamento cruel que ela infligia a Harry era parte desses sentimentos todos.

Julgando pelo dito acima, podemos ver que Snape e Petunia partilham certas similaridades em suas personalidades. A ambos foi negado o que mais desesperadamente desejavam e cada um manifestava sua inveja e desapontamento como raiva dirigida a Harry. No caso de Petunia sua raiva era devida à inveja das habilidades magicas de sua irmã, enquanto Snape estava consumido pelo rancor por James e sua dor por ter perdido Lily. Petunia nunca conseguiu abandonar esses sentimentos e nunca deixou de odiar Harry durante sua vida. Snape que permaneceu amargo com relação a James, levou adiante essa amargura na direção de do filho de James, Harry; isso foi piorado pela própria antipatia e desrespeito de Harry pelo próprio Snape.

Muito embora a atitude de Snape com relação a Harry também fosse parte de sua máscara, que o ajudou a permanecer acreditado por Voldemort, que o mataria na hora caso o visse protegendo Harry. Há ainda muitas outras revelações, grandes e pequenas. No livro cinco, Petunia Dursley diz, “Eu ouvi – aquele garoto horroroso -falando com “ela” sobre eles – anos atrás.” “Ela” é claro, é Lily, sua irmã, e “eles” se refere aos dementadores, a quem Petunia identificou como sendo os guardas de Azkaban. É interessante notar que “aquele garoto horroroso” era Severus Snape. Conhecendo Petunia, esperávamos que isso se referisse a James Potter.

As lembranças de Snape mostram mais uma coisa inesperada. Há tempos atrás, Harry viu, no livro cinco, num capitulo chamado “A Pior Lembrança de Snape”. Considerando a extrema humilhação que Snape sofre pelas mãos de James Potter, já teria sido razão suficiente para ser sua “pior lembrança”. No entanto, sabendo dos sentimentos profundos de Snape por Lily, a lembrança adquire um outro sentido: é a pior porque uma palavra falada ali, terminou para sempre com sua amizade com Lily Evans, que mais tarde casou com James e deu à luz, Harry.

Embora nunca tenha sido dito explicitamente, é claro que, Dumbledore observando os alunos retornarem do Baile de Inverno, comente que talvez, os alunos sejam escolhidos muito cedo. Snape fica chocado com esse pensamento porque seu verdadeiro lugar é Hogwarts desde criança, e sua vida inteira, poderia ser diferente caso o Chapéu Seletor tivesse esperado até que ele compreendesse melhor seus próprios desejos.

A conversa entre Snape e Dumbledore nos jardins do castelo, aparecem como a décima quarta, é uma que nós ouvimos pedaços antes. Aparentemente, essa discussão aconteceu no ano anterior, sexto livro, logo antes do aniversário desastroso de Ron. Foi ouvida parcialmente por Hagrid, que, em sua usual falta de habilidade para guardar segredos, a passou aos pedaços do que ouviu para Harry e Hermione.

A seguinte conversa no escritório de Dumbledore acaba sendo, talvez, uma das revelações mais importantes de toda série. Dumbledore finalmente explica a Snape a razão, o porque Harry tem uma conexão com Voldemort, porque Harry pode ver a mente de Voldemort e vice versa, e porque Harry pode falar com as cobras. Acontece que parte da alma de Voldemort ficou agarrada em Harry quando a maldição ricocheteou e desde então vive dentro do rapaz . Harry era o Horcrux que Voldemort não pretendia fazer e até que Harry seja morto, Voldemort não poderá morrer. Snape fica horrorizado ao descobrir isso e mostra um lado do seu caráter que ainda não tínhamos visto. Ele acusa Dumbledore de manipular a vida de Harry, de criá-lo e protegê-lo para que no tempo certo Harry pudesse procurar, voluntariamente Voldemort e se permitir ser morto. Quando Dumbledore vê Snape tão zangado porque Harry deve morrer, ele pergunta se Snape criou um carinho especial por Harry. Sabemos que Snape ainda ama Lily, seu Patrono tem a forma de uma corça, que, acreditamos Dumbedore reconhece, é uma lembrança de Lily. Pela forma do Patrono de Snape, o leitor reconhece que foi Snape, na verdade, quem colocou a Espada de Gryffindor na floresta e guiou Harry até ela; isso é confirmado na cena final das lembranças de Snape..

Outra revelação interessante ocorre na cena onde Snape está curando Dumbledore após o ferimento em sua mão. Sabemos que isso deve ter ocorrido antes que Narcissa Malfoy e Bellatrix Lestrange visitam Snape, porque, Snape então comenta sobre o ferimento. Quando Snape termina de curar Dumbledore, este pergunta sobre o plano de Voldemort para Draco matá-lo. Se Snape está sabendo ou não desse plano, com certeza é novidade para ele que Dumbledore saiba a respeito. Embora não saibamos como Dumbledore descobriu, é um choque para Snape e uma pequena revelação para o leitor, saber que Snape não é o único informante de Dumbledore dentro do circulo íntimo de Voldemort.

Foi sugerido que ao invés de um informante, a informação de Dumbledore sobre a missão de Draco, veio até ele pelo deluminator. A experiência de Ron mostra que ele permite a quem o segura, sob certas circunstâncias, ouvir as conversas nas quais seu nome é mencionado, e visitar o local onde a conversa está ocorrendo. No caso de Dumbledore, isso teria sido mais difícil, é claro, enquanto Ron com certeza é mencionado por apenas um único grupo de cada vez, Dumbledore, por causa de sua fama, seria mencionado em muitas conversas, difícil monitorar qual ele vai escolher para saber o que estão falando sobre ele. Se Dumbledore estivesse monitorando através do deluminator e tivesse algum método de filtrar as conversas sobre ele, é possível que ele tivesse ouvido Voldemort dar a missão a Draco, ou discutindo com Snape sobre a missão de Draco.

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Perguntas[editar | editar código-fonte]

Revisão[editar | editar código-fonte]

  1. Como Harry conseguiu entrar no escritório do diretor que precisa de uma senha para entrar?
  2. Baseado no que acabou de descobrir, o que Harry deveria fazer a seguir?

Estudos Adicionais[editar | editar código-fonte]

  1. De que maneira Harry, que odiava Snape e desconfiava dele, vai conseguir lidar com a realidade, que Snape era leal a Dumbledore e tinha protegido Harry, sempre com grande perigo para si mesmo?
  2. É possível que Lily tivesse sentido mais do que amizade por Snape? Será que ela gostaria mais de Snape do que de James?
  3. Por que e como Lily, que inicialmente desprezava James, se apaixonou por ele?
  4. Por que Dumbledore chama a mãe de Harry de "Lily Evans" ao invés de "Lily Potter" quando está convencendo Snape a mudar de lado? Isso foi depois de Lily casar com James e pouco antes de Harry nascer.
  5. Agora que Harry sabe o motivo da amargura e ressentimento de Tia Petúnia por ele, o relacionamento deles pode mudar? Explique.

Visão Completa[editar | editar código-fonte]

Spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.

É interessante notar que de todos que são próximos a ele, Dumbledore em geral faz confidências a Snape, embora até esse capitulo, Minerva McGonagall sempre havia aparecido como sua confidente mais próxima. Antes, Snape sempre aparecia à margem e sua verdadeira lealdade era questionável. Agora é revelado que Dumbledore e Snape tinham um relacionamento de amizade muito forte, forjado por uma busca em comum. Quando lhe perguntavam se confiava em Snape, Dumbledore sempre falava de uma história nebulosa, mas nunca elaborou. Agora, não apenas vimos a que ele se referia – ao amor imortal e não correspondido de Snape por Lily – mas também porque Dumbledore se recusou a contar: Snape conseguiu que ele prometesse jamais contar. Finalmente compreendemos porque Dumbledore confiava em Snape implicitamente, e vice versa, e a nossa fé e a de Harry em Dumbledore é reafirmada.

Também é importante notar que esse capítulo explica totalmente porque Snape estava tão ansioso para ver Sirius Black entregue aos dementadores e porque ele manteve seu ódio por Sirius, mesmo depois que ambos perceberam que estavam do mesmo lado. Sirius Black foi acusado de ser parte do assassinato de Lily. A Ordem da Fênix também acreditava, assim como o Ministério, que Sirius havia traído James e Lily. Snape queria se vingar de Sirius pela perda de seu amor, assassinada. Mesmo depois que a inocência de Sirius foi estabelecida, Snape continuou a odiar Sirius, até porque o ressentimento dos seus tempos de escola em Hogwarts também alimentavam essas emoções. Snape pode também ter culpado Sirius por permitir que James confiasse em Peter Pettigrew, assim sem querer ter causado a morte de Lily.

O fato principal que Harry entende dessa mensagem que Dumbledore havia pedido a Snape para passar para Harry foi: que Harry deve permitir ser morto para que o último Horcrux seja destruído. Também é crítico na história que Snape tenha oferecido todas essas lembranças para Harry. Snape não tinha tempo, e era esperto o bastante para reconhecer a profunda desconfiança de Harry e seus motivos. Ainda que tivesse mais tempo, Snape sabia que não conseguiria convencer Harry que Dumbledore queria que ele se submetesse a Voldemort. Entregar a Harry a história passada de Harry e seus pais de modo completamente crível, não importa o quanto negativo isso fosse para Snape, era a única maneira de fazer Harry aceitar a verdade sobre a lealdade de Snape. De fato, dado à habilidade de Snape em oclumencia, apenas com Snape in extremis (morrendo) é que Harry poderia aceitar essas lembranças como verdadeiras. Se Snape não estivesse nos momentos finais de sua vida, Harry, com certeza não teria acreditado nas suas lembranças, acharia que fossem possivelmente editadas.

Devemos ser cuidadosos com as palavras aqui, claro; repare que enquanto Snape se refere ao fragmento de alma como Horcrux, Dumbledore não o faz. Isso, afinal, é crítico para o futuro de Harry; um Horcrux é ligado magicamente ao seu repositório e este deve ser destruído para destruir o Horcrux. O fragmento de alma que está em Harry, enquanto agindo como um Horcrux, e sendo assim, prende a alma de Voldemort à terra, não está pregado em Harry, mas simplesmente pendurado nele e pode ser separado de Harry e destruído de formas menos destrutivas para Harry.

No entanto, Harry está tão chocado pelas outras implicações dessa conversa, para discernir os esses pontos delicados; ele acabou de descobrir que para derrotar Voldemort deve permitir que Voldemort o mate. Por causa do aviso de Voldemort no inicio desse capitulo, Harry acredita que a mesma magia que o protegeu depois da morte de Lily pode ser invocada pela sua própria morte para proteger os defensores de Hogwarts de Voldemort. Mesmo assim a conscientização de que ele deve permitir que Voldemort o mate, é muito mais do que ele pode aguentar.

Embora Harry esteja muito ocupado com os acontecimentos recentes para conseguir lidar com as grandes revelações desse capitulo, veremos que ele aceita que Snape estivesse agindo para protegê-lo. No Epílogo, vamos descobrir que Harry deu ao seu segundo filho o nome de Albus Severus, em homenagem aos dois diretores de Hogwarts, e que ele sentia que aquele da Slytherin (Severus Snape) foi um dos homens mais corajosos que ele já conheceu.