Guia dos Trouxas para Harry Potter/Livros/A Pedra Filosofal/Capítulo 3

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spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso: Seguem detalhes do enredo.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Harry finalmente é liberado do armário depois de ter sido castigado por causa do episódio com a jibóia. As férias de verão começaram e Dudley e seus amigos perturbam Harry todos os dias, curtindo seu esporte favorito que é Caça ao Harry. Dudley foi aceito na antiga escola do tio Vernon, Smeltings, enquanto Harry ia para a escola secundária local Stonewall High. Certo dia de julho Petunia leva Dudley para comprar o uniforme da escola. Na manhã seguinte Harry encontrou a tia tingindo de cinza umas roupas velhas de Dudley, para fazer um uniforme escolar para Harry. Todo mundo senta para o café da manhã, o correio chega. Harry e Dudley discutem quem vai buscar o correio. Harry perde. Pegando a correspondência, Harry vê uma carta endereçada a ele.

Sr. H. Potter
O Armário sob a Escada
Rua dos Alfeneiros, 4
Little Whinging
Surrey

Harry nunca tinha recebido uma carta antes e não imaginava quem poderia tê-la enviado. O envelope era grosso e pesado, feito de pergaminho amarelado com um estranho lacre de cera na parte de trás. Tio Vernon arrancou a carta da mão de Harry quando ele tentou lê-la. Vernon ficou chocado com o conteúdo da carta e imediatamente mandou Dudley e Harry para fora da cozinha, de modo que ele e Petunia pudessem discutir o assunto. Dudley e Harry ouvem a conversa pela fechadura e por um buraco debaixo da porta, e finalmente os Dursleys decidem ignorar a carta. Tio Vernon passou Harry para o segundo quarto de Dudley, mas dia após dia, mais cartas chegam para Harry, agora endereçadas ao Menor Quarto da Casa, a despeito de todo o esforço do tio Vernon de impedir Harry de recebê-las. No domingo, quando tio Vernon estava certo de que não haveria correio, as cartas continuaram a chegar vindas pela lareira. Tomando a decisão: agora chega! Tio Vernon enfia todo mundo dentro do carro e dirige durante o dia todo, só parando à noite num hotel sombrio na periferia de uma grande cidade. No dia seguinte, uma cem cartas chegam ao hotel endereçadas a Harry. Depois, tio Vernon encontra um casebre no alto de um rochedo distante da costa, só acessível de barco. Eles vão para lá passar a noite, Harry olha o relógio de Dudley contando os minutos para a meia noite e para seu 11º aniversário. Uma tempestade ruge, mas Harry acha que está ouvindo alguma coisa mais do lado de fora do casebre. Bem na hora em que ele conta o último segundo para o seu aniversário um estrondoso BUM sacode o casebre. Alguma coisa está batendo na porta.


Análise[editar | editar código-fonte]

Harry ficou espantado ao receber uma carta formalmente endereçada a ele. Tendo sido tratado como um ninguém durante a vida inteira, essa foi uma das poucas vezes em ele recebeu uma atenção individual, embora ele não pudesse imaginar quem poderia ter enviado aquela carta ou por que. Ele se torna mais e mais determinado a saber o que a carta contêm e quem a enviou. Harry não tinha a menor idéia de que pessoas desconhecidas já haviam determinado que ele iria receber aquela carta, não importa como e nem as tentativas bobas dos Dursleys de impedir. Quando as cartas começaram a chegar sem parar e em grande quantidade, Harry, mesmo com o seu limitado conhecimento, começou a suspeitar que aquele não era um acontecimento normal, embora, ele não tivesse a menor idéia do que estava acontecendo. Agora, ele, e nós, suspeitamos que exista alguma magia extraordinária por trás disso tudo, embora ainda não se tenha noção do que é. O pânico e as tentativas de tio Vernon de impedir as cartas, depois a fuga para as cartas não chegarem, não são apenas fúteis, mas são coisas de quem ignora os fatos e nega a realidade. Seu comportamento, evitando verdades desagradáveis, e acreditando que se recusando a admitir uma coisa significa que essa coisa seja falsa, é uma fraqueza muito humana. Esse tipo de comportamento pode dar até um certo alívio, embora de pouca duração, como as cartas saindo aos montes da lareira, a verdade tende a voltar e acertar a pessoa no rosto com toda força. Infelizmente, Vernon Dursley resiste a aprender a lição, uma vez que a teimosia e a ignorância grosseira são componentes básicos do caráter dele.

Conforme os Dursleys tentam freneticamente se esconder, uma tensão agradável, uma atmosfera estranha envolve tudo, como se a verdadeira identidade de Harry e seu destino estivessem correndo ao encontro dele, a despeito de todo esforço dos Dursleys de impedir. Num local meio gótico, numa ilha remota, na noite escura, em meio à tempestade, a tensão aumenta até o BUM! que bate na porta; a verdade finalmente pega os Dursleys; nada na vida deles , ou na de Harry nunca mais será igual.

Como foi mencionado no capítulo 1, há poucos lugares na série onde dias e datas não estão combinando. Já vimos que esse livro cobre os eventos de 1991 e 1992. Os Dursleys saem da Rua dos Alfeneiros para o hotel num domingo, deixam o hotel e se dirigem à ilha na segunda (Dudley reclama porque estava perdendo o Grande Humberto na TV), e portanto o aniversário de Harry cai na terça. No entanto dia 31 de julho de 1991 é uma quarta feira. Esse erro trivial não afeta a história de modo algum e é incluído aqui, mais como curiosidade do que como preocupação.


Perguntas[editar | editar código-fonte]

Revisão[editar | editar código-fonte]

  1. Por que tio Vernon muda Harry do armário para o quarto pequeno de Dudley? O que Dudley pensa disso?
  1. Por que os Dursley saem da cidade? Vernon de fato acredita que isso vai ajudar?

Estudos Adicionais[editar | editar código-fonte]

  1. Como a pessoa que manda as cartas sabe em que lugar Harry vai estar a cada momento?
  2. Por que os Dursley não permitem que Harry leia sua carta? Eles sabem quem está mandando as cartas e porque? Se sabem, como sabem?
  3. Quem poderá estar mandando as cartas? Por que?
  4. O que ou quem pode estar batendo na porta do casebre na ilha?

Visão Completa[editar | editar código-fonte]

Spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.

Os leitores podem ver como os Dursleys fazem tudo para parecerem normais aos seus vizinhos e evitam chamar atenção para eles mesmos, no entanto suas ações são qualquer coisa, menos normais. Sua obsessão em manter as aparências é o motivo pelo qual procuram sempre manter Harry em seu quarto e também é a razão porque nunca cumpriram a ameaça de pô-lo para fora de casa depois dos eventos dramáticos no início do quinto ano de Harry no livro A Ordem da Fênix.

Os Dursleys sempre tentam apagar as verdades desagradáveis as ignorando ou as negando, como vemos nesse capítulo, e isso devemos notar, não é um comportamento restrito aos Trouxas. Veremos o mesmo tipo de comportamento no mundo mágico, no livro A Ordem da Fênix, quando o Ministro da Magia vai usar a mesma técnica para tentar refutar o retorno de Lord Voldemort.

É interessante notar que as ações de Vernon durante esse capítulo e no próximo, são uma descrição perfeita de alguém que está sofrendo de estresse relacionado a um colapso nervoso. Vernon passou dez anos tentando negar o conhecimento de que Harry é um bruxo, e agora ele vê esse esforço indo por água abaixo conforme as cartas do mundo mágico começam a chegar. E aqui podemos ver o senso de humor da autora, quando ela descreve Vernon usando um pedaço de bolo de frutas como martelo e tem cartas aparecendo dentro de cascas de ovos.