Guia dos Trouxas para Harry Potter/Livros/A Pedra Filosofal/Capítulo 17

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spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso: Seguem detalhes do enredo.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Nota: Esse capitulo amarra diversas tramas num pequeno espaço. Para poder explicar os pontos mais importantes, a sinopse (e a análise que se segue) são relativamente longas.

O homem na última câmara é Quirrell. Mas um Quirrell diferente, que já não treme, nem gagueja ou fica tímido. Ele conta a Harry como Voldemort o possuiu enquanto ele estava viajando no exterior. Quirrell diz que era um homem tolo até encontrar Voldemort, que mostrou a ele que não existe o bem nem mal, o que existe é o poder, e criaturas muito fracas para lutar por ele.

Quirrell rapidamente comenta que ter sido visto como fraco e pouco habilidoso, especialmente ao lado de Snape, foi um disfarce bem eficaz. Snape foi culpado por todos os estragos que Quirrell fazia, como enfeitiçar a vassoura de Harry, no capitulo 11 – quando de fato, Snape fazia um contra-feitiço, e foi Hermione que derrubando Quirrell interrompeu o feitiço. Quirrell também admite ter um talento especial para lidar com trasgos, soltando um nas masmorras, capitulo 10, como distração, só para ver o que estava de guarda sobre a Pedra; no entanto ele foi frustrado por Snape.

Agora, só resta o obstáculo final entre ele e a Pedra, que Harry reconhece ser o Espelho de Ojesed. Enquanto examina o Espelho, Quirrell comenta que Snape frequentava a escola junto com o pai de Harry, e que eles se detestavam, e é por causa disso que ele detesta Harry, mas Snape nunca quis vê-lo morto.

Ele diz todo tempo sim Mestre, o que significa que Lord Voldemort está com ele onde quer que ele vá. Quando Quirrell não consegue compreender o Espelho, a voz diz a ele use o menino. Quirrell coloca Harry de frente para o Espelho, e Harry vê a si próprio tirando a Pedra do bolso de sua calça, e logo percebendo que a Pedra está, de fato, no seu bolso.

Ele apenas diz a Quirrell que vê a si próprio ganhando a Copa das Casas, mas a voz misteriosa diz que ele está mentindo e exige falar com Harry, cara a cara. Quirrell resmunga mas remove seu turbante e revela o rosto de Lord Voldemort na parte de trás de sua cabeça. Voldemort ordena que Quirrell agarre Harry, mas a pele de Quirrell queima e fica cheia de bolhas quando ele toca em Harry. Quando Quirrell está a ponto de lançar uma maldição mortal, Harry agarra o rosto do seu oponente, deixando Quirrell tão desesperado de dor que nem consegue lançar a maldição. Nessa altura, a dor na cicatriz de Harry é tão intensa que ele fica desacordado.

Harry acorda na enfermaria; o Professor Dumbledore, que chegou na Câmara bem na hora de salvar Harry de Quirrell, está ao seu lado. Ele conta para Harry que a Pedra foi destruída e Nicolas Flamel e sua esposa Perenelle vão morrer, mas ainda terão bastante tempo para organizar suas coisas. Afinal de contas, ele diz, para uma mente bem organizada, a morte é apenas a próxima grande aventura. Dumbledore concorda com Harry que Voldemort ainda está vivo e livre, possivelmente procurando outro corpo para habitar, ou procurando outras maneiras de retornar.

Dumbledore por enquanto não quer responder a pergunta de Harry que é: Por que Voldemort quer matá-lo? O Professor ainda explica que Quirrell não podia tocar em Harry porque a mãe de Harry morreu para salvá-lo, e um amor tão forte o protege contra a magia das Trevas.

Dumbledore também admite ter sido ele quem deu a Harry a Capa da Invisibilidade – dizendo que o pai de Harry a deixou aos seus cuidados. Dumbledore ainda explica, que Snape detesta Harry porque o pai de Harry salvou a vida de Snape, deixando assim Snape devedor, e isso é algo de que Snape se ressente profundamente.

Dumbledore explica como Harry conseguiu recuperar a Pedra de dentro do Espelho encantado: qualquer pessoa que quisesse usar a Pedra iria ver a si mesmo usando-a, mas não conseguiria pegá-la, enquanto que alguém que estivesse apenas procurando a Pedra, mas não quisesse usá-la, iria encontrá-la.

Depois que Dumbledore vai embora, Ron e Hermione chegam para visitar Harry. O garoto conta a eles tudo o que aconteceu na última câmara e o que Dumbledore disse a ele. Eles concluem que Dumbledore permitiu que Harry enfrentasse Voldemort caso quisesse, ao invés de protegê-lo do Lorde das Trevas.

No dia seguinte, chega mais uma visita: Hagrid, que não para de chorar porque deu a Quirrell a informação de como passar por Fofo para chegar à Pedra. Depois que Harry o acalma, Hagrid lembra que tem um presente para ele, um álbum de fotos com fotografias mágicas dos pais de Harry.

Bem mais tarde, Madam Pomfrey, a enfermeira acaba concordando em deixar Harry ir à Festa de Fim de Ano. Na festa, o Professor Dumbledore se levanta para fazer a premiação do troféu das Casas. Slytherin está na frente, em parte porque Harry não jogou na última partida. Ravenclaw derrotou Gryffindor no Quadribol e também porque Harry havia perdido muitos pontos para sua Casa no capitulo 14. No entanto, temos que levar em conta os eventos recentes – e eu tenho alguns pontos de última hora para conferir. Harry, Ron Hermione e de maneira surpreendente Neville foram presenteados com pontos suficientes para recuperar a vantagem e ganhar a Copa das Casas para Gryffindor.

O resultado das provas chegou e Hermione, como esperado, foi a melhor do ano, enquanto que tanto Ron como Harry passaram e Neville passou raspando. Finalmente chegou a hora do Expresso de Hogwarts levar os alunos de volta para casa. Ron e Hermione prometem escrever e Ron diz que ele vai convidar os dois para visitá-lo. E ainda que todos tenham sido avisados que não é permitido usar magia fora da escola, Harry sabe que os Dursleys não sabem disso. Nesse verão vou me divertir com Dudley...

Análise[editar | editar código-fonte]

A história termina animada, e Harry ganhou a batalha, mas o leitor pode perceber que a guerra mal começou. Voldemort embora tenha sido frustrado, sobreviveu, e certamente usará outras maneiras para recuperar seu corpo, ele está esperando antes de se lançar a outra tentativa sobre Harry e o mundo mágico.

O comentário de Quirrell dizendo que não existe o bem, nem o mal, apenas o poder e aqueles que são muito fracos para procurá-lo, reflete a crença de Voldemort de que, conquistar sua meta justifica qualquer meio que seja empregado para chegar lá. A meta dele, baseada na história contada, é conquistar o reino mágico, e para Voldemort, o bem e o mal realmente são conceitos que não existem. O que existe é apenas sua sede insaciável de poder e uma determinação inabalável de satisfazê-la.

Isso também reflete como os Comensais da Morte de Voldemort e os Slytherins em geral, parecem pensar e agir, agarrando o que querem, quando querem, e por quaisquer que sejam os meios necessários, em geral usando os caminhos mais curtos e fáceis.

Contudo, um velho axioma diz que o poder absoluto corrompe absolutamente, e Voldemort, que já é corrompido (ou corrupto, ou pervertido), parece que vai ficar cada vez pior, provavelmente até perder o pouco que possui de sanidade ou racionalidade.

O que lemos acima faz um total contraste com Dumbledore, cujo poder vem da moralidade e responsabilidade, junto com sua contribuição, vigilância e lealdade, de modo a ajudar a manter uma sociedade produtiva e estável. Sem isso, o estado ou país, está destinado à decadência, conflitos internos, lutas e ganância até que chegue ao colapso total.

Mesmo que Voldemort possa conquistar o reino mágico, mantendo seu poder, seria um desafio impossível para ele, manter seus seguidores ordeiros e produtivos seguindo as leis e sendo leais. Aqui podemos ver algumas semelhanças com o tratado político do século 16 de Nicolau Machiavel, O Principe, que advoga que, para obter ou manter o poder, um príncipe deve adotar uma aparência pública moral, enquanto em segredo, usa quaisquer métodos mesmo que extremamente amorais, que sejam necessários para ganhar e manter o controle, sem se preocupar com os direitos individuais ou civis. Essa crença foi também usada nos tempos modernos por ditadores, como Adolph Hitler, para chegar ao poder por volta do meio do século 20 na Alemanha.

O tema constante da série que é o bem contra o mal e qual o caminho de luz ou de trevas, que um bruxo deve escolher para seguir, parece pouco claro com relação à Voldemort, que não se importa com coisa alguma.

Embora seu plano geral ainda seja difícil de compreender, ele talvez queira se manter escondido e disfarçar suas verdadeiras intenções, enquanto se prepara para tomar o controle. Isso faz com que seja difícil para os oponentes de Voldemort lutarem contra ele.

Enquanto Voldemort aparentemente não se importa com as aparências, quando ele revelar sua persona pública, ao invés de uma imagem moralista ou ética, ele deverá adotar os princípios e ideais trabalhados para agradar àqueles que já se curvam às suas crenças, ou àqueles que já não aceitam a igualdade das regras vigentes e podem mais tarde apoiar o Lorde das Trevas na sua subida ao poder.

Ele não se preocupa com os métodos que emprega para alcançar o que deseja, parece muito duvidoso que Voldemort partilhe o poder quando chegar lá, ou mesmo que permita que outros usufruam dos benefícios de seu controle. No entanto, ele vai ter que oferecer ao menos, pequenos agrados para chegar ao poder e usar de castigos para manter esse poder.

Com certeza a maior surpresa dessa história, é que era Quirrell e não Snape, que estava por trás dos constantes ataques a Harry. Sabemos que Harry e Snape se detestam, mas a implicância de Harry o levou a acreditar de maneira errada, que Snape era o responsável por tudo. Harry ainda é imaturo e só vê um lado das coisas, então ele não consegue perceber que Snape poderia ter outras razões para se comportar de uma forma estranha; aparentemente, a raiva de Snape está ligada ao seu relacionamento com o pai de Harry, James Potter, embora o real motivo ainda não se saiba, e nem porque Snape iria transferir seu ressentimento para o filho de James. O antagonismo de Snape com relação a Harry é amplamente conhecido, mesmo entre os funcionários da escola, embora Dumbledore não dê muita importância; Snape deve ter sido interrogado depois dos ataques e certamente foi absolvido, ainda que Harry aparentemente imagine que nunca houve um interrogatório, e nem sonha que os professores poderiam discutir esse tipo de assunto com um aluno de primeiro ano, mesmo com um aluno tão envolvido quanto Harry.

Vida, morte e ressurreição também são temas recorrentes na série e isso é aqui reforçado, uma vez que a morte de Quirrell e a futura morte de Flamel são mostradas de maneira indireta, ao contrário da morte do unicórnio vista na Floresta Proibida.

Como Dumbledore explica a Harry, a morte nada mais é do que a passagem para outro reino, talvez um que seja melhor e mais agradável do que o mundo em que vivemos, e é uma progressão natural que deve ser apreciada e não temida, embora aparentemente tanto Voldemort quanto Flamel o façam; isso pode explicar em termos, porque alguns que morrem, e como Nick Quase Sem Cabeça se tornam fantasmas e continuam ligados ao mundo dos vivos, ao invés de ir para o outro lado. Enquanto Voldemort, cujo nome pode ser traduzido do francês como vôo da morte, procura se tornar imortal de qualquer jeito, Flamel ao contrário, escolhe que sua vida se acabe para o bem e a segurança da sociedade bruxa. A imortalidade tem um preço muito alto e quem possuir esse segredo, deve pensar bem no alto preço a pagar ao fazer alguma coisa, incluindo assassinato, para consegui-la. Flamel percebe que a Pedra é de fato muito perigosa para existir, porque pessoas inocentes podem ser mortas, e outras como Voldemort, sempre existirão e estarão em busca do seu poder.

Flamel escolhe destruir a Pedra, finalmente aceitando a mortalidade como inevitável parte da vida. Mesmo que Voldemort possa conseguir um novo corpo e a imortalidade, sua vida provavelmente será sempre amaldiçoada e incompleta, sua alma despedaçada nunca será restaurada, e ele jamais terá amor ou amizade, cujos poderes são incompreensíveis para ele.

Harry também aprende mais sobre sua ligação com o Lorde das Trevas, sua família, e que foi o amor de sua mãe e o sacrifício de sua vida por ele, que criou uma proteção mágica contra o ataque de Voldemort quando Harry era um bebê. Esse mesmo amor que vive em Harry foi que queimou Voldemort quando Harry tocou Quirrell. Essa proteção continuará a ter um papel importante na trama da série.

Enquanto Harry começa a ter um maior conhecimento de sua ligação com Voldemort, Dumbledore de recusa a explicar porque Voldemort quer matar Harry e isso aumenta a confusão e o medo do garoto.

Existem alguns detalhes em uma das melhores idéias de Dumbledore, escondendo a Pedra no Espelho de Ojesed. Dumbledore diz que alguém que quisesse usar a Pedra, veria a si mesmo usando-a, mas não conseguiria pegá-la. Enquanto que alguém que a estivesse procurando, mas não desejasse usá-la, iria encontrá-la.

Quirrell diz que vê a si mesmo no Espelho, dando a Pedra a seu Mestre, o que parece combinar com a idéia de ele próprio não usar. Por que o feitiço de Dumbledore impediu que a Pedra fosse pega por Quirrell? Essa pergunta permanece sem resposta, mas há pelo menos duas razões possíveis. A mais provável é que Quirrell estava simplesmente mentindo, dizendo aquilo que Voldemort queria ouvir enquanto se via usando a Pedra e criando montes de ouro. É claro que pode ser questionado que Voldemort pode perceber mentiras, assim como ele sente que Harry está mentindo. Outra explicação, seria que o feitiço de Dumbledore perceberia os dois, Quirrell pegando a Pedra e Voldemort a usando e então não permitiria que fosse usada por Voldemort.

Também muitos fã sites perceberam uma discrepância nesse capítulo. Hermione diz que encontrou Dumbledore na entrada quando estava a caminho para enviar uma coruja. No caso, o alçapão está no terceiro andar e o Corujal, vamos ver mais tarde, fica no alto do castelo no sétimo andar. Por que Hermione desceu para o térreo ao invés de seguir do terceiro andar até o sétimo? Uma possível resposta pode ser encontrada nos filmes de Harry Potter, onde podemos ver uma grande escadaria central no castelo. Junte isso ao fato de que Percy, no capitulo 7 avisa que as escadas se movem, e é possível que Hermione saindo do corredor do terceiro andar, se encontrou do lado contrário ao do Corujal na escadaria central. Não havia uma escada que a levasse para cima, enquanto que havia uma escada que levasse para baixo, e ela acabou chegando na entrada do castelo. Ou também, ela poderia ter visto Dumbledore, que retornava ao castelo, lá embaixo. Essas especulações são apenas para completar pequenos itens que podem impedir o aproveitamento total da história; não são apoiados por coisa alguma nos livros.


Perguntas[editar | editar código-fonte]

Revisão[editar | editar código-fonte]

  1. Por que Snape parece odiar Harry?
  2. Como Quirrell conseguiu culpar Snape pelos ataques a Harry?
  3. Por que Snape suspeitou de Quirrell? Alguém mais suspeitou dele?
  4. Como Harry conseguiu recuperar a Pedra de dentro do Espelho, mas Quirrell não?
  5. Como Voldemort sabia que Harry estava com a Pedra?
  6. Como Harry conseguiu queimar a pele de Quirrell?

Estudos Adicionais[editar | editar código-fonte]

  1. O que Quirrell quis dizer com: Não existe o bem nem o mal, o que existe é o poder, e criaturas muito fracas para lutar por ele?
  2. Por que Dumbledore estava com a Capa da Invisibilidade de James, uma vez que Dumbledore poderia ficar invisível sem usar uma?
  3. Como Snape pode justificar sua raiva por Harry, por causa de uma coisa pela qual o menino não é responsável?
  4. O que Dumbledore quer dizer com a morte é a próxima grande aventura?
  5. Por que Nicolas Flamel concordou em destruir a Pedra, sabendo que isso representava uma sentença de morte para ele mesmo?
  6. Por que Dumbledore se recusa a dizer por que Voldemort quer matar Harry?
  7. Harry, Ron e Hermione acreditam que ao invés de tentar proteger Harry, Dumbledore deixou que ele lutasse com Voldemort. Isso é verdade? Se for, diga porque.

Visão Completa[editar | editar código-fonte]

Spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.

Harry sobrevive ao seu segundo encontro com Lord Voldemort e o que o protegeu pela primeira vez, o amor de sua mãe, o protege novamente, e aparentemente vai continuar sendo assim.

Mais tarde vamos descobrir que para ter essa proteção é necessário que Harry more onde os parentes do mesmo sangue de sua mãe vivem (no caso, a irmã de sua mãe, a tia de Harry, Petunia). É por isso que Harry deve voltar à Rua dos Alfeneiros a cada verão, até o seu 17º aniversário (que talvez seja a maioridade para os bruxos), mesmo que o garoto odeie ficar lá. Em várias ocasiões, no entanto, ele será liberado antes dessa prisão temporária para passar um tempo com os Weasleys.

Embora Harry já tenha desconfiado de que Snape pode ler a mente, nós ainda não sabemos se isso é uma habilidade mágica ou não. Acontece que é; no livro A Ordem da Fênix capitulo 24, o Professor Snape será chamado para dar aulas de Oclumencia para Harry, quando então vamos descobrir que existe a habilidade mágica para examinar o conteúdo de uma mente, Legilimencia, mas também que Voldemort é um mestre nisso. Mesmo fraco como está, Voldemort ainda parece bastante capaz de ler a mente de Harry, de determinar o que Harry vê no Espelho e saber que ele conseguiu a Pedra. Vamos ver, bem mais tarde, os detalhes da ligação que existe entre Voldemort e Harry, nesse caso mostrada pela dor recorrente que Harry sente na cicatriz. Voldemort, porém, permanece sem ter certeza do tipo de ligação até o livro A Ordem da Fênix, capitulo 21, aparentemente acreditando que sua habilidade de ler a mente de Harry apenas se deve às suas habilidades de Legilimencia.

Nesse livro é mencionado pela primeira vez, o ódio aparente entre James Potter e Severus Snape. Isso vai ser melhor desenvolvido em outros livros, em especial em A Ordem da Fênix. Como esse ódio é um ponto importante no decorrer das viravoltas da série, nós o veremos durante toda a história. Em As Relíquias da Morte, capitulo 33, é revelado o motivo disso tudo.

Uma pergunta chave que domina a série é feita e deixada sem resposta pela primeira vez. Harry pergunta por que Voldemort quer matá-lo; Dumbledore diz que ele não pode responder a essa pergunta. Descobriremos mais tarde sobre a profecia, que diz que ou Harry ou Voldemort, um dos dois deve morrer, uma vez que um não pode viver se o outro sobreviver. Dumbledore sente que uma criança de 11 anos como Harry, é ainda muito jovem para saber sobre esse destino, sem dúvida muito duro.

A profecia será revelada a Harry em A Ordem da Fênix capitulo 37, juntamente com as razões de Dumbledore para manter segredo.

Dumbledore também usa a filosofia que é ponto central da história: afinal de contas, para uma mente bem organizada, a morte é apenas a próxima grande aventura. Isso não parece, à primeira vista, ser uma filosofia muito prática, mas é a diferença chave entre Voldemort e aqueles que querem derrotá-lo. Uma grande parte da série gira em torno da morte e das atitudes em relação a ela. Voldemort teme a morte, o medo é tanto, que ele mata outras pessoas a sangue frio para preservar sua vida, criando Horcruxes. Dumbledore e até mesmo Harry estão preparados para morrer, se necessário, para destruir o grande mal que Voldemort representa. Apenas aquele que está preparado para encontrar a morte, em seus próprios termos, pode encará-la; fugir da morte não a evita. Isso, nós vamos descobrir, é que faz de Harry o bruxo mais forte, quando ele enfrenta e duela com Voldemort em O Cálice de Fogo capitulo 34.

Para derrotar Quirrell (e Voldemort), Harry teve que seguir por um caminho indicado, que estava cheio de obstáculos perigosos a serem superados, antes de enfrentar o Lorde das Trevas.

Essa mesma cena é revivida no próximo livro, A Câmara Secreta, onde Harry passa através de uma passagem subterrânea, que leva a uma câmara escondida sob Hogwarts, onde Tom Riddle (Voldemort) aguarda. E embora Voldemort não apareça em O Prisioneiro de Azkaban, Harry e Hermione escalam um túnel secreto que leva à Casa dos Gritos, para onde o fugitivo e suposto apoiador leal do Lorde das Trevas, Sirius Black, teria levado Ron.

Em O Cálice de Fogo, Harry deve atravessar um labirinto encantado cheio de enigmas e criaturas perigosas como parte do Torneio, apenas para ficar cara a cara com Voldemort outra vez.

Harry é atraído ao Ministério da Magia em A Ordem da Fênix, onde ele precisa abrir caminho através dos salões complicados e salas misteriosas do Departamento de Mistérios, para confrontar os servidores do Lorde das Trevas, assim como o seu próprio destino na forma da profecia.

Finalmente em As Relíquias da Morte, ele viaja por uma trilha sombria através da Floresta Proibida que vai levá-lo ao que parece o último encontro com Voldemort. Seguir um caminho definido, mas desconhecido e perigoso, simboliza o progresso de Harry através de toda a série, e é a única forma para conseguir derrotar Lord Voldemort. A cada encruzilhada, ele tem a opção de voltar para trás, mas ele escolhe ir para frente; a cada vez, ele apenas consegue chegar ao destino final com a ajuda de Ron e Hermione, e depois, de outros aliados como Neville Longbottom e Luna Lovegood.

Podemos observar que Neville foi premiado com pontos para sua Casa, porque mostrou coragem para desafiar seus amigos, embora eles merecessem, mas pode ter parecido que foi por sorte ou por generosidade de Dumbledore. Porém, no final da Ordem da Fênix, a Professora McGonagall vai premiar Neville, junto com Harry, Hermione, Ron e Luna Lovegood com 50 pontos para a Casa deles, por sua participação na batalha do Ministério da Magia e por avisar ao mundo mágico da volta de Voldemort.

No último livro, ele vai continuar mostrando uma coragem exemplar e através da série, mas especialmente em A Ordem da Fênix, vamos ver Neville se tornar um bruxo forte e um líder capaz.


Conexões[editar | editar código-fonte]

  • Afinal de contas, para uma mente bem organizada, a morte é apenas a próxima grande aventura. Essa definição é usada aqui em referência a Nicolas Flamel. Embora não seja reconhecida até o Enigma do Príncipe, capitulo 27 (a morte de Dumbledore) nós vamos saber em As Relíquias da Morte, capitulo 33, que Dumbledore aplicou essa definição também a ele próprio. E a seguinte percepção de Harry no livro As Relíquias da Morte, de que para enfrentar a Morte, a pessoa não pode temê-la, está relacionada a isso tudo.
  • Voldemort é visto aqui, como alguém que sobreviveu à própria morte. É isso, claro, é o motivo da trama de todos os livros, e veremos essa referência inúmeras vezes. O fato é que o mecanismo que Voldemort usou para driblar a morte depende dos fragmentos de sua alma, estarem ligados a objetos físicos, os Horcruxes. Há ainda o fato de que, em Harry também existe um fragmento da alma de Voldemort, e isso ainda não é conhecido nessa altura; mas a ligação entre Harry e Voldemort, que se percebe na cicatriz de Harry e é conhecida pela dor que o garoto sente na cicatriz, indicam que a natureza da imortalidade de Voldemort, começa a ser trabalhada bem no inicio da série.