Guia dos Trouxas para Harry Potter/Livros/A Ordem da Fênix/Capítulo 38

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Capítulo 38
Começa a Segunda Guerra
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spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso: Seguem detalhes do enredo.


Sinopse[editar | editar código-fonte]

Dumbledore está oficialmente reinstalado como diretor de Hogwarts, e o Ministro da Magia reconhece publicamente que Voldemort voltou. Os alunos que acompanharam Harry estão praticamente recuperados de seus ferimentos, embora Hermione e Ron ainda estejam na ala hospitalar. Harry vai visitá-los, encontrando Luna, Ginny e Neville também os visitando. Dolores Umbridge também está na ala hospitalar como paciente. Dumbledore foi, pessoalmente na Floresta Proibida resgatá-la dos centauros. Profundamente traumatizada pela experiência, ela mal consegue falar. Ron a atormenta fazendo baixinho pocotó, pocotó, barulho das patas dos cavalos, com a língua, fazendo com que a mulher apavorada pule da cama, olhando freneticamente em volta. Hermione e Ginny mal conseguem impedir os risinhos.

Hermione lamenta a Profecia perdida; Harry sabendo de sua importância, nada diz sobre saber seu conteúdo. Achando a constante especulação sobre aquilo difícil de aguentar, ele vai procurar Hagrid na cabana. No caminho encontra um vingativo Draco Malfoy que ameaça amaldiçoá-lo como vingança pela prisão de seu pai. Harry, mais rápido ao sacar, tem Draco na ponta da varinha, mas Snape intervém antes que um possa azarar o outro. Snape quase penaliza a Gryffindor em dez pontos, mas rosnando comenta que a Casa não tem mais pontos. Nesse momento chega a Professora McGonagall vinda de St. Mungo, recuperada mas usando uma bengala. Vendo que todos os pontos foram deletados, ela premia Harry, Ron, Ginny, Hermione, Neville e também Luna (da Ravenclaw), com 50 pontos cada por avisar ao mundo mágico sobre Voldemort, depois desconta os 10 pontos de Snape.

Harry não encontra alívio com Hagrid, embora ele diga que todos os que conhecem Harry sabiam que ele estava falando a verdade. Com Sirius tendo partido, isso nada significa para Harry, que finalmente vai para o lago procurando solidão.

Poucos dias depois a Professora Umbridge parte de Hogwarts, mas não antes de ser perturbada por Pirraça. A Professora McGonagall foi ouvida se lamentando por não poder assistir a cena, Pirraça usando sua bengala para correr com Umbridge.

Ao invés de participar da Festa de Despedida, Harry arruma seu malão. Ele encontra o presente de Natal de Sirius sem desembrulhar. Dentro está um velho espelho, junto com uma nota de Sirius, explicando que Harry pode fazer contato com ele usando o espelho. Harry pensa se poderia fazer contato com Sirius na vida depois da morte, mas vê apenas seu próprio reflexo. Percebendo que Sirius não tinha o gêmeo do espelho com ele quando partiu para trás do Véu, Harry zangado atira o espelho que se espatifa dentro do malão. Um pensamento lhe ocorre de súbito, e ele procura Nick-Quase-Sem-Cabeça, o fantasma da Gryffindor. Ele pergunta a Nick se Sirius também pode se tornar um fantasma, mas Nick explica que muito poucos bruxos escolhem permanecer presos à Terra como espíritos. Nick só fez isso porque tinha medo de passar para o próximo mundo, enquanto que Sirius não tinha.

No hall, Harry encontra Luna, que está procurando por suas coisas que outros alunos esconderam. Harry se oferece para ajudar, mas Luna diz que não precisa, dizendo que eventualmente tudo acaba voltando. Lembrando que ela pode ver os Thestrals, Harry pergunta quem ela viu morrendo. Ela diz que sua mãe foi morta por acidente, mas afirma que sabe que vai ver sua mãe novamente. Ela acredita que as vozes vindas do fundo do arco do Véu no Departamento de Mistérios, eram vozes dos mortos, apenas espreitando. Assim que Luna vai embora para a Festa, Harry fica surpreso por se sentir melhor.

No Expresso de Hogwarts, Malfoy, Crabbe e Goyle tentam atacar Harry, mas os membros da AD intervém, azarando os três até ficarem irreconhecíveis. Cho Chang passa pelo corredor do lado de fora do compartimento de Harry, ela fica corada mas não para. Ron pergunta se ainda há algo entre eles, e Harry pensativo responde que não. Hermione cuidadosa menciona que Cho está namorando Michael Corner, mas Harry nem liga, sentindo que isso é passado. Ron fica preocupado porque lembra que Ginny namorava Michael Corner. Ginny explica que quando Gryffindor ganhou da Ravenclaw, Michael foi consolar Cho, ao invés de celebrar com Ginny, então ela deu-lhe um pontapé. Com uma olhada de lado para Harry, Ron sugere que ela agora pode arranjar alguém bem melhor. Ginny responde que ela já está namorando Dean Thomas.

Eles são recebidos na estação por Mr. e Mrs Weasley, Tonks, Lupin e Moody, que diz a Harry que eles querem ter uma conversa séria com sua tia e seu tio, relacionada ao tratamento que dispensam a ele. Os gêmeos, esperando por todos, de roupas novas avisam que a nova loja de logros está indo muito bem. O grupo todo confronta tio Vernon, exigindo que ele melhore o conforto de Harry durante o verão, avisando que estarão de olho. Harry dá a Ron e Hermione tchau, e Ron promete que eles se verão muito em breve.


Análise[editar | editar código-fonte]

Conforme a série progride, os livros ficam mais sombrios. Enquanto o livro quatro terminava com a morte de Cedric e Voldemort ganhando um corpo, a trama termina com uma nota mais para cima, com Harry ganhando o Torneio Tribruxo, Harry fugindo de Voldemort e Barty Crouch sendo desmascarado. A morte de Sirius, uma figura paterna para Harry e um dos poucos links que ele tem com seus pais, é um acontecimento maior e mais perturbador. E nós, leitores, até nos confortamos um pouco com a derrota dos Comensais da Morte no Ministério, e a vingança de Harry e Dumbledore aos olhos do público, mas isso é um conforto muito pequeno frente a tão grande perda.

Se pode notar, em especial, nesse capítulo os métodos usados para mostrar tanto o a vitória, quanto o vazio de vitória aos olhos do personagem principal. Notem em particular o modo com que são usadas as interações com Draco Malfoy e Vernon Dursley, para mostrar que a esperança permanece para Harry, apesar da tristeza; e notem como essas interações, junto com a partida da Umbridge, são usadas para deixar a atmosfera mais leve nesse final, para inspirar o leitor a continuar com o próximo livro da série.

Para Harry, a morte de Sirius cria outro profundo vazio em sua vida, sendo a primeira vez que ele perdeu alguém amado, que ele realmente conhecia e tinha um relacionamento importante. Ele não está apenas cheio de tristeza, mas também se sentindo culpado por seu comportamento imprudente e pelos erros que cometeu, o que levou à tragédia e quase custou as vidas de seus outros amigos também.

Embora Harry se culpe pela morte de Sirius, ele não consegue reconhecer o comportamento imprudente de seu padrinho, que também contribuiu para seu fim. Ele também culpa Dumbledore por não lhe dar as informações, e Snape, que ele acredita que demorou muito, de propósito, para avisar à Ordem da Fênix, mesmo contando com a fé inabalável de Dumbledore. As tentativas de Harry de fazer contato com Sirius depois da morte, indicam o fato de que ele não consegue aceitar que seu padrinho se foi definitivamente, embora Luna tenha lhe dado algum conforto e apoie a esperança de que ele possa, talvez, se juntar a Sirius um dia.

Através de todo o livro, Harry esteve ciente de que Voldemort retornou e que ele era um grande perigo para o mundo mágico em geral, e para Harry em particular, mas ele também sabe, agora, porque Voldemort o escolheu.

A Profecia com certeza, não será publicada, mas podemos ver que Harry foi alçado aos olhos do público como sendo a única esperança do mundo mágico contra Voldemort, possivelmente pela força de ter sobrevivido à maldição da morte lançada sobre ele quando ainda bebê. As indicações de que isso irá acontecer aparecem ainda nesse capítulo. Nesse ponto, Harry sabe que tem aliados na luta contra Voldemort, mas tendo visto os ferimentos que seus amigos sofreram na batalha passada, ele talvez não queira envolver os outros naquilo que ele agora, tem mais razões de acreditar que é sua batalha solitária.

Agora Harry sabe que retornar à rua dos Alfeneiros a cada ano, mantém a magia protetora de sua mãe, embora esse conhecimento lhe dê pouco conforto, conforme ele se prepara para passar outro verão triste com os Dursleys. Harry vai ter tempo para refletir sobre o que aconteceu e, se espera, aprender com seus erros, embora seu caminho para a maturidade tenha sido mais traumático que o da maioria. Sofrer pela morte de Sirius vai trazer ainda mais solidão, e ele pode se isolar, como costuma fazer durante as ocasiões mais estressantes. O resultado disso, é que ele pode evitar ou abandonar aqueles que se preocupam com ele e o apoiam. Enquanto ele chora a morte de seu padrinho, Ron, Hermione, Lupin, Dumbledore e outros, irão, esperamos, tentar se aproximar dele; eles são sua verdadeira “família.”

Vamos notar de passagem, o progresso de Ginny e seus romances, e que Ron parece ter esperança de que ela acabe escolhendo Harry como seu namorado. Reparamos que no segundo livro, Ginny estava interessada romanticamente em Harry. O leitor pode ver, pela maneira como aconteceu na relação com Cho Chang, que Harry ainda não está preparado para um romance, portanto, Ginny ficar com Dean Thomas é bem razoável.


Perguntas[editar | editar código-fonte]

Revisão[editar | editar código-fonte]

  1. Por que Harry se oferece para ajudar Luna a encontrar seus pertences? Por que ela não aceita?
  2. Por que Harry procura o conselho de Nick-Quase-Sem-Cabeça? O que Nick diz a ele?
  3. O que Luna quis dizer quando conta a Harry que ela verá sua mãe já falecida, novamente? O que Harry acha disso?


Estudos Adicionais[editar | editar código-fonte]

  1. Por que Harry esperou tanto para abrir o presente de Sirius? Por que ele o joga longe?
  2. O fato de Harry não abrir o presente de Sirius contribuiu para a morte do padrinho? Se você acha que sim, como?
  3. Por que Harry se culpa pelo que aconteceu com Sirius? Ele tem razão?
  4. A quem mais Harry culpa pela morte de Sirius e por que?
  5. Como Sirius contribuiu para sua própria morte?


Visão Completa[editar | editar código-fonte]

Spoiler[editar | editar código-fonte]

Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.


A afirmação de Ron que eles iriam ver Harry em breve, foi profética, embora talvez ele não tenha percebido, e Harry não tenha acreditado. Na verdade, Dumbledore irá buscar Harry na casa dos Dursleys, após duas semanas, e Harry vai passar o resto do verão na Toca. Harry não acreditando que Dumbledore iria buscá-lo tão rápido, nem estava pronto para ir embora, quando o diretor chega na rua dos Alfeneiros.

Luna conta a Harry que as vozes que eles ouviram de trás do arco com o Véu, são daqueles que morreram e estão apenas esperando nas sombras. Ela acredita que eles se verão novamente, ela espera de fato se reunir novamente com sua mãe, e que Harry será reunido com Sirius. Isso prenuncia a experiência de Harry, enquanto caminha para sua morte tão próxima, no livro final.

O espelho quebrado também tem um papel importante no último livro. Harry encontra um fragmento do espelho enquanto está limpando seu malão, e o leva com ele enquanto procura pelos Horcruxes de Voldemort no sétimo livro. Em diversas ocasiões ele observa um olho azul de alguém o encarando no reflexo; um olho que poderia ser de Dumbledore.

A interpretação de Harry da Profecia é bastante acurada, mas ele perdeu um detalhe. A parte da Profecia que deixou Harry se sentindo como um homem marcado é, “e um deve morrer pelas mãos do outro porque um não pode viver enquanto outro sobreviver.” Harry, de acordo com o que sabe, entende que isso significa que, ou ele deve matar Voldemort ou ser morto por ele. Acontece que Harry será o instrumento da própria destruição de Voldemort, o feitiço fatal será lançado pelo próprio Voldemort, e Harry não terá que matar ninguém no decorrer dos sete livros.

Notamos um pequeno erro na Profecia: Voldemort lança duas vezes a Maldição da Morte sobre Harry, no final da última batalha, essa maldição será refletida e matará Voldemort. Assim como aconteceu quando Harry tinha um ano, Voldemort morrerá novamente pelas suas próprias mãos; mas dessa vez, sua morte será permanente.

Como essa série foi, na verdade, escrita para crianças, a natureza da doença de Umbridge é disfarçada nesse capitulo. Os leitores mais velhos podem querer examinar a mitologia que cerca as interações entre os centauros e as mulheres humanas, como parte do estudo desse capitulo. Uma vez que Umbridge e seu destino são parte divertida dessa história, o que de fato aconteceu com ela, enquanto estava prisioneira dos centauros, não será comentado aqui, exceto para notar que a autora claramente compreende o lado sombrio desse mito.


Conexões[editar | editar código-fonte]

  • Vemos aqui o espelho mágico que Harry recebeu de Sirius no Natal. Harry infelizmente encontra um fragmento do espelho em seu malão no livro final. Achando que vê algo no espelho que parece o olho de Dumbledore, ele decide carregá-lo em suas viagens, como uma lembrança de Sirius e Dumbledore. Harry conseguirá usar o fragmento do espelho para pedir socorro e será revelado que o olho que Harry via no espelho era o de Aberforth.