Guia dos Trouxas para Harry Potter/Grandes Eventos/Queda de Voldemort
- localização = Godric´s Hollow
- época = Mencionada no primeiro livro da série
- Personagens = Voldemort, James Potter, Lily Potter, Harry Potter
Visão Geral
[editar | editar código-fonte]Spoiler
[editar | editar código-fonte]Aviso aos Iniciantes: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.
Quando nossa história começa, na noite de Halloween, vamos descobrir que no ano de 1981, Lord Voldemort, que aparentemente vem oprimindo a população bruxa já por onze anos, é relatado como tendo tentado matar o pequeno Harry Potter em Godric´s Hollow. O atentado falhou, no entanto deixou Harry órfão e Voldemort aparentemente foi morto pelo ricochete de seu próprio feitiço.
Detalhes do Evento
[editar | editar código-fonte]A visão acima é praticamente tudo que ficamos conhecendo dos eventos da noite em que Harry Potter ficou órfão, até o sétimo livro. Descobrimos que a família Potter estava protegida pelo Feitiço Fidelius, que deveria mantê-los à salvo de Voldemort. Inicialmente, se acreditava que Sirius Black tinha sido o Fiel do Segredo desse feitiço, e que havia traído os Potters; mais tarde foi descoberto que Peter Pettigrew era o Fiel do Segredo e o traidor.
È apenas no Natal no sétimo livro, que vamos descobrir mais sobre os acontecimentos dessa noite. Harry e Hermione decidem visitar Godric´s Hollow. Eles encontram a casa onde a família de Harry vivia e que ficou intocada desde essa noite, e ainda podem ver onde a parede do quarto de Harry foi destruída.
Antes de deixarem Godric´s Hollow, Voldemort descobre a presença deles, e Harry e Hermione quase não conseguem escapar. Uma vez que Harry, nessa altura, está carregando o Horcrux e, possivelmente devido à ligação entre Harry e Voldemort causada pela tentativa de matar Harry, dezesseis anos antes, Harry se descobre revivendo as lembranças de Voldemort do dia em que Harry foi atacado.
Nessas lembranças vemos o pai de Harry tentando enfrentar Voldemort sem sequer sua varinha. Voldemort o mata, depois entra na casa. A mãe de Harry, também sem varinha, roga a Voldemort que poupe Harry, que ela aceitará a morte por sua mão caso ele poupe Harry. Voldemort rejeita seus apelos e a mata, depois tenta matar Harry. A maldição bate em Harry e volta, e, aparentemente mata Voldemort.
Consequências Importantes
[editar | editar código-fonte]É esse único evento que configura toda a trama dos sete livros; podemos dizer que a notável consequência desse evento é toda a série.
No entanto, sendo mais específico: a primeira consequência é que Voldemort é derrotado e aparentemente destruído. Isso dá fim ao seu primeiro reinado de terror, que aparentemente durou onze anos. Isso também resulta na libertação de um número de bruxos que estavam sob a Maldição Imperius, e outros bruxos repudiando seus “feitos sombrios” quando eram Comensais da Morte, falsamente alegando que estavam sob a Maldição Imperius para evitar as punições. Finalmente, isso também resultou em alguns dias de festejos pelos bruxos e bruxas através da Grã Bretanha, festejos que causaram alguns problemas entre os Trouxas, que não sabiam o que estava acontecendo.
Outro efeito foi que Harry se tornou um herói. Isso se tornou um desconforto para Harry, que foi criado exclusivamente numa casa abusivamente Trouxa, e portanto nada sabia do fato que bruxos e bruxas sequer existiam, embora ele mesmo fosse um bruxo.
Isso também fez com que ele nada soubesse desses eventos e do carinho que a comunidade bruxa tem por ele, até que ele fosse reintroduzido na comunidade bruxa em seu décimo primeiro aniversário. A descoberta de que ele era quase que reverenciado, e com certeza idolatrado pela comunidade bruxa, por uma coisa da qual ele não se lembrava de ter feito, e que ele fez sem nenhum esforço, faziam com que ele ficasse sentindo que a comunidade bruxa tinha mais expectativas sobre ele, e tão altas para qualquer um alcançar, ele menos ainda, uma vez que seu desenvolvimento mágico foi deliberadamente atrofiado. Esse sentimento de inadequação assombra Harry pelo primeiro livro inteiro da série, e retorna periodicamente durante os quatro livros seguintes.
Um efeito menor foi, é claro, a cicatriz em forma de raio na testa de Harry, que serve como identificação instantânea. Harry é frequentemente festejado por outros bruxos num reconhecimento estupefato, assim como um reconhecimento (como no quarto livro) que o deixa de alguma forma ansioso e voltando ao sentimento de inadequação.
A seleção para a casa adotiva de Harry, desagradável como era para ele, foi a escolha necessária motivada pelo acontecimento. O Professor Dumbledore que tomou a frente dos inimigos de Voldemort, investigou a juventude de Voldemort, quando ele tinha como nome Tom Riddle, e determinou que Tom andava pesquisando Horcruxes. Descobrindo mortes que coincidentemente ocorriam em volta de Tom, Dumbledore acreditava que Tom havia feito um Horcrux, e portanto poderia sobreviver à sua própria morte. Sabendo a magia específica que havia salvado Harry, Dumbledore sabia que, no caso do retorno de Voldemort, Harry só poderia ficar a salvo enquanto estivesse vivendo com um parente de sangue, e a irmã de sua mãe, Petunia era a única parente de Harry ainda viva. Horrivel como a vida de Harry na Rua dos Alfeneiros foi, e embora um grande número de famílias bruxas aceitaria Harry com a maior alegria em suas casas, Dumbledore acreditava que a única chance de livrar o mundo permanentemente de Voldemort era garantir que Harry crescesse até se tornar adulto, e para tanto, a proteção sob o abrigo do sangue de Lily Potter era necessária.
Foi essa proteção que surgiu do atentado de morte, foi reforçada por Dumbledore e recebeu a força do próprio Voldemort, que salvou a vida de Harry quando ele enfrenta Voldemort cara a cara no final da história. É dito pelos Comensais da Morte em certa altura da história que Voldemort reservou a morte de Harry para ele próprio. O leitor pode imaginar quanto disso era idéia de Voldemort, e quanto era uma idéia plantada por Dumbledore e seus espiões na organização dos Comensais da Morte. Dumbledore deveria saber que a proteção dada a Harry pelos eventos passados, era boa só contra Voldemort, e não para os ataques de outra pessoa, então decidiu assumir a missão de evitar que outros Comensais tentassem receber a glória aos olhos de Voldemort, por matar Harry. Mais tarde na série, vemos que o chefe espião de Dumbledore dentro da organização dos Comensais da Morte, Snape, que parece mais inflexível, mais até do que a fanática Bellatrix Lestrange, afirma que Harry deve permanecer ileso por qualquer um deles “a não ser o Dark Lord”.
Finalmente, como vamos ler mais tarde no quinto livro, a tentativa de matar Harry arrebentou um pedaço da alma de Voldemort, que ficou solto, e o fragmento da alma não podia se ligar novamente ao corpo que já não existia, então, se ligou a Harry. É esse fragmento que dá a Harry sensação da presença de Voldemort desde o primeiro livro, causando dor na cicatriz. Conforme a série avança, a quantidade de informações transferidas através desse canal, aumenta, até o quinto livro, quando Voldemort descobre e usa isso para preparar uma armadilha usando imagens falsas. À medida que Voldemort enfraquece, Harry consegue mudar esse canal, e ver dentro da mente de Voldemort; essa informação se mostra importante para levar Voldemort à derrota final.
Análise
[editar | editar código-fonte]Uma grande parte da atração nessa série é o realismo da reação de Harry, no primeiro livro, a esse evento. É amplamente aceito no mundo dos bruxos que Harry destruiu Voldemort, e é por isso que ele é famoso. Harry é retratado como envergonhado por essa fama, e se sentindo como um impostor por causa disso. Embora nunca tenha sido comentado, podemos ver que Harry fica preocupado porque as pessoas terão altas expectativas do “garoto bruxo que derrotou Voldemort quando tinha apenas um ano de idade.” Harry acha que por causa de sua falta de treino, ele irá falhar em atender a essas expectativas, ele irá desapontar aqueles que acreditaram nele. Isso é bem mostrado no segundo livro, quando um personagem que chega, vive para os aplausos do público e acredita que alguém que também é famoso é motivado pela mesma paixão. A idéia de um herói acidental é estranha para Gilderoy Lockhart, e ele insiste em arrastar Harry na direção dos holofotes, coisa que Harry odeia. Embora não tenha sido necessária grande iniciativa nesse evento por parte de Harry, esse parece um retrato muito realista de um personagem simpático.
Tendo estabelecido Harry como um herói relutante, a autora deve então ser consistente na maneira de retratar Harry. É muito importante salientar que, embora o poder de Harry e sua auto confiança aumentem, ele nunca se torna arrogante; no quinto livro da série, ele permanece consciente que ele não trabalhou sozinho, ao invés disso, recebeu ajuda daqueles que estão à sua volta. Harry, na verdade, começa a escrever sua própria reputação como herói, no sexto livro, quando o Ministro da Magia tenta convencê-lo a aceitar fazer propaganda do Ministério. Harry tenta usar essa proposta do Ministro para forçar alguma mudança na política deles; quando o Ministro recusa, ele avisa que não vai ajudar o Ministério.
Um dos desafios que a autora enfrenta numa série como essa, na qual o protagonista amadurece, é encaixar as batalhas aos poderes crescentes do herói. Uma vez que o principal antagonista, Voldemort tem aproximadamente o mesmo poder que o herói, o estudante Harry. No entanto, para tornar importante para Harry prosseguir e a ameaça que ele encara se tornar razoável, é preciso tornar Voldemort um perigo para mais do que apenas Harry. Essa queda inicial, tendo ocorrido por trás da história, é uma forma interessante de manobrar isso: tendo Harry sido o instrumento da primeira queda de Voldemort, faz de Harry a figura mais importante desde o começo, e a recuperação de Voldemort da morte, efetiva, permite que a autora aumente seus poderes para ficar paralelo aos de Harry.
= Perguntas
[editar | editar código-fonte]Visão Completa
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[editar | editar código-fonte]Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.
Não fica óbvio, imediatamente, por que a autora escolheu segurar a revelação completa desse evento até bem mais tarde na série. Talvez seja parte do processo de Harry entender quem era seu pai. Nos primeiros quatro livros tinha uma figura idealizada de seu pai, uma figura que era mais colorida pela personificação do herói do que pela realidade sobre um homem que Harry nunca conheceu. No livro cinco, Harry, sem querer vendo uma das lembranças de Snape, teve a imagem de seu pai bruscamente estilhaçada. Apesar das afirmações de Lupin e de Sirius que James amadureceu e mudou, Harry ainda assim teve muita dificuldade de unir o garoto James das lembranças de Snape, com o homem que foi dito a ele, que James se tornou. A revelação do ocorrido na noite em que James morreu talvez tenha sido colocada para trazer alguma resolução para essa reconciliação; o fato disso ocorrer imediatamente depois de Harry ter visitado o túmulo de seus pais também completa o processo de encerramento do assunto, coisa que ele não conseguia e jamais conseguiria sem um conhecimento maior sobre eles. A lembrança de Voldemort desse evento, como foi vista por Harry, lhe deu conhecimento suficiente sobre seus pais para permitir que ele pudesse seguir adiante com sua vida.